Grau°

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

CARNAVAL - UMA INTELIGENTE FANTASIA




O carnaval é uma festividade popular coletiva, cíclica e agrícola. Seus verdadeiros iniciadores foram os povos que habitavam as margens do rio Nilo, no ano 4000 a.C.. Há uma segunda origem nas festas pagãs greco-romanas que celebravam as colheitas, entre os séculos VII a.C. e VI d.C. A gravura abaixo, de Jean-Baptiste Debret - Aquarela “Dia de Entrudo”, de 1823, já retratava o carnaval no Rio de Janeiro no início do século XIX.

O nome Entrudo também significava “entrada para a Quaresma”. Como o entrudo se tornava, por vezes, violento, ele foi proibido em 28 de fevereiro de 1851, “substituído por passeata carnavalesca, com carros alegóricos e máscaras a cavalo em carruagens" como até hoje se vê, principalmente no Rio de Janeiro.

Segundo Estevão Bittencourt, comumente os autores explicam o nome Carnaval a partir dos termos do latim tardio “carne vale”, isto é, “adeus carne” ou “despedida da carne” que indicaria que no Carnaval o consumo de carne era considerado lícito pela última vez antes dos dias de jejum quaresmal. Outros estudiosos recorrem à expressão “carnes levare”, suspender ou retirar a carne: o Papa São Gregório Magno teria dado ao último domingo antes da Quaresma, o título de “dominica ad carnes levandas”; a expressão haveria sido sucessivamente mudada para “carneval” ou “carnaval”.

Um terceiro grupo de etimologistas apela para as origens pagãs do Carnaval: entre os gregos e romanos costumava-se fazer um cortejo com carros alegóricos em forma de nave dedicada ao deus Dionísio ou Baco. A esses carros alegóricos se dava o nome, em latim, de “currus navalis”, donde a palavra “Carnavale”.

Como se vê, não é muito clara a procedência do nome. O carnaval não é uma invenção ou exclusividade brasileira. Mas aqui, como em talvez nenhum outro lugar do mundo, ele é comemorado de forma espetacular. E seria muito bom que ele continuasse a ser comemorado dentro do espírito de alegria, brincadeiras, galhofas e totalmente sem violência, drogas e excessos, pois nesses dias as pessoas procuram esquecer seus problemas e dificuldades e mesmo qualquer crise que possa afetar seu negócio ou País.


É também nesses dias de Carnaval que as pessoas colocam para fora, de forma brincalhona, mas muito verdadeira, suas críticas e opiniões sobre governos, políticos e até mesmo qualquer forma opressora que percebam no seu dia a dia. Rindo, o povo castiga seus opressores de forma simbólica e muito relevante e inteligente. Assim, o Carnaval é, na verdade, um misto de fantasia e verdade; de brincadeira e seriedade pois podemos dizer muitas verdades de forma inteligentemente cômica e sem violência. Pense nisso. Sucesso!

As representações das festividades nas obras debretianas, em especial na cena de Dia d’entrudo e Queima de Judas, são de extrema importância para a compreensão da nossa história. Por meio destas aquarelas podemos ter a dimensão de como eram as festividades carnavalescas no Rio de Janeiro no século XIX, as brincadeiras comuns aos chamados “três dias gordos” (deste a elaboração dos limões de cheiro, incluindo o processo de venda e de utilização do produto), a execução da queima do Judas que antecedia a Páscoa, as indumentárias utilizadas, entre outras tantas percepções.


Roberto Costa Ferreira, 09FevCarnaval2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A desinformação é o ato de silenciar ou manipular a verdade, habitualmente nos meios de comunicação de massa. O meu dever de publicar o que penso e escrevo e incontornável, absolutamente imprescindível!

Então, você pode, durante tomar um café, aprofundar-se numa agradável e suficiente leitura e até, ao mesmo tempo, ouvir uma boa música. Encontrar tudo isso através deste meu blog - #GRAUᴼ - é algo muito suficiente... E necessário!

As relações entre Educação, cultura e conhecimento são sempre polissêmicas e provocativas. Neste acesso, trago para sua leitura diversas experiências, perspectivas, reflexões... Encontros que se fazem em diferentes ãmbitos: literatura, música, dança, teatro, artes visuais, educação física, mídia, etc.

E considere: é entre a manifestação da literatura, as artes visuais, a música, a dança e o teatro que a educação e o conhecimento acontecem fora do curricular, do convencional!