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quinta-feira, 16 de junho de 2016

DESABAFO! JÁ ESCONDI UM AMOR COM MEDO DE PERDÊ-LO...





Duas produções!
A primeira, realizada em vídeo por mim partindo de colaborações distintas contidas nele, a quem muito agradeço pela oportunidade e cuja destinação presta-se à utilização e no tempo, do expressar-se mediante utilização da segunda produção – um texto – que adiante segue e discorro.

A segunda produção, um poema "via net"  de AUTOR DESCONHECIDO, com inserção de conteúdo de origem igualmente desconhecida, embora, tendo feito algumas pesquisas para tentar perceber até que ponto estou certo, pois que compactuo da ideia de autoria desconhecida do mesmo. Assim encontrei neste recurso de pesquisa a afirmação de uma professora brasileira de português e literatura, Márcia Lígia Guidin, de que “Clarice nunca escreveu um poema”. 

Por oportuno, conheço um pouco da obra de Clarice Lispector, mas tanto quanto sei Clarice não escreveu poesia, mas sim prosa, no entanto aparece sempre referenciada também como autora de poesia.

O forte de Clarice Lispector NUNCA fora poesia, o que há de "poesia" "via net" fora arranjado por um padre de nome Antonio Damázio, após a morte da referida autora (sem ao menos seu consentimento); a única poesia que tenho conhecimento que seja de Lispector é: "SOU UMA PERGUNTA" contida no livro Aprendendo a Viver. 

Clarice Lispector, registrada originalmente como Chaya Pinkhasovna Lispector, nasceu em uma família judaica da Rússia, naturalizada brasileira e, declarava-se, quanto à sua brasilidade ser pernambucana, em 10 de Dezembro de 1920, na  cidade de Chechelnyk - República Popular da Ucrânia - vindo a falecer aos 56 anos de idade no Rio de Janeiro em 09 de Dezembro de 1977, família esta que perdeu suas rendas com a Guerra Civil Russa e se viu obrigada a emigrar em decorrência da perseguição a judeus que estava sendo pregada então, resultando em diversos extermínios em massa. Clarice chegou ao Brasil, ainda pequena, em 1922, com seus pais e duas irmãs.

Quando voltou definitivamente para o Brasil, Clarice Lispector não teve dúvidas e escolheu o Rio de Janeiro para fixar residência e criar seus filhos. Fez-se uma premiada escritora e jornalista, tida como romancista, contista, colunista, cronista, jornalista e tradutora, autora ainda de romances, ensaios e contos e como cronista, sempre procurou seus temas nas ruas da cidade ou em conversas com seus mais bem informados habitantes, sendo considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX e a maior escritora judia desde Franz Kafka.

Sua obra está repleta de cenas cotidianas simples e tramas psicológicas, sendo considerada uma de suas principais características a epifania de personagens comuns em momentos do cotidiano. Sabe-se que Clarice Lispector dominava pelo menos sete idiomas: português, inglês, francês e espanhol, fluentemente; hebraico e iídiche, com alguma fluência; e russo, com pouca fluência levada da infância. Como tradutora para o português, entretanto, utilizou somente o inglês, o francês e o espanhol.

Portanto, segue-se o texto objeto de tal curiosidade e resultante de belezas contidas, como a um DESABAFO! - JÁ ESCONDI UM AMOR COM MEDO DE PERDÊ-LO.

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram...  Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!

Roberto Costa Ferreira, 14 de Junho de 2016.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

A CRIANCICE e o trato psicológico!





Certas crianças, se juntas dançam, cantam e se encantam...
... Elas todas, belas, se interessam por ares, olores e cores,
Descrição, através da fala algumas matraqueiam, já outras,
Dadas de pueril discrição dirão, em profusão de informação.
Curiosas, inquietas, palpitam ânsias do acelerado coração.

E para o que deve ser-lhes dito... Aos “por quês?” e “cadês?”
É oportuno, para muitas e  infindas curiosidades atender,
Estar presente em  seu campo de visão, quanta emoção!
Ter seu olhar, a cabecinha amparar e dizer “o que fazer”.

Nesse tempo indo ao longe, surge a inútil noção do tempo.
Limitar ação, segurar a emoção, imprópria recomendação,
Não se tem sua compreensão, nem por vezes sua atenção.
Palpitações, batidas puladas, coceira na mão... Não amor,
Amor, não! Só quero estar p’ra dançar, talvez uma canção.

Roberto Costa Ferreira, Jun16.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

O QUERER! O meu querer...

Nesta imagem Silvia Helena diz: "Mar: Espelho do Céu"
envolvendo o soneto final do poema  "Mar Português",  de
Fernando Pessoa, discorrendo no texto de sua autoria, logo
destacado, comentando as referências do poeta.


Quando da abordagem neste conjunto de texto e imagem em cuja edição a Dra. Silvia Helena nos trouxe de maneira esplêndida o tema “Mar: Espelho do Céu” invocando o mar, o céu, a alma humana e conquistas, referindo-se a Fernando Pessoa dos mares de Portugal, destacado adiante, tal combinação de elementos individualizados e diferentes, porém, ligados por uma relação de pertinência que produz uma sensação agradável e de prazer, assume proporções de cores e formas proporcionando um todo, remontando a ideia de um universo previamente organizado.

Objetivando a aquisição de um estado de equilíbrio, para atingir a harmonia, cuja necessidade de conhecimento da natureza, das leis do universo se apresentam, passou a buscar neste cenário de conhecimento ( da natureza), entrelaçados por uma linha conferindo um caráter de observação da mesma, da realidade em foco e do ver do observador.

Sob esta ótica, compreendendo o conjunto e a conexão necessária entre as partes: corpo, mente, natureza em harmonia é que me atrevi a manifestar meu pensar conforme se segue...   

... Poetisa, mestra e doutora Silvia Helena, neste retrato onde “Mar: Espelho do Céu” trás em um trecho no destaque:

Sem a força específica necessária de cada componente do ser, a física e a mental, não há desejo, não há ação, não há vontade nem coragem. Grandes conquistas não são feitas em "mares plácidos" e nem com "almas celestiais frágeis e medrosas".
Ainda,
Sonhos grandiosos devem passar além de caminhos tortuosos. E só então poderão desfrutar de águas tranquilas, refletidas pela leveza, beleza e profundidade do céu.
Diante de tal desafio, venho falar do meu querer... O querer! ... E não me deixes ir, posso nunca mais voltar! Como bem disse Clarice Lispector.

Pois que, “todo o querer”, e diz Arthur Schopenhauer:

“A base de todo o querer é necessidade, carência, logo, sofrimento, ao qual o homem está destinado originariamente pelo seu ser. Quando lhe falta o objeto do querer, retirado pela rápida e fácil satisfação, assaltam lhe vazio e tédio aterradores”.
Todo o querer, diz-se, é uma admirável expressão cognitiva humana que demonstra um intenso desejo de obter um esperado resultado. O querer é a força motora que impulsiona as aspirações pessoais em direção ao sonhado destino.

Ademais, toda e qualquer intenção pessoal pode, de uma maneira concisa e prática, ser visualizada sob duas interessantes perspectivas, isto é, existem os desejos, ou querer, internos e os externos.

Os desejos internos são aqueles cuja dependência de outrem, ou outras coisas, para acontecerem são ínfimas, ou quase inexistentes, pois eles são pertinentes à pessoa com relação a ela mesma, ou seja, a maneira como a pessoa deseja comportar-se, os conhecimentos que ela deseja obter, as atitudes que ele anseia por manifestar, os sentimentos que ela almeja florescer em sua essência, os sonhos que ela deseja transformar em realidade, a maneira que ela ambiciona relacionar-se consigo mesma, com a sociedade e com a divindade, etc. Todos estão ao alcance do próprio indivíduo.

Por outro lado, os desejos externos são aqueles cujos resultados são subordinados à uma miríade de fatores que, mormente, são limitadamente acessíveis e, consequentemente, quase incontroláveis, ou seja, neste aspecto estão:
  •          as possibilidades e oportunidades sociais, intelectuais e espirituais que aparecem no horizonte das pessoas, assim como,
  •          os sistemas políticos, os planos econômicos, os princípios religiosos, os modelos ambientais, inter alia.
Assim sendo, no que tange aos desejos internos, querer significa:
  • ter a plena capacidade de conseguir,
enquanto que, nos desejos externos, querer significa:
  • que existe a possibilidade, ou não, de conseguir.
Então, consciente da realidade que impera sobre os desejosos presságios pessoais, qual a atitude que uma pessoa pode derivar de tais premissas?

Basicamente, no que tange aos desejos externos, pela sua inexorável característica interdependente e indominada, a pessoa pro ativamente deve sempre realizar todas as ações que estão ao seu alcance da maneira mais eficaz, construtiva e colaboradora possível, ciente de que realizou o melhor que podia para uma memorável constituição. Assim sendo, ela torna-se um admirável contribuinte do seu sistema, mesmo que, algumas vezes, o resultado seja distinto do esperado.

Por outro lado, os desejos internos, os quais possuem uma estrutura amplamente dependente da volição do sujeito são, em sua sublime arquitetura, uma senda livre, ilimitada e, principalmente, atingível.

Assim sendo, se a pessoa deseja tornar-me mais amorosa, mais sociável, menos medrosa, mais educada, menos rígida, mais disciplinada, menos julgadora, mais tolerante, menos triste, mais caritativa, menos rancorosa, mais alegre, mais curiosa, mais leve, menos sisuda, mais saudável, menos lamentosa, mais espiritualizada, mais criativa, mais estudiosa, mais aventureira, entre tantas outras adições e subtrações que uma pessoa, diariamente, imagina em seus pensamentos, ela, amplamente, detém o timão que conduz a nau de suas vontades em direção ao cobiçado destino mesmo sob tormentas!

Ademais, é importante mencionar que, em ambos os desejos, existe uma base comum que é:
·   a necessidade da existência de uma deliberada constância nos propósitos para os que desejos almejados tornem-se realidade,
·     pois é a contínua e consciente diligência que diferencia um ser humano comum de uma pessoa extraordinária.

Às conclusões, a pessoa que assimila tal realidade, deixa de ser um indivíduo passivo, ou moroso, cuja existência apenas é reconhecida pelos números nos registros nacionais, para tornar-se um soberano de sua própria existência, um arquiteto de sua manifestação, um sol de seu sistema e, provavelmente, um digno contribuinte para a sociedade que pertence, embelezadora das oportunidades que a vida e os momentos oportunizam, como os que ora aprecio longamente!

Roberto Costa Ferreira, 02Jun2016.