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quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

APOSENTADORIA – O tempo de Marina


A maneira como se ajusta à aposentadoria, não raro, reflete a pessoalidade e o estilo de vida que se vem mantendo. Digo mais que, atualmente, é uma conquista! Se por um lado ocorre a perda de uma rotina, muitos, não só você, sentirão... Tantos tempos vividos, sabores e dissabores, muitos presentes, tantos ausentes...

Mas, sempre nos adequamos ao novo, é natural que o seja. Viver é adaptar-se. Então entendo que é um “novo tempo” para renovação. Sempre nos renovamos e, até nos remoçamos... Aguçamos “quereres” e “expectativas melhores”. E nos adaptamos.

Agora à condição de aposentada. Noutra condição hospedada. E, dependendo da pessoa, claro, não é fácil: até parece compreensível, num primeiro momento. É como “uma grande féria”. No começo, euforia!!!

Depois, quase perdidos, imerecidos, pelo próprio habito do trabalho, dos convívios, da sequência de ações já tão bem sabidas e “amanhecidas”... Então pairará o sentimento vazio. Porque, ao menos, para uma boa parte daqueles que estiveram próximos, as pessoas, produzir é algo que “dá sentido à vida”!   

Por tal, muitos “inventam coisas”, coisas por fazer, a cada dia, cada hora. Sempre uma nova invenção. Oh, tentação! Sejamos claros então: Há um adeus e todo adeus é dolorido. São escolhas e, provavelmente, esta é a que lhe parece, e mereces, a mais apropriada, desejada... Precavida!

Que não haja salto no escuro são os meus votos. Se bem que, ainda que não residam planos longevos, o bom desse salto é que também pode nos levar às situações tanto promissoras quanto à certeza desse processo. E tudo pode ficar melhor do que antes que, igualmente, são os nossos sufrágios.

Saberás, bem o sei, reger os comentários dos que estão ao lado: Que ótimo! Que pena! Que chato! E agora? Este é o novo momento. Mas, nada que uma boa viagem para iniciar “novos tempos”... Esquece-se dos “dissabores” assimilando-se novos saberes, agrados e prazeres!

Então vislumbramos outras graças dessa vida plena de realizações, mas, pairará sempre nos ares saudades, a recordação daquilo que está guardado na memória, o que recorda a experiência vivida; e na faculdade da memória que trabalha rápida, lembranças que comprovam fatos certeiros, tendo a cicatriz como certeza do realizado, cujo presente que se oferece para felicitar você!

Farás falta! Tenho tanta certeza de tal quanto dos meus pares. E todos à mesma voz. Para finalizar, lembrei-me de Claude Aveline, pseudônimo de Eugen Avtsine, poeta francês, que nos deixou isto:

“Faz que cada hora da tua vida seja bela. O mínimo gesto é uma lembrança futura.”

E, muito bem comentado pelo professor e filósofo Prof. Clóvis de Barros Filho:

“Talvez não possamos fazer bela cada hora de nossas vidas, pois a angústia e a tristeza nos arrebata quando menos nos precavemos... Mas se descobrirmos em nós o que nos desperta o verdadeiro “tesão pela vida”, possivelmente teremos muitas boas lembranças futuras, e um farto banco de horas bem vividas para revivermos mentalmente!”

Saudações!

Roberto Costa Ferreira, 06Dez2017, pela noticia da

Aposentadoria de minha amiga  Marina  A. Roschel



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