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domingo, 28 de abril de 2019

IMBECIL - L'imbecille - PIRANDELLO

O ator Carlos Meceni, interprete de Leopoldo Paroni - dono do Jornal Vigilia Republicana. 

Thamy Dorazio é Rosa, repórter, Geraldo Ferreira é representante da Fábrica de papéis Sangone,
Renam Felix, o jovem tipógrafo e Fábio Godinho é o Editor Chefe, pretenso dono da Vigilia Republicana.

L'imbecille, O LIVRO, tem a data da primeira publicação fixada em 10 de outubro de 1922. Autor: Luigi Pirandello (Agrigento, 28 de junho 1867 — Roma, 10 de dezembro 1936), que foi um dramaturgo, poeta e romancista siciliano, que pela sua posição de grande autor moderno da dramaturgia mundial passeou e dança pelos nossos palcos.

A família de Pirandello, inicialmente, gostaria de encaminhá-lo para os estudos técnicos, devido ao trabalho de seu pai que comerciava com enxofre, mas, desde sua opção pelos estudos clássicos, a veia humanista de Pirandello preponderou, levando-o a estudar em Roma e, posteriormente, na Alemanha, quando teve oportunidade de conhecer os estudos desenvolvidos por Freud. Um grande renovador do teatro, com profundo sentido de humor e grande originalidade:
      ·  Que se configura como um ardente defensor do teatro direto não só em razão do sentimento, assim como também à inteligência, com vistas à intenção do desenvolvimento e com pano de fundo estratégico da viagem humana através de sua obra, exercendo-se pela conexão entre teatro e filosofia;
       ·  Que ilustra, de maneira enfática, a dramática situação do homem que não consegue ajustar-se às oprimentes normas impostas pela sociedade. A desilusão vivenciada pelos personagens criados por Pirandello é passível de ser reconhecida nos atos e comportamentos excêntricos e bizarros que caracterizam suas trajetórias nessa sociedade finissecular;
        ·  Que mostra, em seus textos, a grave crise de identidade que caracteriza a sociedade italiana do final do século XIX, diante de seu complicado processo de unificação linguística e política.

O escritor, que nasceu na Sicília, não poderia desconsiderar essa conturbada fase da cultura italiana que aportará um expressivo número de modificações no repertório artístico da pátria de Dante. Ele recebeu o Prêmio Nobel de Literatura de 1934 por "seu poder quase mágico de transformar a análise psicológica em um bom teatro" e doou sua medalha do Prêmio Nobel.

O Imbecil é uma comédia em um ato, em adaptação de Carlos Meceni para o texto da novela de Luigi Pirandello – L’imbecille – com duração de quase 50 minutos, em gênero Drama, merecendo o Prêmio Zé Renato de Teatro.

Magnífica noite, cujo espetáculo até nos faz rir! Exatamente no momento onde as redes sociais influenciam fortemente o indivíduo, é oportuno destacar o significativo trabalho da Cia Theatro São Paulo que, partindo da adaptação da novela, proporcionou demonstrar a discussão da atitude do indivíduo dentro de seu grupo social que, em síntese:

“Na redação de um jornal de grande circulação, um encontro inesperado entre dois rivais, que dessa rivalidade nascida de um xingamento público, reúnem motivos banais que os levam a comportamentos cretinos e típicos da sociedade onde são amados e admirados”.

Só pipocas depois!

A comédia original foi apresentada pela primeira vez no Teatro Quirino, em Roma, em 10 de outubro de 1922, acontecendo em Costanova, no apartamento de Leopoldo Paroni, "líder" do Partido Republicano e diretor do jornal "Voz do Povo". Deitado em um sofá, Luca Fazio, visivelmente doente, permanece imóvel na escuridão. Da redação vêm as vociferações de Paroni e os editores da "Voz do Povo". Então vem um vendedor...

Retrato cínico de uma imprensa política sem consciência, o jornal provincial "Vedetta Repubblicana" é um pequeno jornal político cuja equipe editorial está na mesma casa que seu diretor Leopoldo Paroni. As horas antes de sair das bancas são frenéticas: os editores trazem informações animadas sobre uma batalha de rua entre partidários de partidos políticos opostos.

Entre as outras novidades, chega à equipe editorial quem relata que o amigo comum, Lulù Pulino, gravemente doente, tirou a própria vida se enforcando. O diretor comenta cinicamente sobre o incidente:

“PARONI: Ele teve que fazer melhor! Nós estávamos dizendo isso um para o outro. Já que ele teve que se matar para fazer o bem a si mesmo, ele poderia fazer o bem aos outros primeiro, ao seu país, indo matar o inimigo de todos, Guido Mazzarini, em Roma! Não lhe custaria nada, nem mesmo a jornada; eu teria pago a ele, palavra de honra! Então ele morreu como um tolo!"

Suas obras mais famosas são:
      ·  Seis personagens à procura de um autor;
      ·  Assim é, se lhe parece;
      ·  Cada um a seu modo, e mais...
Romances:
      ·  O falecido Matias Pascal;
      ·  Um, Nenhum e Cem Mil;
      ·  Esta Noite Improvisa-se, etc.
Sua primeira peça de teatro foi:
      ·   O Torniquete, escrita entre 1899 e 1900 e encenada pela primeira vez em 1910.

Roberto Costa Ferreira, 27 de Abril de 209,
em noite de Teatro  – Teatro Leopoldo Fróes, Santo Amaro/SP.



Roberto Costa Ferreira, na oportunidade, ladeado por Geraldo Ferreira e Josué Torres,
que interpretou Lucca Fazio, um médico moribundo. Brilhantes atores! 

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