A "tomada de consciência" da situação existencial é um processo que permite às pessoas descobrirem os limites e as possibilidades da realidade. É um processo de ação-reflexão-ação que leva à compreensão da importância de uma ação concreta, quer cultural, política e social, que visa "situações limites".
Tal juizo de entendimento, a consciencialização, não é uma iluminação de aspectos pré-formados na mente do sujeito, mas sim um processo que se inicia nos primeiros meses de vida de uma criança e progride em direção à inteligência refletida (compreensão), sendo certo que, em essência, inteligência, é a faculdade que tem o espírito de pensar, conceber, compreender ... Portanto, a tomada de consciência envolve, principalmente:
- o autoconhecimento e,
- o desenvolvimento da inteligência emocional.
É como se, através desse processo, uma pessoa "colocasse luz sobre o seu eu interior" e, assim, pudesse se descobrir por inteiro. E, então, através da identificação dos episódios marcantes, quais sejam:
- próprios sonhos,
- medos, paixões,
- e crenças que, se torna possível ir de encontro à sua "real essência".
- Então, passar a viver de acordo com ela, para que se sinta feliz consigo mesmo e possa ir além.
Desse modo, extraído de um parágrafo de minha existência, reside um marco fundamental, perpassando por algumas "circunstâncias coincidentes", o número quatro (4) que ora destaco, permitindo-me "dar um presente para mim mesmo": "Afinal, entendo merecedor, portando, escrevo"!
Tinha lá eu, meus quatro anos ... Certa noite em véspera de Natal, naquela noite e já deitado, e apesar de tarde da noite meu pai saíra para comprar um pão italiano, produto da primeira fornada de uma padaria próxima - era um hábito familiar tomarmos café tarde da noite, fatiado o pão italiano e com margarina, aquela de tablete, tostado na frigideira - e eu menino, refletindo acerca do que poderia pretender do dito Papai Noel diante das condições limitadoras da vida que vivia.
Num repente de pensar, um pensamento intrusivo acometeu-me promovendo angústia e aflição, principiando chorar e ao mesmo tempo considerando o que fazer se "naquele momento a morte me alcançasse". Assaltaram-me diversos pensares, todos com caráter alternativo, e "alternativo" seria, assim, uma linha de fuga. O que fazer?
E o choro copioso e angustiante chamou a atenção de minha mãe, meu pilar existencial, de equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual, vivendo seus trinta anos, nascida em 1924 (final 4 e que somados totalizam 16, onde 1+6=7).
Acho hoje que, naquele momento já acordava com Woodward* onde os filósofos existencialistas pensam a partir de três pilares:
- o homem na sua existência concreta, o homem enquanto um indivíduo,
- e o mundo diante da absurdidade, ou seja,
- todos têm como concepção o diagnóstico do absurdo,
- a ausência de propósito e sentido da vida.
E eu contava só quatro anos de vida! No socorro da mãe, indagou-me o porquê do choro ... Justifiquei como o fato que meu pai não "quisera levar-me à padaria". Convenci-a!
A mim, restou o lenitivo alternativo pensar, imaginando-se que, "antes de morrer, da morte me alcançar”, fugir com destino à Lua! Junto comigo os meus queridos, todos, estariam salvos, no pensar e querer dessa criança ... A música então envolvia-me com suave fundo. Assim adormeci, nos braços dela, e o pilar do pertencimento sustentou-me no ato!
Aliás, a música sempre me contagiou profundamente, mesmo quando ela, minha mãe, cantava suas músicas prediletas, e não raro me tirava para valsar ... Como bailava solto, leve ... E rodopiávamos alegremente!
Desta tenra experiência, influenciou-me "sempre ouvir o rádio, meio de comunicação muito presente neste tempo de vida. Quando menino, já perto dos oito (8) anos, muito ouvia a programação de jornais, transmissões esportivas - futebol e basquete - radionovelas e programas de auditório.
As rádios prediletas surgiam como Rádio Bandeirantes e São Paulo. Antes do período de carnaval imperavam as "marchinhas carnavalescas". E uma delas marcou-me profundamente, denominada "Faz um quatro ai", produzida em 1957 (atente para o final 7).
Tal marcha que no introito destaco, foi o primeiro sucesso daquele que, muitos anos depois logrei ter sua amizade: Archimedes Messina. Detentor de mais de quatrocentas (100x4) composições, tais como: "Silvio Santos vem ai ...". Conheci-o em 1967. Que mente flauteada!
O intérprete dela - humorista Chocolate, Dorival Silva, comediante do rádio AM e, posterior TV nas décadas de 1950 e 1960 - seu amigo de rádio, também privilegiou-me com sua amizade, e muito usufruímos de momentos marcantes, diante das diversas jornadas pela Via Láctea, da seleção de garotas para compor o espetáculo "Chocolate e seus Bonbons", como bem denominada as ditas meninas, e de outros inesqueciveis tempos vividos ao lado do radialista Alexandre Santos, Moacir Franco ...
Deste cantor, ocasião que vi os primeiros rascunhos, que vindo de Davi Nasser, afinou-se a letra, já nos ensaios, para a musica "Balada do Vietnan". Arnaud Rodrigues, este ultimo roteirista e humorista, que falecido contando 67 anos e, coincidentemente, por volta de 1967, planejava "Baiano e os Novos Caetanos" sob a égide do tropicalismo e compunha a música "Vou Bater Pa Tu".
E hoje, neste 5 de agosto, tendo praticado mais de dezoito (18) vezes o referido quatro (4), totalizei setenta e quatro (74) anos bem vividos!
Tendo em vista a numerologia dos anjos, tal é uma crença espiritual e não possui base científica. As interpretações dos números de anjos são subjetivas e podem variar de pessoa para pessoa. Assim consideremos:
- O anjo número 74 é uma mensagem poderosa de seus guias espirituais, combinando as energias dos números 7 e 4.
- Número 7: Representa a espiritualidade, intuição, sabedoria interior e busca do conhecimento. Quando o 7 aparece, é um sinal de que você está no caminho certo em sua jornada espiritual e que deve confiar em seus instintos.
- Número 4: Simboliza trabalho árduo, construção de bases sólidas, organização, praticidade e determinação. O 4 indica que seus esforços estão sendo reconhecidos e que você está construindo um futuro sólido.
Juntos, os números 7 e 4 formam uma combinação que sugere o equilíbrio entre o espiritual e o material: O anjo número 74 encoraja você:
- a encontrar um equilíbrio saudável entre suas aspirações espirituais e suas responsabilidades.
- Confiança em suas habilidades: Seus guias espirituais estão lhe dizendo que você possui todas as ferramentas e habilidades necessárias para alcançar o sucesso em todas as áreas de sua vida.
- Paciência e persistência.
Embora o sucesso possa levar tempo, os esforços serão recompensados, disso sei. Assim, mantenho-me norteado e persistente, tendo em vista meus objetivos, considerando a "conexão com o divino, pois que:
- O número 74 apresenta-se como um lembrete de que sempre estarei conectado a uma força superior,
- e que, poderei buscar orientação e apoio divino em todos os considerados momentos.
Assim creio e prossigo, creiam, isto me faz feliz, pois que, a vida é uma jornada constante, e cada ano é uma nova oportunidade. Celebremos então essa nova página de minha história!
Roberto Costa Ferreira, 05 agosto de 2024.
HILASA - Instituto História, Letras, Artes
UNIFESP-Universidade Federal São Paulo
*O Dr. Ashley Woodward obteve um PhD em filosofia na University of Queensland, ainda lecionou em programas de filosofia em vária universidades australianas .
Também é membro fundador da Melbourne School of Continental Philosophy, igualmente membro do comitê executivo da Friedrich Nietzsche Societ.
É um dos editores em andamento da Parrhesia: A Journal of Critical Philosophy.