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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

DO CAOS SE FAZ A ORDEM e, Zeus Comeu sua Esposa... Considerações Psicanalíticas – Os Mitos

Roberto Costa Ferreira


Do Vazio (O CAOS), da massa organizada surge NIX – A personificação da Noite – (uma das melhores fontes de informação sobre essa deusa provém da teogonia de HESÍODO) e deste nasce ÉREBO – O Mistério, a personificação das trevas – e GAIA, a Mãe-Terra, que nascida da Noite, como elemento primordial e latente de uma potencialidade geradora incrível e que mais tarde conterá a LUZ.

O Ovo surge de NIX, formando o Ovo Elemental circundado sete vezes pela LUZ – Éter – e desse ovo nasce EROS – o elemento da energia, o amor, a palavra – e ainda nasce O Silencio, A Ignorância. Por oportuno, em coletâneas de citações atribuídas, provavelmente, a Benito Mussolini destacamos:
“O silêncio é a única resposta que devemos dar aos tolos. Porque onde a ignorância fala, a inteligência não dá palpites!” – Citado em “The Book of Italian Wisdom” – página 87, Antonio Santi, Citade Press, 2003.

Eros une-se a Éter fazendo surgir a PYROS – O Fogo Divino que Prometeus teria roubado do Olimpo e dado à humanidade – que derrama sobre GAIA e pode queimá-la e, numa reação da Noite cria a HIDROS – o deus primordial das águas que, em uma teogonia órfica era essencialmente idêntico a Oceano, o rio que circundava a TERRA – para evitar a destruição da Terra, que faz nascer a URANO – O CÉU, “o que cobre” ou “o que envolve”... E se unem em casamento.

Urano foi raramente considerado como antropomórfico, à parte a genitália do mito da castração. Aprisionou os filhos mais novos de GAIA - a Mãe-Terra – nas entranhas desta, causando grande dor a Gaia. Ela forjou uma foice e pediu aos filhos para castrarem Urano. Apenas Cronos, o mais jovem dos titãs concordou. Ele emboscou seu pai, castrou-o e lançou os testículos cortados ao mar.

Assim começam e conhecemos dos MITOS... E histórias com cenas diferentes e o mito no papel transcendental. O “tocar” o ser humano, o seu interior “Daimon”; anjo da guarda; alma; gênio; espirito... É ele o portador do nosso destino, tal ideia trazida de Platão através do Mito de Er no Livro da República. Este é o transcendental!

James Hiilman em seu livro O Código do SER – Teoria do fruto do carvalho – fala da vocação, destino, caráter e sobre imagem inata. Então, eu invocando Jung, diria também, do Mito do Significado – de cada um de nós – ou seja, desta singularidade que pede para ser vivida e que já está presente antes de poder ser vivida. Hillman diz que “o “daimon” nos acompanha para que nossa vocação seja vivida, tornando-se um chamado necessário para a realização existencial”.

Do livro “O Poder do Mito”, fruto de uma série de conversas entre Joseph Campbell e o jornalista Bill Moyers, numa combinação de sabedoria e humor, oportunidade em que o casamento, os nascimentos virginais, a trajetória do herói, o sacrifício ritual e até os personagens heroicos do filme ‘Guerra nas estrelas’ são abordados, destaco: “... onde mito é aquele que nos traz o espirito da vida”!

Arquétipos são modelos em torno de algo que se soube, tocou... e que se mostram através de símbolos com conotação diferenciada e única, individualmente, com poderes diferenciados, bons e ruins. A Mitologia mostra que os estudos dos mitos, os arquétipos, mostram-se através de símbolos e, via de regra, não se explicam, visto interiormente, são mágicos! Assim, quando deixamos de viver estas transcendentalidades “a alma sofre”, residindo em cada lado da moeda suas respectivas histórias.

A passagem do conhecimento racional ocidental ocorreu na Grécia e, para compreender melhor como se deu essa passagem é preciso compreender duas grandes manifestações do pensamento mítico: em primeiro lugar, a obra de Homero; em segundo lugar a obra de Hesíodo. Destes, as obras são duas expressões que, apesar de suas diferenças, pertencem ao mundo mítico que antecede ao nascimento da razão grega.

Poetas que levaram histórias de povo em povo, com autonomia, sem punições. Fazem na sua contagem, colocando “deuses e humanos”, um do lado do outro! Existe um respeito entre os deuses... Essa transcendentalidades está além do pensamento. Portanto, quando se conhece da expressão “Zeus comeu sua esposa”, o que se entende: Colocou para dentro de si o feminino!

A mitologia é baseada no dualismo. Assim, em Adão e Eva ouve o dualismo. E quando “Eva dá a maçã para Adão, mostra a este o conhecimento”.  É saber aquilo que alegra e entristece, por influência da serpente... Colocando a serpente como coisa do mal, tira a vida, quando ela promete a vida!

Por tal, a mulher mostra as polaridades ao homem, fazendo o homem refletir, e o homem é aquele que sabe determinar o caminho. Então, como saber se o bem e o mal me atingem se “não ouço” a minha natureza? Portanto, “os mitos são verdadeiros quando nos tocam”... Vivemos a história naquele momento. Todos os mitos tocam a história de um herói.

Yung, que nos países francófonos, espontaneamente, várias formas possíveis de admiração vêm à mente: Yung, Young, Yun, Youn, Jung... O sobrenome de Carl Gustav Jung está escrito bem JUNG! Este é um nome muito comum nos países de língua alemã (Alemanha, Suíça de língua alemã, etc.) coloca que existem mitos pessoas – os nossos santos – e coletivos – do inconsciente coletivo... os mares, os monstros, as catástrofes. A função do mito é nos colocar, de acordo com a época, em contato com o mistério, usando nossos sentidos!

Em Joseph John Campbell, estudioso norte-americano de mitologia e religião comparada, antes referido, temos que: “se a pessoa não for capaz de reconhecer o mito, isso poderá transformá-lo num monstro, numa máquina... Em algo sem vida”!

Desse modo, se insistir num determinado programa e não dar ouvidos ao coração corre-se o risco de um colapso esquizofrênico. Não se ouve, portanto, ficando “fora do circuito”. Ouvir o coração é dizer para o corpo o que ele necessita. Qualquer um tem capacidade de ouvi-lo. Ausentes desta sintonia são máquinas!

Roberto Costa Ferreira, 11/11/2017.
Em 11Nov2017, 03:56, da Série
Considerações Psicanalíticas.

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