Por ocasião do aniversário de
minha neta Maya, residindo em Vila Velha – Cobilãndia/ES - Setembro de 2015,
oportunidade que lá estive, fui privilegiado com o momento de falar aos
presentes sobre a importância daquela ocasião e sua significação - seu aniversário - e a nossa
responsabilidade face à construção de felicidades!
Momento oportuno de vivência
plena e repleta de felicidades constantes que, devemos vivê-la sempre, e constantemente,
nas diversas ocasiões construídas de nossa existência, promovendo o significado
maior de nossa vida neste plano, qual seja, “ser feliz plena e constantemente, sempre”!
Pois que, toda ação humana é
realizada em vista de um fim. Se, pois, as ações tendem a um fim e este, por
sua vez, deve ser um bem soberano, então, o fim último das ações é o bem. Para
Aristóteles, o bem soberano é a felicidade, para onde todas as coisas tendem.
Ela é caracterizada como um bem supremo por ser um bem em si. Portanto, é em
busca da felicidade que se justifica a boa ação humana. Todos os outros bens
são meios para atingir o bem maior que é a felicidade. Aristóteles também
refere que:
“Toda arte e toda indagação, assim como toda
ação e todo propósito, visam a algum bem; por isso foi dito acertadamente que o
bem é aquilo a que todas as coisas visam”.
(Aristóteles, 1992, 1094 a, p.)
Dotado de razão, o homem carrega
consigo toda a potencialidade de ser um homem virtuoso. Ainda, para
Aristóteles,”a virtude é a uma atividade
da alma responsável pelo agir do homem e é adquirida pelo hábito”. Dessa
maneira, é agindo virtuosamente que o homem se torna virtuoso. É escrevendo
constantemente que se torna um bom escritor. Portanto, a virtude adquirida pelo
hábito e aperfeiçoada pela razão é a excelência moral do homem e por ela se
alcança a felicidade. Então, assim, comenta Nodari:
“O que faz a marca específica do homem é o
pensamento e a razão que o segue. É a atividade intelectual. Nesta encontra-se
a fonte principal das alegrias do homem, ou seja, a fonte donde provém a
verdadeira felicidade. Com efeito, a felicidade do homem consiste no
aperfeiçoamento da atividade que lhe é própria, ou seja, na atividade segundo a
razão. O homem deve, então, subordinar o sensível ao racional. A subordinação
da atividade sensível à atividade racional se impõe. É o preço da felicidade
humana e a condição da moral humana”. Portanto, para ser feliz, o homem deve viver pela inteligência e
segundo a inteligência. (NODARI, Paulo Cesar. 1997, p. 390).
A pergunta latente da ética é - como atingimos a felicidade?
A felicidade é o bem supremo, autossuficiente,
desejado por si e por causa de si e nunca em vista de outro bem! Ela é
adquirida constantemente. Não é algo estanque, mas um movimento de ação que dá
vitalidade ao homem. Portanto, a felicidade é um bem propriamente humano e
essencial para a vida do homem.
Todas essas considerações acerca
da felicidade são aproximações parciais da felicidade, porque:
- a virtude, a justiça, os bens da alma e os bens exteriores, são bens relativos à ação individual de cada homem.
Entretanto, “nenhum homem só”
consegue ser feliz plenamente!
Por isso, Aristóteles enfatiza que o homem é
por natureza um ser político, o qual não consegue viver sozinho, por isso ele
realizaria a sua felicidade plena na polis.
Assim, é na cidade (pólis) que acontece a completude da felicidade, porque o
homem somente pratica as ações virtuosas na polis e não teria sentido algum ele
ser virtuoso se não fosse pelo motivo de compartilhar com demais cidadãos.
Em suma, a felicidade não é um
bem realizável totalmente, mas “é um bem
que se busca constantemente na ação de viver”. Logo, “a felicidade é um fim último e um bem supremo que todos os homens
desejam” e eu, não serei diferente nesta busca, indiferente a tais
possibilidades... Buscá-la-ei
incessantemente mesmo nos olhos de quem só assiste!
Roberto Costa Ferreira, 31Ago2017.
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