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sábado, 30 de maio de 2020

PROCURAR... DESCOBRIR... ACHAR e ESCONDER!


Diego,

O que te dizer, num momento que atinges o 38º degrau nos anos de sua existência? Tudo é elevação... Tudo é perfeição... Tudo é possível... Tudo se pode dizer..., mas, o adequado, o que está em perfeita conformidade com o apropriado ou conveniente, quando dizer? Do ponto de vista da Psicologia das habilidades sociais na Infância, SIM, SIM; NÃO, NÃO! Frequentemente as pessoas concordam, isto é, dizem SIM para os outros, mesmo quando estão com vontade de dizer NÃO. Também há ocasiões em que eu digo NÃO, quando na verdade deveria dizer SIM!

Do ponto de vista Teológico sistemático parece adequado dizer o SIM, quando é realizado da forma correta, com a certeza do dito, situação que, com certeza, também traz algum benefício espiritual. Assim, do livro de Raul Paiva – Cantar e Celebrar – e que também vem na música Gospel de cunho religioso da Ir. Míria Therezinha Kolling – também no Livro de Cantigas Marianas, vol. 1 – Um Canto Novo – me vem à lembrança da recomendação de que “... devemos festejar tempo de vida”. E hoje estou muito propenso a dizer-te um SIM, pois que estou festejando tal tempo!

Desse modo, tomo-te pelas mãos não como a um pai, mas, como a um amigo que precisa de alguém para conversar e passear... Trazê-lo para perto, próximo ao coração,  circunstanciado pelo meu tempo de vida nessa existência, e dizer-te que, nesta oportunidade destaquei do livro referido dois instantes preciosos dentre as resenhas nele expostas, as quais preciso te dizer:

“1. É bom estarmos juntos/à mesa do Senhor. / E unidos na alegria, / partir o Pão do Amor:

Na vida caminha/ quem come deste Pão. / Não anda sozinho / quem vive em comunhão.

2. Embora sendo muitos, / é um o nosso Deus. / Com Ele, vamos juntos / seguindo os passos seus.

3. Formamos a Igreja, / o Corpo do Senhor; / que em nós o mundo veja / a luz do seu amor.

4. Foi Deus quem deu outrora, / ao povo o pão do céu; / porém, nos dá agora / o próprio Filho seu.

5. Será bem mais profundo / o encontro, a comunhão, / se formos para o mundo / sinal de salvação.

6. A nossa Eucaristia / ajude a sustentar / quem quer no dia-a-dia / o amor testemunhar”.

Amparei-me também na Cecília Vaz Castilho, mestra em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pela Universidade do Rio de Janeiro – Ir. Cecília Vaz Castilho – que do mesmo livro do Raul nos traz a lição: “É PRECISO QUE O MUNDO ENVELHEÇA”:

“1. É preciso que o mundo envelheça / pra como criança a vida brotar. /É preciso mudar os caminhos, / pra que as coisas não voltem pro mesmo lugar.

“A esperança é o fermento do mundo, / que é pão e a todos deve alimentar! / Nós queremos que ele se torne, / o corpo de Deus num só altar!”

2. É preciso que a gente entenda: / o tempo é passagem, não volta jamais. / É preciso cortar as raízes / ir sabendo que nada é certo demais.

3. É preciso saber que a verdade / não anda tranquila, / não tem mais poder. / É preciso abrir bem os olhos / para vê-la sofrendo porque quer ver.

4. É preciso voltar ao princípio: / viver é tão simples, feliz é quem crê. / É preciso buscar a alegria nestas coisas pequenas / que o mundo não vê.

5. É preciso quebrar as barreiras, / que impedem a vida de desabrochar. / É preciso, com olhos humildes, / ver que tudo é areia, só Deus é o mar!”    

Ainda, não me desmentindo, pois que, falei em “dois instantes preciosos” e bem agora me ocorreu um derradeiro momento deste tempo, o terceiro, portanto, vindo destacar Drumond! O velho poeta que ele é e como se ele, nesse poema, estivesse organizando sua memória. Não para se lembrar nostalgicamente de nada, mas, para atualizar uma experiência que era o seu passado e continua no seu presente, podendo ser reflexo no nosso... Essa procura, é a procura de um menino que está na infância, época de grandes descobertas, grandes aventuras, o conhecimento do mundo   e que continua a ser a procura do velho que, como um lírico, procura o significado da palavra “procurar” ...

Como a um ato de buscar por alguma coisa, tentar encontrar, embora não tenha tanta certeza do que busca, não sendo isto, nem aquilo e, portanto, não pode responder porque não sabe o que procura e por tal é chamado de bobo, vivendo olhando nos espaços vazios, afirmando não se dar bem com o que o mundo lhe oferece. Reúne em si uma única certeza: “... que um dia irá descobrir”! E nessa oportunidade, não poderá rir de ninguém nem mostrar seu achado, a coisa que busca, haverá de ser invisível para todos, menos para consigo mesmo. E isso lhe satisfaz!

Então é assim: “Procurar o que?

 “O que a gente procura muito e sempre não é isto nem aquilo.

É outra coisa.

Se me perguntam que coisa é essa, não respondo,

Porque não é da conta de ninguém o que estou procurando.

Mesmo que quisesse responder, eu não podia. Não sei o que procuro.

Deve ser por isso mesmo que procuro.

Me chamam de bobo porque vivo olhando aqui e ali, nos ninhos, nos caramujos, nas panelas, nas folhas de bananeira, nas gretas do muro, nos espaços vazios.

Até agora não encontrei nada. Ou, encontrei coisas que não eram a coisa procurada sem saber, e desejada.

Meu irmão diz que não tenho mesmo jeito, porque não sinto o prazer dos outros na água do açude, na comida, na manja, e procuro inventar um prazer que ninguém sentiu ainda. 

Ele tem experiência de mato e de cidade, sabe explorar os mundos, as horas. Eu tropeço no possível, e não desisto de fazer a descoberta do que tem dentro da casca do impossível.

Um dia descubro. Vai ser fácil, existente, de pegar na mão e sentir. Não sei o que é. Não imagino forma, cor, tamanho. Nesse dia vou rir de todos. 

Ou não. A coisa que me espera, não poderei mostrar a ninguém. Há de ser invisível para todo mundo, menos para mim, que de tanto procurar fiquei com merecimento de achar e direito de esconder”.

                                                      Carlos Drummond de Andrade 

Diego, que significativa oportunidade me deste para tal necessária conversa... E isto me bastou! Tenho claro que, no momento que desapertamos as mãos, encontro as solidas razões para a minha existência, “com merecimento de achar e direito de esconder”. Só que não... Vou gritar o quanto puder acerca deste meu achado: você! Afinal, não é a qualquer momento que tenho tanto privilégio!

Saudações e parabéns, inclusive nesta data tão lembrada e querida.

Roberto Costa Ferreira, 29 de Maio de 2020.




domingo, 17 de maio de 2020

BISA... Compondo o Quinteto num tempo!



Da esquerda para direita: Isabela, Andressa (Drê), Christian, Vó Geralda e Lucas

Gente...

Esta foto foi a “mais procurada e curtida naquele ano de 2014” na minha página do Facebook.

Nesta oportunidade a Vó Geralda, habitualmente, revelava o “seu sempre sorrir assim”... O Christian, então, rejuvenescido em 6 anos... Um garotão imberbe!

As suas crianças, que são nossas também e, certamente de tantos, queridas e de uma alegria espelhada nos sorrisos ímpares, vez que, magnéticos e encantadores, só provindos de quem cuida das “coisas do coração, da alma e da memória”, não põe em dúvida a herança genética de feliz constituição ao encanto do amor, sendo certo que aqueles que não sabem “sorrir à luz da alegria interior” não cabem na foto.... Ainda! Á tais restarão viver outros tempos, até que referida Luz lhes alcancem as faces...

Drê, então saiba que, face ao exposto, como é magnifico vê-la neste ato, igualmente sorrindo, e sempre assim, disponível e sempre disposta para as experiências da vida, fato que me consagra e me alegra, pois ratifica o meu pensar e certeza maior das razões lógicas, superiormente belas e divinais de nossa existência. Por tal, tais e tantos, inesquecíveis!

Roberto Costa Ferreira, 16Mai2020.

O Quarteto... De pessoas n'outro tempo!



segunda-feira, 11 de maio de 2020

MÃE - MINHA HOMENAGEM À MÃE E À MATERNIDADE!


E foi assim... Mais reconhecida como idealizadora do Dia das Mães, na sua forma atual, é a metodista Anna Jarvis, filha de Ann Maria Reeves Jarvis, que em 12 de Maio de 1907, dois anos após a morte de sua mãe, criou um memorial à esta e iniciou uma campanha para que o "Dia das Mães" fosse um feriado reconhecido.

Ela obteve sucesso ao torná-lo reconhecido nos Estados Unidos em 8 de Maio de 1914 quando a resolução Joint Resolution Designating the Second Sunday in May as Mother's Day foi aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos instalando o segundo domingo do mês de maio como "Dia das Mães".

Na Europa, particularmente em Portugal, o Dia da Mãe é celebrado no primeiro domingo de Maio, embora durante muitos anos tivesse sido comemorado no dia 8 de Dezembro, dia da Nossa Senhora da Conceição.

No Brasil, em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.

Tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos o Dia das Mães é a segunda melhor data do comércio, depois do Natal. A National Retail Federation (Federação Nacional de Varejo norte-americana) estimou na ocasião, para 2012, que os gastos para o Dia das Mães deveriam ultrapassar $18.6 bilhões ( à razão de $152 por pessoa) nos Estados Unidos. Surpreendente!

Com a crescente difusão e comercialização do Dia das Mães Anna Jarvis afastou-se do movimento, lamentou a criação e lutou para a abolição do feriado motivada primordialmente pelo desvirtuamento ocorrido.


Assim, no dia 10/05/2020 – Dia das Mães no Brasil – repeti tal texto neste blog – acrescentando o texto adiante descrito, contendo a foto florida de minha mãe!

Olga Costa Ferreira, resume-se no meu melhor livro por mim lido!

Mãe!
Não me esgotarei no dizer, pois que,
Minha voz se faz  plena e  presente,
Mesmo para um dito anteriormente.

O que agora  repito, sua voz, recomendações,
Sempre prudente, otimista e  incansavelmente,
Dizente: "Meu filho, não importa circunstâncias,
Sempre se faça por ser feliz, sorridente e presente!

Ainda jovem - Olga - minha mãe!
  

Roberto Costa Ferreira, 20Maio2020.

domingo, 3 de maio de 2020

PADARIA SÃO DOMINGOS e Adoniran, o João Rubinato de Valinhos/SP


PADARIA SÃO DOMINGOS e Adoniran, o João Rubinato de Valinhos/SP
O Adilson Correa trouxe esta foto das lembranças no espaço do Viva São Paulo Antiga.


Gente, que fantástico! Feliz lembrança, pois que, morei, ainda na juventude, por volta dos 18/20 anos, ao lado desta padaria lá pelos idos de 1970... E ela, por vezes ainda frequento, mesmo que decorridos 50 anos. Residia eu na esquina da Rua São Domingos, fazendo esquina com a Rua Humaitá - Bela Vista, e de lá só sai para subir ao altar da Igreja da Consolação, casando-me então e estando ainda presente com Isabel Conceição Costa Ferreira!

Quanto ao personagem, qualquer hora te conto de quantas ouvi, vi e vivi... Um personagem que, a par de sua bronquite, não hesitava em baforar seu habitual cigarro. Fui privilegiado pela vida, nas lembranças, na consagração do amor, nas experiências vividas e, deste personagem - Adoniran, o João Rubinato de Valinhos/SP - que representava no rádio das antigas e para o samba, ao longo dos tempos, o Adoniran Barbosa.

Confundindo-se com seu próprio personagem, ainda outro vivido, o “Charutinho”, que através do rádio, contava e vivia as peripécias inclusive das “habitações coletivas”, as malocas situadas nos casarões da Bela Vista e suas andanças. O jornalista Oswaldo Moles, sucessor de Antonio de Alcântara Machado na literatura paulista e tido como o “pai” de Adoniran Barbosa, por volta de 1956, estando na Rádio Record, conheceu e escreveu para o rádio de então o Programa História das Malocas, momento que Adoniran, contracenando com a comediante Mariamélia, vivendo esta o papel de Pafunça, além de Terezeca, tudo sob inspiração do samba Saudosa Maloca que na gravação original não teve tanta repercussão, só posteriormente nas vozes e com os Demônios da Garoa.

Do “Pai do Samba paulistano”, guardo lembranças de sua voz rouca e das diversas interpretações, eu ainda quando criança e assíduo ouvinte do rádio, momento que o programa vinha ao ar às sextas-feiras, sempre às 9 horas da noite e retratava o cenário que muito imaginava do Morro do Piolho e, cujo personagem, de uma malandragem que sempre o levava a sair-se mal, não gostando de trabalhar.  Nos raros encontros que tivemos tempos adiante, tantas risadas e tiradas que fazíamos do cotidiano duro, e duro na acepção da palavra... Pairava muita dureza no bolso, no ar!

Ao seu lado, que naquele tempo no rádio já vivia o humor executado por apenas um comediante e que se apresentava geralmente em pé, sem acessórios, cenários, recurso teatral da quarta parede, diferenciando o stand-up de um monólogo, portanto, nenhuma novidade o modismo atual, onde fabrica-se risadas por meio  de stand-up, “fazendo-se cócegas nos espectadores”,  outros expoentes do samba viviam e muitos vivos, tive oportunidade de conhecer alguns, tal como Geraldo Filme – o “Seu Geraldo”, também “Tio Gê” e que, segundo ouvia contar, na infância de “Negrinho das Marmitas” - o sambista da Barra Funda, Germano Mathias, aquele da “caixa de fósforos” e também da “lata de graxa” herança dos engraxates da Praça da Sé, embora nascido no bairro paulistano do Pari, Aldo Bueno, que chegou a ser puxador da Escola de Samba Vai-Vai, Osvaldinho da Cuíca, o “homem da frigideira”, o “Preto no Branco” e que como passista, e muito nele me espelhei, é o autêntico representante de uma arte popular que transita entre a tradição e a contemporaneidade, além de Thobias da Vai-Vai, o seu Edimar, três anos mais velho que eu e que chegou a ser presidente da escola d’onde fui passista.

Filme, também "o Corvão", igualmente era frequentador das “rodas de Tiririca”, no Largo da Banana, no embrião das escolas de samba em São Paulo na Barra Funda, local hoje substituído por um viaduto que liga dois trechos da Avenida Pacaembu, onde os negros, no início do século 20, se reuniam aguardando a chegada do trem que trazia mercadorias do interior para a capital paulista, então em tempos de espetáculos como “Balbina de Iansã” e “Pagodeiros da Pauliceia”, onde, verdadeiramente, se sambava e pagodeava ao som da “caixa de engraxate”, do “latão de lixo”, da “palma de mão” e “tampa de graxa”. Sambava-se mesmo, algo parecido com capoeira e “fazendo visagem” e, não “só no sapatinho” ... No básico “quadradinho” e sim como se fazia na “Cidade da Folia” onde, tomando-se o bonde desembarcava-se ali perto do Parque Antártica, mesmo depois, tudo com parceria de Plínio Marcos:

Um povo que não ama e não preserva suas formas de expressão mais autênticas jamais será um povo livre”.

Plinio, muito depois, incomodou a ditadura, sendo autor de Barrela e Navalha na Carne, com texto duro e com a característica de apresentar ao público histórias e músicas de compositores desconhecidos, anônimos, gênios de pouca popularidade oriundos das Escolas de Samba da capital paulista e que “não podia ser calada” e, donde, “dessa gente que só berra da geral sem nunca influir no resultado”!

Neste local, o Largo da Banana, Dionísio Barbosa, negro da primeira geração de escravos livres, nascido em 1891 em Itirapina (anteriormente comarca de Rio Claro) um dos precursores do legítimo samba paulista, próximo do pátio de manobras dos trens e ponto de reunião e encontro de sambeiros, fundou o primeiro cordão carnavalesco paulista, do Grupo Carnavalesco da Barra FundaCordão Barra Funda/Camisa Verde, primeiro movimento cultural organizado dos negros e primeiro cordão da cidade de São Paulo, no seu início só com 12 personagens.

Quantas vivi... Aquilo sim... Que tempos!

Roberto Costa Ferreira, 03 de Maio, 2020.



sábado, 2 de maio de 2020

Patricia, uma fala apropriada ... Aniversariante!


Paty, saudades tenho eu, de você...
Saudades tenho eu, todas minhas,
Sabes? Podes até nem se lembrar,
E perguntar, de quê?

Do que? Não importa, se são
saudades, só minhas...
Coisa que mexe entranhas, que escarafuncha estórias,
Que até constrói uma história, e creia, reveste-se de verdade.

Verdade ou mentira, quem lembrará de mim... E ainda de você!
Coisa estranha... Pois você estará presente, sempre, na minha mente.
Constantemente, muito mais que de repente, muito além de, inesperadamente...

Até mesmo que, subitamente!
Entende? São coisas assim 'que pintam' numa tela antecedente, incandescente,
muito mais que um simples adiante,
Mas, apropriadamente possível,
E pretendido abraçar sempre!

Parabéns pra você! Quem sabe, concebivel, para tal viva eternamente!

Roberto Costa Ferreira, 02 de Maio, 2020!