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terça-feira, 25 de julho de 2023

Saudação 73, Anos aniversariados e por inteiro ... Acredites ou não!

Tic, tic, tic, personagem não cego, portanto, sem
bengala mas que, faz parte do conto "73", este!

Fui até lá ... Sete décadas e um triênio, cheguei aos 73, aniversariando e por inteiro, brincando de crescer e quem sabe mais tarde virar “gente” ... Antes, que me perdoem os leitores os erros, mesmo os propositadamente exarados no texto seguinte - erros propositais - providos da devida licença poética. 

Nas sociedades primordiais as comemorações eram restritas, na Grécia e no Egito,  apenas para deusas e faraós, na Roma para o Imperador e sua família. Foi na Alemanha, na Idade Média, que os festejos começaram a se tornar mais tradicionais, pois os camponeses iniciaram os festejos de aniversário dos filhos com bolo e velas, uma com a idade da criança e outra que simbolizava a Luz da Vida!

De origem latina a palavra “aniversário” é a junção das palavras “annus” (ano) e “vertere” (voltar) significando “aquilo que volta todos os anos”. É oportuno considerar que tal fato tem origem pagã, estabelecendo relação com a magia e religião, sendo certo que as velas são símbolos de ligação espiritual e proteção. E para reforçar minhas “coisas ditas”, certezas e outros que tais trouxe comigo meus pares. Por primeiro lembrei-me daquele escritor angolano, o dito Mario Pinto de Andrade, em sua brilhante consideração sobre "O valioso tempo dos maduros”, dizendo:

"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.

As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço".

Pois bem, eu também contei meu tempo, e descobri que fazer aniversário é viver sem preço e que houve quem dissesse o contrário, bem como aquele que conhece do poema da segunda eleita, Clarice - Poema de trás para frente e vice versa - dizendo em velado namoro que:

"Ainda te quero como sempre quis.

Tenho certeza que

 Nada foi em vão."

Então, eis-me aqui presente e presenteando-me, comemorando, mesmo contando com a presença dos ausentes, e de modo consistente, sendo certo que o processo de envelhecimento acontece em nível celular ... Já se sabe! Aliás, um achado fascinante: que as células da pele de um recém-nascido se divide em até 90 vezes. As de pessoas mais velhas, vinte! É parte de um mecanismo biológico natural, embora, há que se considerar que “elementos externos” interfiram diretamente no material genético, acelerando o desgaste estrutural do organismo, consideradas a variabilidade genética, situações às quais saúdo.

Em razão de “saudações”, discorrendo agora sobre a possível origem da “Saudação73”, bem servida na imagem introdutória do presente pensar, pois que, atualmente uma das siglas mais usadas no hobby é o “73”, mas, de onde vem, qual é a origem, assim como 73 (saudação). Seguem-se algumas teorias, segundo as quais, a primeira, tal origem é atribuída como sinal convencional da saudação telegráfica em razão de um jantar oferecido a Andrew Carnegie em seu 73º aniversário pela “Ordem dos Escritores Militares de Telégrafos”. Tal jantar de referência foi realizado em 27 de Novembro de 1908, e o sinal de “73” foi usado no quadro de seu aniversário. No entanto, há quem indique que o termo foi usado muitos anos antes. 

Outra versão, que para alguns seria a autêntica, é a citada na “Era do Telégrafo e do Telefone”, de 1º de Junho de1934, que surge de uma investigação sobre “as histórias do telégrafo em 1859”, portanto, decorridos 164 anos. Na oportunidade “The Telegraph Association” realizou uma convenção segundo a qual um dos tópicos foi a deliberação sobre a economia de tempo na linha. Um comitê foi nomeado para desenvolver um código objetivando reduzir expressões – padrão a símbolos – ou números. Esse comitê elaborou um código numérico, começando com os números de 1 a 92.

Considerando que a maioria desses símbolos resultou obsoleta ao longo dos tempos, outros caíram em desuso quase que totalmente, mas apenas alguns ainda são usados até recentemente, como é o caso de, talvez o “73” mais usado, que originalmente tinha o significado de “meus respeitos” (meus elogios) e atualmente resume-se a “Saudação”! Contudo, se existe algo em que a maioria das versões de “operadores de rádio e amadores de rádio” que ainda se servem e usam o “termo 73” coincidem ao escrever textos, mensagens, cartões QSL etc., é que esse acrônimo não é usado no Plural, ou seja, não é acompanhado pela letra “S” ou por outros qualificadores, como “73s”, “73 Cordiales”, etc.

Outra possível explicação, agora geométrica, para aclarar o real e possível "73" ... Um número primo!

Os números primos são motivo de fascinação desde os primórdios da civilização. Ou pelo menos há cerca de 3.570 anos, quando o escriba egípcio Ahmes, durante o reinado do faraó Apófis 1°, criou o papiro matemático Rhind e registrou, de forma diferente, as frações cujos denominadores eram números primos.

Os matemáticos já dedicaram milhões de horas de estudo aos números primos. Além de serem belos, sedutores e muito úteis, eles também são exasperantes! São partículas da teoria dos números que não têm um padrão evidente — quanto mais números primos são encontrados, mais erráticos eles parecem ser. Será? Considere que, nem sequer o imenso poder dos computadores é de grande ajuda!

Recordemos que um número primo é um número natural maior ou igual a 2 que tem exatamente dois divisores distintos, a saber, 1 e ele mesmo. Um número natural maior ou igual a 2 que não é primo é dito composto. O número 1 não é considerado um número primo nem composto.

Muito se sabe sobre os primos desde a Grécia Antiga. Nessa época já se conhecia um dos pilares da Teoria dos Números – e que os professores da escola básica de hoje ainda devem garantir que seus alunos conheçam: o Teorema Fundamental da Aritmética, que afirma: Qualquer número natural pode ser fatorado como produto de primos. Essa fatoração é única, a menos de uma possível reordenação dos fatores.

Mas, neste longo e tortuoso caminho para revelar os mistérios dos números primos, às vezes surgem curiosidades que acabam deleitando o público em geral. São como fatias deliciosas de conhecimento que nos relembram quão genial é o mundo dos números. Por isso, de vez em quando, os matemáticos, e agora relembro, nos brindam com estas "delícias", enriquecendo a cultura popular. 

O papiro de Ahmes é o documento mais extenso e conhecido
que lança luz sobre a abordagem matemática dos  antigos egípcios.

Os fãs da série The Big Bang Theory talvez se lembrem de Sheldon Cooper dizendo, em resposta às atuais perguntas: - Porque o número 73 é perfeito?

Ainda, que os fãs da série The Big Bang Theory talvez se lembrem de Sheldon Cooper dizendo que "o melhor número é o 73”. Por quê? Porque 73 é o 21° número primo". E Sheldon prossegue:

"O reverso de 73 (37) é o 12° número primo."

"O reverso de 12 (21) é o produto da multiplicação de 7 x 3."

"Em binário, 73 é um palíndromo, 1001001, que, de trás pra frente, é 1001001."

Sheldon provavelmente também gostaria do número tema desta abordagem! Afinal, além de ser primo, ele tem essa mesma simetria poética dos palíndromos (é igual quando lido da esquerda para a direita ou no sentido inverso) como bem construiu Clarice Lispector, na referência acima! No entanto, ele é mais "diabólico"! Eu também já fui, em determinadas oportunidades ...

Senão vejamos, em razão do "grande caçador de primos", tratando-se do engenheiro elétrico e matemático americano Harvey Dubner (nascido em 14 de julho de 1928 e tendo falecido em 23 de outubro de 2019 ), morador de Nova Jersey,  conhecido pelas suas colaborações para a busca de grandes números primos, momento que tal número foi encontrado, de difícil localização.

Acontece que outro matemático, Cliff Pickover — o nosso contador de histórias — também percebeu que este tal número tinha algumas características pitorescas, portanto, também "um primo". É outro significativo autor de 50 livros, "nesta praia" e sobre temas que variam de matemática e medicina até a vida após a morte e inteligência artificial.

Clifford Alan Pickover, nascido em 15 de Agosto de 1957, contando atualmente 65 anos,  também editor e colunista americano nas áreas de ciência, ficção científica, inovação e criatividade, por muitos anos trabalhou no IBM Thomas J. Watson Research Center em Yorktown, Nova York, onde foi editor-chefe do IBM Journal of Research and Development. Seu objetivo declarado consiste em: "expor a uma audiência ampla as maravilhas da ciência e da matemática". Para isso, ele utiliza conceitos lúdicos, mas complexos, como "números de vampiros" e "hipercubos mágicos". 

"A matemática é o martelo que quebra o gelo do nosso inconsciente", concluiu Pickover.

Ainda que, tal número "73", e nessa ordem, principia com o número SETE, momento que podemos dizer, é o Espírito na Terra, apoiado nos Quatro Elementos; ou seja, a Matéria "iluminada pelo Espírito". É a Alma servida pela Natureza!

"Ele é o número da Perfeição Divina, pois no sétimo dia Deus descansou de todas as suas obras."

Temos ainda, sete notas musicais, sete cores no arco-íris, sete dias na semana ... Também, Francis Bacon, (nascido em 28 de outubro de 1909 – 28 de abril de 1992) foi um pintor anglo-irlandês de pintura figurativa. Descendente colateral de Francis Bacon, produziu algumas das imagens mais emblemáticas da humanidade ferida e traumatizada na arte pós-guerra. Tirando inspiração do surrealismo, do cinema, da fotografia e dos Antigos Mestres, ele forjou um estilo disto que o tornou um dos mais reconhecidos expoentes da arte figurativa nas décadas de 1940 e 1950.

Concentrou suas energias em retratos, muitas vezes retratando hábitos dos bares e clubes do bairro do Soho em Londres. Mas seus sujeitos sempre foram retratados como distorcidos violentamente, apresentados não como tipos sociáveis ​​e carismáticos, mas como almas isoladas presas e atormentadas por dilemas existenciais.

Um dos pintores britânicos mais bem sucedidos do século XX, a reputação de Bacon foi aumentada ainda mais durante o retorno à pintura na década de 1980, e depois de sua morte ele foi visto por alguns como um dos pintores mais importantes do mundo. Disse certa vez:

O trabalho do artista é sempre aprofundar o mistério”. Uso este enfoque em grande parte da minha produção científica", declarou ele à BBC News Mundo.

"Descobri que dar nomes a certos números ou conceitos matemáticos ajuda a estimular o interesse nas pessoas de todas as idades."

"O nome ajuda a concentrar a atenção e a discussão, rejuvenescendo o interesse dos estudantes pela matemática."

Neste contexto, debrucei-me sobre os significados por trás do número 3, que completa o "73", simbolizando  a figura sagrada da Trindade. Três também são os Reis Magos que presenteiam o recém-nascido Jesus, quando acontece o seu nascimento. Na cultura popular, vemos o número em diversas histórias: três são os porquinhos, assim como os mosqueteiros. Significa ainda a afirmação ... Pedro nega três vezes. Antes que o galo cante três vezes ... Três testemunhas!   

Desse modo, enxergo que "não conseguimos viver sem os números”. Já tentou? É impossível. Eles são os responsáveis pelo funcionamento de tudo ... Ou, quase tudo! Ninguém é capaz de viver sem o auxílio de um calendário; passamos o dia olhando as horas e a temperatura; dependemos dos números para o funcionamento da sociedade desde a Antiguidade. Precisamos deles para encontrar, basicamente, qualquer endereço no mundo todo ou para fazer uma simples ligação no smartphone ... A linguagem universal são eles ...

Em caso de uma invasão ou um contato com vida de outro planeta, seria por meio dos números que nós estabeleceríamos contato, pois os números também são expressões e forças da natureza. Há solidez na ideia da existência deles! Por oportuno, você já parou para pensar sobre a força simbólica dos números, de acordo com pseudociências esotéricas, como a numerologia ou a astrologia? Já parou para pensar quais os significados do número 3 na numerologia?

No mundo musical, a formação com três músicos é chamada de “power trio, devido à sua capacidade de inventividade e força energética. Descubra o que pode indicar a recorrência do número 3 em episódios do seu cotidiano, e qual a leitura que se pode fazer dele à luz da numerologia e da espiritualidade, bem como com o auxílio do "feng shui" e da "Bíblia".

Assim, inverte-se o início dessa história: "Era uma vez um caçador, um contador de histórias e um número sinistro. Mais precisamente, trata-se de um número primo — ou seja, que é divisível somente por 1 e por ele mesmo". Oportunamente, diante do exposto e para complemento desta história, reitero que "estou na melhor das idades"! Ou não?

Finalizo meus votos, no abraço do angolano Mário Pinto de Andrade referindo:

"Meu tempo tornou-se escasso ... Quero viver ao lado de gente humana ... que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos ... Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial!"

 

Roberto  Costa  Ferreira, 05 / 08

HILASA SA-Instituto Letras, Artes

SANTO AMARO-SÃO PAULO/SP

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