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sábado, 28 de dezembro de 2019

LEMBRANÇAS...

 Ricardo Paschoal com seu tio Roberto Costa Ferreira


Num Natal de 2016... Tempos voam. Mas, carregamos as asas!

Já não gosto destes tempos e modos natalinos de comemoração... Também sinto saudades dos tempos de reflexão. A mão que me sustentava era outra, hoje, o pão que sustenta é d’outro... Tudo é muito estranho!

Lá em Romanos XII:II, li que:
“... Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

Então, ando de alma em alma errando, errando,
Como de santuário em santuário.
Sou como o secreto e místico templário
Cujas almas, em silencio, contemplando.

Não sei que som de harpas em mim vibrando,
Que sons de um estradivário peregrino,
Me lembra, reverencias de sacrário
E de vozes celestes murmurando.

Mas sei que de alma em alma ando perdido,
Atrás de um belo mundo indefinido
De Silencio, de Amor, de Maravilha.
Eis a razão de saudades tantas, por tal,
Um tempo novo, um Ano Novo!

Roberto Costa Ferreira, 25Dez2019.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

INTERLOCUÇÃO...




Cida Campos,

Àquela conversa trocada entre duas ou mais pessoas, o necessário diálogo que, juridicamente, se ajusta a um “despacho interlocutório”, o interlúdio, o entreato, a intermediação, a moderação, condições sinonímicas que pressupõem a existência de “sujeitos que se comunicam a partir de situações da realidade social concreta em que se encontram”.

Saiba que originalmente significa 'diálogo', mas o significado foi estendido a toda forma de interação e comunicação entre os sujeitos. O processo de construção desse diálogo do saber ocorre em determinadas situações, a dita “interlocução”, com diferentes pares situados no mesmo espaço geográfico ou não, e exige relativa dedicação, experiência, consideração para com o próximo, um dedicado olhar para a situação e a causa, ou seja, muito amor ao ato, a dedicada linguagem do amor!

E tal uso dessa linguagem é a capacidade que os seres humanos têm para produzir, e a poucos é dado tal exercício de desenvolver e compreender a língua e outras manifestações da comunicação — como pintura, música e dança. E a essas manifestações, cujo conjunto organizado de elementos (sons e gestos) que possibilitam a comunicação assertiva, adequada, do “olho no olho”, diz respeito à linguagens básicas pelas quais o amor é expressado e compreendido. E  cada indivíduo nasce com uma maneira específica de identificar, receber e dar amor, a chamada de 'linguagem', e as várias maneiras de expressá-la que são chamadas de “dialetos”, "papos retos", "um chega mais"!

A tentativa de “demonstrar o amor por meio de determinada linguagem para alguém” que também carrega uma linguagem particular requer um dedicado esforço e atento olhar... Muita paciência e dedicação! Difícil!!!

Assim, o primeiro passo para expressar seu amor por outra pessoa é saber identificar sua linguagem do amor e também a linguagem que a pessoa amada utiliza para isso. Deve-se considerar que todo ser humano é único. O que muitas vezes deixamos passar e acabamos não dando importância é justamente para as particularidades de cada um, colocando a nossa forma de enxergar o mundo ao nosso redor como prioridade sobre as outras pessoas.

Sendo assim, é fundamental estar sempre atento à energia que propagamos ao nosso redor por meio das palavras, pois elas podem prejudicar não só as pessoas que nos rodeiam, mas também a nos mesmos. O ideal é que estejamos atentos, e, sempre que possível, ofereçamos o apoio, por meio de palavras de afirmação a quem estiver precisando de algo neste sentido. É uma das linguagens mais essenciais na atualidade. Acontece que, com a correria e a quantidade de demandas que necessitam da nossa atenção diariamente, acabamos deixando de passar um tempo ou de encontrar pessoas que são importantes para a nossa existência em si.

Com isso, vamos perdendo o contato, e, conforme a vida se desenrolando, 'mesmo a condição de aposentadoria e outros que tais', podemos até não encontrar mais maneiras de retomar a convivência com estas pessoas. Assim, é fundamental que encontremos um tempo, que dediquemos um período para nos aproximarmos, mais do que presentes. O que essas pessoas de fato querem e merecem é que estejamos com elas de corpo e alma, com ou sem preocupações aparentes, mas atentos à necessária 'condição de interlocutora'.

E esse mister é a característica nata em você, Cida Campos, querida amiga!

Parabéns para nós, por tal precioso tempo e à nossa particular e extensiva dedicação, o próximo!


Roberto Costa Ferreira, in “A Interlocução”, em 27 de Outubro de 2019.

https://www.facebook.com/roberto.ferreira2/videos/2527851830818213/?t=0

PROMESSA...



Gente, decorridos sete anos - 10 de Dezembro de 2012 - neste dia, compreendi significativamente das razões de minha existência, e da importância de nos somarmos ao próximo, até de se doar a alguém, pois que, o amor liberta o eu para qualquer disposição de ato: doar-se em amor é a vida que troca de centro! 

Trata-se do ato pelo qual me abro ao outro em vez de fechar-me. No plano da intersubjetividade compreende -se o sacrifício total. Mesmo quando alguém corre o risco de vida... Metaforicamente existe uma diferença entre "sacrificar sua vida em prol do próximo" e, "doar-se mediante troca, em promessa".
"Quem doa sua vida, dá tudo por algo a que atribui um valor superior!" 

Coloca sua vida à disposição, mesmo que em promessa, leva a disponibilidade até o limite; sacrifica-se a um ser amado, querido, pondo este ser acima de sua vida; faz isso só porque reside fé e esperança; pois que, "sem esperança não há sacrifício".

Eu prometi! Pois sei que a esperança sempre está ligada ao ser; o sacrifício, é a afirmação... Então afirmo que, se reside exuberância nesta vida plena, à fé que em mim habita, correspondeu às expectativas que se materializam.

Quanta beleza nesta minha neta Isabela, exuberante de vida!


Roberto Costa Ferreira, 19Dez3019, sete anos depois...