Grau°

sexta-feira, 30 de junho de 2023

ROMARIA - 103ª Romaria dos Cavaleiros do Senhor Bom Jesus de Pirapora de Santo Amaro - Maio de 2023.

 

Tenho como pressuposto que a romaria não deve ser considerada uma “sobrevivência” do catolicismo tradicional ou “rústico”. Não se observa, principalmente no Brasil, uma diminuição ou decadência dessas festas e romarias populares. Pelo contrário, naquelas que acontecem em santuários e centros de devoção como em Aparecida do Norte, Pirapora do Bom Jesus ou ainda, a exemplo do sensacional acontecimento da 103a. Romaria dos Cavaleiros de Santo Amaro 2023 havida recentemente — o que se percebe é uma gigantesca congregação de fiéis.

Então, partindo dessa conjectura, considero a romaria como uma prática que engloba a dinâmica do tradicional e do moderno, do religioso e do secular, sem perder a sua especificidade. Para mim, romaria não é apenas uma manifestação do catolicismo popular. Alguns aspectos ligados a um estilo de vida tradicional, que inclui o catolicismo rústico, persistem ao lado de outros novos, ligados a uma cultura das cidades, na qual se aproximam as dinâmicas dos santuários das romarias com as quais nos ocupamos nessa dissertação, especialmente durante as Festas. A romaria mantém elementos tradicionais dessa forma de devoção e, ao mesmo tempo, não está fechada nem vulnerável às transformações que provêm de um mundo urbanizado.  


O mundo contemporâneo apresenta-se de forma caótica devido ao progresso e ao acelerado crescimento tecnológico e científico que provoca alterações no meio ambiente e no comportamento do homem, envolvendo desde sua espacialidade e sua moradia, até as questões de ordem cultural, aspectos inerentes à sua vida, em que as tradições mais antigas se mantêm em convivência com o moderno, com as novas mentalidades. O contexto atual nos aponta a mais clara possibilidade de convivência do novo com o antigo, do profano com o sagrado, do tecnológico com o artesanal, da crença com o ceticismo, da razão com a emoção e do itinerante com o estático, sendo esse último relativizado pelas novas tecnologias da comunicação e informação.
  

Desde princípios da história da humanidade, o homem viveu e vive em perene movimento; mesmo saindo da condição de nômade para adaptar-se a um estado de relativa acomodação, o processo migratório ainda é uma constante. A diáspora, as peregrinações e romarias são os modos de movimentos mais utilizados nos dias atuais, imbuídos de interesses diversos. Na língua portuguesa, usa-se o termo “romaria” para identificar o deslocamento de pessoas (populares) para um lugar sagrado em reverência a um santo.  No Brasil, entre as muitas romarias existentes, cada uma delas tem seu público específico. Esses são os cenários com os quais os romeiros se ocupam.  

E eu tive o privilégio de viver um desses cenários, magnífico na sua existência e temporalidade, como produção humana, como uma ferramenta da história, mais visível como referência expressa em calendários e cronologias, expostos até em um museu local recentemente inaugurado, no qual estive e mesmo em sua inauguração, demarcando os anos e décadas, situando acontecimentos, ajudando a organizar as narrativas históricas para facilitar o entendimento da passagem do homem pelo tempo, onde o tempo é transcendente, enquanto a temporalidade é imanente, constituinte, da consciência do tempo!  


Durante a minha presença, convivência e conhecimento que tive "desse preservar" pude observar que os peregrinos religiosos influenciaram, e influenciam de forma direta, e até indiretamente, o cotidiano e a dinâmica urbana da cidade, projetando-a espacialmente a partir de seu santuário. Apesar disso, ficou evidente para mim maior dedicação e mesmo a carência de pesquisas voltadas para esse cotidiano e esses atores sociais. Bem por tal este meu relato objetivando incentivar e promover tal situação.  

Assim, no retorno dessa oportuna visita, que realizei com Isabel - minha esposa - e minha neta Isabela, no decurso de doze meses, justificada está por desenvolver um contato, um retorno ao tempo e oportunidade de conhecer até do Mini Zoo muito bem cuidado e baias onde mulas, burros e cavalos, todos cuidados diligentemente, responsavelmente, cautelosamente, mesmo porque a veterinária responsável preside tal organização - Dra. Karina, muito bem acompanhada pelo seu marido Dr. Aroldo -  vigilante, até proporcionando promover-se, quem sabe, um estudo de caráter socioantropológico sobre os romeiros, suas circunstâncias locais, pela importância de se aferir as contribuições dessas populações regionais na interação da tradição com o moderno, como bem se observa nesta jornada, na lembrança “in memoriam” de Anna da Conceição Faustino ... Que ora transcrevo, conforme Convite de larga divulgação e conhecimento:

 Que sua alma seja elevada, sua memória honrada, e sua história jamais esquecida”!

 Acresceu-se ao Convite a Oração à Santo Amaro, assim:


“Pela intercessão de Santo Amaro, que nossos pensamentos, palavras e atos andem sempre pelas margens tranquilas e seguras da Vontade e da Graça de Deus”.

Que belo e magnífico registro histórico! Ainda, pois que, tal referido MUSEU da ROMARIA dos Cavaleiros do Senhor Bom Jesus de Pirapora de Santo Amaro, antes referido, resultou inaugurado e, por testemunho estivemos presentes também, no dia 21 de Maio de 2022. Estivemos, o trio, também a presidência e diretoria do HILASA – Instituto de Letras, Artes e História de Santo Amaro em nomes como: Professor Dr. José Jorge Peralta, Professora Dra. Inez Peralta e Sra. Rosana Manfredini Borba, todos em visitação ao cenário do local, alma mater, de onde se inseminam e disseminam os instrumentos e conhecimentos indispensáveis para a garantia das tradições relativas ao cavalgar, ao ideal tropeiro, à memória de tal prática que se confraternizam na realização e participação da romaria. 


Desse modo, o “esquenta” para a atual realizada jornada - 103ª Romaria dos Cavaleiros do Senhor Bom Jesus de Pirapora de Santo Amaro - se viu aumentado no Recanto dos Cavaleiros – Rua Jacarandá – Riviera Paulista – SP Capital – com cavalgada, bingo, show musical, vasta rede de quiosques e barracas expondo e vendendo produtos e lembranças relativas e, principalmente, as bebidas e iguarias disponíveis. Um marco histórico impactando o curso da história! 


Fica então a sugestão, aliás, muito recomendadamente, para que frequentem tal espaço, cujo convite segue na sequência de fotos e vídeos.

                                               Por:

Roberto Costa Ferreira... Em, 20 de Maio de 2023.

HILASA    Instituto de Letras,  Artes e  História de

SANTO AMARO – SÃO PAULO/SP.





Momento de Oração em frente ao Museu

Patos & Gansos ...

O Bingo da Dona Bibi ...


A Bandeira!



 

#ROMARIA

#MUSEUdaROMARIA

#103a.RomariadosCavaleiros

#CavaleirosdeSantoAmaro2023

#CavaleirosdoSenhor

#CavaleirosdoSenhorBomJesus


Nenhum comentário:

Postar um comentário

A desinformação é o ato de silenciar ou manipular a verdade, habitualmente nos meios de comunicação de massa. O meu dever de publicar o que penso e escrevo e incontornável, absolutamente imprescindível!

Então, você pode, durante tomar um café, aprofundar-se numa agradável e suficiente leitura e até, ao mesmo tempo, ouvir uma boa música. Encontrar tudo isso através deste meu blog - #GRAUᴼ - é algo muito suficiente... E necessário!

As relações entre Educação, cultura e conhecimento são sempre polissêmicas e provocativas. Neste acesso, trago para sua leitura diversas experiências, perspectivas, reflexões... Encontros que se fazem em diferentes ãmbitos: literatura, música, dança, teatro, artes visuais, educação física, mídia, etc.

E considere: é entre a manifestação da literatura, as artes visuais, a música, a dança e o teatro que a educação e o conhecimento acontecem fora do curricular, do convencional!