A cidade de São Paulo é uma
metrópole de quase 12 milhões de habitantes, além de cerca de 800 mil pessoas
que diariamente circulam na capital, em função de suas características:
· econômicas, culturais e políticas.
Esta população é considerada integralmente
SUS dependente no que diz
respeito à Vigilância em Saúde. Nas últimas três décadas o município tem
atravessado uma clara mudança em seu perfil econômico: de cidade com forte
caráter industrial, tem cada vez mais assumido um papel de cidade terciária, polo
de serviços e negócios para o pais. Preponderam os setores econômicos de
Serviços e do Comércio:
· em número de estabelecimentos (50,6%, 38,5%) e de,
· trabalhadores (56,8%, 24,1%), respectivamente.
São Paulo apresenta, em razão de
saúde, um perfil epidemiológico típico de metrópoles de países em
desenvolvimento, decorrente da forma como se urbanizou. Ainda ocorrem:
· as doenças infecciosas,
· ao lado da violência, em especial homicídios e,
· acidentes de trânsito,
· doenças relacionadas ao consumo de drogas lícitas e ilícitas e,
· doenças crônicas não transmissíveis (cardiovasculares, neoplasias, diabetes, entre outras),
· além das decorrentes de exposição aos riscos ambientais, incluídos neste o do trabalho.
São exemplos destas últimas –
trabalho – as Lesões por Esforços Repetitivos/ Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho – LER/DORT e os Transtornos mentais.
Assim, a Vigilância em Saúde tem como
missão a proteção e a promoção da saúde da população. Essa área de
atuação compreende um conjunto de ações e serviços que visam prevenir e
controlar doenças e agravos e identificar, prevenir, eliminar, controlar ou minimizar riscos à saúde,
primordialmente. Fundada no conhecimento interdisciplinar e na ação
intersetorial, deve incidir sobre diversos planos:
1. Nas politicas e mecanismos
regulatórios de todos os setores econômicos, sociais e ambientais;
2. Na rede de atenção à saúde; 3. Junto à sociedade, integrada aos
territórios.
De tal modo, a dita Vigilância em
Saúde depende de articulação com os diversos órgãos que atuam ou se relacionam
com a saúde, visto que muitos dos fatores determinantes e condicionantes desta
estão relacionados à qualidade de vida
das pessoas e são influenciados por
aspectos sociais, econômicos, culturais, ambientais, dentre outros.
Tal complexidade da nossa realidade impõe que a Vigilância em Saúde se oriente de forma universal, integrada, participativa e territorial,
tendo como protagonistas a sociedade e os trabalhadores da vigilância, necessitando
ainda, conceber um sistema de informação estruturado partindo das dinâmicas
de produção, consumo e formas de viver das comunidades nos territórios.
Territórios estes não fixos, que
possibilitem o exame da saúde para além da lógica dos pontos de atenção da
rede de saúde e que, portanto, se integre aos valores e percepções
materiais e imateriais das comunidades referidas. Portanto, a 1ª. Pré Conferência de Vigilância em Saúde
da Cidade de São Paulo – Julho de 2017 - materializou-se promissora, estando inspirada nos valores de democracia, justiça e solidariedade, reafirmando o compromisso com a efetiva
garantia do direito à saúde e com o desafio da construção de um Sistema Único de Saúde – SUS, universal, público e de qualidade.
Que seus Delegados, personalidades eleitas na oportunidade, se mantenham com
o firme propósito e atentos à honorífica missão que lhes é atribuída,
requerendo repensar o modelo de atenção à saúde, imbuída de novos sentidos e
significados à cidadania e à democracia brasileira, cabendo-lhes, nas devidas oportunidades,
a tarefa de propor um conjunto
articulado de intervenções:
· Quer
sociais, econômicas e ambientais, objetivando
a redução de riscos e agravos em saúde, e tal condição requer um
trato, uma atenção e desenvolvimentos técnicos e científicos, em face da
necessária e premente “administração do
risco, objetivo comum às áreas de vigilância em saúde, pressupondo o
conhecimento de como o risco está distribuído e seus fatores determinantes para
que seja possível estabelecer a estratégia metodológica de controle mais
efetiva e mitigada”, como que:
“assegurando a criação, manutenção, promoção dos serviços de informação e integração desses mesmos serviços de informação, prevenção, assistência e ampliação de acordo com as demandas territoriais, proporcionando conhecimento e formação técnico/científica com vistas à política nacional de vigilância em saúde”.
Desse modo, contribuindo para
que se repense o modelo de desenvolvimento social e econômico, bem como o
modelo de atenção à saúde, ainda hegemônicos no país.
Por: Roberto Costa Ferreira, 29JUL17.
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