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sábado, 10 de junho de 2023

CORPUS CHRISTI – Solenidade da transubstanciação e Jesus Eucarístico - Estudo e Artigo de Revisão - 2023.

 


Em referência ao tema a que me proponho apresentar e  analisar – Corpus Christi – dos referenciais teóricos que trago e mesmo fontes bibliográficas, parto de possível síntese que se estrutura ao longo do conceitual, ampliando o entendimento sobre o tema sem a possível exaustão, identificando o que se conhece acerca do tema ora estudado, ou que resultou anteriormente visto e pesquisado e quais aspectos permanecem ainda desconhecidos. Destaco que, ainda que se pareça igual a um possível e determinado artigo comum, ainda que alguns títulos considerados dos apartados coincidam, o conteúdo é diferente e original, materializando a proposta deste Artigo de Revisão.

Assim, Páscoa Cristã é a festividade mais importante para a religião cristã. Páscoa significa passagem e tem origem no termo hebraico Pessach. O "Domingo de Páscoa" celebra a Ressurreição de Jesus Cristo. A origem da celebração da Páscoa está na história judaica relatada na Bíblia, no livro chamado “Êxodo”. E tal significa saída, e é exatamente a saída dos judeus do Egito registrada em muitos livros. Quando Ramsés II, rei do Egito, subiu ao trono, apavorou-se com o crescimento do povo de Israel, achando que esse crescimento colocava em risco o seu poder. Essa preocupação deu início a uma série de ordens e, obras levaram os judeus a um período de grande sofrimento.

Conta a Bíblia que Deus, vendo o que se passava com seu povo, escolheu Moisés para tirá-los dessa situação, dando a ele os poderes necessários para o cumprimento da missão. Na semana em que o povo de Israel iniciou sua jornada para sair do Egito, Deus ordenou que comessem só pão sem fermento e no último dia, quando finalmente estariam fora do Egito seria comemorada a primeira Páscoa, sendo esse procedimento celebrado de geração em geração. Essa celebração recebeu o nome de Pessach, aludido acima, e nesse caso da escravidão à liberdade. Daí, surgiu a palavra Páscoa. Durante os 40 dias que precedem a Semana Santa e a Páscoaperíodo conhecido como Quaresma – os cristãos se dedicam à penitência para lembrar os 40 dias passados por Jesus no deserto e os sofrimentos que ele suportou na cruz.

A Semana Santa começa com o Domingo de Ramos, que lembra a entrada de Jesus em Jerusalém – ocasião em que as pessoas cobriam a estrada com folhas da palmeira, para comemorar sua chegada.  A Sexta-Feira Santa é o dia em que os cristãos trazem à memória a morte de Jesus na cruz. Dados os Símbolos da Páscoa Cristã, temos quais: 

       · Cruz vazia, Sol nascente, túmulo vazio, girassol, borboleta, chocolate (que de amargo se torna doce), símbolos que falam de transformação.

Já a Quaresma, tal contagem do período que faz referência aos 40 dias em que Jesus Cristo esteve no deserto, é feita da seguinte forma: 

         ·  a partir da quarta de cinzas, que neste ano de 2023 datou de 22 de Fevereiro,  contamos os dias até o sábado antes da Páscoa, conhecido como Sábado de Aleluia, ocorrido em 9 de Abril. O resultado é 46. Depois disso, tiramos 6, que é o número de domingos que há no período da quaresma. O resultado é 40!

A explicação para essa contagem é que a partir da quinta-feira santa à tarde, tem início um novo período, o chamado tríduo pascal, que compreende a Sexta-Feira Santa, o Sábado de Aleluia e o Domingo de Páscoa, ocorridas em 07, 08 e 09 de Abril de 2023 - Domingo de Páscoa.

Logo, temos que, a história detalha o retorno à vida de Jesus Cristo ao terceiro dia depois de ser crucificado, morto e sepultado. A Sexta-Feira Santa marca o dia da crucificação e o domingo, o renascimento. No 1° domingo depois da 1a. Lua Cheia que acontece após  o equinócio da primavera (hemisfério norte) e equinócio de outono (hemisfério sul). Segundo a Bíblia, o Domingo de Páscoa celebra  a Ressurreição de Jesus e sua 1a. aparição entre discípulos. A Páscoa já era comemorada antes da época  de Jesus Cristo. Trata-se da comemoração do povo judeu  por ter sido liberado da escravidão no Egitoque perdurou por cerca de 400 (quatrocentos) anos!

Retratada no livro de Mateus, da Bíblia Sagrada, a ressurreição é um marco para a fé Cristã e relatada nas mais diversas religiões. A história detalha o retorno à vida de Jesus Cristo ao terceiro dia depois de ser crucificado, morto e sepultado. A Sexta-Feira Santa marca o dia da crucificação e o domingo, o renascimento. O fato é celebrado na Páscoa, a maior e mais antiga festa do Cristianismo.  No sentido literal, a palavra ‘ressurreiçãosignifica ressurgir; erguer ou levantar. Diante do cenário atual em que o mundo vive, após a pandemia do novo coronavírus, a mensagem carregada pela história da cruz pode trazer um novo significado para a humanidade. Entendido por muitos, a  Ressurreição garante àqueles que creem na história que eles não estão sozinhos durante este momento caótico ...

Um dos aspectos mais importantes na ressurreição de Jesus Cristo é acreditar em um Deus vivo. E essa prova que nós temos, biblicamente falando, ela pode ser encontrada no Evangelho de São Mateus, capítulo 28, versículo 20, quando Jesus vai dizer: ‘Eis que estou convosco todos os dias’. Ele está garantindo que está conosco. Não existe a possibilidade de um Deus morto estar presente na vida de alguém”, digo-vos.

“Neste período que estamos vivendo, neste pós-caos que nos surpreende e abala todas as nossas certezas, partindo do pós-Covid, ou “Covid longa” a ressurreição garante a sua presença conosco, com aqueles que creem e o seguem”.

O pensamento da morte de Cristo traduz-se num convite para que nos situemos com absoluta sinceridade perante os nossos afazeres diários e tomemos a sério a fé que professamos. O evento da Semana Santa que se propaga não pode, pois, ser um parêntesis sagrado no contexto de um viver motivado exclusivamente por interesses humanos; deve ser uma ocasião de adentrar nas profundezas do Amor de Deus, para assim podermos mostrá-lo aos homens, com a palavra e com as obras.

Em Ritos da Semana Santa, que segundo São José Maria Escrivá: “É Cristo que Passa”! Depois da adoração da Santa Cruz, seguem-se a Comunhão Eucarística e a Oração sobre o povo. A Vigília Pascal (Vigília Paschalis), na noite santa em que o Senhor ressuscitou, seja considerada a ‘mãe de todas as vigílias’, na qual a Igreja espera, velando, a Ressurreição de Cristo, e a celebra nos sacramentos. Tal Vigília Pascal compõe-se de quatro partes, quais sejam

        · A Liturgia da Luz, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Batismal e a Liturgia Eucarística:

  1 – Liturgia da Luz: compõe-se de:

    1.1. Benção do fogo novo: o fogo representa Cristo-luz.

    1.2. Benção do Círio Pascal: o círio pascal é considerado como uma pessoa, e não como um       objeto.

O círio é aceso para indicar a nuvem luminosa do Êxodo, que conduziu os hebreus, e o Corpo Glorioso de Nosso Senhor. No círio são gravados os algarismos do ano em curso e o alfa e o ômega, para indicar que Cristo atravessa todo o tempo, do princípio ao fim; grava-se também uma cruz, que indica a  natureza humana de Cristo, pois é sinal de Sua morte (o alfa e o ômega indicam a Sua natureza divina).

1.3. Procissão até à Igreja: canta-se a antífona Lumen Christi (“Luz de Cristo”), seguida da resposta Deo gratias (“Graças a Deus”).

Essa procissão recorda os hebreus seguindo a nuvem, na primeira Páscoa. As velas que os fiéis levam acesas indicam que são filhos da luz, e que essa luz vem de Cristo.

    1.4. Pregão pascal (Exultet): escrito provavelmente por Santo Ambrósio, o pregão pascal descreve o significado espiritual da luz na noite iluminada pela Ressurreição de Cristo, aludindo às grandes etapas da história da salvação, desde o Antigo Testamento até hoje.

Chegamos então ao momento: Corpus Christi na Bíblia! Onde, Corpus Christi significa “corpo de Cristo”. O Corpus Christi é uma festa católica que celebra a importância da Eucaristia (Santa Ceia). A festa acontece numa quinta-feira, 60 dias depois do domingo de Páscoa. A festa de Corpus Christi não está na Bíblia. É uma tradição católica que surgiu no século XIII. O objetivo da festa é comemorar a instituição da santa ceia por Jesus. Acontece na quinta-feira porque a última ceia de Jesus foi numa quinta-feira. A festa é marcada por procissões pelas ruas com o pão da eucaristia.

A igreja católica ensina que a ceia do Senhor é mais que uma lembrança do sacrifício de Jesus. Ela afirma que o pão e o vinho se transformam no corpo e no sangue verdadeiro de Jesus. Assim, Jesus está presente fisicamente na ceia, conferindo-lhe poder sobrenatural. Isso se chama transubstanciação. Por isso, na festa de Corpus Christi os católicos são incentivados a adorar o pão e o vinho da eucaristia, que são a manifestação física de Jesus na terra.

O que a Bíblia diz sobre transubstanciação? A Bíblia nunca diz que os elementos da Santa Ceia se tornam realmente no corpo de Jesus. O objetivo principal da Ceia é lembrar o sacrifício de Jesus e mostrar que cremos nele. Quando tomamos a Ceia declaramos que somos salvos pelo sacrifício de Jesus na cruz e que todos somos parte do corpo de Jesus, a Igreja. Se alguém é salvo, Cristo já vive dentro dele. Quando duas ou três pessoas se reúnem no nome de Jesus, ele já está presente lá (Mateus 18:20). Não é preciso literalmente comer a carne e o sangue de Jesus para O receber em nós.

Jesus disse: “... que o pão era seu corpo e o vinho era seu sangue”. Ele ainda explicou: “... que devemos tomar a Ceia em memória dele, para que ninguém se esqueça do seu sacrifício”.

(1 Coríntios 11:24-26).

Em João 6:53-55, Jesus disse que precisamos comer sua carne e beber seu sangue para ter a vida eterna. Mas Jesus não estava falando de forma literal. Ele estava explicando uma realidade espiritual! Os judeus interpretaram isso literalmente e ficaram escandalizados e Jesus explicou que eles não tinham entendido o que ele queria dizer. (João 6:61-63). Um pouco antes, Jesus tinha explicado que “comerdele significava crer nele. Somos salvos pela fé. (João 6:35). Da mesma forma, tomar a Ceia é símbolo da nossa fé em Jesus.

Jesus instituiu a Santa Ceia como memorial de sua morte, que deve ser celebrado até que ele venha. (1 Coríntios 11:26). Mas Jesus não mandou celebrar o pão e o vinho como sendo seu corpo e sangue verdadeiros. Não há nada de errado em criar festas para celebrar acontecimentos da Bíblia, mas a festa de Corpus Christi se baseia em princípios que não são bíblicosO pão e o vinho não se tornam na carne e no sangue de Jesus. São apenas símbolos, para lembrar de Jesus. Adorar o pão e o vinho no Corpus Christi é idolatria (Romanos 1:25).

A Bíblia diz que cada crente faz parte do corpo de Cristo, que é a igreja. (1 Coríntios 12:27). Quando alguém aceita Jesus como seu salvador, Jesus mora dentro de seu coração. A ceia serve para nos lembrar que Jesus já está dentro de nós. Não tem nenhum poder sobrenatural. Não precisamos de “comê-lo” na ceia para receber sua graça porque já recebemos!Gálatas 2:20.

Desse modo, acima quando me referi à transubstanciação, reitero que perante a  Bíblia, Transubstanciação é a doutrina católica que ensina que o pão e o vinho da Santa Ceia se tornam na carne e no sangue de Jesus. Assim, o pão e o vinho não são apenas símbolos; o crente literalmente come Jesus. A Bíblia não diz que o pão e o vinho se tornam na carne e no sangue de Jesus. De acordo com o ensino da transubstanciação, quando tomamos a Ceia o pão e o vinho deixam de existir e se transformam na carne e no sangue de Jesus. O que está lá é o corpo real de Jesus, mas ainda com a aparência exterior de pão e vinho.

Segundo a Igreja Católica, na Ceia (ou Eucaristia) o padre fala com a autoridade de Jesus, dizendo “este é meu corpo” e “este é meu sangue”. Nesse momento o pão e o vinho se transformam na carne e no sangue de Jesus. Assim, Jesus está fisicamente presente no lugar dessa comida, sacrificado novamente por nós. Por isso, o pão e o vinho podem ser adorados porque agora são Jesus!

Roberto  Costa  Ferreira,  07  Abril  2023

Professor  -  Psicanalista -  Pesquisador

UNIFESP-Universidade Federal S. Paulo



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