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quarta-feira, 23 de julho de 2025

A CHAMA, quando OLÍMPICA! Em tempos de Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 ... Mesmo vivendo durante o ano de 2021.

 

Nesta manhã de sexta-feira, num dia de julho de 2021, parei tudo para presenciar, estando presente e "de olhos vidrados", sentado, grudado,  postado frente à TV, no momento da ocorrência de significativa Solenidade frente a Abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, e tendo a oportunidade de ver tal preciosa manifestação pela vida exuberante e superiormente bela, tocante e no tom em razão do que vivemos no planeta! 

Num pais: JAPÃO de superações,  que soube usar para a confecção do alumínio da tocha olímpica, diversas contribuições de tal metal reciclado... Que tem Naomi Osaka, mulher, negra, asiática, questionadora de suas raízes, escolhendo defender a bandeira japonesa abrindo mão da cidadania norte-americana, mulher de forte opinião, não sendo declaração isolada: 

"Certamente será muito especial representar o Japão ... Não imagino um lugar melhor para jogar minha primeira Olimpíada".

É a expressão máxima do esporte feminino mundial do TÊNIS, superando suas vivências depressivas, seus particulares sofrimentos e que transportando a Tocha Olímpica para acender a Pira Olímpica, proporcionou abrir-se tal qual a uma flor!

Que momento nesta vida, esta minha vida, sob o olhar do Grande Arquiteto do Universo me proporcionou! As imagens desta Cerimônia de Abertura vindas da Baía de Tóquio, reverencia, num respeito profundo à inclusão, por tudo que vi e assisti me emocionou... Levou-me às lágrimas,  lavou minh'alma! Mesmo pelo fato de que, tais Jogos Olímpicos de Tóquio, embora fossem originalmente planejados para 2020, só se materializaram possíveis partindo de então, 23 de julho, à 08 de agosto de 2021, e tudo em razão do adiamento causado pela pandemia de COVID-19. Apesar do referido adiamento, os jogos e sua organização receberam o nome de "Tóquio 2020"!

Uma nação surpreendente e plena em superações,  até da recente internet: anunciou-se mundialmente que o JAPÃO quebrou o "recorde com conexão de 319 Terabits por segundo", sendo certo que tal velocidade, de conexão é tão rápida que seria o suficiente para baixar jogos em um piscar de olhos; "a internet dos sonhos"... Muito distante dos nossos sonhos! E ainda, tendo como um dos destaques uma coreografia com drones formando figuras no céu de Tóquio. Foram 1.824 aparelhos operados simultaneamente por um software, de forma sincronizada. Foi possível ver um enorme globo, simbolizando a Terra, pairando acima no estádio olímpico … Que harmônica sinfonia!

A chama olímpica está acesa novamente e acalentando o espírito olímpico. No final das contas, é uma representação de valores que queremos ver no mundo:

    • a vitória pelo próprio esforço,

    • a ética para atingir objetivos,

    • a aceitação das derrotas e,

   • a persistência para seguir adiante com coragem e determinação.

Diante de tal, nos próximos oportunos dias, serei espectador de muitos momentos emocionantes: vitórias, derrotas, superação, frustrações. Vibrarei e sofrerei juntos aos demais torcedores pelos nossos atletas favoritos, sentirei tal energia diferente no ar. Certamente serei contagiado, nem que seja nos intervalos da minha rotina, por este "vivificante espírito olímpico".

É muito certo que sei, mesmo porque convivo, sabendo que atletas que alcançam a elite esportiva têm uma vida desgastante, de muita disciplina, esforço e renúncia. E talvez esta seja a primeira lição que o esporte pode nos ensinar: a perseguir e trabalhar muito pelos nossos sonhos, porque eles só se concretizarão com o fruto do nosso esforço e muita persistência.

Além disso, tambem sei e estamos habituados a relacionar a competitividade com um ambiente hostil e traiçoeiro, onde os demais são tratados como um empecilho para o nosso sucesso. O esporte subverte esta lógica, sendo comum que grandes adversários sejam também grandes amigos, que muitas vezes dividem o mesmo quarto durante os campeonatos, em uma demonstração de máximo respeito.

Por tal  a significação  maior da expressão "fair play", surgida neste ambiente, para caracterizar uma maneira justa, limpa e leal de jogar. Do mesmo modo, a expressão "espírito esportivo" é definida como “qualidade de quem sabe perder e é elegante ao ganhar uma competição” (esta definição extraída do Dicionário Michaelis).

Outro ensinamento importante vem da aceitação das derrotas e do estímulo para ultrapassar os limites e vencer. Todos os grandes atletas já viram a tão sonhada medalha escorrer pelas mãos por alguns centésimos de segundo ou por um ponto no último minuto. Tiveram que superar a decepção enorme que toma conta nestes momentos e seguir em frente, pois outros campeonatos virão. Já vivi tal experimentação.

Nas Olimpíadas, os sentimentos dos atletas ficam ainda mais intensos, pois, por ser o maior evento esportivo que existe, é o sonho de toda criança que inicia uma atividade esportiva competitiva e conhece de tal possibilidade. Temos oportunidade de ver sonhos de infância se materializando na vida de jovens adultos.

O trabalho de anos é posto à prova em momentos que duram segundos, fração de minutos ou algumas poucas partidas. Um erro e tudo pode ir por água abaixo ... É natural que, nestas circunstâncias, a ansiedade e o medo tomem conta dos participantes, por toda a expectativa criada por eles mesmos e pelos outros. 

Todos carregam dentro de si a missão de conseguir o seu melhor resultado e representar bem o seu país. É uma pressão enorme, uma ansiedade passível de angustia, de ameaça, que bloquea e pode inclusivamente dizer ter “maus pressentimentos” e até posterior quadro de depressão.

São esses fatores que costumam estar por trás das lágrimas que insistem em correr pelo rosto, tanto na alegria da vitória – pelo sentimento de recompensa do esforço – quanto na dor da derrota, que gera a sensação de fracasso.

O espírito olímpico, que hoje reviveu na chama acesa, no final das contas, é uma representação de valores que queremos ver no mundo:

  • a vitória pelo próprio esforço, 

  • a ética para atingir objetivos,

  • a aceitação das derrotas e,

  • a persistência para seguir frente com coragem e determinação.  Principalmente em decorrencia de tempos pandêmicos.

Que espetáculo matinal mundial, para a vida ... E ter o privilégio de sentir a propagação do aconchegante calor da chama olímpica! 

                Roberto Costa Ferreira, 6a. feira, 23/07/2021.

Professor, Psicanalista e Pesquisador

CEP UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo/SP.

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