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domingo, 3 de junho de 2018

BANDA de PÍFAROS de CARUARU - COCO de REPENTE





Em Santo Amaro... Quase ao fim da 14ª Edição da Virada Cultural – 20 de Maio último, o Nordeste arretou-se nessa... E eu compareci pra te ver Andrea amiga... Mas também a você Sebastião Biano! Ela, a grande promotora desta rara oportunidade! Ele, 99 anos de idade, tocador da flauta simples, sem chaves e com sete orifícios, último remanescente da formação original, ora presente, da Banda de Pífaros de Caruaru.

Estive num território de conversa rude e afável, cuja impressão reside na velocidade com que costumam se expressar, contrastando com o divertido, cuja atividade lúdica reforça uma ação criadora e, acima de tudo educativa de revitalização cultural, partindo de pessoas que transmitem a cultura do pífaro, ou pífano, pela tradição oral, cujo repertório dispensa partitura, até sendo tocado de ouvido, com a propriedade que lhes é peculiar e de tradição.

Eles, da banda, se apresentaram compostos por dois pífaros no carro-chefe, acompanhados por uma significativa zabumba, triangulo, um afinado tarol, timbalão de chão, tudo nas mãos e vozes de sete seus componentes. E tocaram no palco do Teatro Leopoldo Fróes - Santo Amaro/SP, apresentando-se categoricamente como o grupo de músicos instrumentistas mais tradicional do Brasil, expertos diante de significativo público.

Público que, nesta jornada, transitou pelas dependências do Centro Cultural de Santo Amaro em número superior a mil e trezentas pessoas... Magnífico! E magnífico foi o “coco de repente”, próprio da família dos batuques, a arte genuinamente nordestina, nos improvisos com pandeiros e vozes de Peneira e Pena Branca, cuja dupla de "cantadores" que, ao som enérgico e "batucante" dos pandeiros, montaram versos bastante métricos, rápidos e improvisados. 

E ambos, num tempo sincopado de um compasso binário, num pulso rítmico fundado e muito forte, contagiantes, um tentou a imagem do outro com versos afiados, "atentadores", de respostas rápidas e ao mesmo tempo bem bolados, momento que ambos saíram triunfantes! Nem eu, na plateia, escapei do cantador Peneira que “disse dos meus cabelos brancos e do meu dinheiro no banco”!

Roberto Costa Ferreira, 20 de Maio de 2018,
Biblioteca Prestes Maia - Teatro Paulo Eiró - Santo Amaro.







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