Grau°

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Isabel, filha de Francisco disse... Francisco presente!

 

Francisco Santos Conceição

Isabel, filha de Francisco disse, na oportuna data de 20 de Novembro de 2020  - Dia da Consciência Negra – momento que não é de comemoração e sim de reflexão – oportunidade que é celebrado no Brasil na data de 20 de Novembro, tendo sido criado em 2003 como efeméride incluída no calendário escolar, até ser oficialmente instituído em âmbito nacional mediante a Lei nº 12.519, de 10 de Novembro de 2011, sendo feriado em cerca de mil cidades em todo o país e em alguns estados através de decretos estaduais. Em alguns estados que não aderiram à referida lei a responsabilidade limita-se à câmara de vereadores que decidem se haverá o feriado municipal – o texto em verso adiante que, muito merecidamente dedicou ao seu pai, figura impoluta e bela em sua existência!

Ato contínuo, manifestei-me quase em exaltação, mas, antes de tudo uma manifestação de amor, cuja descrição do personagem é feita através do enlevo ao significante personagem.

O galo cantou as quatro da manhã, não
Sem antes ecoar retumbantemente...
E foi-se embora desse mundo de ilusões
Como a um vento forte, vibrantemente,
Que circulou por sobre as cabeças, pois
Que, queria que não o vissem chorar.

Mas eu, ainda aqui, hoje choro por tanta
Saudade.... Sem tristeza, sim, existente!
Como pudera viver-se ausente de tão
Expressivo existir, sendo certo que,
A presença dos ausentes na memória dos
Presentes é mais forte do que a morte.

De tão ilustre personalidade negra, nesta
Minha significante vida trago a certeza
De quão doida é a saudade imensa,
Mas feliz por contê-la e vivê-lo em meu
Coração!

Isabel Conceição Costa Ferreira, 20 de novembro de 2020,
Por uma consciência negra!

Verdade!

Um mestre... Significativa homenagem a um homem que, no exercício de sua existência prosperou e viveu sabiamente, atinente ao princípio inteligente proporcionado pelo Grande Arquiteto do Universo!

Um homem que, deixou-me referências e recomendações existenciais, as quais e muitas, ainda pratico obedientemente.

Mais que um sogro, mais que amigo, brilhante serena e expectante Luz no meu caminhar, na minha existência!

E bem por tal agradeço por sua presença, quando em vida e superiormente bela no plano espiritual. Francisco presente!

Por oportuno, sugiro ouvirem a canção no link adiante.

Roberto Costa Ferreira, 20Nov2020.

https://youtu.be/r3zY7-wJVCc

domingo, 22 de novembro de 2020

Sindemia II ... E o começo de tudo! "Covid-19 à Covid-20", resposta institucional à atual crise baseada num "pensamento sindêmico, e não pandêmico".

 



Wuhan, na China, mais populosa e contendo cerca de 11 milhões de habitantes, um dos principais polos turísticos, a vasta capital da província de Hubei, é um centro comercial dividido pelos rios Yangtzé e Han. É a capital, a maior cidade da província chinesa. No momento que o governo notificou a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre uma misteriosa pneumonia no local, especialistas de todo o mundo começaram a tentar identificar o agente causador. Supõe-se que ele tenha se originado num mercado de frutos do mar na cidade. Inicialmente foi comunicado haver cerca de 40 pessoas infectadas, ao final de dezembro de 2019.

Partindo de então o Glossário da crise do coronavírus ganha novo termo. Ele reflete a ideia de que o vírus não atua simplesmente sozinho, mas sim compactuando com outras doenças. E isso demanda uma abordagem diferente. Desse modo, um artigo publicado no final do mês de setembro no semanário The Lancet, uma das mais antigas e prestigiadas publicações científicas do mundo, remontando ao ano de 1823 sua criação – Reino Unido - e voltada para a disciplina de medicina, com revisão por pares, sendo publicada semanalmente, pôs um novo termo no já extenso debate sobre o novo coronavírus. O texto defende que o mundo não enfrenta simplesmente uma pandemia, mas uma "sindemia".

Tal artigo é assinado pelo editor-chefe da referida revista, Richard Horton, que argumenta ser a COVID-19 não “uma peste como outra qualquer já vista no passado e que, por isso, merece abordagem diferente. O termo sindemia, por isso, seria mais adequado”. Compreende-se assim que o vírus não atua sozinho, mas compactuando com outras doenças. Logo, a desigualdade social tem papel-chave nisso. 

"A COVID-19 não é uma pandemia. É uma sindemia. A natureza sindêmica da ameaça que enfrentamos significa ser necessária uma abordagem mais diversificada se quisermos proteger a saúde de nossas comunidades", escreve Horton. 

Ainda, Sindemia caracteriza a interação mutuamente agravante entre problemas de saúde em populações em seu contexto social e econômico. Este conceito foi cunhado por Merril Singer a partir de estudo desenvolvido sobre o entrelaçamento entre a síndrome da imunodeficiência adquirida e a violência em cidades estadunidenses. Desse modo, tal artigo repercutiu em alguns dos principais meios de comunicação internacionais e ganhou eco no mundo científico, revelando-se objeto de estudo mais acurado. A americana Sociedade de Medicina de Catástrofes e Saúde Pública, por exemplo, defendeu, em artigo intitulado "Covid-19 à Covid-20", que a resposta institucional à atual crise seja baseada num "pensamento sindêmico, e não pandêmico".

Compreende-se logo que a palavra "sindemia", portanto, entra aos poucos no glossário do debate sobre a COVID-19, ao lado de termos como "lockdown", "imunidade de rebanho" e "achatar a curva", antes praticamente desconhecidos do grande público, agora e rapidamente de popular expressão. Mas o que significa exatamente sindemia? O que é? Bem, o termo "sindemia", com mais detalhes, foi cunhado nos anos 1990 pelo antropólogo médico americano Merrill Singer, mais conhecido por suas pesquisas sobre abuso de substâncias, HIV/aids e disparidades sociais na saúde da população, como sinteticamente mencionei no parágrafo anterior e em cujo conteúdo Singer definiu a sindemia como:

"um modelo de saúde que se concentra no complexo biossocial" – ou seja, nos fatores sociais e ambientais que promovem e potencializam os efeitos negativos da interação de uma determinada doença.

Em outras palavras, de acordo com a tese de Singer, a abordagem sindêmica olha para a doença de forma mais ampla, explorando as consequências gerais de medidas como lockdowns e o distanciamento social, mesmo em razão de vivências periféricas na sociedade contemporânea. E é nessa tecla que Richard Horton bate em seu artigo na Lancet. Ele escreve que, agora vertido: 

“à medida que o mundo se aproxima de 1 milhão de mortes por covid-19, é importante enfrentar o fato de que a atual abordagem é demasiadamente restrita para administrar a crise do novo coronavírus”.

Segundo Horton, todas as intervenções se concentraram até agora em cortar linhas de transmissão viral. A "ciência" que tem guiado os governos, afirma ele, é baseada principalmente em modelos de combate a epidemias que enquadram a atual emergência sanitária num conceito de peste que tem séculos de existência

"Mas a história da covid-19 não é tão simples assim", argumenta o editor da Lancet, ao que concordo. "Duas categorias de doenças estão interagindo dentro de populações específicas – a síndrome respiratória aguda severa (Sars-Cov-2) e uma série de doenças não transmissíveis (DNTs). Estas condições estão se agrupando dentro de grupos sociais de acordo com padrões de desigualdade profundamente enraizados em nossas sociedades. A agregação dessas doenças em um contexto de disparidade social e econômica exacerba os efeitos adversos de cada doença separada."

Então, como combater uma sindemia?

Uma “epidemia sindêmica” refere-se à ideia de que o vírus não age isoladamente, como o coronavírus, um vilão solitário que simplesmente espalha pneumonia e falência de órgãos entre a população. Ele tem cúmplices como:

· a obesidade, diabetes, doenças cardíacas e, principalmente 

· condições sociais, que acabam agravando a situação do infectado.

A questão é que muitos dos "cúmplices" da COVID-19 já são uma epidemia isolada por si só em algumas sociedades. A obesidade, por exemplo, é um fator de risco para o desenvolvimento de diabetes e doenças cardíacas.

Um artigo recente na revista Obesity Reviews – uma revista médica mensal revisada por pares, criada no ano de 2000, que publica análises de todas as disciplinas relacionadas ao tema Obesidade, é o jornal oficial da Federação Mundial da Obesidade e publicado em seu nome por Wiley-Blackwel – empresa, cuja ação é o negócio internacional de publicações científicas, técnicas, médicas e acadêmicas da John Wiley & Sons tendo sido formada pela fusão dos negócios científicos, técnicos e médicos globais de John Wiley com a Blackwell Publishing, depois que Wiley assumiu o controle em 2007.

Tem como editor-chefe David A. York – que se aposentou em 2014 de sua posição como professor do Departamento de Biologia da Universidade Estadual de Utah. Antes disso, foi Diretor Executivo Associado de Ciências Básicas no Pennington Centre em Baton Rouge e membro do corpo docente do Departamento de Nutrição Humana da Universidade de Southampton, no Reino Unido, tendo agora um cargo adjunto na Wayne State University em Detroit, onde mora agora. Anteriormente, tesoureiro da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade e, então, atua como o referido cargo de Editor-Chefe de Revisões de Obesidade e como Presidente do Comitê de Publicações da Obesidade Mundial.

Referido artigo da revista Obesity Reviews, por exemplo, concluiu que pessoas obesas têm 50% mais chances de morrer de coronavírus. Em seu artigo, Richard Horton destaca que as sindemias são caracterizadas por interações biológicas e sociais, interações estas que aumentam a suscetibilidade de uma pessoa ver seu estado de saúde piorar ao contrair uma doença. Especificamente, no caso da COVID-19, argumenta o editor da Lancet: 

“... atacar doenças não transmissíveis é um pré-requisito para um combate bem-sucedido à atual crise. O número total de pessoas que vivem com doenças crônicas está crescendo. Abordar a COVID-19 significa abordar a hipertensão, obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas, e câncer", diz.

Horton afirma ainda ser especialmente importante prestar maior atenção às doenças não transmissíveis em países mais pobres. Ele cita ainda um artigo na Lancet, também de setembro, em que os especialistas Gene Bukhman e Ana Mocumbi descreveram algo que chamam de DNTLsadicionando lesões à categoria de "doenças não transmissíveis".

Para o bilhão de pessoas mais pobres do mundo, as DNTLs - Doenças não Transmissíveis, que são a principal causa de morte e incapacidade em todo o mundo e cujo controle eficaz dessas doenças crônicas depende, em grande parte, dos serviços continuados, responsivos, acessíveis e de qualidade, além de engajamento e autocontrole satisfatório por parte do pacientes.representam mais de um terço do seufardocom doenças. O artigo acima citado por Horton afirma ainda que: 

“... a disponibilidade de intervenções acessíveis e econômicas durante a próxima década poderia evitar quase 5 milhões de mortes entre as pessoas mais pobres do mundo. E isso sem considerar os riscos reduzidos de morrer por COVID-19”.

"A menos que os governos elaborem políticas e programas para reverter as profundas disparidades, nossas sociedades nunca estarão verdadeiramente seguras da COVID-19", concluindo Horton ainda que, merecendo destaque:

"A crise econômica que está avançando em nossa direção não será resolvida por uma droga ou uma vacina.” 

Portanto, tal quadro requer um olhar mais apurado, muito aquém das “conveniências políticas e respectiva afetação em razão das condições eleitoreiras”, mesmo porque, ainda temos a considerar que o Brasil está perdendo a liderança no cenário mundial na adoção de políticas que permitam alimentação saudável, práticas salutares e procedimentos coerentes, mesmo à vista do que afirma o professor Boyd Swinburn, especialista em Nutrição Populacional e Saúde Global da Universidade de Auckland (Nova Zelândia).

Swinburn é copresidente da comissão responsável pelo relatório que também apontou a existência de uma "sindemia global", esta última provocada pela junção das pandemias de obesidade, desnutrição e mudanças climáticas. Diz ainda, tal autoridade que: 

“é urgente um esforço de governos e da sociedade civil para reverter a tendência de piora nos indicadores”.

Para ele, progressos começam a ser identificados em alguns países, "mas o Brasil está seguindo os EUA e retrocedendo", constata. Ainda que, conforme publicado no início do ano na revista The Lancet, referido estudo indica que o sistema alimentar atual, além de impulsionar a obesidade, favorece a desnutrição e as mudanças climáticas.

Comenta também a autoridade que, aprofundadamente, e com o merecido olhar: 

“... devido à importância da Amazônia, esse é um problema que afeta a todos, não apenas o Brasil. As políticas estão indo em direção oposta ao que desejaríamos. Infelizmente, acredito que isso seja reflexo dos interesses das grandes corporações. Temos de dar voz a outros grupos, ao interesse de pequenos produtores, à sociedade civil, como ocorria no Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar, colegiado que teve suas atribuições retiradas pela atual autoridade governamental.”

Quando referiu, conforme acima que, “progressos estão sendo identificados em várias partes do mundo, mas, o Brasil está seguindo os EUA e retrocedendo”, isto é de se lamentar! É preciso que se olhe para si, com muito mais atenção, para enxergar o próximo! Se temos tempo para pensar em conter o próximo avanço, observo que temos, à comum consenso com referida autoridade, mas não muito. As três pandemias que interagem entre si têm trajetórias distintas.

Mesmo considerando que as taxas de desnutrição estão caindo, mas lentamente, a obesidade continua aumentando e a mudança climática, ainda mal começou a ser revertida, as estimativas mostram que temos 10 anos para mudar a tendência atual para que não entremos num ciclo vicioso, sem nos esquecermos do entendimento real do que significa SINDEMIA: a compreensão de que tal termo combina duas palavras, quais sejam: 

· Sinergia e Pandemia, em cujo conceito envolve e é usado para explicar uma situação em que:

um vírus não atua sozinho, mas, se forma a partir da interação de duas ou mais doenças em um contexto social”, e repito, nocivo à saúde pública!

 Roberto Costa Ferreira, Nov2020

Membro,  Relator e  Pesquisador nos

Comitês: CEP/USP e UNIFESP/HSP-HU 


quarta-feira, 18 de novembro de 2020

SINDEMIA I – Ciência e Sociedade, próximas para se apoiarem...

 


Um grupo de cientistas garante que a Covid-19 não é uma pandemia e se propõe a enfrentá-la como uma sindemia - a interação mutuamente agravante entre problemas de saúde em populações em seu contexto social e econômico. Aderem e propõem uma mudança de estratégia para o enfrentamento do vírus que já deixou mais de 1 milhão de mortes no mundo. Especialistas argumentam que lidar com Covid-19 do ponto de vista da sindemia permitirá não apenas combater a doença infecciosa, mas também ajudar a corrigir o contexto social das pessoas mais vulneráveis.

Enquanto muitos países da Europa estão voltando a restringir atividades sociais e determinando isolamentos após registrarem aumentos recordes de casos, a Nova Zelândia, por exemplo, passou ao seu nível de alerta mais baixo. No entanto, essa estratégia para lidar com o coronavírus é, na opinião de diversos cientistas, limitada demais para deter o avanço da doença. Com o passar dos meses, as medidas para evitar a propagação da Covid-19 foram sendo endurecidas ou flexibilizadas em diferentes partes do mundo segundo o aumento ou a diminuição dos casos locais.

“Todas as nossas intervenções se concentraram em cortar as rotas de transmissão viral para controlar a disseminação do patógeno", escreveu recentemente em um editorial Richard Horton, editor-chefe da prestigiosa revista científica The Lancet, medida amplamente adotada significativamente por outras autoridades ligadas à saúde. Considere-se ainda que tal pandemia – de coronavírus - que, aliás, foi declarada como tal pela Organização Mundial da Saúde (OMS) há, tão somente e apenas seis meses — está afetando de diversas formas nossa percepção do tempo. E se tem um campo em que os limites do tempo parecem ter sido alterados de forma inédita foi o da Ciência e que, "Embora possa parecer uma eternidade, é um período (o da pandemia) muito curto para se obter avanços em pesquisas", reconhecem diversos professores e autoridades em pesquisas e saúde.

"A verdade é que a área de pesquisas está recebendo um grande estímulo de outros campos", levando a "muitas mudanças pioneiras e revolucionárias", tais como:

· Colaboração entre equipes - "O coronavírus promoveu a colaboração entre muitas equipes”, sendo certo que os pesquisadores tendem a ser muito colaborativos, mas a pandemia foi um estímulo adicional. E os resultados têm sido compartilhados rapidamente para todos os grupos ligados ao tema. Ainda que a pressão exercida pela gravíssima situação sanitária e socioeconômica mundial fez aumentar a colaboração de muitas universidades, grupos e centros de pesquisa. É um fato!

· Sequenciamento do vírus - uma destas áreas com forte colaboração internacional é também uma das que registra "grandes avanços", mesmo considerando que o número cresce a cada dia, sendo certo que a comunidade científica está colocando suas melhores ferramentas a serviço desta investigação, “aumentando muito a capacidade de cálculo e de revisão das alterações genéticas do coronavírus”, considerando que a Covid-19 “pode causar retrocesso na expectativa de vida em várias partes do mundo” e que, no futuro, segundo estudos, “deverá ser sazonal como outros vírus respiratórios”. De forma resumida diria ainda que, no campo da bioinformática tem havido grandes inovações na análise da sequência do material genético de cada vírus que infecta as pessoas.

· Testes – Técnicas de diagnósticos também avançaram e se diversificaram na pandemia. Um dos grandes desafios no combate à Covid-19 tem sido detectar pessoas infectadas a fim de isolá-las e, assim, conter a disseminação da doença. O desenvolvimento de técnicas de diagnóstico muito poderosas e que usam ferramentas de edição de genes — um elemento muito importante da genética hoje, é um diferencial, permitindo ao pesquisador reconhecer que testes de diagnóstico rápido são "menos sensíveis" que os testes moleculares (PCR), e portanto muitos acabam não sendo confiáveis para a tomada de decisões, mas têm a vantagem de oferecer resultados imediatos e ajudar epidemiologistas a traçar um cenário sobre o avanço (ou não) da doença em determinadas comunidades.

· A corrida da vacina - O fato deste coronavírus e a doença que ele causa serem novos significa que ainda há muito desconhecimento sobre eles. Mas há algo que para os especialistas é evidente: a única maneira de chegar a uma imunidade coletiva é com uma vacina. E o sucesso disto depende do cumprimento de alguns requisitos: “é preciso encontrar uma candidata (vacina) que se mostre eficaz, segura e passível de ser administrada à população de forma massiva”.

"Se, como diz a OMS, isso acontecesse em 2022 — embora nos pareça distante —, seria um grande sucesso, considerando o tempo que se levou para obter outras vacinas e aplicá-las em grande parte da população mundial." Na verdade, o prazo usual para o desenvolvimento de vacinas é de 15 a 20 anos; consideremos que agora, pode ser que cheguemos a um recorde de um ou um ano e meio.

· Outros tratamentos - Além da corrida por uma vacina, pesquisadores também estão dedicados ao desenvolvimento de tratamentos para pacientes infectados com o novo coronavírus — seja com medicamentos existentes, completamente novos, apostando no vírus como alvo ou no fortalecimento do sistema imunológico. Residem também terapias em teste que focam em diferentes fases da doença, desde as mais leves às mais graves. Ainda que, a OMS monitora mais de 1,7 mil estudos com terapias em potencial pelo mundo, dos quais 990 já estão recrutando pacientes para experimentos.

· Práticas de higiene - Outro grande avanço, este não diretamente relacionado às pesquisas nos laboratórios, mas que, é fundamental para o futuro, é a introdução na cultura dos cidadãos de certos hábitos de higiene e prevenção que ajudarão a conter este e outros surtos causados por vírus. Refiro-me a circunstância do uso de máscaras e de se evitar locais com aglomeração, principalmente fechados, mesmo quando residindo pessoas com sintomas gripais. Na verdade, estudos em diferentes países já mostram que as medidas tomadas contra a Covid-19 tornaram a temporada de outras doenças respiratórias virais menos extensa e mortal.

Neste contexto, a importância da Ciência, o que, significamente, cidadãos quiseram saber sobre saúde e ciência, e fizeram-no diretamente com os especialistas e, estes, por sua vez, têm se esforçado para se comunicar melhor, estimulados pela busca por informação de qualidade por parte dos jornalistas e sociedade, momento de uma mudança profunda e resultado da pandemia é que a sociedade entendeu que a solução passa pela ciência. E considere-se que “comunicar ciência não é fácil”, sendo certo que os avanços também são lentos e com base em evidências muitas vezes não óbvias, que se modificam quando surgem novas evidências. Assim, acredito que tem havido um grande avanço mútuo da ciência e da sociedade, porque agora estão mais próximas do que nunca e devem se apoiar.

Roberto Costa Ferreira,  SP,  17Nov2020

Relator Comissão de Ética em Pesquisa-USP/UNIFESP


segunda-feira, 16 de novembro de 2020

O Espanador... O Pavão. Um misterioso!

Um brinco, usado no carnaval, que tortura animais pela beleza

Segundo Eclesiastes 3:1-8, que diz:

 “Há para todas as coisas um tempo determinado por Deus...

3 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.”

Naquela oportunidade, num tempo distante, 7 anos - 16 Novembro de 2013 - determinada pessoa advertiu-me, delicada, cuidadosamente, de certo modo preocupada, assim:

 “Cuidado com o ego.... o Pavão de hoje pode ser o Espanador de amanhã...!”

A d. advertência, extraída de um provérbio hindu, pegou-me de tal modo que entrelacei que nem e feito linhas do crochê, enlaçando um com o outro, como as vidas que se misturam no casamento. Então produzi, saciando tal sede que nunca acaba, atento pois que, doença pode resultar de vontade exagerada, isto é certo:

O ESPANADOR E O PAVÃO

O espanador de fios macios aprisionados a um cabo, cujo destino é espanar a poeira das superfícies, ou de qualquer coisa... Como a própria, a minha, a sua dor!

Pode incorporar, na dor contida do espanar, o verbo transitivo direto, rebatendo-se violentamente, mesmo sem direção e chegando a assustar o jogador adversário que o controla, se o olhar atentamente!

Então ressurge como a um misterioso e espampanante Pavão, cujos machos erguem e abrem em leque a longa cauda com plumas de um verde iridescente e caprichosos ocelos, tal qual Fênix, do pó da poeira espanada, fruto da espanação, exigindo-lhe os tafetás mais garridos...

“e uma arquitetura espampanante em estilo só dele, nunca vista nem sonhada." (Conforme citou Aq. Ribeiro, Volfrâmio, c. 9, p. 276, já em 4ª ed.) Que emendo:

Então, meu Pavão misterioso, como a um canto choroso,

diz-me quando eu que já lacrimoso, e sofrido e tortuoso...

torturado pelo carnaval que tortura animais pela beleza:

“nesta cauda aberta em leque, me guarda moleque de eterno brincar,

me poupa do vexame de morrer tão moço, muita coisa ainda quero olhar!

Não temas minha donzela, nossa sorte nessa guerra, eles são muitos, mas não podem voar!”

 

Roberto Costa Ferreira, 16Nov2020

(Canto de Ednardo, na 2ª estrofe acima)

http://youtu.be/lk4WCpEaoig


segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Cracas... Ora cracas! Como fica sua relação com o Amor?

Zoólogos perceberam a capacidade das cracas de se fixar firmemente em rochas, cais e cascos

de navios. A cola da craca é mais forte do que as colas sintéticas. 

Erhm…

O propósito das cracas é fazer mais cracas? Pois bem, Craca é um termo genérico de definição de alteração de pele, geralmente caracterizadas por manchas, pontos e cascas decorrentes de alguma dermatose. Ainda, e neste artigo, mais especificamente, substantivo feminino. Já, o Marisco que se prende aos objetos existentes debaixo de água e são encontradas sobre as madeiras do cais, sobre pedras, tartarugas, baleias e cascos de navios tem esta denominação.

Por sinal, os engenheiros navais gastam um tempo enorme para descobrir meios de evitar que as “cracas” se grudem nos navios e nos embarcadouros. Não são parasitas e não sugam nutrientes das baleias, como dizem, apenas pegando carona como meio de transporte para viajar pelo oceano. Isso mesmo!

Mas também é bem verdade que muitas baleias não estão cheias delas. Pois que, cracas são crustáceos artrópodes, animais invertebrados que possuem exoesqueleto, assim como o camarão, o escorpião, siris e outros. As baleias apenas facilitam para que “as cracas encontrem os seus propósitos”. Convém saber ainda que algumas espécies de “cracas” e de “percebes” são utilizadas na alimentação humana, servindo de base e destinadas à confecção de entradas para refeições ou entrando na composição de pratos com o uso de marisco.

Ressalte-se ainda que entre as espécies mais utilizadas está a “Megabalanus azoricus” , uma craca surpreendente e de grandes dimensões que deve o seu nome específico ao ter sido originalmente descrita com base em espécimes colhidos no arquipélago dos Açores, onde é utilizada na alimentação humana, sendo consumida quando cozida em água do mar. Posteriormente, tendo sido identificada noutros locais como, por exemplo, nos arquipélagos da Madeira e de Cabo Verde. Considere neste rol outra craca com grande consumo que é a “Austromegabalanus psittacus”, originária das costas da região sul e central do Chile. Tais são outros “propósitos”.

Aliás, PROPÓSITO refere-se ao “próprio caminho”, “próprio projeto de vida”. Desse modo, vamos ver como esta busca pelo propósito pode ser otimizada ao nutrir “a criatividade de uma criança”. É bem verdade que as crianças não fazem a menor ideia do que as fará realmente felizes quando forem adultas. Contudo, uma vez que se mantém criativas, elas terão muito mais facilidade de descobrir isso e o farão muito mais rápido e com menos sofrimento.

Certamente não precisarão investir caro em terapias, coaches, livros e “caminhos de Santiago” para descobrirem e para fazerem o que lhes faz feliz. E isso tem, basicamente, 4 motivos específicos, quais sejam:

1. A criança que tem sua criatividade nutrida, mantém-se CURIOSA;

2. A criança que tem sua criatividade nutrida, mantém-se IMAGINATIVA;

3. A criança que tem sua criatividade nutrida, mantém-se CORAJOSA;

4. A criança que tem sua criatividade nutrida, mantém-se APAIXONADA!

Perfeito! Exatamente... Apaixonada é a expressão máxima que expressa a graça pela vida, por suas metas, por seus desafios, pela sua jornada. Isto porque mantém-se conectada às suas paixões, aos seus talentos e habilidades naturais. Os reconhece, os valoriza e os utiliza estrategicamente para alcançar o que deseja!

Ou seja, uma criança que tem sua criatividade nutrida encontrará sua missão de vida e sua própria felicidade muito mais rápido se comparado ao que nós, adultos atuais, estamos enfrentando. Na verdade, é bem provável que ela saiba ser feliz a cada dia, porque terá estes 4 superpoderes bem fortes consigo.

Roberto Costa Ferreira, 02Out2020.

Marisco crú próprio para consumo culinário.

Picoroco é um crustáceo marinho comestível, que habita as costas do Chile.