Quando da abordagem neste
conjunto de texto e imagem em cuja edição a Dra. Silvia Helena nos trouxe de
maneira esplêndida o tema “Mar: Espelho do Céu” invocando o mar, o céu, a alma
humana e conquistas, referindo-se a Fernando Pessoa dos mares de Portugal, destacado adiante, tal
combinação de elementos individualizados e diferentes, porém, ligados por uma
relação de pertinência que produz uma sensação agradável e de prazer, assume
proporções de cores e formas proporcionando um todo, remontando a ideia de um
universo previamente organizado.
Objetivando a aquisição de um
estado de equilíbrio, para atingir a harmonia, cuja necessidade de conhecimento
da natureza, das leis do universo se apresentam, passou a buscar neste cenário
de conhecimento ( da natureza), entrelaçados por uma linha conferindo um
caráter de observação da mesma, da realidade em foco e do ver do observador.
Sob esta ótica, compreendendo o conjunto
e a conexão necessária entre as partes: corpo, mente, natureza em harmonia é
que me atrevi a manifestar meu pensar conforme se segue...
... Poetisa, mestra e doutora Silvia Helena, neste retrato onde “Mar: Espelho do Céu” trás em um trecho no destaque:
Sem a força específica necessária de cada componente do ser, a física e a mental, não há desejo, não há ação, não há vontade nem coragem. Grandes conquistas não são feitas em "mares plácidos" e nem com "almas celestiais frágeis e medrosas".
Ainda,
Sonhos grandiosos devem passar além de caminhos tortuosos. E só então poderão desfrutar de águas tranquilas, refletidas pela leveza, beleza e profundidade do céu.Diante de tal desafio, venho falar do meu querer... O querer! ... E não me deixes ir, posso nunca mais voltar! Como bem disse Clarice Lispector.
Pois que, “todo o querer”, e diz
Arthur Schopenhauer:
“A base de todo o querer é necessidade, carência, logo, sofrimento, ao qual o homem está destinado originariamente pelo seu ser. Quando lhe falta o objeto do querer, retirado pela rápida e fácil satisfação, assaltam lhe vazio e tédio aterradores”.
Todo o querer, diz-se, é uma
admirável expressão cognitiva humana que demonstra um intenso desejo de obter
um esperado resultado. O querer é a força motora que impulsiona as aspirações
pessoais em direção ao sonhado destino.
Ademais, toda e qualquer intenção
pessoal pode, de uma maneira concisa e prática, ser visualizada sob duas
interessantes perspectivas, isto é, existem os desejos, ou querer, internos e os
externos.
Os desejos internos são
aqueles cuja dependência de outrem, ou outras coisas, para acontecerem são
ínfimas, ou quase inexistentes, pois eles são pertinentes à pessoa com
relação a ela mesma, ou seja, a maneira como a pessoa deseja comportar-se, os
conhecimentos que ela deseja obter, as atitudes que ele anseia por manifestar,
os sentimentos que ela almeja florescer em sua essência, os sonhos que ela
deseja transformar em realidade, a maneira que ela ambiciona relacionar-se
consigo mesma, com a sociedade e com a divindade, etc. Todos estão ao alcance
do próprio indivíduo.
Por outro lado, os
desejos externos são aqueles cujos resultados são subordinados à uma miríade de
fatores que, mormente, são limitadamente acessíveis e,
consequentemente, quase incontroláveis, ou seja, neste aspecto estão:
- as possibilidades e oportunidades sociais, intelectuais e espirituais que aparecem no horizonte das pessoas, assim como,
- os sistemas políticos, os planos econômicos, os princípios religiosos, os modelos ambientais, inter alia.
- ter a plena capacidade de conseguir,
enquanto que,
nos desejos externos, querer significa:
- que existe a possibilidade, ou não, de conseguir.
Basicamente, no que tange aos desejos externos, pela sua inexorável
característica interdependente e indominada, a pessoa pro ativamente deve
sempre realizar todas as ações que estão ao seu alcance da maneira mais eficaz,
construtiva e colaboradora possível, ciente de que realizou o melhor que podia
para uma memorável constituição. Assim sendo, ela torna-se um admirável
contribuinte do seu sistema, mesmo que, algumas vezes, o resultado seja
distinto do esperado.
Por outro lado, os desejos internos, os quais possuem
uma estrutura amplamente dependente da volição do sujeito são, em sua sublime
arquitetura, uma senda livre, ilimitada e, principalmente, atingível.
Assim sendo, se a pessoa deseja
tornar-me mais amorosa, mais sociável, menos medrosa, mais educada, menos
rígida, mais disciplinada, menos julgadora, mais tolerante, menos triste, mais
caritativa, menos rancorosa, mais alegre, mais curiosa, mais leve, menos
sisuda, mais saudável, menos lamentosa, mais espiritualizada, mais criativa,
mais estudiosa, mais aventureira, entre tantas outras adições e subtrações que
uma pessoa, diariamente, imagina em seus pensamentos, ela, amplamente, detém o
timão que conduz a nau de suas vontades em direção ao cobiçado destino mesmo
sob tormentas!
Ademais, é importante mencionar
que, em ambos os desejos, existe uma base comum que é:
· a necessidade da existência de uma deliberada
constância nos propósitos para os que desejos almejados tornem-se realidade,
· pois é a contínua e consciente diligência que
diferencia um ser humano comum de uma pessoa extraordinária.
Às conclusões, a pessoa que assimila tal
realidade, deixa de ser um indivíduo passivo, ou moroso, cuja existência apenas
é reconhecida pelos números nos registros nacionais, para tornar-se um soberano
de sua própria existência, um arquiteto de sua manifestação, um sol de seu
sistema e, provavelmente, um digno contribuinte para a sociedade que pertence,
embelezadora das oportunidades que a vida e os momentos oportunizam, como os
que ora aprecio longamente!
Roberto Costa Ferreira, 02Jun2016.
Mar: Espelho do Céu
O soneto final do poema 'Mar Português', de Fernando Pessoa, diz:
"Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu".
Mas nele é que espelhou o céu".
O poeta estava se referindo, por
um lado, aos perigos, riscos e ameaças do mar, e quantas perdas humanas, dor e
sofrimento o mar causou àqueles que tentaram atravessá-lo para explorar e
descobrir o mundo. Com grande coragem e bravura, os exploradores enfrentaram
tormentas terríveis, mas, após vencê-las, navegavam por águas plácidas que lhes
permitiam continuar e atingirem seus grandes objetivos.
Por outro lado, Fernando Pessoa
se referiu ao céu. No céu estão as forças que espelham o mar: grandeza, espaço
para travessia, abismos nebulosos, armadilhas. Mas, com grandes convicções e
desejo de alcançar metas, as pessoas conseguem ultrapassar a barreira das
provações e então se deparam com um céu esplendoroso e tranquilo.
O mar representa o desafio a ser
confrontado pela força motriz humana: as atitudes humanas, a força física, o
suor, o trabalho, o deslocamento rumo ao desconhecido. O céu representa a
inquietude da alma buscando objetivos grandiosos, mas se deparando com grandes
obstáculos, porém, confrontando esses obstáculos com coragem, determinação,
persistência, desejo, esperança.
O mar espelha o céu, assim como o
homem físico espelha sua alma. Sem a força específica necessária de cada
componente do ser, a física e a mental, não há desejo, não há ação, não há
vontade nem coragem. Grandes conquistas não são feitas em "mares
plácidos" e nem com "almas celestiais frágeis e medrosas".
Sonhos grandiosos devem passar
além de caminhos tortuosos. E só então poderão desfrutar de águas
tranquilas, refletidas pela leveza, beleza e profundidade do céu.
Silvia Helena Cardoso, Jun2016
Roberto Costa Ferreira Poetisa, mestra e doutora Silvia Helena, neste retrato onde “Mar: Espelho do Céu” trás em um trecho no destaque:
"Sem a força específica necessária de cada componente do ser, a física e a mental, não há desejo, não há ação, não há vontade nem coragem....Ver mais
"Sem a força específica necessária de cada componente do ser, a física e a mental, não há desejo, não há ação, não há vontade nem coragem....Ver mais
Silvia Helena Cardoso Que texto marcante! Uma das passagens que mais me marcou foi que os objetos da realização de nossos desejos estão dispersos na sociedade. São as instituições comerciais, jurídicas, de saúde, de ajuda ao próximo, etc. Estas estão à espera de nossos desejos, do querer e do agir nelas! Muito consciencioso isso. Muito obrigada por partilhar esse texto, meu caro e sábio amigoRoberto Costa Ferreira
Silvia Helena Cardoso Roberto Costa Ferreira, uma complexidade ainda maior no fenômeno do querer, devido às novas descobertas científicas. Tendemos a pensar que queremos fazer coisas porque gostamos daquilo. Mas não é sempre assim. Por ex., eu quero tomar o remédio amargo, mas eu não gosto, eu quero ir para o trabalho, mas não gosto do que faço. O querer sem gostar afeta a motivação. Sem motivação, desanimamos de fazer coisas e por isso desistimos. A motivação é tão poderosa porque ela prevê o prazer: "vou fazer isso porque vai me trazer satisfação, realização, experiência) Quando sentimos prazer, o cérebro emite um jorro de substâncias que causam prazer, como as endorfinas ("morfinas" endógenas), e é exatamente a busca dessa sensação que impulsiona o ser humano a fazer tudo na vida. Então, a motivação antecipa o prazer. Por isso é tão importante "Fazer o que gostamos". Mas creio que podemos também "Gostar do que Fazemos", por ex., apesar de eu não gostar muito do meu trabalho, eu darei o melhor de mim e isso me dará a recompensa de ver algo concretizado, de receber o elogio de meu superior, de me aprimorar como profissional ou mesmo me preparar para um trabalho que ainda irei fazer(fazendo assim, estamos antecipando o prazer e isso ajuda o querer). Essa nova visão faz a motivação, que é regida pelo querer por estar sob o comando da dopamina, ative o prazer, que é regido pelas endorfinas. É como se a dopamina dissesse: endorfinas, fiquem atentas aí que daqui a pouco vamos apertar a campanhia da porta de sua casa. rs
Roberto Costa Ferreira Perfeito! Que magnífica complementação... É muito certo que me debruçarei acerca destas relevantes considerações. Muito agradeço pelo privilégio do olhar!
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