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Tic, tic, tic, personagem não cego, portanto, sem bengala mas que, faz parte do conto "73", este! |
Nas sociedades primordiais as
comemorações eram restritas, na Grécia e no Egito, apenas para deusas e faraós, na Roma para
o Imperador e sua família. Foi na Alemanha, na Idade Média,
que os festejos começaram a se tornar mais tradicionais, pois os camponeses
iniciaram os festejos de aniversário dos filhos com bolo e velas, uma com a
idade da criança e outra que simbolizava a Luz da Vida!
De origem latina a palavra “aniversário”
é a junção das palavras “annus” (ano) e “vertere” (voltar)
significando “aquilo que volta todos os anos”. É oportuno considerar que
tal fato tem origem pagã, estabelecendo relação com a magia e religião, sendo
certo que as velas são símbolos de ligação espiritual e proteção. E para reforçar
minhas “coisas ditas”, certezas e outros que tais trouxe comigo meus
pares. Por primeiro lembrei-me daquele escritor angolano, o dito Mario
Pinto de Andrade, em sua brilhante consideração sobre "O valioso
tempo dos maduros”, dizendo:
"Contei
meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do
que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do
que futuro.
Sinto-me como aquele menino
que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou
displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço".
Pois bem, eu também contei meu
tempo, e descobri que fazer aniversário é viver sem preço e que houve quem
dissesse o contrário, bem como aquele que conhece do poema da segunda eleita,
Clarice - Poema de trás para frente e vice versa - dizendo em velado
namoro que:
"Ainda te quero como
sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão."
Então, eis-me aqui presente e
presenteando-me, comemorando, mesmo contando com a presença dos ausentes, e de
modo consistente, sendo certo que o processo de envelhecimento acontece em
nível celular ... Já se sabe! Aliás, um achado fascinante: que as células da
pele de um recém-nascido se divide em até 90 vezes. As de pessoas mais velhas,
vinte! É parte de um mecanismo biológico natural, embora, há que se considerar
que “elementos externos” interfiram diretamente no material genético,
acelerando o desgaste estrutural do organismo, consideradas a variabilidade
genética, situações às quais saúdo.
Em razão de “saudações”, discorrendo
agora sobre a possível origem da “Saudação73”, bem servida na imagem
introdutória do presente pensar, pois que, atualmente uma das siglas mais
usadas no hobby é o “73”, mas, de onde vem, qual é a origem,
assim como 73 (saudação). Seguem-se algumas teorias, segundo as quais, a
primeira, tal origem é atribuída como sinal convencional da saudação
telegráfica em razão de um jantar oferecido a Andrew Carnegie em seu 73º
aniversário pela “Ordem dos Escritores Militares de Telégrafos”. Tal
jantar de referência foi realizado em 27 de Novembro de 1908, e o sinal
de “73” foi usado no quadro de seu aniversário. No entanto, há quem
indique que o termo foi usado muitos anos antes.
Outra versão, que para alguns
seria a autêntica, é a citada na “Era do Telégrafo e do Telefone”, de 1º
de Junho de1934, que surge de uma investigação sobre “as histórias do
telégrafo em 1859”, portanto, decorridos 164 anos. Na oportunidade “The
Telegraph Association” realizou uma convenção segundo a qual um dos
tópicos foi a deliberação sobre a economia de tempo na linha. Um comitê foi
nomeado para desenvolver um código objetivando reduzir expressões – padrão a
símbolos – ou números. Esse comitê elaborou um código numérico, começando com
os números de 1 a 92.
Considerando que a maioria desses
símbolos resultou obsoleta ao longo dos tempos, outros caíram em desuso quase que
totalmente, mas apenas alguns ainda são usados até recentemente, como é o caso
de, talvez o “73” mais usado, que originalmente tinha o significado de “meus
respeitos” (meus elogios) e atualmente resume-se a “Saudação”! Contudo,
se existe algo em que a maioria das versões de “operadores de rádio e
amadores de rádio” que ainda se servem e usam o “termo 73” coincidem
ao escrever textos, mensagens, cartões QSL etc., é que esse acrônimo não é
usado no Plural, ou seja, não é acompanhado pela letra “S” ou por outros qualificadores,
como “73s”, “73 Cordiales”, etc.
Outra possível explicação, agora geométrica, para aclarar o
real e possível "73" ... Um número primo!
Os números primos são motivo de
fascinação desde os primórdios da civilização. Ou pelo menos há cerca de 3.570
anos, quando o escriba egípcio Ahmes, durante o reinado do faraó
Apófis 1°, criou o papiro matemático Rhind e registrou, de forma
diferente, as frações cujos denominadores eram números primos.
Os matemáticos já dedicaram
milhões de horas de estudo aos números primos. Além de serem belos, sedutores e
muito úteis, eles também são exasperantes! São partículas da teoria dos números
que não têm um padrão evidente — quanto mais números primos são encontrados,
mais erráticos eles parecem ser. Será? Considere que, nem sequer o imenso
poder dos computadores é de grande ajuda!
Recordemos que um número primo
é um número natural maior ou igual a 2 que tem exatamente dois divisores
distintos, a saber, 1 e ele mesmo. Um número natural maior ou igual a 2 que
não é primo é dito composto. O número 1 não é considerado um número primo nem
composto.
Muito se sabe sobre os primos desde
a Grécia Antiga. Nessa época já se conhecia um dos pilares da Teoria
dos Números – e que os professores da escola básica de hoje ainda devem
garantir que seus alunos conheçam: o Teorema Fundamental da Aritmética,
que afirma: Qualquer número natural pode ser fatorado como produto de primos.
Essa fatoração é única, a menos de uma possível reordenação dos fatores.
Mas, neste longo e tortuoso caminho para revelar os mistérios dos números primos, às vezes surgem curiosidades que acabam deleitando o público em geral. São como fatias deliciosas de conhecimento que nos relembram quão genial é o mundo dos números. Por isso, de vez em quando, os matemáticos, e agora relembro, nos brindam com estas "delícias", enriquecendo a cultura popular.
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O papiro de Ahmes é o documento mais extenso e conhecido que lança luz sobre a abordagem matemática dos antigos egípcios. |
Ainda, que os fãs da série The
Big Bang Theory talvez se lembrem de Sheldon Cooper dizendo que
"o melhor número é o 73”. Por quê? Porque 73 é o 21°
número primo". E Sheldon prossegue:
"O reverso de 73 (37) é o
12° número primo."
"O reverso de 12 (21) é o
produto da multiplicação de 7 x 3."
"Em binário, 73 é um
palíndromo, 1001001, que, de trás pra frente, é 1001001."
Sheldon provavelmente
também gostaria do número tema desta abordagem! Afinal, além de ser primo,
ele tem essa mesma simetria poética dos palíndromos (é igual quando lido da
esquerda para a direita ou no sentido inverso) como bem construiu Clarice
Lispector, na referência acima! No entanto, ele é mais "diabólico"!
Eu também já fui, em determinadas oportunidades ...
Senão vejamos, em razão do "grande
caçador de primos", tratando-se do engenheiro elétrico e matemático
americano Harvey Dubner (nascido em 14 de julho de 1928 e tendo falecido em
23 de outubro de 2019 ), morador de Nova Jersey, conhecido pelas suas colaborações para a
busca de grandes números primos, momento que tal número foi encontrado, de
difícil localização.
Acontece que outro matemático,
Cliff Pickover — o nosso contador de histórias — também percebeu que este
tal número tinha algumas características pitorescas, portanto, também "um
primo". É outro significativo autor de 50 livros, "nesta praia"
e sobre temas que variam de matemática e medicina até a vida após a morte e
inteligência artificial.
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"A matemática é o martelo que quebra o gelo do nosso inconsciente", concluiu Pickover. |
"Ele é
o número da Perfeição Divina, pois no sétimo dia Deus descansou de todas as
suas obras."
Temos ainda, sete notas
musicais, sete cores no arco-íris, sete dias na semana ... Também,
Francis Bacon, (nascido em 28 de outubro de 1909 – 28 de abril de 1992) foi
um pintor anglo-irlandês de pintura figurativa. Descendente colateral
de Francis Bacon, produziu algumas das imagens mais emblemáticas da
humanidade ferida e traumatizada na arte pós-guerra. Tirando inspiração do
surrealismo, do cinema, da fotografia e dos Antigos Mestres, ele forjou
um estilo disto que o tornou um dos mais reconhecidos expoentes da arte
figurativa nas décadas de 1940 e 1950.
Concentrou suas energias em retratos,
muitas vezes retratando hábitos dos bares e clubes do bairro do Soho em
Londres. Mas seus sujeitos sempre foram retratados como distorcidos
violentamente, apresentados não como tipos sociáveis e carismáticos, mas como
almas isoladas presas e atormentadas por dilemas existenciais.
Um dos pintores britânicos mais
bem sucedidos do século XX, a reputação de Bacon foi aumentada ainda mais
durante o retorno à pintura na década de 1980, e depois de sua morte ele foi
visto por alguns como um dos pintores mais importantes do mundo. Disse certa
vez:
“O trabalho do artista é
sempre aprofundar o mistério”. Uso este enfoque em grande parte da minha
produção científica", declarou ele à BBC News Mundo.
"Descobri que dar nomes a
certos números ou conceitos matemáticos ajuda a estimular o interesse nas
pessoas de todas as idades."
"O nome ajuda a
concentrar a atenção e a discussão, rejuvenescendo o interesse dos estudantes
pela matemática."
Desse modo, enxergo que "não
conseguimos viver sem os números”. Já tentou? É impossível. Eles são os
responsáveis pelo funcionamento de tudo ... Ou, quase tudo! Ninguém é capaz de
viver sem o auxílio de um calendário; passamos o dia olhando as horas e a
temperatura; dependemos dos números para o funcionamento da sociedade desde a
Antiguidade. Precisamos deles para encontrar, basicamente, qualquer
endereço no mundo todo ou para fazer uma simples ligação no smartphone ... A
linguagem universal são eles ...
Em caso de uma invasão ou um
contato com vida de outro planeta, seria por meio dos números que nós
estabeleceríamos contato, pois os números também são expressões e forças da
natureza. Há solidez na ideia da existência deles! Por oportuno, você já
parou para pensar sobre a força simbólica dos números, de acordo com pseudociências
esotéricas, como a numerologia ou a astrologia? Já parou
para pensar quais os significados do número 3 na numerologia?
No mundo musical, a formação
com três músicos é chamada de “power trio”, devido à sua
capacidade de inventividade e força energética. Descubra o que pode indicar
a recorrência do número 3 em episódios do seu cotidiano, e qual a leitura que
se pode fazer dele à luz da numerologia e da espiritualidade, bem como com
o auxílio do "feng shui" e da "Bíblia".
Assim, inverte-se o início
dessa história: "Era uma vez um caçador, um contador de histórias e
um número sinistro. Mais precisamente, trata-se de um número primo — ou seja,
que é divisível somente por 1 e por ele mesmo". Oportunamente, diante
do exposto e para complemento desta história, reitero que "estou na
melhor das idades"! Ou não?
Finalizo meus votos, no abraço do angolano Mário Pinto de
Andrade referindo:
"Meu tempo tornou-se escasso ... Quero viver ao lado de gente humana ... que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos ... Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial!"
Roberto Costa Ferreira, 05 / 08
HILASA SA-Instituto Letras, Artes
SANTO AMARO-SÃO PAULO/SP
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