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terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

UM DENTINHO CAÍDO... UM SANTO AMARO QUERIDO DE BRAÇOS DADOS NUM CAMPO GRANDE!




O local onde morava... Uma modesta casa que à época, habitava a periferia. Um dia, ainda criança, um dentinho lhe caiu...

Assim, quando a fase banguela chega, pais e filhos já estão sabendo como encarar a queda do primeiro dente, presumível o primeiro aos 6 anos até a do último, aos 12 anos. E, para tornar o momento ainda mais especial e menos traumático para aquela criança, os pais lançam mão de brincadeiras e fantasias, conhecidas suas e de seus tempos como, por exemplo, a lenda da Fada do Dente. Substancial e diversamente, cá entre nós, essa é a lenda mais famosa envolvendo a queda dos dentes das crianças. Ao contar essa história para seus filhos, os pais dizem que “quando o dente de leite cai, ele deve ser colocado embaixo do travesseiro para que a Fada venha buscá-lo à noite. Em troca, ela deixará uma moeda ou um presente para a criança”.

Por conta disso, muitos pequeninos esperam ansiosamente por tais seguidos momentos... Como nessa idade não tinha travesseiros, sequer colchão, o repousar de sua cabeça encontrava aconchego nos seus bracinhos que, não raro, confidenciou-me, acordava em horas idas de sono com um monte de formigas, parecia, no braço servido e, até amanhecia em outras com “o travesseiro adormecido! Com o mesmo objetivo das outras histórias, essa consiste na possibilidade da criança jogar seu dente de leite no telhado de sua casa e fazer um pedido (alguns pais misturam as lendas e falam que os pedidos devem ser feitos para a Fada do Dente). Assim, a cada dente jogado, a criança terá seus pedidos atendidos. Ele fizera o seu. Disse-me que até sonhou! Porém, um dia após o sonho, já então acordado, notou que o dente antes jogado havia ao solo voltado.

 Então concluiu que tal sorte não o atingiria e, assim, reservou-o no interior de um gibi que muito se lia à época - O Fantasma, o primeiro herói mascarado tido em apelido como "O espírito que anda", não detentor de superpoderes e confiante em sua força, inteligência e imortalidade de renome para derrotar seus inimigos, cujo personagem tem um grande amor – Diana Palmer, com quem é casado e que vive sempre distante, como voluntária da ONU, cujo namoro e noivado percorreu quase 40 anos antes do casamento. Este é um verdadeiro recorde de causar inveja a qualquer solteirão mas, o mais duro desafio para o herói, pior que enfrentar um tigre dente-de-sabre, foi mesmo encarar a terrível sogra Lily Palmer que não gostava muito do genro, pois que o considerava um tanto quanto estranho. Ainda, um lobo treinado chamado Capeto o acompanha e um cavalo que atende por Herói. Como os Fantasmas descendentes, ele vive na antiga Caverna do Crânio, ou da Caveira que conta com uma cripta, na qual estão os 20 antepassados da linhagem. Foi o primeiro herói fictício a vestir um traje colante, portando uma máscara preta e um uniforme vermelho! 

Como se observa, ele, ainda criança sonhava com o impossível! Acreditava muito no forte pensar e movido pela fé, um dia pegou do dentinho guardado e o jogou ao alto, para ser levado pelo vento como a uma semente, pensando que este brotaria proporcionando a uma flor, talvez em terra distante... Do alto do arremesso, nunca soube onde caíra tal dente e qual seu paradeiro. Talvez num campo florido de terras largas, de Campo Grande! Então, decorridos anos e largo tempo de experiências vividas restou, a meio caminho desse tempo, um dia morador nessas terras antes sonhada. Que tempos! Então hoje, me diz confidencialmente que, por instantes ao se se afastar das suas terras, ao retorno, distintivamente do comentário do quadro visto pelo antropólogo Levis-Straus que, “quando vindo ao Brasil à convite e chegando na baía da Guanabara - 1935 - indagado do que achava, disse entender tal imagem com o Pão de Açúcar junto, assemelham-se a raízes de dentes perdidas nos quatro cantos de uma boca desdentada", minha boca "vai às escancaras" e "todos os meus dentes se põem à mostra"... sem a ausência de um dentinho sequer! 

É natural que, em meio a tanto entusiasmo, se encontrem também críticas e até mesmo impressões em que as decantadas belezas decepcionaram. Portanto, traz ele consigo tal certeza madura de que pisando no seu terreno, de braços dados com Santo Amaro e tendo sob seus pés um largo Campo Grande, terras da região Centro-Sul, em área de 13,1 km², de considerável evolução demográfica, com expressivo e “muito elevado IDH” em razão da Cidade de São Paulo, tal região de Campo Grande surgiu através de um loteamento e pretendida urbanização através da Cia City, a partir de 1953. Tal Companhia City, é o nome pelo qual é conhecida a empresa fundada em 1912 com o nome de "City of São Paulo Improvements and Freehold Land Company Limited”, que participou ativamente do processo urbanístico da cidade de São Paulo. Fundada em 1912, urbanizou vários bairros importantes de São Paulo, como o Jardim América, City Butantã, Alto da Lapa, Planalto Paulista, Alto de Pinheiros e Pacaembu, todos com a presença de Urbanistas ingleses!

Campo Grande, assim, abriga fábricas, sedes de complexos industriais de diversas multinacionais, ainda inúmeros e isolados galpões do setor industrial, todos instalados ao longo das avenidas Nações Unidas e Eng. Eusébio Stevaux, considerando que, atualmente alguns estão sendo desativados e seus terrenos estão sendo incorporados por grandes construtoras. Contamos também com três times de várzea muito tradicionais da região: o tradicional Grêmio Campo Grande, o Vila Anhanguera e o Estrela. Espaços preciosos também com escolas tradicionais, quer particulares, mesmo estaduais e até as de competência municipal e que, além do dinamismo do setor industrial e construção civil, somos detentores de grandes centros comerciais como os diversos Shopping’s instalados e respectivos Parques como o maior parque indoor da América Latina, o temático Parque da Mônica ocupando área de 12.000m², dois cemitérios de importância regional estão situados no distrito tais como Cemitério do Campo Grande e Cemitério de Congonhas.

O meio de transporte é generoso e saudável. Delimita-se pelas avenidas Interlagos, Yervant Kissajikian, Washington Luis, Vitor Manzini, Ponte do Socorro e em todo limite sudoeste, pelo Rio Pinheiros, oportunidade que esse trecho do rio também é conhecido como Rio Jurubatiba. É certo considerar que nesta extremidade sul, às margens do referido rio está o Aterro de Santo Amaro. Ocorrem também as principais vias, junto com Avenida Nações Unidas e a Nossa Senhora do Sabará. Neste espaço de terras está localizado o mais antigo e principal campo de golfe da cidade, o São Paulo Golf Club, próximo ao bairro Jardim Bélgica, conhecido por suas ruas arborizadas e praças de lazer, sendo visitado por moradores de diversas regiões da cidade, mais precisamente nas adjacências, como Santo Amaro, Capela do Socorro, Interlagos, etc... que se locomovem até as poucas ruas do bairro para descansar à sombra de frondosas árvores, crianças que vão para diversão e lazer nas três praças ali existentes. Um encanto!

São Paulo Golf Club é um campo de golfe particular localizado nesta cidade de São Paulo, primeiro Clube de Golfe fundado no Brasil. No final do século XIX, ingleses e escoceses, que trabalhavam na São Paulo Railway, e em outras empresas britânicas, promoveram as primeiras iniciativas para a formação de um grupo de pessoas interessadas em jogar golfe na cidade de São Paulo. O primeiro local escolhido para a prática do esporte, então tipicamente britânico, foi a Chácara Dulley, localizada entre os rios Tamanduateí e Tietê. Posteriormente, a expansão urbana obrigou esses golfistas pioneiros a se mudarem para outro local. A área escolhida localizava-se onde hoje está o bairro Bela Vista, então pouco habitada. Foi nesse novo local que esse grupo pioneiro, fundaram um clube onde pudessem praticar o golfe, junto com seus familiares. Nascia assim, em 1901, o São Paulo Country Club, ainda não São Paulo Golf Club, consolidado com a construção de um novo campo. Local aprazível, próximo à Avenida Paulista, em cuja via começavam a proliferar os casarões dos barões do café, este campo de golf passou a ser conhecido e visitado por numerosas famílias. Como se situava na parte mais elevada, o local ficou conhecido como “Morro dos Ingleses”.

Outra mudança viu-se necessária, em razão de tal local atrair muita gente e o progresso, inevitavelmente, chegar ao local, deslocando-se para o Bairro do Jabaquara e lá permaneceram até por volta de 1915. Em terreno adquirido da "Light" e situado em Santo Amaro que até então, um município independente, para além do Largo 13 de Maio foi feito um novo campo. Avançávamos para o ano de 1915. Com o Club crescendo, firmando-se como um dos mais tradicionais do Estado – e agora já com o nome de São Paulo Golf Club - passava a ostentar invejável status. Era preciso acompanhar o progresso! Assim em 1935 foi processada a primeira reforma, quando o Club contratou os serviços de um dos maiores nomes em arquitetura de campos de golfe dos Estados Unidos, Stanley Thompson, que com a ajuda do profissional José Maria Gonzalez, este com muitos anos de clube, introduziu as reformas necessárias do campo e “greens de grama”, em substituição aos de areia.

Em 1964, a antiga sede, que já se mostrava pequena, foi demolida, dando lugar à atual. A grama existente foi substituída, então, pelo tipo “tifton 328”. Quase todos os “greens” foram remodelados e novos “tees” foram feitos em quase todos os buracos. Na oportunidade foi construído também o "driving range" (campo de treino) uma antiga reivindicação dos associados. Foi também construído um mini campo com 6 buracos, de par 3, na área compreendida entre buracos números 13, 14 e 15, para o jogo de principiantes e menores. Tal área do São Paulo Golf Club totaliza 59,2957 ha. Seu traçado possui 18 buracos e um mini-campo com 6 buracos todos de PAR 3. Sua topografia apresenta um terreno levemente ondulado com depressões e pequenos lagos. É totalmente gramado e arborizado de acordo às normas que regem internacionalmente o jogo de golfe e, para manter esse padrão, o São Paulo Golfe Club conta com o que há de melhor em equipamentos técnicos e mantém uma equipe de funcionários formada por engenheiros, agrônomos e técnicos que dão suporte mecânico e estrutural. 

Chique no úrtimo...”, parafraseando os vale paraibanos, confidenciou-me o amigo: “... é habitar terras de Campo Grande”! Este componente valoroso da extensão territorial, sempre abraçado à Santo Amaro e que hoje, nesta sintonia, também nos proporciona viver o HILASA – Instituto de Letras e Artes de Santo Amarocomemorando seu 1º ano de atividades!

Roberto Costa Ferreira, 19 de Fevereiro de 2020 – para o Hilasa.




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