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terça-feira, 1 de agosto de 2023

REFORMADOR e a COLEÇÃO FONTE VIVA - 70 anos de Chico Xavier/Emmanuel – Um passeio!

 


Originalmente, as  mensagens eram publicadas de modo esparso em periódicos da época, especialmente na revista Reformador, da Federação Espírita Brasileira, culminando com a publicação da primeira coletânea em 2 de setembro de 1948, intitulada Caminho, Verdade e Vida.

Órgão Evolucionista, a primeira edição da Revista Reformador veio para completar o quadro de imprensa espírita estabelecida no país desde o ano de 1869. O número 1, ano 1, foi impresso no dia 21 de janeiro de 1883 no ateliê do fotógrafo e jornalista, Augusto Elias da Silva, que se utilizou de recursos próprios para imprimir e distribuir a produção em formato de jornal com quatro páginas. 

Há 140 anos era lançado o periódico Reformador. A redação desde seu lançamento até o ano de 1888 situava-se na rua da Carioca, 120, 2º andar, Rio de Janeiro, no ateliê de Augusto, onde também residia com sua família. Um marco para a história do Espiritismo no Brasil. No mesmo endereço, no ano seguinte, Elias se uniu a outros confrades na fundação da Federação Espírita Brasileira, incorporando a publicação anos mais tarde ao seu material de divulgação.

Já na época e na década de 40 – 1940 – Emmanuel, cujo nome dado pelo médium brasileiro Chico Xavier ao espírito a que atribui a autoria de boa parte de suas obras psicografadas, (tal espírito era apontado por Chico Xavier como seu orientador espiritual) tendo iniciado um projeto extraordinário de comentário e estudo do Evangelho à luz da Doutrina Espírita, (mensagens estas publicadas até mesmo na revista Reformador), compõe sua coleção de “colares de pérolas”.

E para tal resgatou as experiências em Ávila, ao lado de Alcíone, como Padre Damiano (Pão Nosso -1950), bem como as lições em Éfeso, ao redor de João Evangelista e Policarpo de Esmirna, na roupagem do escravo judeu Nestório (Vinha de Luz  - 1951). O benfeitor espiritual compôs sua coleção abordando os mais variados temas, a partir das lições do Cristo. Assim, diante da missão do medianeiro Francisco Cândido Xavier, consolidou-se o monumental repositório de centenas de mensagens interpretativas dos textos do Novo Testamento, sendo certo que, pelo menos em torno de 70 anos Chico Xavier/Emmanuel inauguraram a coleção Fonte Viva (Fonte Viva -1956), convidando-nos a mergulhar nas profundidades da própria alma, à procura dos traços da Lei Divina inscrita em nossa consciência.

Desse modo, destaco a Lição de nº 168 – Entre o Berço e o Túmulo – que ilustro sob minha compreensão, à luz do texto original, conforme:

“Nossa vida na Terra se limita ao tempo que vivemos “entre o berço e o túmulo”. É neste espaço temporal, que o homem detém o "usufruto da terra", com o fim de evoluir e aperfeiçoar-se. Do berço ao túmulo, nossa maior necessidade é de amor! Sem ele, já na origem, os bebês morrem. Por falta dele, os idosos definham. Em sua ausência, a doença floresce!

Muitos livros são escritos a seu respeito. Grupos de pessoas se juntam para tocarem-se e abraçarem-se, em busca dele ... O Amor! Até distorcendo-no e o degradam. Muitos  chamam isso de “fazer amor”, e mostram sua ignorância a respeito dele. Todavia, aquele "amor salvador" é a nossa maior necessidade... Creiam!

Num determinado seminário empresarial sobre relações humanas, o orador referiu-se acerca de um berçário repleto de bebezinhos órfãos, sustentando seu relato em razão de uma observação científica. Numa longa fileira de berços, os bebês ficavam doentes, e alguns deles até morriam — exceto o bebê no último berço. Este passava bem. O médico pediatra ficou intrigado ... Todos eram bem alimentados, tomavam seu “banhozinho” e eram bem agasalhados — não havia diferença quanto aos cuidados que recebiam.

Todavia, somente o bebê no último berço vicejava. Com o passar dos meses, foram trazidos novos bebês, e a história era sempre a mesma: Apenas o bebezinho no último berço passava bem. Por fim, o médico atento nas suas observações logrou identificar que, num determinado horário a faxineira chegando, e, de joelhos, esfregava o chão, de uma ponta a outra no dormitório do berçário. Quando terminava de limpar o piso, ela se erguia, espreguiçava-se e esfregava as suas costas. Daí, dirigia-se ao último berço, pegava o bebê, andava pelo aposento com ele, acariciando-o, conversando com ele, embalando-o nos braços ...

... Depois ela o colocava de novo no berço e partia. O médico ficou observando na noite seguinte, e na noite depois dessa. A cada noite acontecia a mesma coisa. Era sempre "o bebê no último berço que era apanhado, acariciado", falava com ele e “mostrava-se-lhe tais gestos de amor”. E, em todos os novos grupos de bebês trazidos, era sempre o bebê no último berço que vicejava, enquanto os demais ficavam doentes!

A revista Psychology Today disse, em uma de suas publicações, que:

“durante os períodos formativos do desenvolvimento cerebral, certos tipos de privação sensória — tais como a falta de contato e de embalo da criança por parte da mãe — resultam em desenvolvimento incompleto ou prejudicado dos sistemas neuronais que controlam a afeição”.

O bebê aprende a amar com a mãe amorosa. Em questão de minutos depois do parto, forma-se um vínculo entre a mãe e o bebê. Depois disso, expressões recíprocas de amor nutrem o apego entre eles, conforme mostra o livro “Torne Feliz Sua Vida Familiar”, na página 99:a ...

“A mãe inclina-se sobre o bebê no berço, põe a mão no peito dele e o sacode suavemente, chegando o rosto perto ao do bebê e diz: ‘Eu te vejo, meu queridinho’, ou algo assim...

O bebê, naturalmente, não conhece as palavras (que na realidade talvez nem sejam muito lógicas). Mas remexe-se e arrulha de prazer, porque reconhece que a mão brincalhona e o tom da voz lhe dizem claramente: ‘Eu te amo! Eu te amo!’

Sente-se reconfortado e seguro. Os bebês e as criancinhas aos quais se mostra amor apreciam isso, e, imitando o amor, praticam-no, pondo os pequenos braços em volta do pescoço da mãe e dando-lhe entusiásticos beijos. Agradam-se da acolhedora reação emocional que recebem da mãe, em resultado disso. Começam a aprender a lição vital de que há felicidade tanto em dar amor, como em recebê-lo, de que, por semearem amor, também o colhem em troca.

(Atos 20:35; Lucas 6:38)”

Com o decorrer dos anos, muitos estudos confirmaram a necessidade que os bebês têm de amor. A revista Scientific American, recentemente, publicou o seguinte informe:

René Spitz, do Instituto de Psicanálise de Nova Iorque, e sua colega, Katherine Wolf, colheram histórias de 91 bebezinhos de lares de crianças enjeitadas na parte leste dos EUA e do Canadá. Descobriram que os bebês mostravam, de forma persistente: 

     · "evidência de ansiedade e tristeza"; 

     · Seu desenvolvimento físico foi retardado, 

     · e deixaram de apresentar o ganho normal de peso, ou até perdiam peso. 

     · Períodos de insônia prolongada se alternavam com períodos de estupor.

Dos 91, informaram Spitz e Wolf, 34 morreram ‘apesar da boa alimentação e de meticulosos cuidados médicos’.”

Um outro psiquiatra da Flórida, EUA, não me recordo do nome, em sua literatura disse:

“A criança que não é bastante abraçada e acariciada pode vir a tornar-se, quando crescer, uma pessoa isolada, distante ou arredia . . . O contato físico entre genitor e filho é tão essencial na criação dum filho que, em alguns casos, as crianças que não foram abraçadas ou afagadas no primeiro ano de sua vida não sobrevivem.”

Um informe a respeito das descobertas feitas pelo Dr. James Prescott, do Instituto Nacional de Saúde dos EUA, declara:

“Desde o instante do nascimento, muitos americanos se veem privados de algo que poderia impedir que se tornassem criminosos, doentes mentais ou adultos violentos. Este algo é o toque e a afeição física — uma espécie de ‘prazer sensorial’ do qual os humanos carecem tanto quanto carecem de alimento.”

Muitos distorcem esse correto entendimento! Decorrem dele que se  aprenda a dedicação do amor ... Tolerância e humildade ... Enfim! Portanto, nas consequências, a rebeldia complica os melhores planos da vida. Revolta é o atraso lastimável em qualquer procedimento, concluiu “aquele orador da organização referida ao início”.

Portanto, acolhamos as nossas dificuldades, "nossas ausências",  quando não consigamos  extingui-las, sanando-as, mesmo pouco a pouco, sob o esforço de “energia serena”. Não fujamos à luta que a vida nos propõe, na intimidade de nós mesmo e, atendamos ao trabalho do dia a dia, a fim de superarmo-nos. Conservemos a certeza de que é “pelas próprias prestações de serviço ao bem comum”, plenos de “amor construtivo” que a bênção da vitória nos marcará!”

EMMANUEL

(Do livro “Inspiração”, 23, FCXavier, último §-GEEM)

Por: Roberto Costa Ferreira, 31/07/2023 – FEESP.

Atentos a tais enunciados antes do tema

       1. ENTRE O BERÇO E O TÚMULO “Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem, porque as que se veem são temporais e as que se não veem são eternas.” – Paulo. (II Coríntios, 4:18.) Emmanuel. 

       2. O berço nos recebe rodeados de sonhos, sorrisos e esperanças. O túmulo guarda a despedida cheia de lágrimas. 

      3. Esta forma de pensar impede de vermos que nesse intervalo vivemos literalmente ligados ao corpo físico, e sempre às voltas com as peripécias materiais. 

      4. Como nosso cérebro atual não traz registros anteriores ao presente, acreditamos que esta seja a única e verdadeira vida. 

     5. Daí, investirmos toda capacidade interior em conquistas materiais, toda a energia em prazeres fugazes. 

       6.  Mal percebemos que o que julgamos valioso é, na verdade, passageiro.


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