Em Santo Amaro... Quase ao fim da 14ª
Edição da Virada Cultural – 20 de Maio último, o Nordeste arretou-se nessa... E eu compareci pra te ver Andrea amiga...
Mas também a você Sebastião Biano! Ela, a grande promotora desta rara
oportunidade! Ele, 99 anos de idade, tocador da flauta simples, sem chaves e com
sete orifícios, último remanescente da formação original, ora presente, da
Banda de Pífaros de Caruaru.
Estive num território de conversa rude
e afável, cuja impressão reside na velocidade com que costumam se expressar,
contrastando com o divertido, cuja atividade lúdica reforça uma ação criadora
e, acima de tudo educativa de revitalização cultural, partindo de pessoas que
transmitem a cultura do pífaro, ou pífano, pela tradição oral, cujo repertório dispensa
partitura, até sendo tocado de ouvido, com a propriedade que lhes é peculiar e
de tradição.
Eles, da banda, se apresentaram
compostos por dois pífaros no carro-chefe, acompanhados por uma significativa
zabumba, triangulo, um afinado tarol, timbalão de chão, tudo nas mãos e vozes
de sete seus componentes. E tocaram no palco do Teatro Leopoldo Fróes - Santo Amaro/SP, apresentando-se
categoricamente como o grupo de músicos instrumentistas mais tradicional do Brasil,
expertos diante de significativo público.
Público que, nesta jornada, transitou
pelas dependências do Centro Cultural de Santo Amaro em número superior a mil e
trezentas pessoas... Magnífico! E magnífico foi o “coco de repente”, próprio da
família dos batuques, a arte genuinamente nordestina, nos improvisos com
pandeiros e vozes de Peneira e Pena Branca, cuja dupla de "cantadores" que, ao som enérgico e "batucante" dos pandeiros, montaram versos bastante métricos, rápidos e improvisados.
E ambos, num tempo sincopado de um compasso binário, num pulso rítmico fundado e muito forte, contagiantes, um tentou a imagem do outro com versos afiados, "atentadores", de respostas rápidas e ao mesmo tempo bem bolados, momento que ambos saíram triunfantes! Nem eu, na plateia, escapei do cantador Peneira que “disse dos meus cabelos brancos e
do meu dinheiro no banco”!
Roberto Costa Ferreira, 20 de Maio de
2018,
Biblioteca
Prestes Maia - Teatro Paulo Eiró - Santo Amaro.
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