Grau°

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

CANTATA ... Instrumentos e Vozes!


Antes do espetáculo e durante estada no camarim, 
Cláudio Fontana nos brindou com canto 
e votos solenes!
 

Quatro dias anteriores ao Natal de 2024 - 21 de dezembro, sábado - vivemos momentos preciosos da proposta de Rodrigo Aldy, promovendo-nos a Cantata de Natal, no seu canto que nos disse, entre outros ... 

" ... uma oração com o coração, te enche de paz ..." Também manifestou-se assim ...

" ... eu preciso estar junto de ti, eu preciso ter você aqui ..."

E aqui estavamos, todos os seus amigos, inclusive o Professor José Peralta  e sua querida Inez Garbuio Paralta. Eu, tive o privilégio de registrar este momento, também!

Em uma narrativa métrica definida para recitativo ou recitativo alternado e ar, geralmente para uma única voz acompanhada por um ou mais instrumentos (como foi o caso da banda), eis uma cantata!

Uma obra para voz ou vozes e instrumentos da era barroca. Desde seus primórdios na Itália do século XVII, cantatas seculares e religiosas foram escritas. As primeiras cantatas eram geralmente para voz solo com acompanhamento instrumental mínimo. As cantatas logo desenvolveram um caráter dramático e seções alternadas de recitativo (canto solo que imita os ritmos e tons da fala) e ária, paralelamente ao desenvolvimento simultâneo da ópera.

Na Alemanha, a cantata luterana quase sempre envolvia um coro. As aproximadamente 200 cantatas escritas por Johann Sebastian Bach são as mais celebradas. Após ca. 1750, a cantata declinou gradualmente. Ainda, uma cantata é uma composição de música clássica para vocalistas solo e corais.


Portanto, uma cantata é uma composição musical para vocalistas que inclui acompanhamento instrumental. Essa composição vocal é geralmente estruturada como um recitativo (ou discurso cantado) com uma ária , uma parte de voz solo, repetida no meio.

A palavra “cantata” se originou no século XVII e é um particípio da palavra italiana “cantare”, que significa “cantar”, aparecendo pela primeira vez no songbook do compositor Alessandro Grandi, Cantade et arie a voce sola ( Cantatas e Árias para Voz Solo ).

Cantatas e sonatas são formas musicais que podem incluir múltiplos movimentos, mas uma cantata se refere a obras vocais, enquanto uma sonata se refere a composições instrumentais. A estrutura de ária de uma cantata é indistinguível de uma cena de ópera , mas as apresentações de cantata são mais curtas em duração do que óperas encenadas com apresentações dramáticas, cenários e figurinos.

Outro cantor nesta noite espetacular -Abraham Gilbert Stein- conhecido simplesmente como "Gilbert". Cantor, compositor, instrumentista musical, ator e radialista egípcio radicado em 
Santo Amaro/SP - Brasil.

Começando no século XVII, a cantata era a forma predominante de música de câmara vocal. A cantata foi popularizada durante o século XVIII, e sua forma evoluiu ao longo da história.

Origem como uma forma de madrigal : A cantata começou como uma forma do madrigal renascentista , uma peça vocal secular tipicamente executada a capella. As cantatas do período barroco se desenvolveram de composições para solistas para composições para duetos e coro.

A forma se tornou mais complexa, evoluindo para um recitativo conectado por árias da capo — um grupo de árias. A maioria das cantatas era secular (cantata da camera ou "cantata de câmara").


Compositores barrocos como Johann Sebastian Bach, George Frideric Handel, Alessandro Scarlatti, Dieterich Buxtehude, Giacomo Carissimi e Philipp Telemann foram alguns compositores bem conhecidos por suas cantatas.

  • Cantatas sagradas (cantata da chiesa ou “cantata da igreja”) também foram desenvolvidas para serem tocadas durante serviços litúrgicos. A igreja luterana em particular começou a adotar estilos de música sacra mais seculares durante os serviços.
  • Obras corais vocais : Durante os períodos Clássico e Romântico , a cantata passou a se referir a qualquer peça coral vocal. As cantatas do século XIX também eram geralmente mais parecidas com canções, em comparação ao oratório mais longo, que era então geralmente definido como música coral sacra. Alguns dos compositores que criaram cantatas durante esse período incluem Ludwig van Beethoven, Carl Maria von Weber e Felix Mendelssohn.
  • Cantatas modernas : compositores contemporâneos criam cantatas para grupos vocais de câmara, ciclos de canções e movimentos de ópera. No século XX, a cantata mais conhecida é Carmina Burana , de Carl Orff. Outra cantata contemporânea notável é a Cantata misericórdias, op. 69 , de 1963 , do compositor Benjamin Britten.


JS Bach foi o compositor de cantatas mais prolífico, com mais de duzentas cantatas sacras e dezesseis cantatas seculares em sua obra, conhecida como Bach-Werke-Verzeichnis (BWV). Começando em 1723, Bach atuou como diretor coral em Leipzig, Alemanha, onde escreveu cantatas para serem executadas semanalmente nos serviços da igreja luterana da cidade. Bach desenvolveu ainda mais a forma de cantata para incluir corais, que eram hinos ou salmos definidos para uma harmonia de quatro partes com sopranos carregando a melodia.

Notavelmente, Bach não chamava suas composições de cantatas — ele chamava suas obras de concertos ou odes. Ele chamava suas cantatas mais longas, tradicionalmente executadas em vários serviços para os feriados de Natal e Páscoa, de oratórios. É por isso que as cantatas são às vezes chamadas de oratórios curtos.

No final do século, temas históricos foram substituídos pelos versos arcádicos descrevendo sentimentos amorosos em um cenário pastoril, sendo um dos exemplos mais famosos a cantata BWV 208, de Bach. A cantata spirituale musicava um texto sacro em linguagem vernácula.


Nas cantatas de Scarlatti após c. 1700, a estrutura é padronizada na forma de duas ou três árias da capo, separadas por recitativos. A maioria é para soprano e contínuo. Esse tipo foi cultuado por outros italianos, incluindo Bassani, Bononcini, Vivaldi e Marcello, e por Haendel durante sua permanência na Itália (1705/6-10).

Muitas das cantatas de Haendel, no entanto, distinguem-se das italianas em estrutura tonal e força dramática.

O desenvolvimento posterior da cantata italiana ficou em grande parte nas mãos de compositores napolitanos tais como Leo, Vinci e Pergolesi, em cujas obras o acompanhamento utilizando ao máximo as cordas tornou-se a norma.

No cenário nosso, tivemos a proposta de Rodrigo Aldy, promovendo-nos a Cantata de Natal ... Um espetáculo envolvente e fascinante!


Roberto Costa Ferreira, 23dezembro2024

HILASA –Instituto História, Letras Artes. 

SANTO AMARO - SÃO PAULO - SP.


segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

ESTETOSCÓPIO - MÉDICOS - DEUSES!

Laënnec (1781–1826) foi um médico francês que, em 1816, inventou o estetoscópio.


Ao "auscultar" o coração, procura-se por sons anormais inclusive murmúrios cardíacos, galopes e outros sons extras que coincidem com as batidas. Ao "escutar" os pulmões, respiração ofegante e crepitações podem ser identificadas.

Desse modo, fazer ausculta, "auscultar é um método que seu médico pode usar para ouvir os sons do seu coração, pulmões, artérias e abdômen, servindo-se de um estetoscópio diretamente no seu peito, costas e/ou abdômen.

No início do século XIX, os médicos ouviam os batimentos cardíacos e os sons respiratórios de um paciente colocando um ouvido diretamente no peito ou nas costas do paciente. Por razões óbvias relacionadas a pacientes mulheres e médicos homens, esse método de exame poderia causar um certo desconforto.

Laënnec é considerado o pai da "ausculta clínica" e escreveu as primeiras descrições de bronquiectasia e cirrose e também classificou condições pulmonares como pneumonia, bronquiectasia, pleurisia, enfisema, pneumotórax, tísica e outras doenças pulmonares a partir dos sons que ouviu com sua invenção. Laënnec aperfeiçoou a arte do exame físico do tórax e introduziu muitos termos clínicos usados ​​até hoje.

René Theophile Hyacinthe Laënnec, melhor esclarecendo, (1781–1826) foi um médico francês que, em 1816, inventou o estetoscópio. A palavra ESTETOSCÓPIO vem das palavras gregas stethos, que significa peito, e skopein, que significa explorar. Usando esse novo instrumento, ele investigou os sons feitos pelo coração e pelos pulmões e determinou que seus diagnósticos eram apoiados pelas observações feitas durante as autópsias.

É oportuno considerar que o primeiro dispositivo era um cilindro oco de madeira medindo cerca de 25 cm de comprimento por 3 cm de diâmetro, que Laennec posteriormente alterou para consistir em três partes destacáveis. Com a intenção de melhorar sua invenção (inicialmente apelidada de "trombeta auricular"), Laennec logo construiu uma versão portátil que ele poderia usar para todos os seus pacientes.

Ao longo dos anos, muitas modificações foram feitas para melhorar a eficiência do design original do estetoscópio, como fazer uma extremidade do formato de um sino para transmitir sons graves, tornando a peça do tórax mais plana e cobrindo a extremidade com um diafragma de pergaminho ou marfim.  Os materiais incluíam madeira de vários tipos, vidro, marfim, prata, estanho e latão.

Em 1840, o médico britânico Golding Bird criou uma versão do estetoscópio com um tubo totalmente flexível que ele chamou de "trombeta de orelha de cobra". Uma década depois, o médico irlandês Arthur Leared inventou uma versão que se encaixava em ambos os ouvidos. Feito de uma substância plástica resistente chamada guta-percha, este primeiro estetoscópio binaural foi exibido na Grande Exposição de Londres em 1851.

Depois que Laennec apresentou suas descobertas na Académie de Médecine em 1819, o uso do estetoscópio foi rapidamente adotado por médicos em toda a Europa e Estados Unidos. Antes de sua morte em 1826, aos 45 anos, ele chamou sua invenção de o maior legado de sua vida.

No início da década de 1960, o professor de Harvard David Littmann criou uma versão que é usada em grande parte do mundo hoje, que era mais leve do que os modelos anteriores e tinha acústica aprimorada.

Atualmente, tenho notado que alguns ditos profissionais médicos "sequer auscultam os pacientes"! Sequer então, consideram pedir para falar 33 ... Tal que, a pronúncia dos "erres" do 33 provoca uma vibração dentro do seu tórax, proporcionando evidências ...

Ao ouvi-la, o médico detecta se há acúmulo de líquido, muco ou secreções dentro dos pulmões, em conseqüência de inflamações ou infecções.
Outros sequer olham dentro dos olhos ... Os médicos avaliam os olhos dos pacientes para detectar doenças oculares e outras condições de saúde: 

   • Também conhecido como oftalmoscopia ou fundoscopia, este exame permite ao médico observar a retina, o nervo óptico, os vasos sanguíneos e a mácula. Ele pode identificar doenças oculares como glaucoma, retinopatia diabética e descolamento de retina. Também pode revelar sinais de condições sistêmicas, como diabetes e hipertensão. 
       • Tonometria ocular - Este exame mede a pressão intraocular (PIO) e é fundamental para diagnosticar o glaucoma. 
       • Avaliação da pálpebra inferior - O médico puxa a pálpebra inferior para examinar os vasos sanguíneos da região. A cor vermelha esmaecida pode indicar anemia, enquanto a parte branca amarelada pode indicar icterícia. 
  • Avaliação da pupila - A pupila reage automaticamente e pode indicar se há algo de errado com a atividade cerebral. Por exemplo, a dilatação da pupila pode indicar falta de oxigenação no cérebro ou confusão cerebral. 

Para a médica Lisa Sanders, colaboradora do seriado "House" (Record e Universal Channel) e professora em Yale, as consultas deveriam ser uma cooperação entre especialistas: o médico, que entende de doenças, e o paciente, especialista em si mesmo.
Sanders, que tem uma coluna sobre diagnóstico na "New York Times Magazine" e é autora do livro "Todo Paciente tem uma História para Contar" (Editora Zahar, 328 págs.).

Pois bem, quando indagada, recentemente acerca de tal procedimento - Por que alguns médicos não escutam os pacientes? - bem observou:
"Os médicos são pressionados a atender os pacientes cada vez mais rápido, e escutar leva tempo, apesar de não levar tanto quanto os médicos temem.
E escutar é difícil para todo mundo, médico ou não. Quando você ouve uma história, sua mente está tentando descobrir o significado dos fatos que você está recebendo. Isso cria suspense. A sensação pode ser prazerosa, por isso lemos histórias de mistério. Mas quando é algo que pode ser importante, não gostamos tanto. O médico tem de aprender a lidar com o desconforto dessa incerteza!

Alternativamente, será que os médicos acham que os pacientes falam demais e acabam contando coisas que não têm nada a ver? É  bem possível. Como é bem verdade, destacou: "... verdade que os pacientes podem não saber o que é importante entre tudo o que eles dizem para o médico".

Contudo, os médicos, às vezes, acham que é melhor fazer perguntas diretas para encontrar a informação de que precisam, ainda que isso não seja verdade. Mas quando você faz perguntas, tudo o que você consegue são respostas. E, às vezes, você precisa de mais do que respostas. Suas perguntas podem conduzir a conversa na direção errada e você nunca vai saber.

Os médicos ficam achando que os pacientes vão falar sem parar. Mas eles não fazem isso. Os pacientes respeitam muito o tempo do médico e, quando chegam ao consultório, eles já ensaiaram a queixa. A pessoa já contou o que está sentindo para a mulher, os colegas de trabalho, os filhos... Estudos já realizados mostram que tempo médio que um paciente usa para falar é de um um minuto e meio.

Então,  como o paciente deve agir se for interrompido no curso de sua fala? Assim emendou:
"É difícil para o paciente dizer: 'Posso terminar o que eu estava dizendo?'. Mas ele precisa fazer isso. Se o médico não está escutando, procure outro. Os pacientes devem se sentir livres para reclamar. Se reclamar não resolver, é melhor achar outro. Existem médicos e "médicos"!

Mas o médico tem um ar de autoridade que intimida, não? Parece um santo!

Sim, concluiu: "... mas a medicina deveria ser uma colaboração entre dois tipos de especialista:
      • Um é o médico, especialista em doenças, em como o corpo funciona;
     • O outro é o paciente, especialista em seu próprio corpo, em como está se sentindo.
Um médico não pode saber como o paciente se sente sem perguntar. Os exames físicos, hoje, também são uma arte em declínio. É preciso estudá-los e valorizá-los mais".

Às conclusões, lamentável tal dimensão da prática. Logo, "Se o médico não te escuta, é melhor procurar outro"!

Roberto Costa Ferreira, 28dez 2024.
PROF/PSICANALISTA/PESQUISADOR
HILASA-Instituto História Letras Artes
CEP/UNIFESP-UniversidadeFederalSP

sábado, 21 de dezembro de 2024

Messias – Elo de corrente coletiva de vida – Um depoimento – O Natal - O sebo para designar loja de livros usados.

 

Antônio Messias Coelho - Messias - Sebo na Praça Dr. João Mendes, atrás
da Igreja da Sé/São Paulo-SP

Antes do advento da iluminação elétrica a leitura era auxiliada, para quem sabia ler, pelo uso de velas de onde escorria o sebo, tornando-os ensebados. Então, SEBO como sinônimo de “alfarrábio”, ou seja, “loja de livros usados. Um brasileirismo que surgiu informalmente , a princípio como gíria, e sobre sua origem  tudo o que há são especulações.

Partindo do enunciado linguístico, ao início do Verão - Solstício de Verão - a Liturgia de 19 de dezembro é a quinta-feira da quarta semana do Advento. O Evangelho do dia conta a história de Zacarias e Izabel, um casal idoso e sem filhos, a quem o anjo do Senhor anunciou que Izabel iria ter um filho, João Batista.

No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus para uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem prometida em casamento a um homem chamado José, da casa de Davi; O nome da virgem era Maria. Entrando onde ela estava, disse-lhe:

"Alegra-te, cheia de graça, O Senhor está contigo!"

Ela ficou desconcertada com essa palavra e perguntava-se que tipo de saudação era aquela. O anjo Ihe disse:

"Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus! Conceberás em teu seio; darás à luz um filho e chamarás Jesus. Ele será grande e será chamado filho do Altíssimo. O Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e seu reinado não terá fim".

Maria perguntou ao anjo: "Como acontecerá isso, pois não conheço homem?" O anjo respondeu-lhe:

"O Espírito Santo descerá sobre ti, O poder do Altíssimo te cobrirá; por isso, aquele que nascer será santo; será chamado Filho de Deus. Também tua parenta Isabel concebeu um filho na velhice, e está no sexto mês aquela que chamavam de estéril. Porque nada será impossível com Deus".

Maria respondeu: "Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo tua palavra". E o anjo afastou-se dela. E a vida manifestou-se grandemente!

Contemplando o grande mistério, o pensamento do Natal, o nascimento de Jesus, a alma humana encontra fortalecimento luminoso para seu pensamento, um conteúdo vigoroso para o querer humano e a força para erguer-se em sua totalidade humana, qualquer que seja a situação em que ela a necessite.

Assim como ele se apresentam a nós, este forte pilar, lembra como pensamentos do Natal, não é limitado ao tempo, é eterno! Durante os séculos foi-se transformando a influência desta grandiosa imagem, acompanhando a evolução da humanidade. E neste "compasso e esquadro" onde o esquadro pode fazer referência à própria terra e, já o compasso faz referência à imensidão dos céus, em tempos de Natal,  Messias voltou aos céus!

De tal sorte que, e não sem razão, Antonio Messias Coelho, somados 83 anos, e quando o conheci - eu tendo 16 anos e ele 25 - ele veio ao mundo e nos encontramos. Vendemos livros por um tempo "porta a porta", até que ele comprou a coleção particular de um cliente. Assim sua jornada seguiu adiante, árdua e prospera!

Pelos idos dos anos 70 fui visitá-lo algumas vezes ... Numa delas, recebendo-me com meigo sorriso, notou num dedo da minha mão esquerda, um leve machucado. Alertou-me necessário cuidado com ferida aberta em ambiente daquele ... Nem dava conta da advertência ... Estava encantado com "o meio". Imediato, indo a um canto, chamou-me desinfetando o local com "água oxigenada", aplicando sobre o local, logo seguindo com "um pó branco contido numa latinha". O tal bicarbonato!

Referido recurso, resultado de sua sabedoria, permitia servir-se do bicarbonato de sódio, um desinfetante. Como é um composto alcalino, ele tem propriedades antissépticas e ajuda a retardar ou impedir a proliferação de microrganismos em superfícies. Quanto carinho com o próximo!

E hoje, estando presente na "encomenda de seu corpo" notei num canto do caixão simples, com a tampa ainda aberta, cuja mortalha feita de tecido morim branco, simbolizando a igualdade de todas as pessoas perante a morte, independentemente da posição social do falecido, "a latinha", uma outra claro, do dito “bicarbonato de sódio”, que jazia disposta num canto embarcando no mesmo arranjo. Minhas lágrimas rolaram pelas doces lembranças!

Finalizando os atos, os dois padres ratificaram a importância daquele recurso que se servia - bicarbonato de sódio - e justificaram, apontando, o porquê da encomenda. Até falei com uma de suas filhas ... E choramos! Ato contínuo, as duas autoridades da Igreja São Gonçalo, um templo católico localizado na Praça Dr. João Mendes bem ao lado do Sebo, atrás da Igreja da Sé, tombada pelo patrimônio histórico em 1971, dois anos após a situação do sebo, falando na cerimônia de homenagem póstuma, honrando e celebrando a vida do querido amigo falecido Messias.

Compartilhamos, agora lá fora em frente da Capela, local da solenidade, algumas lembranças como aquela na qual, por volta dos anos 80, momento que antes da ordenação, os dois agora padres, ainda resultavam candidatos à carreira clerical, no diaconato, e durante os estudos afeitos à filosofia, eu era “um incursor curioso” e tratando de uma “investigação em razão das amizades envolvidas” da dinâmica presente naquela relação histórica, que é a temporalidade narrada pelos homens presentes imanência do mundo, com a eternidade, isto é, com a “temporalidade” da graça divina transcendente. Então, dialogávamos com a pretensão de precisar o conceito de Eternidade, para depois refletir sobre como essa noção se relaciona com a História. A comunhão era plena!

Assim, nesse mergulho filosofal surgia o Messias, proporcionando-nos mesa farta de livros atinentes ao tema - Filosofia ... E corríamos, os três, para o Sebo do Messias, analisando e, diante daquele ato espontâneo e desprendido, colaborando na difusão do conhecimento através do empréstimo. Correspondíamos plenamente ao voto de confiança. Era uma festa!  

De tal sorte o elo sagrado, tal intersecção que promove a harmonia entre os seres vivos, presentes e os espirituais diante das forças da vida, nos uniu nesta relação temporal e nos reencontramos decorridos cerca de quatro décadas em memórias e saudades. Quanta vida! Agora resta o que o site diz:

“Messias não era apenas o criador deste espaço; ele era um amigo, um sonhador, um lutador. Um homem que, com seu amor pelos livros e sua determinação, construiu não só um sebo, mas um lugar onde histórias e pessoas se encontravam”.

E continuam, pois que Messias, este Messias, veio ao mundo também para fazer a vida proliferar, superiormente plena e bela!

Por: Roberto  Costa  Ferreira,  20dez2024.

PROF./  PSICANALISTA /  pesquisador

HILASA-Instituto História Letras Artes

SANTO AMARO – SÃO PAULO / SP.

A CAPELA - Cemitério de Congonhas - Jardim Marajoara/SP







quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

FRATERNIDADE. Mais que um ato ... Significação histórica!


Fraternidade é o laço de afeto que une os seres humanos, no respeito, na dignidade, na vida, na cooperação, e no amor. A fraternidade humana é um princípio ético que:

·         valoriza a solidariedade,

·         a cooperação,

·         o companheirismo e o respeito mútuo entre as pessoas. 

Ela, a fraternidade, é um sentimento que envolve a empatia, a compaixão e a capacidade de se colocar no lugar do outro. Outrossim é um valor presente em diversas religiões e filosofias, sendo considerada uma virtude essencial para a vida em comunidade. Pode ser cultivada e incentivada em todos os níveis da sociedade, desde as relações pessoais até as políticas públicas. 

Tal “fraternidade humana” é mais do que a ausência de conflitos armados ou desarmados, mas sim a busca incessante de uma convivência pacífica. Ela pode ser uma ferramenta importante:

·         para a promoção da igualdade,

·         da justiça social e da paz. 

O “espírito de fraternidade”, como consta na declaração, quer designar:

"... o modo insubstituível pelo qual a pessoa deve ver e respeitar os direitos e liberdades do outro; o modo predominante e inarredável, como deve se portar e se relacionar com o semelhante".


Jesus falou sobre fraternidade, assim referindo-se:  “Todos vós sois irmãos”                         (cf. M 23,8).

É o que Jesus indica como resposta à conduta dos fariseus; é a escolha da fraternidade. A lei do Senhor não é desconhecida nem para os Discípulos, nem para a multidão que a escuta, nem para os fariseus e escribas que a anunciam!

Por oportuno, o Papa Francisco, na Encíclica Fratelli Tutti, anuncia uma proposta de responsabilidade coletiva que pudesse levar a “fraternidade e amizade social”, perante os males que ameaçam a paz no mundo:

“Fratelli tutti” (Somos todos irmãos), pois que, escrevia São Francisco de Assis, dirigindo-se a seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com o sabor do Evangelho. 

Dos conselhos que ele oferecia, vale destacar o convite a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; nele, declara feliz quem ama o outro, “o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si”.

Com poucas palavras, explica o essencial de uma fraternidade aberta, qual seja:

·         que permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas,

·         independentemente da sua proximidade física,

·         do ponto da terra em que cada uma nasceu ou habita.

O livro de Rute traz a simplicidade e a beleza da amizade que é a escolha quando Rute decide ficar em companhia de Noemi, sua atitude é também uma aliança como de irmã, mesmo sendo nora de povo estrangeiro:

“teu povo é meu povo, teu Deus é meu Deus. Onde morreres lá morrerei e lá serei sepultada.” 

(RT 1,16-17).

Porém, os efeitos da compaixão de Rute são claros: ela devolve a vida a Noemi e lhe permite reencontrar a benção de Deus, que se manifesta na descendência. A “amizade social”, portanto, como vemos:

"... é reconstrução de relações que superam a dominação e a exploração"!

O desejo de Jesus é o "amor-serviço", a amizade pela qual Ele mesmo esteve unido ao que o Pai lhe dera. Segundo Bento XVI a amizade é um grande bem humano... os amigos devem sustentar-se e encorajar-se no desenvolvimento dos seus dons e na sua colocação ao serviço da comunidade, a exemplo do que a instituição FRATERNIDADE ALIANÇA ACA LAURÊNCIA proporciona.

A fraternidade é o caminho do amor! É olhar para o próximo com compaixão, acolher sem julgamentos, doar sem interesse e sentir a dor do outro como se fosse a de si mesmo. Tal como Ceres, Terra, Flora e outras, Aca Laurência simboliza a fertilidade da terra, neste caso “nas terras da cidade e nas suas culturas”. Aca Laurência é também identificada com Tácita, Mana Genita, e Muta.

" O amor, quanto mais se dá,  mais se recebe”!


Desse modo, o evento realizado pela Fraternidade Aliança Aca Laurência, conjuntamente com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), tal cerimônia aconteceu no dia 02/12 último, no majestoso Teatro Municipal da Cidade de São Paulo, com a presença maciça de pessoas, e o exuberante prêmio consagra mulheres que se destacam nas mais diversas áreas de atuação e contribuem para uma sociedade melhor.

O Prêmio Excelência Mulher é realizado, anualmente, sendo certo que a Fraternidade Aliança Aca Laurência é uma entidade privada, sem fins lucrativos que, por meio de ações sociais, busca promover melhorias na qualidade de vida da comunidade menos favorecida da zona sul da capital paulista. Fundada, em outubro de 2004, por um grupo de mulheres empresárias e esposas de conselheiros do Ciesp, a entidade surgiu da necessidade de agregar valores humanitários aos trabalhos realizados pelo Ciesp-Sul, funcionando como um braço social desta instituição no trabalho junto à população menos favorecida.


A Fraternidade Aliança Aca Laurência é uma instituição sólida, prosperante, já na sua essência,  nas intenções e ações ... Solidamente realizadora sob os olhos da mulher!

·         Aquela mulher determinada, forte, que adota um projeto reflexivo de vida que implica responsabilidade pessoal, pois que,

·         cada mulher é aquilo que ela faz de si própria, trazendo também indicações de como se relacionar com o outro, o próximo,

·         diante de uma nova concepção de destino como algo aberto,

·         a ser preenchido pela interação de desejos, possibilidades e de liberdades da vida de cada um. Enfim, a mulher, um ser superiormente belo!

Em vista de tal, na noite de 2 de dezembro de 2024, o Theatro Municipal de São Paulo foi palco da entrega do Prêmio Excelência Mulher 2024, uma celebração organizada pelo CIESP, pela Fraternidade Aliança Aca Laurência e pela Casa da Mulher Paulistana. O evento teve como objetivo homenagear mulheres de destaque em diversas áreas de atuação. O HILASA – Instituto de História, Letras de Artes de Santo Amaro/SP viu-se contemplado pelo oportuno e luzente destaque de membros femininos de sua diretoria: Professora Dra. Inez Garbuio Peralta e Rosana Manfredini de Borba.

A apresentadora Mara Cedro marcou presença na cerimônia, assim como demais personalidades ao nível do Prefeito Ricardo Nunes e a primeira-dama, também, a apresentadora e empresária Ana Hickmann nos presenteou com sua elegância, referendando a magnitude do inesquecível acontecimento.

 Por: Roberto  Costa  Ferreira, 03dez2024.

PROFESSOR / PSICNALISTA / PESQUISADOR

HILASA-INSTITUTO HISTÓRIA, LETRAS ARTES

SANTO AMARO - SÃO PAULO / SP.







sexta-feira, 15 de novembro de 2024

A REPÚBLICA PROCLAMADA!

 

A República Proclamada, como referência de data 15/11/1889, é considerada uma das datas mais importantes da história brasileira. Resultou de um movimento articulado entre exército e civis insatisfeitos com a monarquia, ato que repercutiu e que vigorava no País desde 1822. Datando de tal tempo: 15 de novembro de 1889, há exatamente 135 anos, o Brasil abandonava o Império e o sistema monárquico para se tornar uma República. Foi uma longa jornada de revoltas populares (algumas ocorridas ainda no período colonial, como a Inconfidência Mineira), crises políticas e pressões de diferentes frentes da sociedade brasileira. 

O processo de Proclamação da República não foi simples, mas marcado por fortes razões e fatos importantes e reuniu uma característica significativa:

·         o movimento final não contou com a participação dos mais interessados pelo fim da monarquia no Brasil: o povo! 

A força do "sentimento antimonárquico" predominante nos meios militares era intensa a ponto de até um general monarquista, como o próprio Deodoro da Fonseca, aceitar comandar a ação político-militar que derrubou o trono em 15 de novembro, em tempos de 1889, no que é considerado por muitos acadêmicos, "um golpe militar institucionalizado".

Muitos historiadores apontam, acenando que a Proclamação da República foi um evento controverso, pois tratou-se de um golpe iniciado pelos militares e finalizado por indivíduos da sociedade civil e da elite política do Brasil contra a monarquia. Ainda levantam como controvérsias desse acontecimento a dimensão da participação do marechal Deodoro da Fonseca e, concomitante, a participação popular no evento.

Por outra fonte, a Encyclopaedia Britannica, a Proclamação da República foi "uma conspiração cívico-militar", isso porque a insatisfação dos militares, predominantemente do Exército, foi incentivada por diversos outros grupos da sociedade.

Também, no livro “As Barbas do Imperador – D. Pedro II, um monarca nos trópicos”, sua escritora paulista, 66 (membro da Academia Brasileira de Letras), historiadora e doutora em antropologia Lilia Schwarcz, afirma que:

“ao que parece, a República não se proclamou ‘no berro’, nem deu Deodoro um grito homólogo ao também suspeito grito do Ipiranga. (…) A República do Brasil não fora proclamada, mas aclamada” pela sociedade em geral.

Ao que se observa, o evento teve várias consequências, entre as quais: 

·         O Brasil se tornou um Estado laico; 

·         O presidencialismo se tornou o sistema de governo; 

·         Foi estabelecido o sufrágio universal masculino; 

·         O voto censitário foi extinto; 

·         As províncias ganharam maior autonomia e se transformaram em estados; 

·         A separação entre Estado e Igreja garantiu liberdade religiosa. 

Assim, temos que, com a referida Proclamação, o marechal Deodoro da Fonseca assumiu como primeiro presidente do Brasil e este se tornou um Estado laico. Considere-se também que o presidencialismo se tornou o sistema de governo. A organização da república tomou forma quando foi promulgada uma nova Constituição no ano de 1889.

Partindo de então, a década de 1890 ficou marcada como um período de disputa entre:

·         republicanos e monarquistas,

·         deodoristas e florianistas.

Estudiosos de então entendem que os primeiros 10 anos da república no Brasil foram um período de acomodação do sistema político brasileiro nos moldes republicanos. Isso porque havia muita disputa entre "deodoristas e florianistas", como acima referido, grupos políticos hegemônicos que se apoiavam em Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, respectivamente."

Houve também iniciativas monarquistas de recuperar o poder, e portanto, o Brasil passou por 10 anos de grande instabilidade política e econômica. Tanto o marechal Deodoro da Fonseca como Floriano Peixoto governaram o Brasil de maneira autoritária. E nesse período temporal ocorreram uma série de revoltas e conflitos, tais como:

·         as Revoltas da Armada,

·         a Revolução Federalista e ainda,

·         a Guerra de Canudos.

Ademais, destaque-se, uma enorme crise econômica atingiu o Brasil, tal movimento incomum de especulações envolvendo Bolsa, no que resultou conhecido como Encilhamento.

Em um dia marcante da história brasileira, como o dia de hoje, trago em lembrança que a National Geographic apresentou, e eu por esta via resumo em quatro, fatos para melhor possibilitam conhecer a história real de como se deu a Proclamação da República no Brasil:

1.      A insatisfação dos militares das Forças Armadas:

Após a Guerra do Paraguai (1864 a 1870), ainda durante o governo monárquico de Dom Pedro II, nas décadas de 1870 e 1880, os militares estavam descontentes:

·         pela falta de reconhecimento, baixos salários, além de,

·         uma “incompatibilidade da instituição relativamente moderna e,

·         uma ordem social e econômica atrasada no país”.

A força do sentimento antimonárquico nos meios militares era forte a ponto de até um general monarquista, como Deodoro da Fonseca, aceitar comandar a ação político-militar que derrubou o trono, no que é considerado por muitos acadêmicos, um golpe militar institucionalizado.

2.      A influência dos movimentos republicanos e políticos

Diferentes grupos da sociedade brasileira estavam descontentes com a forma como a monarquia governava o país. Desde variados movimentos republicanos – com destaque para os republicanos do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul – que atuavam de perto com os militares rebelados. Agregue-se que o descontentamento da população com o Império crescia por conta da  miséria, corrupção e a falta de liberdade política, o que causava mais desestabilização do regime na década de 1880. Ainda, a formação de associações, confrarias e a imprensa ajudaram a disseminar o pensamento republicano na época. Determinados partidos políticos também eram simpatizantes da causa:

·         Partido Republicano Paulista (PRP),

que era um caso curioso, pois que representava a classe conservadora dos “barões do café de São Paulo, que mesmo com a ascensão econômica do grupo, se via prejudicado e desprestigiado pelo Império, apoiando a República. Porém, o PRP era contra a Abolição da Escravidão – que ocorreu em 13 de maio 1888, sob o regime monárquico.  E, desde então, o partido buscava se posicionar na nova ordem do Brasil sem escravos e garantir um governo que lhe permitisse mais poder para assegurar seus privilégios. 

O fato de representarem o setor agrário-exportador mais forte e mais próspero do país possibilitou aos republicanos paulistas dominarem o novo regime republicano, mesmo eles não tendo participado da ação revolucionária que depôs o Imperador”.

Tal situação está muito bem observada e dita pelo historiador Guillaume de Saes, conforme publicado ao site antes anteriormente referido da USP/SP.

3. O peso da Abolição da Escravatura na Proclamação da República 

abolição da escravidão foi uma das principais pautas que moveram a sociedade brasileira na década de 1880. Um dos principais fatores que contribuíram para a tomada do poder vigente no ano seguinte, em 1889 pelos militares. 

A maioria dos abolicionistas era adepta dos ideais republicanos, e a mobilização em defesa do movimento inclinou-se para a implantação da República. Segundo afirma a Britannica, o colapso do sistema escravista enfraqueceu ainda mais a monarquia, que perdia uma importante base de sustentação.

“Ao abolir a escravidão a contragosto em maio de 1888, o Império selava a sua sorte, perdendo o apoio de elites regionais do café pouco integradas e pouco interessadas na manutenção do centralismo político e administrativo”.

Pressionado por todos os lados, o governo de D. Pedro II estava muito enfraquecido em 1889. Um dos pilares da monarquia brasileira, a Igreja Católica estava insatisfeita com as interferências do Imperador nos assuntos religiosos. Além disso, boa parte da sociedade demandava o estabelecimento do laicismo na política do país, isto é, a transformação do Brasil em um Estado laico, sem interferência de religiões.

Por fim, havia também uma insatisfação a respeito da sucessão do trono. A princesa Isabel (que assinou a Lei Áurea e garantiu o fim da escravidão) não era considerada a pessoa ideal para assumir o trono e a possibilidade de que seu marido, o francês Conde d’Euse tornasse imperador também não bem aceita.

Desse modo, no dia 10 de novembro de 1889, um grupo de republicanos foi até a casa do marechal Deodoro da Fonseca para convencê-lo a juntar-se a eles em um movimento para derrubar o Visconde de Ouro Preto, que era o Presidente do Conselho de Ministros do Brasil Império. No grupo estava o jurista, diplomata e político Rui Barbosa, o militar Benjamin Constant e o jurista e jornalista Aristides Lobo.

Assim, o marechal foi convencido a aderir ao movimento e no dia 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro, que era a capital do país na época, e o Deodoro da Fonseca liderou o movimento que derrubou o Império. Invadiu o Ministério da Guerra, mandou prender o Visconde de Ouro Preto e proclamou a República. Um ato sem violência, sem qualquer participação civil direta e sem a presença de D. Pedro II.

No mesmo dia, José do Patrocínio, líder abolicionista, redigiu o ato oficial de proclamação da República dos Estados Unidos do Brasil – como foi denominado o país da época. Foi instalado um governo provisório e, posteriormente, Deodoro da Fonseca assumiria o posto de 1º presidente do país. A família real do Brasil foi exilada e mandada para a Europa na madrugada do dia 17 de novembro. O Imperador Dom Pedro II estava doente e acamado no dia 15, em Petrópolis, quando soube do movimento e foi ao Rio de Janeiro. À tarde foi avisado da Proclamação da República e dias depois foi obrigado a abdicar do trono e a sair do país com sua família.



Roberto  Costa  Ferreira,  15nov 2024

PROFESSOR-PSICANALISTA-PESQUISADOR

HILASA-SP Instituto História, Letras e Artes 




 

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

ANIVERSARIAR ... Marco incrível! Setenta e quatro anos. Então, "faz um quatro aí"!


Dobrei a septuagésima quarta página do livro de minha vida ... Então, estou celebrando mais um capitulo... É um marco incrível! Setenta e quatro anos que, repletos de vivencias, aprendizados e momentos significantes, tais que moldaram quem hoje sou.

A "tomada de consciência" da situação existencial é um processo que permite às pessoas descobrirem os limites e as possibilidades da realidade. É um processo de ação-reflexão-ação que leva à compreensão da importância de uma ação concreta, quer cultural, política e social, que visa "situações limites".

Tal juizo de entendimento, a consciencialização, não é uma iluminação de aspectos pré-formados na mente do sujeito, mas sim um processo que se inicia nos primeiros meses de vida de uma criança e progride em direção à inteligência refletida (compreensão), sendo certo que, em essência, inteligência, é a faculdade que tem o espírito de pensar, conceber, compreender ... Portanto, a tomada de consciência envolve, principalmente:

  • o autoconhecimento e, 
  • o desenvolvimento da inteligência emocional.

É como se, através desse processo, uma pessoa "colocasse luz sobre o seu eu interior" e, assim, pudesse se descobrir por inteiro. E, então, através da identificação dos episódios marcantes, quais sejam: 

  •  próprios sonhos, 
  • medos, paixões,
  • e crenças que, se torna possível ir de encontro à sua "real essência".
  • Então, passar a viver de acordo com ela, para que se sinta feliz consigo mesmo e possa ir além.

Desse modo, extraído de um parágrafo de minha existência, reside um marco fundamental, perpassando por algumas "circunstâncias coincidentes", o número quatro (4) que ora destaco, permitindo-me "dar um presente para mim mesmo": "Afinal, entendo merecedor, portando, escrevo"!

Tinha lá eu, meus quatro anos ... Certa noite em véspera de Natal, naquela noite e já deitado, e apesar de tarde da noite meu pai saíra para comprar um pão italiano, produto da primeira fornada de uma padaria próxima - era um hábito familiar tomarmos café tarde da noite, fatiado o pão italiano e com margarina, aquela de tablete, tostado na frigideira - e eu menino, refletindo acerca do que poderia pretender do dito Papai Noel diante das condições limitadoras da vida que vivia.

Num repente de pensar, um pensamento intrusivo acometeu-me promovendo angústia e aflição, principiando chorar e ao mesmo tempo considerando o que fazer se "naquele momento a morte me alcançasse". Assaltaram-me diversos pensares, todos com caráter alternativo, e "alternativo" seria, assim, uma linha de fuga. O que fazer?

E o choro copioso e angustiante chamou a atenção de minha mãe,  meu pilar existencial, de equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual, vivendo seus trinta anos, nascida em 1924 (final 4 e que somados totalizam 16, onde 1+6=7). 

Acho hoje que, naquele momento já acordava com Woodward* onde os filósofos existencialistas pensam a partir de três pilares: 

  • o homem na sua existência concreta, o homem enquanto um indivíduo, 
  • e o mundo diante da absurdidade, ou seja, 
  • todos têm como concepção o diagnóstico do absurdo,
  • a ausência de propósito e sentido da vida.

E eu contava só quatro anos de vida! No socorro da mãe, indagou-me o porquê do choro ... Justifiquei como o fato que meu pai não "quisera levar-me à padaria". Convenci-a!

A mim, restou o lenitivo alternativo pensar, imaginando-se que, "antes de morrer, da morte me alcançar”, fugir com destino à Lua! Junto comigo os meus queridos, todos, estariam salvos, no pensar e querer dessa criança ... A música então envolvia-me com suave fundo. Assim adormeci, nos braços dela, e o pilar do pertencimento sustentou-me no ato!

Aliás, a música sempre me contagiou profundamente, mesmo quando ela, minha mãe, cantava suas músicas prediletas, e não raro me tirava para valsar ... Como bailava solto, leve ... E rodopiávamos alegremente!

Desta tenra experiência, influenciou-me "sempre ouvir o rádio, meio de comunicação muito presente neste tempo de vida. Quando menino, já perto dos oito (8) anos, muito ouvia a programação de jornais, transmissões esportivas - futebol e basquete - radionovelas e programas de auditório.

As rádios prediletas surgiam como Rádio Bandeirantes e São Paulo. Antes do período de carnaval imperavam as "marchinhas carnavalescas". E uma delas marcou-me profundamente, denominada "Faz um quatro ai", produzida em 1957 (atente para o final 7).

Tal marcha que no introito destaco, foi o primeiro sucesso daquele que, muitos anos depois logrei ter sua amizade: Archimedes Messina. Detentor de mais de quatrocentas (100x4) composições, tais como: "Silvio Santos vem ai ...". Conheci-o em 1967. Que mente flauteada!

O intérprete dela - humorista Chocolate, Dorival Silva, comediante do rádio AM e, posterior TV nas décadas de 1950 e 1960 - seu amigo de rádio, também privilegiou-me com sua amizade, e muito usufruímos de momentos marcantes, diante das diversas jornadas pela Via Láctea, da seleção de garotas para compor o espetáculo "Chocolate e seus Bonbons", como bem denominada as ditas meninas, e de outros inesqueciveis tempos vividos ao lado do radialista Alexandre Santos, Moacir Franco ... 

Deste cantorocasião que vi os primeiros rascunhos, que vindo de Davi  Nasser, afinou-se a letra,  já nos ensaios, para a musica "Balada do Vietnan". Arnaud Rodrigues, este ultimo roteirista e humorista, que falecido contando 67 anos e, coincidentemente, por volta de 1967, planejava "Baiano e os Novos Caetanos" sob a égide do tropicalismo e compunha a música "Vou Bater Pa Tu".

E hoje, neste 5 de agosto, tendo praticado mais de dezoito (18) vezes o referido quatro (4), totalizei setenta e quatro (74) anos bem vividos!

Tendo em vista a numerologia dos anjos, tal é uma crença espiritual e não possui base científica. As interpretações dos números de anjos são subjetivas e podem variar de pessoa para pessoa. Assim consideremos: 

  • O anjo número 74 é uma mensagem poderosa de seus guias espirituais, combinando as energias dos números 7 e 4.
  • Número 7: Representa a espiritualidade, intuição, sabedoria interior e busca do conhecimento. Quando o 7 aparece, é um sinal de que você está no caminho certo em sua jornada espiritual e que deve confiar em seus instintos. 
  • Número 4: Simboliza trabalho árduo, construção de bases sólidas, organização, praticidade e determinação. O 4 indica que seus esforços estão sendo reconhecidos e que você está construindo um futuro sólido.

Juntos, os números 7 e 4 formam uma combinação que sugere o equilíbrio entre o espiritual e o material: O anjo número 74 encoraja você: 

  • a encontrar um equilíbrio saudável entre suas aspirações espirituais e suas responsabilidades. 
  • Confiança em suas habilidades: Seus guias espirituais estão lhe dizendo que você possui todas as ferramentas e habilidades necessárias para alcançar o sucesso em todas as áreas de sua vida. 
  • Paciência e persistência.

Embora o sucesso possa levar tempo, os esforços serão recompensados, disso sei. Assim, mantenho-me norteado e persistente, tendo em vista meus objetivos, considerando a "conexão com o divino, pois que: 

  • O número 74 apresenta-se como um lembrete de que sempre estarei conectado a uma força superior, 
  • e que, poderei buscar orientação e apoio divino em todos os considerados momentos. 
Em resumo, o anjo número 74 é uma mensagem positiva e encorajadora, indicando que estou no caminho certo e que devo confiar, mesmo na instância de intuição, amparado pelos meus esforços.

Assim creio e prossigo, creiam, isto me faz feliz, pois que, a vida é uma jornada constante, e cada ano é uma nova oportunidade. Celebremos então essa nova página de minha história!

Roberto Costa Ferreira, 05 agosto de 2024. 

HILASA - Instituto  História, Letras, Artes

UNIFESP-Universidade Federal São Paulo

*O Dr. Ashley Woodward  obteve um PhD em filosofia na University of Queensland, ainda lecionou em programas de filosofia em vária universidades australianas . 

Também é membro fundador da Melbourne School of Continental Philosophy, igualmente membro do comitê executivo da Friedrich Nietzsche Societ.

 É um dos editores em andamento da Parrhesia: A Journal of Critical Philosophy.