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quarta-feira, 25 de junho de 2025

O ESTOICO E O ESTOICISMO


A Palavra do dia e objetivando clarear o contexto, revela-nos o  estoicismo.
A definição é linda, contudo, sabemos que a prática dela não é tão fácil assim quanto parece:
      • Será que é possível controlarmos nossos pensamentos?
     • Será que é possível controlarmos alguma coisa nessa vida?

Enfim, vale a reflexão, considerando que tal doutrina filosófica fundada por Zenão de Cício (335-264 a.C.), compondo a escola de filosofia helenística que floresceu na Grécia Antiga e na Roma Antiga, e desenvolvida por várias gerações de filósofos, que se caracteriza por uma ética, oportunidade na qual:
   • 1. A imperturbabilidade, a extirpação das paixões e a aceitação resignada do destino são as marcas fundamentais do homem sábio, o único apto a experimentar a verdadeira felicidade.
O estoicismo exerceu profunda influência na ética cristã.
     • 2. Rigidez de princípios morais.
  • 3. Resignação diante do sofrimento, da adversidade, do infortúnio.
Floresceu, tal filosofia, durante dois séculos na Grécia Antiga, e por volta do ano 100 a.C., voltou a ganhar popularidade em Roma. Os textos e ensinamentos dessa filosofia que ainda sobrevivem datam desse período.
Um dos mais conhecidos pensadores dessa época é Sêneca, tendo sido conselheiro do infame imperador romano Nero.

Em uma carta a seu amigo Lucílio, o filósofo fala sobre um dos componentes centrais da virtude:
    • a habilidade de nos blindarmos contra o infortúnio, onde:

"A maioria dos homens míngua e flui em miséria entre o medo da morte e as dificuldades da vida; eles não estão dispostos a viver, e ainda não sabem como morrer. Por essa razão, torne a vida como um todo agradável para si mesmo, banindo todas as preocupações com ela. Nenhuma coisa boa torna seu possuidor feliz, a menos que sua mente esteja harmonizada com a possibilidade da perda; nada, contudo, se perde com menos desconforto do que aquilo de que, quando perdido, não se sente falta. Portanto, encoraje e endureça seu espírito contra os percalços que afligem até os mais poderosos."

ESTÓICO, em seu uso moderno, se refere a uma pessoa que é indiferente ao prazer e à alegria, assim como à tristeza ou à dor.
Não é por acaso que o dicionário da Real Academia da Língua Espanhola (RAE) define estoico em seu primeiro significado, assim como:

"Forte, equânime diante do infortúnio" e o mesmo se aplica ao dicionário de Oxford, que o define como uma pessoa que sofre dor ou problemas sem reclamar ou sem mostrar o que sente.

No entanto, a doutrina estoica se baseia mais em ser guiada pela razão e, como não se pode controlar o que acontece ao seu redor, controlar o que se pensa sobre o que acontece.
Por esta razão, o estoicismo se concentra especialmente nas emoções, às quais se refere como paixões, e que se divide em boas, más e indiferentes:
     • As boas devem ser promovidas,
     • as indiferentes ignoradas e,
     • as más têm que ser tratadas.

A reflexão do estoicismo sobre isso é que as pessoas não são perturbadas pelas coisas que acontecem, mas pelas opiniões que têm sobre essas coisas que acontecem.
Portanto, é uma questão de confrontar essas opiniões e, antes de assumi-las, questioná-las como se fossem hipóteses e não fatos firmes. Tenho dito!


Por:Roberto Costa Ferreira,25jun2025.
Prof. Pesquisa,PedagogistaMed-MEng
Hilasa - Instituto História, Letras, Artes
SANTO AMARO  -  SÃO PAULO  -  SP.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

CORPUS CHRISTI - A Procissão no Império brasileiro - MONARQUIA

 


A Procissão de Corpus Christi no Império brasileiro é o retrato em tela. Neste ato o Imperador Dom Pedro II, seu genro o Príncipe Gastão de Orleans o Conde D’Eu e o Conselheiro Martinho Álvares da Silva Campos aoresentam-se na Procissão de Corpus Christi em 1882.

A charge consta da “Revista Ilustrada”. A Colorização é do Prof. Daniel Jorge Marques Filho, graduado em História pela Universidade Estácio de Sá (2014), sendo certo que a Festa de Corpus Christi é o único dia na liturgia católica em que a presença de Jesus na eucaristia, deixa o recolhimento do sacrário, recipiente que fica em lugar de destaque no altar central das igrejas, e é levado em desfile pelas ruas.


A procissão do Triunfo Eucharistico, assemelhada ao Triunfo do Sacramento, era uma demonstração a ser contemplada, objetivando gerar devoção e não ser esquecida pela cristandade.

A festa é prática religiosa, atualizada pela Monarquia Brasileira com vocação apostólica, ou seja, na qual a religião parece conferir sentido à comunidade política.

O Imperador passava de cabeça descoberta, carregando uma tocha, imitando a piedade de seus antepassados que foram Reis de Portugal, Espanha e Áustria. Ele é seguido por sua corte, os cavaleiros da Ordem de Cristo, os senadores da Câmara Municipal em grande aparato, com suas insignias e bordados, razão o suficiente para o ajuntamento do povo.

Onde quer que o imperador passe nessa ocasião, os moradores das ruas rivalizavam uns com os outros na ostentação de tapeçarias, de ricas sedas e damasco, penduradas nas janelas e balcões de suas residencias.

Tal relato acima exposto resultou extraido, sinteticamente, do Livro "The Brazil and The Brazilians" do Missionario Prebisteriano James Cooley Fletcher, oriundo de 1857.


Por: Roberto Costa Ferreira, 19 de junho de 2025

PEDAGOGISTA-PSICANALISTA- PESQUISADOR

CEP UNIFESP Universidade Federal  São Paulo

HILASA-SP- Instituto de História, Letras e Artes

CORPO de DEUS ... É corpo de homem. Corpo humano!

 


O dom da vida é o bem mais precioso de que Deus nos dotou. Esse dom não se esgota no tempo e no espaço. Pelo contrário, é ad aeternum, para toda a eternidade, e é também, a mais clara demonstração do amor que Ele tem por todas as suas criaturas.

Não se manifesta por acaso. Ao nos dar a vida, Ele também nos conferiu uma individualidade que caracteriza o nosso ser por toda a eternidade.

Ao entender essa condição única, cada um de nós dentro da sua idiossincrasia deve manifestar a mais profunda gratidão por esse fato. Somos únicos. A nossa existência se realiza por fases, em que nascemos e renascemos ... Nas ações, no pensar, no realizar. Sempre com vistas à vida superiormente bela!

Pois bem, a Festa do “Corpo de Deus”, ou Corpus Christi, nos leva a muitas reflexões e sentimentos. O corpo de Deus é corpo de homem. É corpo humano!

Muito bem referendado, em determinado tempo por Fabio Potiguar, então Sacerdote da CNBB atuando na Arquidiocese de Olinda e Recife e  Membro do Instituto Dom Helder Câmara, que aqui observo:

"Deus é um homem. Foi ele, falando ao seu Pai, quem disse a seu respeito. “Tu, porém, formaste-me um corpo. Por isso eu digo: Eis-me aqui” (Hb 10,5-7).

Reitera também que celebrar o corpo de Deus é celebrar o corpo humano. Para mim, disse,  esta mensagem é o que há de mais inédito no anúncio daqueles que viveram e vivem com Jesus. É certo: ele é Deus, mas um Deus de carne e osso. Olhamos para Deus com o mesmo espanto de Adão na narrativa alegórica do livro do Gênesis, quando viu Eva pela primeira vez. “Agora sim, é carne da minha carne e ossos de meus ossos” (Gn 2,23).

A Festa de Corpus Christi é o único dia na liturgia católica em que a presença de Jesus na eucaristia, deixa o recolhimento do sacrário, recipiente que fica em lugar de destaque no altar central das igrejas, e é levado em desfile pelas ruas.

Posto em relevo o dito, agora a meu ver, entendo e sinto melhor o evangelista João, onde:

“No princípio era o Verbo e o Verbo era Deus… e o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 1.14).

Logo, Jesus é carne de nossa carne! E na Eucaristia este Deus-corpo depois vai dizer: “tomai e comei, isto é o meu corpo”. Ele é o pão descido do céu e se torna comida. O Verbo feito carne diz:

“quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida” (Jo 6,54); e ainda:

“o pão que eu darei é minha carne para vida do mundo” (Jo 6, 51).

Neste ponto, chegamos à Festa de Corpus Christi de hoje. E aquele que se fez carne no Natal e que morreu e ressuscitou na Páscoa deixa o seu memorial como refeição e ceia dele mesmo, assim entendido:

“Tomai e comei, isto é o meu corpo… Tomai e bebei, isto é o meu sangue… Fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19).

Sacrifício Pascal de Cristo! O que foi ontem no tempo, na liturgia é hoje, é agora, na humanidade e na Criação! E, se no primeiro instante ele se unia a nós ao fazer-se carne e tomado um corpo, agora é nós que nos unimos a ele ao comer sua carne e beber o seu sangue:

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,56).

Chamemos a isso de comunhão! Logo, celebrar Corpus Christi é fazer comunhão com Deus, por Cristo, no Espírito Santo que se estende a uma comunhão com a vida, a humanidade e a natureza!

De outro modo, em estudos teológicos, que refere-se ao campo de estudo que se dedica à análise e compreensão da fé, da religião e de questões relacionadas ao divino, sendo um campo que busca entender Deus, a experiência religiosa, e a relação entre esses elementos e o mundo, o "Corpo de Deus" pode ser entendido de duas maneiras principais:
     • o corpo físico de Jesus Cristo e,
     • a Igreja como o corpo místico de Cristo.
O corpo de Jesus é visto como a encarnação de Deus, com a Igreja sendo a extensão desse corpo na Terra.

Ainda, o corpo físico de Jesus Cristo:
     • A teologia cristã enfatiza a importância do corpo de Jesus como a manifestação de Deus na forma humana. 
     • A encarnação, morte e ressurreição de Jesus são centrais para a fé cristã, demonstrando a união de Deus com a humanidade.
     • O corpo de Jesus, mesmo após a ressurreição, é considerado glorificado e continua a ser um elemento importante na teologia cristã. 

A Igreja como Corpo Místico de Cristo:
     • A Igreja é frequentemente descrita como o corpo de Cristo, com Jesus como a cabeça e os membros sendo os crentes.
  • Essa metáfora enfatiza a unidade e interdependência dos membros da Igreja, trabalhando juntos sob a liderança de Cristo.
    • A Igreja, como corpo de Cristo, tem um papel crucial na obra de Deus na Terra. 

Tendo em vista outras perspectivas:
     • Em algumas tradições religiosas, o corpo também pode ser visto como o Templo do Espírito Santo, enfatizando a importância de cuidar do corpo como um lugar sagrado.
  • A teologia do corpo, especialmente popularizada pelo Papa João Paulo II, explora a relação entre o corpo, a sexualidade e a espiritualidade, com o corpo sendo visto como um reflexo do mistério divino. 

Em suma, a compreensão do "Corpo de Deus" na teologia envolve tanto o corpo físico de Jesus Cristo quanto a Igreja como seu corpo místico, com o corpo sendo visto como um elemento central na relação entre Deus e a humanidade!

Por: Roberto Costa Ferreira, 19 de junnho de2025

PEDAGOGISTA-PSICANALISTA- PESQUISADOR

CEP UNIFESP Universidade Federal  São Paulo

HILASA-SP- Instituto de História, Letras e Artes

terça-feira, 10 de junho de 2025

Dia da Lingua Portuguesa - Das relações amistosas entre portugueses e espanhóis e os falsos cognatos!


Bandeira de Espanha e Portugal exposta durante partida de voleibol.

Vivemos no dia de hoje - 10 de junho de 2025 - o Dia da Língua Portuguesa,  como antes postei, contudo, tal lembrança realça a importância de possibilitar saber detalhes importantes das relações contidas nestas conexões e vínculos havidas entre portugueses, os aniversariantes, e os espanhóis.

O desenvolvimento de uma maior união e amizade com o Reino de Portugal foi uma ideia recorrente durante o século XVIII por parte dos pensadores espanhóis como Carvajal, Ensenada, Campomanes e Floridablanca. No entanto, em 1762, decorridos mais de duzentos e sessenta anos, ocorreu o conflito luso hispânico, que enfrentou a ambos os Estados.

Portanto, como se observa, tais relações amistosas entre os referidos são um tema complexo e multifacetado, que engloba a história, a cultura, a economia e as relações diplomáticas entre os dois países. Desde a Idade Média, quando existiram conflitos e alianças, até aos dias de hoje, as relações entre Portugal e Espanha têm sido marcadas por uma combinação de cooperação e competição, como identifico:

História:

     • União Ibérica (1580-1640):

Portugal e Espanha foram unidos sob uma única coroa durante este período, o que teve um impacto significativo nas relações e na cultura de ambos os países. 
     • Guerra das Laranjas (1801):
Um conflito militar que surgiu no contexto da Guerra Napoleónica, envolvendo a Espanha e Portugal, que estava alinhado com o Reino Unido. 
     • Tratado de Amizade e Cooperação (1977):
Um marco importante na relação entre os dois países, que estabeleceu uma base jurídica para a cooperação bilateral. 
     • Tratado de Tordesilhas (1494):
Um acordo que estabeleceu a fronteira entre as possessões portuguesas e espanholas no Novo Mundo, contribuindo para a pacificação entre os dois países. 

Cultura e Intercâmbio:

     • Língua e Literatura:

O português e o espanhol são línguas românicas estreitamente relacionadas, com uma história compartilhada que se reflete na literatura e na cultura dos dois países. 
     • Artes:
Portugal e Espanha têm uma história de colaboração e intercâmbio no âmbito das artes, com a troca de artistas, exposições e iniciativas culturais. 
     • Esporte:
A rivalidade futebolística entre Portugal e Espanha, conhecida como Dérbi Ibérico, é um dos maiores clássicos do futebol europeu. Portugal viveu experiencia exitosa recentemente!

Pois bem, Cecília Fernandes, redatora, jornalista e produtora, assinou como autora em 16/10/2022, tal trecho da minha pesquisa, no destaque, que realizei durante o ano anterior de 2022, e que submeti como colaborador ao site Concursos no Brasil, com texto como segue:

No geral, as 15 palavras no Português e Espanhol que são iguais, mas têm significados diferentes são chamadas de “falsos cognatos” ou “falsos amigos”. Na linguística, essas expressões são definidas como 'heterossemânticas', porque possuem sonoridade e escrita semelhante em dois idiomas, mas se diferem na definição. Sobretudo, esse fenômeno decorre do fato que o Português e Espanhol são linguagens derivadas do Latim.

Além disso, ambas surgiram na Península Ibérica, o que os torna "um par idiomático" com afinidade, inteligibilidade e intercompreensão. Como consequência, as palavras são iguais, mas têm significados diferentes. Saibamos pois, mais a seguir:

     1) Aceite ...

Enquanto no Português é um substantivo masculino que se refere ao ato de aceitar algo, ou uma assinatura de título comercial, no Espanhol também é um substantivo masculino, porém, significa óleo, como azeite de oliva ou óleo de cozinha.

     2) Apellido ...

No Português, consiste em um substantivo masculino nominal com referência a uma qualidade de alguém, sendo uma alcunha ou nomeação particular.
No Espanhol, é um substantivo masculino que significa sobrenome, nome de família ou último nome.

     3) Acordarse ...

Ainda que tenha a palavra acordar, com duplo sentido de despertar ou fechar um acordo em Português, no Espanhol a palavra quer dizer lembrar-se
Em Português, é um verbo de regência múltipla e no Espanhol é um substantivo masculino.

     4) Aula ...

No Português, a aula é vista como uma lição ministrada por um professor a um conjunto de estudantes, como aula de matemática. 
Em Espanhol, aula diz respeito especificamente ao conteúdo ensinado, e não à situação da classe.

     5) Brinco ...

Em Português, o brinco é um acessório de beleza utilizado nas orelhas. Por outro lado, em Espanhol utiliza-se como um substantivo para referir-se à brincadeira, enquanto brincar quer dizer pular.

     6) Botiquín ...

Também usado como boteco ou botequim em Português, um tipo de bar popular e de rua. No Espanhol, é um substantivo masculino que significa uma farmácia de bordo ou à maleta de um médico.

     7) Chulo ...

Em Português, é um adjetivo para descrever uma pessoa grosseira e rude, que não tem educação ou delicadeza, mas também pode-se utilizar para descrever um texto ou uma expressão. Por outro lado, pode ser usada no Espanhol para descrever algo que é legal, fofo ou bonito, como uma forma carinhosa de se referir a alguém.

     8) Cola ...

No Português, é utilizado como um substantivo feminino para descrever a cola de papel, ou então como uma gíria que aponta à resposta copiada para exames inscritos, como a cola escolar. 
Em Espanhol, pode ser tanto uma fila de pessoas quanto o rabo de um animal.

     9) Copa ...

Considerado em Português como a parte anexa à cozinha, onde se faz refeições ou guardar alimentos, a Copa é também a sombra de uma árvore, o troféu de uma vitória competitiva ou um torneio esportivo, como a Copa do Mundo de Futebol.
Em Espanhol, por outro lado, refere-se a um tipo de copo específico, semelhante às taças utilizadas para vinho.

     10) Crianza ...

Com pronúncia semelhante ao termo criança em Português, essa expressão em Espanhol diz respeito à criação de algo, ou educação familiar de uma pessoa.

     11) Cachorro ...

Em Português, é uma expressão para se referir ao animal doméstico de estimação. No Espanhol, é uma forma de falar especificamente sobre filhotes, sejam eles de cachorro, de gato ou de outras espécies.

     12) Embarazo ...

Com pronúncia semelhante à palavra embaraço em Português, utilizado para referir-se a um obstáculo ou empecilho, existe uma confusão comum com o termo em Espanhol. Na linguagem espanhola, é um substantivo masculino para gravidez.

     13) Fecha ...

No Português, é caracterizado como substantivo deverbal para a ação de fechar ou bloquear algo. Enquanto isso, no Espanhol é um verbo com o mesmo sentido de datar, estabelecer a data limite ou de vencimento de algo.

     14) Exquisito ...

Enquanto no Português, a palavra esquisito é utilizada como adjetivo para descrever algo anormal, no Espanhol tem o mesmo sentido de algo requintado ou delicioso.

     15) Frente ...

A língua portuguesa utiliza essa palavra como substantivo feminino para descrever algo situado na parte dianteira ou parte anterior que se opõe à parte traseira.
No Espanhol, frente refere-se especificamente à testa.

Resumidamente, e em razão da data - Dia da Língua Portuguesa - tais relações linguísticas revelam uma forte semelhança, devido à sua origem comum no latim vulgar, também conhecido como proto-românica, como dito. Ambas as línguas evoluíram partindo desta raiz, dentro do grupo das línguas ibero românicas, que se desenvolveram na Península Ibérica.
Desse modo residem semelhanças no vocabulário, na sintaxe e conjugação, pois que, tais estruturas gramaticais e a conjugação dos verbos igualmente apresentam muitas semelhanças. 
Fonologicamente, ou seja, os sons da língua, apresenta-se mais variada no português do que no espanhol. Adicionalmente, em razão da Intercompreensão, a semelhança linguística permite uma relativa 'intercompreensão' entre falantes de ambas as línguas, o que é especialmente útil em contextos de viagens e negócios.

Residem diferenças, e tais apresentam-se motivadas pelas seguintes considerações:
  • Pronuncia: Certas palavras e sons pode ser bastante diferente entre os idiomas.
  • Acento: A acentuação das palavras também apresenta diferenças, com o português servindo-se do acento grave, além do agudo e circunflexo.
  • Algumas palavras: Apresentam significados diferentes em português e em espanhol.
Considerações adicionais: Tais idiomas - português e espanhol - apresentam variações linguísticas em diferentes regiões e países, fato que pode gerar algumas diferenças na pronuncia e no vocabulário.

"Portunhol": A proximidade das línguas também gerou a criação do grifo acima, uma espécie de dialeto utilizado em algumas regiões fronteiriças para facilitar a comunicação entre falantes populares de português e espanhol..
  

Por: Roberto Costa Ferreira, 10 de junho de 2025
PEDAGOGISTA -  PSICANALISTA -   PESQUISADOR
CEP UNIFESP-Universidade Federal de São Paulo
HILASA-SP  -  Instituto de História, Letras e  Artes


segunda-feira, 9 de junho de 2025

BEIJO MATERNO ... Da lagartixa à borboleta. O beijo!

 

Beijo de mãe ... Claro mistério do azul etéreo! Sonho sidéreo! LUZ! (Guerra Junqueiro)

Quando uma mãe beija seu filho, algo profundamente extraordinário acontece — não apenas na pele, mas nas regiões mais íntimas do cérebro. Esse gesto desperta uma verdadeira sinfonia neuroquímica de amor, proteção e vínculo. Estudos com neuroimagem revelam que um simples beijo ativa:

— O núcleo accumbens (NAcc), também conhecido como "centro do prazer", cuja estrutura cerebral central envolvida na via de recompensa e nos circuitos de motivação e o sistema dopaminérgico, associados ao prazer e ao fortalecimento do vínculo afetivo.
— A amígdala e o hipotálamo, que processam emoções e reforçam os laços de apego.
— A liberação de oxitocina, o chamado “hormônio do amor”, que aprofunda a conexão entre mãe e filho, reduzindo o estresse em ambos.
— No cérebro da criança, esse contato regula o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, diminuindo os níveis de cortisol e favorecendo um desenvolvimento emocional mais saudável.

Um beijo materno, embora silencioso, é uma poderosa descarga de segurança, amor e memória. Naquele instante, o cérebro da mãe torna-se abrigo — e o da criança, raiz. Por oportuno, os 3 tipos de beijo mais conhecidos são

  • o selinho (beijo de amigo, bastante difundido pela inesquecível apresentadora Hebe Camargo),
  • o beijo de esquimó (nariz com nariz) e,
  • o beijo francês ( beijo de língua).
Estes são apenas alguns exemplos e existem muitos outros tipos de beijo, cada um com seu próprio significado, estilo e elaboração, conforme descrevo também, em torno de mais "quatorze":
  • Beijo cinematográfico: um beijo técnico, sem emoção, geralmente usado em filmes.
  • Beijo arrepio: beijo na orelha.
  • Beijo experimental: beijo com movimentos rotatórios da língua, com a boca sobre o lábio superior do outro.
  • Beijo giratório: beijo com os dois inclinando a cabeça para lados opostos. 
  • Beijo lagartixa: beijo com a língua no olho do parceiro.
  • Beijo tímido: beijo com pouco contato e sem muita emoção.
  • Beijo roubado: beijo inesperado e espontâneo.
  • Beijo apaixonado: beijo com muita intensidade e emoção.
  • Beijo despedida: beijo para marcar a partida de alguém.
  • Beijo de saudade: beijo para expressar a falta de alguém.
  • Beijo de reconciliação: beijo para marcar o retorno de um relacionamento.
  • Beijo na testa: beijo de afeto e carinho.
  • Beijo na orelha: beijo que pode ser um sinal de animação e de desejo.
  • Beijo de borboleta: beijo com os cílios.
O Kama Sutra, por exemplo, descreve 30 tipos de beijo, incluindo beijos nos olhos, na testa e nos dedos do pé. Deve considerar ainda possível o "beijo nos seios"!

Resumidamente, a diversidade de beijos é grande, e cada um deles pode ter significados diferentes dependendo do contexto e dos envolvidos. Contudo, o "beijo de mãe, além de inconfundível, é inesquecível"! 

Por:Roberto Costa Ferreira,09junnhode2025
PEDAGOGISTA - PSICANALISTA -   PESQUISADOR
CEP UNIFESPUniversidade Federal São Paulo
HILASA-SP- Instituto de História, Letras e Artes

SANTO AMARO  - SÃO PAULO - SP.

domingo, 8 de junho de 2025

CARÁ - O TUBERCULO ... Gente, olha o cará ai, ó!


 Gente, olha o cará ai, ó!

Apresento-lhes... O tubérculo.
Transitando pelo mercado eu o vi. Quase me fugiu... Porém, peguei-o na curva. Um pé de cará!

Tal pé de cará tinha um aspecto monstruoso... Algo parecido com a popularmente chamada “elefantíase”, cuja forma sintomática mais conhecida da doença é a filaríase linfática.

A filaríase ou filariose é uma doença parasitária, considerada como doença tropical infecciosa, causada por neumatóides filariais da superfamília Filarioidea, também conhecida como Filariae. A elefantíase é causada quando o parasito obstrói o sistema linfático, afetando principalmente as extremidades inferiores, embora a extensão dos sintomas dependa da espécie de filária envolvida.

Voltando ao cará, o tubérculo, saiu fugido do oeste da África (como D. rotundata), do sul da Ásia (D. alata) ou da China (D. opposita), também chamado de “inhame-da-china”... E veio aportar por aqui, tendo sido espalhadas por viajantes portugueses, espanhóis e árabes. O cará é cultivável e segundo a ONU – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a espécie Dioscorea trifida (cará doce) é originária da América do Sul.

O padre José de Anchieta menciona o cará em seus escritos, louvando seus valores. Seu nome vem de um termo de origem tupi, através do vocábulo ka'rá. O cará doce foi cultivado pela primeira vez pelos índios nas regiões limítrofes entre o Brasil e as Guianas. Completava a roça dos índios, junto com a mandioca, amendoim, batata-doce, etc. É também chamado de inhame, um nome que se origina de línguas do oeste da África.

Mas, aquele “Ser” de conformação anormal, o cará, que quando devidamente tratado e preparado, ao lado e junto, misturado com tambaqui proporcionando a “costelinha de tambaqui com purê de cará”... Nossa, que bossa!

Nem padre escapa e como hortaliça, o cará é um alimento energético.

Por: Roberto Costa Ferreira, 08jun2014.

Em tempo, tal publicação aconteceu no Facebook em 08 de junho de 2014 / SP, conforme e segundo o link: 
https://www.facebook.com/share/p/1AcCDUHhbk/?mibextid=oFDknk

terça-feira, 3 de junho de 2025

FERNANDO VENÂNCIO - Morreu aos 80 anos ... O maior nome da língua portuguesa moderna ...

 



Fernando Venâncio foi um crítico vocal do Acordo Ortográfico de 1990, posicionando-se com argumentos firmes contra as alterações propostas. Em consequência disso, seu pensamento contribuiu significativamente para o aprofundamento do debate sobre a identidade e a autonomia da língua portuguesa. Com efeito, sua visão sobre o vínculo entre o português e o galego alimentou reflexões cruciais sobre a reintegração linguística.

Além disso, Venâncio escreveu para veículos de renome como o Jornal de Letras e a revista Visão. Suas análises eram frequentemente destacadas por sua perspicácia, clareza e estilo envolvente. Por essa razão, ele foi responsável por trazer discussões complexas da linguística para um público mais amplo, tornando-se uma referência constante no campo dos estudos filológicos.

Ele, nascido em Mértola, Portugal, em 13 de novembro de 1944, faleceu na última 6a. feira, ontem - 30 de maio de 2025, em sua terra natal - e tornou-se uma figura proeminente no campo da linguística e da crítica literária. Sua trajetória foi marcada por uma dedicação inabalável ao estudo da língua portuguesa, o que resultou em contribuições notáveis para o entendimento de sua evolução e estrutura. Desde muito cedo, ele demonstrava uma curiosidade aguda pelas nuances do idioma e pelas ideias que moldam a cultura literária.

Durante a juventude, viveu em Lisboa e completou o ensino secundário em Braga. Mais tarde, passou por Vila Nova de Ourém e Lisboa para estudar Filosofia e Teologia. Posteriormente, em 1970, estabeleceu-se na Holanda, onde se especializou em linguística na Universidade de Amesterdão. Sua carreira acadêmica floresceu na Universidade de Nijmegen e posteriormente nas universidades de Utreque e Amesterdão, o que consolidou ainda mais seu prestígio como estudioso.

A obtenção do doutoramento em 1995 marcou uma virada significativa em sua carreira. Com uma tese dedicada à "linguagem em Portugal durante a época de Castilho", Venâncio aprofundou-se em temas como estilo, norma e preconceito linguístico. Essa pesquisa foi posteriormente publicada e reconhecida como uma obra de referência na linguística portuguesa. Lamentável que poucos saibam!

Por outro lado, entre os principais méritos desse trabalho, destaca-se sua capacidade de desmontar os mecanismos sociais por trás da linguagem formal e literária. Por conseguinte, a publicação resultante, Estilo e Preconceito. A Língua Literária em Portugal na Época de Castilho, trouxe uma leitura crítica e inédita dos padrões linguísticos da época. Como resultado, foi amplamente celebrada por acadêmicos e especialistas em filologia.

Publicou também: "Assim nasceu uma língua: Sobre as origens do portuquês", ensaio premiado que desmonta o mito de que o português deriva diretamente do latim, e recupera as origens galegas do nosso idioma. 

Ao longo de sua vida, muito mais publicou:
     • "A luz e o sombreado",
     • "Objetos achados: ensaios literários", e
   • "O português à descoberta do brasileiro".

Grande estudioso da língua portuguesa, Fernando Venâncio deixou uma admirável contribuição no campo da linguística. Tal campo de estudo, a linguística,  recentemente proposta como matéria a ser abolida pela USP, em São Paulo/Brasil, sob o pretexto de baixa demanda e ausência no ensino básico, fatores que motivam possível medida na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas)... Caso a medida seja aprovada, as licenciaturas em Linguística, Grego e Latim seriam encerradas, mas o bacharelado nessas áreas continuará sendo oferecido.... Santa conveniências!

Nascido na vila de Mértola, dito anteriormente, em Portugal, Venâncio formou-se em linguística geral na Universidade de Amsterdam, onde se doutorou e da qual foi professor. Ensaísta, crítico literário e tradutor, colaborou com veiculos portugueses de destaque, como Jornal de Letras (JL), Expresso, Colóquio/Letras e as revistas Ler e Visão. Ainda, produziu uma série de livros que combinam análise crítica e criatividade literária. Entre suas publicações mais conhecidas estão:

   • Uma Migalha na Saia do Universo (1997);

    • Estilo e Preconceito (1998);

    • Os Esquemas de Fradique (1999);

    • Beijo Técnico e Outras Histórias (2015). 

Essas obras representam diferentes facetas do autor, desde sua veia ficcional até sua habilidade crítica. Em todas elas, nota-se um domínio do estilo e uma fascinação pelo poder das palavras. Além disso, sua escrita sempre buscava instigar o leitor, promovendo reflexões sobre a cultura, a identidade e a língua portuguesa.

O legado de Fernando Venâncio se perpetua nas suas obras e nas ideias que defendeu com paixão até o fim da vida, tendo sido um defensor incansável da diversidade linguística e da valorização da língua portuguesa em sua totalidade. Por esse motivo, seus textos ainda são utilizados em cursos de linguística e literatura em universidades, destacando-se pela atualidade de suas observações e pela clareza argumentativa que sempre o caracterizou.

Além de autor respeitado, Venâncio também se destacou como conferencista e pensador influente. Ele participou ativamente de encontros acadêmicos, congressos internacionais e mesas-redondas sobre o futuro da língua portuguesa. Em virtude disso, seu estilo direto e provocador cativava plateias e estimulava discussões acaloradas.

Em 2017, foi nomeado sócio correspondente da Classe de Letras da Academia das Ciências de Lisboa. Essa honraria consolidou sua posição como uma figura essencial para a filologia lusófona. Entre os motivos de seu reconhecimento estão:
      • A profundidade de suas análises sobre a língua;
     • A defesa do português como herança cultural e,
   • O compromisso com o ensino e a difusão do conhecimento linguístico.

Em síntese, um letrólogo, escritor, intelectual, crítico literário, e académico português, também detentor de nacionalidade holandesa.

Por: Roberto Costa Ferreira, 31maio2025.



terça-feira, 20 de maio de 2025

O PEDAGOGO e seu dia - O PEDAGOGISTA, deste conceito - QUE TAIS?

 

Estatueta produzida na Grécia Antiga,
em terracota. Representa o pedagogo.


Residem duvidas ... Portanto, resumindo, o pedagogo é o "prático" da educação, enquanto o pedagogista é o "teórico". Ambos são importantes para o desenvolvimento da educação e para a formação de profissionais qualificados.

Tendo em vista o perfil profissional do pedagogo, considerando-se uma das graduações mais procuradas, a pedagogia forma todos os anos centenas de profissionais habilitados no ensino e aprendizagem, principalmente na educação infantil.

Portanto, quais as características de um pedagogo e qual o perfil para se ajustar adequadamente nesta área? De fato, um conjunto muito específico de:
 • habilidades, conhecimentos e, atitudes, são indispensáveis para qualquer pedagogo.

Logo, bons exemplos são:
    • a empatia e a sensibilidade, além é claro,
    • da capacidade lúdica e de comunicação, aptidões-chave para um bom desempenho em sala.

Então, se você sente que a pedagogia pode ser a sua adequada graduação, considere também o que realiza um pedagogo e suas melhores caracteristicas.

De modo geral, o pedagogo é responsável por:
     • planejar, executar e avaliar processos educativos,
      • em diversos contextos, pois que,
   • tal profissional atua tanto em instituições de ensino,
     • quanto em empresas, hospitais, ONGs e,
   • outros espaços, desempenhando funções que vão além da sala de aula.

Levando-se em consideração as diversas possibilidades de atuação deste profissional, entre suas diversas atribuições estão:
     • o desenvolvimento de projetos,
     • criação de materiais didáticos,
    • coordenação e orientação de atividades educacionais,
  • além da avaliação do desempenho de alunos e professores.

Ou seja, no ambiente escolar, o pedagogo trabalha na gestão pedagógica, colaborando com a direção e outros educadores para implementar políticas educacionais e melhorar a qualidade do ensino.

Já fora do ambiente escolar, o pedagogo pode atuar em áreas como a educação corporativa,  que, em resumo, voltanos ao topo:

"O pedagogo é o "prático" da educação, enquanto o pedagogista é o "teórico".

Ambos são importantes para o desenvolvimento da educação e para a formação de profissionais qualificados. ajudando na formação e desenvolvimento de funcionários.
Ou também pode ser essencial em projetos sociais, implementando programas educativos voltados para a comunidade, considerando que em todas essas funções, o objetivo principal do pedagogo é a promoção do desenvolvimento integral dos indivíduos, tendo em vista suas necessidades cognitivas, emocionais e sociais.

Pensando em como deve ser o perfil do pedagogo, identifico um conjunto de características que tornam este profissional capaz de lidar com os desafios da educação e promover um ambiente de aprendizado eficaz e acolhedor. Entre as principais características de um bom pedagogo estão:
   • Empatia: A capacidade de compreender e se colocar no lugar dos alunos, respeitando suas individualidades e necessidades emocionais. Tal é fundamental para criar um ambiente de aprendizagem positivo.
     Comunicação eficaz: O pedagogo deve saber se expressar de maneira clara e assertiva, tanto na transmissão de conhecimentos e mediação de conflitos, quanto na interação com colegas e alunos.
 Conhecimento pedagógico: Por oportuno, o bem formado pedagogo deve ter um sólido entendimento das teorias e práticas pedagógicas, estando sempre atualizado sobre novas metodologias e tecnologias educacionais, de modo a enriquecer o processo de ensino-aprendizagem.
     Organização e planejamento: Sendo certo que é preciso ter a habilidade de organizar atividades, planejar aulas e projetos pedagógicos de forma estruturada e eficiente, essa característica garante o desenvolvimento de um ensino de qualidade.
     Paciência: Tal, é de fato uma virtude e no caso dos pedagogos, habilidade indispensável para lidar com as diferentes velocidades de aprendizado dos alunos e com os desafios cotidianos que surgem no ambiente educacional.
  Criatividade e flexibilidade: Ser criativo permite ao pedagogo desenvolver estratégias inovadoras e interessantes que captam a atenção dos alunos e facilitam a aprendizagem.
Já a flexibilidade ajuda na adaptação a diferentes situações, em busca de soluções para os imprevistos de um ensino dinâmico e eficiente. Também:

    Compromisso com o desenvolvimento integral: Um integrado pedagogo se preocupa não apenas com o desempenho acadêmico, mas também com o crescimento emocional e social dos alunos, contribuindo para a formação de indivíduos completos e preparados para a vida.

    Trabalho em equipe: Objetivando uma rede de apoio que beneficie o processo educacional como um todo, a habilidade de colaborar com outros educadores, pais e membros da comunidade escolar é fundamental.

    Paixão pela educação: Dentre tantas habilidades, o que realmente não pode faltar em um profissional de pedagogia é a paixão pela educação. Demonstrar entusiasmo e dedicação pelo trabalho educativo inspira os alunos e cria um clima positivo e motivador para o aprendizado.

Desse modo, sabendo o que um pedagogo faz e quais as habilidades necessárias para atuar nesta profissão, é imprescindível considerar, ainda, como se destacar durante o período de estágio, pois que, é nesta fase da formação e da carreira que se adquire muitas das principais habilidades de um pedagogo.

Portanto, é preciso saber se destacar diante da vasta concorrência. Portando,  seguem-se algumas valiosas orientações para aproveitar bem o período de estágio, como:

   • Engajamento Proativo: participe ativamente das atividades e demonstre interesse genuíno pelo aprendizado e crescimento;

     • Observação Atenta: observe e aprenda com as práticas pedagógicas e métodos de ensino dos professores experientes;

   •Relacionamento Interpessoal: construa boas relações com professores, colegas e alunos, estabelecendo uma rede de apoio;

    • Capacidade de Adaptação: mostre flexibilidade ao lidar com diferentes situações e se adapte rapidamente às mudanças no ambiente escolar;

  • Dedicação ao Desenvolvimento Pessoal: aproveite oportunidades para participar de workshops, cursos e leituras adicionais que enriqueçam seu conhecimento e habilidades.

Outros cenários da atuação pedagógica são fundamentais para se considerar, como ao exemplo no relato:

- Pedagogia Hospitalar e sua atuação no mercado.

A educação pode assumir diversas formas e atuar em ambientes variados, se adaptando às necessidades de cada criança e adolescente.

Neste contexto, quando o papel do paciente toma o lugar do estudante, é a pedagogia hospitalar que garante o desenvolvimento deste jovem.

Este profissional de pedagogia atua de forma solidária, nutrindo o aprendizado deste paciente, trazendo a vivência escolar que lhe falta.

Mas essa atuação vai muito além do conhecimento escolar, servindo como apoio emocional e por vezes psicológico.

- o que faz um pedagogo hospitalar?

A função central de um pedagogo hospitalar é a educação especial dentro dos hospitais, oferecendo suporte educacional e pedagógico a crianças e adolescentes internados por períodos prolongados.

Desta forma, o profissional e a instituição de saúde podem assegurar ao paciente a continuidade do processo de aprendizagem durante o tratamento médico.

Entre as principais funções de um pedagogo hospitalar estão:

     • acompanhamento escolar em conjunto com a escola de origem do estudante;

   • realização de atividades pedagógicas que seguem o currículo escolar e se adaptam ao estado de saúde e bem-estar do paciente;

     • integração com a equipe médica, como médicos, enfermeiros, psicólogos e outros profissionais da saúde.

Desta forma, cria-se um ambiente favorável à recuperação do paciente, respeitando suas limitações físicas e emocionais;

     • orientação às famílias, oferecendo todo o suporte necessário para a continuidade dos estudos e o apoio ao aprendizado em casa;

   • adaptação de materiais didáticos e pedagógicos para atender às necessidades específicas de cada paciente.

Além disso, outro ponto pilar muito importante no desenvolvimento da pedagogia hospitalar considera-se:

     • o suporte psicoemocional.

Neste sentido, o papel do profissional é prestar apoio emocional e psicológico por meio de atividades lúdicas e educativas.

Com isso, a criança aprende a lidar com a hospitalização de forma mais leve, o que colabora para a redução da ansiedade e do estresse.


Por:Roberto Costa Ferreira,20maide2025.
PEDAGOGISTA - PSICANALISTA -   PESQUISADOR
CEP UNIFESPUniversidade Federal São Paulo
HILASA-SP- Instituto de História, Letras e Artes
SANTO AMARO  - SÃO PAULO - SP.

domingo, 11 de maio de 2025

Dia das Mães - A mãe que faz de seu filho gente!

Um caso entre o menino Novelo e a garotinha Villa, envolvendo o amor proliferante, solidário, agregador e contagiante. Jovens ainda!

Completaram no dia de hoje -sábado anterior ao Dia das Mães  - 13 anos de vida conjunta, em 10 de maio de 2025 - tendo sido anunciado nas redes sociais - FACEBOOK -  em 08 de julho de 2014, figurando até com sobrenome assim: "Villa do Crochê & Novelo Solidário - promotores de uma Organização sem fins lucrativos".

Nos seus ideais, que já materializados em diversas etapas - o seu projeto de vida compreende ações totalmente voluntárias e sem fins lucrativos - confeccionam e doam enxovais de recém-nascidos para mamães carentes em UBS,  Hospitais e Maternidades Públicos.

Ainda cedo, só no ano de 2019 doaram 502 enxovais. Com o advento da pandemia, a crise financeira  e o desemprego, os pedidos de enxovais aumentaram muito. Restaram ainda mais sensibilizados ... Imaginem!

Para que possam atender a essa demanda precisam comprar, primordialmente,  lãs para confeccionarem as peças dos enxovais, alem de outros materiais como agulhas, linhas, etc. E considerem que cada enxoval é composto do seguinte item produzido:

  • 1 manta, 1 casaquinho, 1 par de sapatinhos e,

  • 1 touquinha, 1 toalhinha de boca, também,

  • 10 fraldas descartáveis, 1 sabonete infantil e,

      • 15 cotonetes ... Ufa!

Portanto, tanta juventude, tanto vigor reunido, quantas mãos se entrelaçam,  bordam, juntam, tecendem, entretecem ... Quanta trama!

Desse modo, com a sua colaboração, conseguem entregar os enxovais  necessários,  por vezes não esperados, necessarios, durante este ano e ainda aumentar  o número de peças de cada ano vindouro!

E no destaque dessa historia, que minha vivencia me permitiu estar, ver, e comemorar, convivendo com tantos atores presentes,  observei que em determinado momento, diante das peças compostas para tal magnânima tarefa, muito além das mãos dos personagens envolvidos nesta trama, senhoras que se harmonizam nesta produção, ocorreu-me localizar alguns instrumentos que ora cotizantes, rebelaram-se: uma agulha atrevida dirigindi-se ousadamente a um novelo de linha:

    ⁃ Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?

Deixe-me, senhora. Disse a linha do novelo.

    ⁃ Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável?

Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

     ⁃ Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

     ⁃ Mas você é orgulhosa. Referiu o novelo.

     ⁃ Decerto que sou. Respondeu a agulha.

Mas por quê? Precisa ser? Indagou o novelo.

Essa é boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose? senão eu?

Você? Esta agora é melhor. Você é que os coses? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?
      ⁃ Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição' aos babados...
Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faco e mando...
     ⁃ Tal qual os batedores que vão adiante do imperador. Disse a agulha.
     ⁃ Você é imperador? Indagou a linha do novelo.
Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só costurando, enquanto eu vou mostrando o caminho, e você vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

Estavam nisto, neste dialogo inútil, pois que, não reside compreensão,  momento que a costureira chegou à casa da baronesa. Nao sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista bem posta às suas serventias, 'ao pé de si', para não andar atrás dela.
Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou, desabando a coser!

Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis 'como os galgos" de Diana ⁃ para dar a isto uma cor poética.

E dizia a agulha:
"Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando, abaixo e acima!

A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa, ativa como quem sabe o que faz, não estando para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando... E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic
plic-plic da agulha no pano.

Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. 
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. 
E quando compunha o vestido da bela ama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, "acolchetando", a linha, para "mofar" da agulha ("mofar da agulha" é uma expressão idiomática usada no idioma português que significa rir ou zombar de alguém, especialmente quando essa pessoa está passando por uma situação difícil ou desfavorável.

A agulha, neste contexto, representa a pessoa que é o alvo da zombaria ou do riso, e "mofar" significa zombar ou fazer gozação) perguntou-lhe:
     ⁃ Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio' das mucamas? Vamos, diga lá?

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
     ⁃ Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto tu ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico!

Contei esta história a meu pai, um dia - alfaiate,  'professor de melancolia' - que vivia a 'tirar diferenças de mim - seu filho mais velho - que me disse, abanando a cabeça:
     -Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Segui adiante, firme no meu proposito, sem muito importar-me, pois que, quem me importava era "a minha senhora - minha mãe - que de modo significativo fez de seu filho gente"!

Por oportuno e em razão deste Dia das Mães, tal expressão "a mãe que faz de seu filho gente" é uma forma idiomática portuguesa que significa o que segue:

"Que uma mãe é fundamental para o desenvolvimento e sucesso de seu filho".

É uma forma de reconhecer o papel crucial que a mãe tem na formação da personalidade e na construção de um futuro promissor para o filho.

À ela, Sra. Olga, minha mãe, minhas homenagens. mãe que fez de seu filho gente! 

Por: Roberto Costa Ferreira, 10maiode2025
Hilasa - Instituto de História,  Letras, Artes.
SANTO AMARO - SÃO PAULO - SP




sexta-feira, 9 de maio de 2025

PAPAS ... OS TREZE LEÕES e AGORA O DÉCIMO QUARTO!

Os 13 papas chamados Leão: uma linha de poder, fé e legado!

Ao longo de quase 1500 anos, 13 papas  tiveram o nome Leon. Alguns foram grandes reformadores, outros governaram apenas alguns dias, mas todos deixaram uma marca na história da Igreja.

Aqui estão todos:

1. Leão I (440–461) – São Leão Magno. Enfrentou Átila, o Huno e consolidou a autoridade do Papa.
2. Leon II (682–683) – Confirmou o Concílio de Constantinopla e foi uma ponte entre o Oriente e o Ocidente.
3. Leon III (795–816) – Coroou Carlos Magno e reforçou o poder papal sobre a Europa.
4. Leon IV (847–855) – Fortificou Roma após os ataques sarracenos e criou a “Cidade Leonina”.
5. Leon V (903) – Seu pontificado foi breve; foi deposto em meio a lutas pelo poder.
6. Leon VI (928) – Governou pouco tempo, numa época instável do papado.
7. Leon VII (936-939) – Apoiou as reformas monásticas e procurou restaurar a disciplina eclesiástica.
8. Leão VIII (963–965) – Considerado por alguns um antipapa, imposto pelo imperador Oton I.
9. Leon IX (1049–1054) – Impulsionou reformas e foi uma figura fundamental antes do Cisma do Oriente.
10. Leão X (1513–1521) – Excomungou Martinho Lutero e viveu o início da Reforma Protestante.
11. Leon XI (1605) – Seu papado durou apenas 27 dias.
12. Leon XII (1823–1829) – De espírito conservador, reforçou o controlo papal e a censura.
13. Leon XIII (1878–1903) – O “papa dos trabalhadores”, criador da Doutrina Social da Igreja.

De guerras e concílios, de reformas e controvérsias...
13 leões que rugiram no trono de Pedro. E, por enquanto, o último!

Por oportuno, um deles, o 13° - Leon XIII (1878–1903) – O “papa dos trabalhadores”, criador da Doutrina Social da Igreja, fazendo-me lembrar de "um ato histórico", no qual, em 19/07/1889 referido Papa de então - Leão XIII - dirigiu-se ao Imperador brasileiro assim se manifestando:

Uma Carta do Papa Leão XIII ao Imperador Dom Pedro II

Em 19 de Julho de 1889 o Papa enviou uma Carta Apostólica ao último Imperador do Brasil condenando o processo de laicização em que vivia o País nos últimos meses da Monarquia.

Em sua mensagem a D. Pedro II, Leão XIII condena a possibilidade de um direito concedido em princípio a religiões não católicas, como o Espiritismo, Positivismo, e o Protestantismo pelo Gabinete Ouro Preto:

"Majestade soube-se que entre os vários projetos anunciados no programa do novo ministério brasileiro, há alguns que, tocando os interesses mais vitais da religião e rompendo o fio das gloriosas tradições deste Império, teriam com efeito, se fossem alcançados, perturbar a paz de consciência, enfraquecer o sentimento religioso dessas populações católicas ou preparar um futuro cheio de perigos para a Igreja Católica, não menos do que para a sociedade civil. Estamos a falar da liberdade de culto e educação e das disposições a ela associadas, que, embora não sejam declaradas abertamente na declaração pública do governo, não deixam dúvidas quanto à sua qualidade e natureza.
Não será necessário aqui apontar a Vossa Majestade que, especialmente nos tempos atuais, em que a necessidade da salutar influência da religião se faz sentir mais do que nunca, em face do constante progresso das desordens morais e sociais. Ordem que eleva a sociedade, pode tornar-se extremamente perigoso e fatal para os negócios públicos, inaugurar num país católico um sistema que não pode ter outro resultado senão enfraquecer ou destruir, nas populações, o único freio moral capaz de mantê-las o cumprimento do seu dever. - As nações que embarcam no caminho dessas inovações tiveram ou deverão deplorar o aumento gradativo de crimes, discórdias, revoltas, a instabilidade do poder e todas as ruínas morais e materiais que se acumulam sobre elas. (...)
Vossa Majestade, ao afastar este infortúnio do vosso Império, contribuirá efetivamente para a sua prosperidade e invocará a vós, a vossa augusta família e à nação brasileira as bênçãos do céu. (....)
Fortalecidos por esta íntima convicção, transmitimos de todo o coração a Vossa Majestade e a toda a Família Imperial a Bênção Apostólica."

Leão XIII alertava ao fato de que afastando a Influência da Igreja Católica na Sociedade Brasileira, estaria condenado a Própria Monarquia e a Estabilidade Nacional.

O fato porém, é que o final do Reinado de Dom Pedro II, abriu aos poucos o caminho para a laicidade no Brasil. Em 19 de abril de 1879 é dispensado para o ensino livre o juramento de fidelidade a qualquer confissão religiosa.

A Lei Saraiva de 9 de janeiro de 1881 declarou elegíveis pessoas de qualquer credo religioso, e em 1888, após aprovação pela Câmara, o Juramento a Igreja Católica e a Monarquia pelos políticos se tornou facultativo.

A questão da laicidade do Estado Brasileiro seria encerrada com a Separação definitiva da Igreja e do Estado durante o Governo de Deodoro da Fonseca em 1890.

Fonte: Les enseignements Pontificaux, Solesmes 1952, La Paix Intérieure des Nations, pp. 162-166./Carta na Íntegra:

https://laportelatine.org/magistere/leon-xiii/lettre-apostolique-e-giunto-a-lempereur-du-bresil

Crédito: Datos Históricos  ... 

Por:Roberto Costa Ferreira,09maiode2025.

HILASA - Instituto História Letras e Artes 

SANTO AMARO  - SÃO PAULO  - SP.


Atual PAPA - Leão XIV - Robert Francis Prevost