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quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Hoje é o Dia Internacional da Alfabetização - 08 de setembro!

Estou aqui há algumas horas preparando esta postagem e pensando no que falar a respeito do tema. Ao pesquisar as imagens sobre a data, vi muitas ligadas ao universo infantil, ou seja, a alfabetização sendo relacionada a crianças. Somos brasileiros e, por motivos óbvios, sabemos que a alfabetização do nosso país não está ligada apenas ao universo infantil.

Há muitos jovens e adultos que estão se alfabetizando neste momento, por isso não quis associar a data de hoje apenas ao universo infantil. O ideal seria que essas pessoas tivessem a oportunidade de se alfabetizar na infância, mas não foi possível. Que bom que elas estão tendo essa chance agora!

Parabéns a todos os educadores que se propõem a alfabetizar não só as crianças, mas também os jovens e os adultos. É por meio da alfabetização que podemos mudar de maneira significativa os rumos do nosso país.

De outro modo temos um outro cenário, distante da preocupação básica, elementar e convenientemente tratada. Assim creio! E não é esta abordagem agora. A outra preocupação refere-se considerar que há um século, ser analfabeto significava não saber ler ou escrever. Nos países desenvolvidos, esse problema agora é residual.

Mas outro tipo de analfabetismo está surgindo. Mais sutil, mais difícil de detectar, com mais nuances e talvez tão decisivo quanto: não saber interagir com a IA - dita "inteligência artificial".

Essa nova alfabetização não se trata de saber programar ou entender como os modelos funcionam. É algo mais básico:

     ·         saber fazer boas perguntas,

     ·         saber ler as respostas e, acima de tudo, 

     ·         saber desconfiar!

Desconfiar não de forma paranoica, mas com critério. Distinguir quando estamos usando a IA... e quando a IA esta nos usando...

Algumas pessoas usam esses sistemas como se fossem um Google vitaminado ou uma calculadora com esteroides. Ele faz uma pergunta, copia a resposta e pronto... Outras pessoas — cada vez mais — estão aprendendo a conversar com eles. A expandir seus limites. Para gerar ideias que nem a máquina sozinha nem eles sozinhos teriam sido capazes de produzir. Pois que, a tal "inteligência artificial é natural"!

A chave não é a ferramenta, mas como você a usa. E para isso, é preciso ter conhecimento em IA. A questão vai além de quem faz o quê com o ChatGPT. Sistemas como o Deep Research estão começando a automatizar tarefas que, até recentemente, eram executadas sistematicamente. Embora seja tentador comparar os impactos da automação por IA com os das revoluções industriais do passado, essa visão é limitada!

A IA é, possivelmente, mais transformadora do que o motor a combustão ou a própria internet, pois representa uma mudança fundamental na forma como decisões são tomadas e tarefas são executadas. Ela não é:

     ·         apenas uma nova ferramenta ou fonte de energia, mas,

  ·   um sistema capaz de aprender, se adaptar e tomar decisões de forma autônoma em praticamente todos os setores da economia e aspectos da vida humana.

Justamente por possuir essas capacidades, por escalar de forma exponencial e não estar limitada por fronteiras geográficas, a IA já começou a superar os seres humanos em diversas funções. Isso sinaliza o advento de uma era de inteligência pós-humana. O Goldman Sachs estima que:

     ·         46% das tarefas administrativas e,

     ·         44% das atividades jurídicas poderão ser automatizadas na próxima década.

Nos setores financeiro e jurídico, funções como:

     ·         análise de contratos, detecção de fraudes e,

   ·   consultoria financeira estão sendo cada vez mais desempenhadas por sistemas de IA, que processam dados com maior rapidez e precisão do que os humanos.

Instituições financeiras vêm adotando rapidamente a IA para reduzir custos e aumentar a eficiência, o que coloca em risco muitas funções de entrada nesses mercados. Bancos globais podem cortar até 200 mil empregos nos próximos três a cinco anos em razão da automação por IA. Ironicamente, empregos em programação e engenharia de software estão entre os mais vulneráveis à expansão da inteligência artificial.

Embora se espere que a IA aumente a produtividade e torne tarefas rotineiras mais eficientes —beneficiando tanto programadores quanto não programadores —, alguns profissionais da área confessam:

     ·         estar se tornando excessivamente dependentes das sugestões geradas pela IA,

     ·         o que pode enfraquecer suas habilidades de resolução de problemas.

Este é um panorama possível e próximo. Portanto, reitero meus parabéns àqueles que agem, praticam exercitando o ofício de alfabetizar, sem considerar instâncias, mesmo aqueloutros meramente preocupados com a abordagem!

Parabéns,  mesmo!

Por: Roberto Costa Ferreira - 30ago25.

Prof, Pesquisa,Pedagogista,Med-MEng

CEP/UNIFESP - Univ.Federal São Paulo

HILASA-SP-Instit. História Letras Artes

SANTO AMARO - SÃO PAULO - SP.

#diainternacionaldaeducacao

#8desetembrodiamundialdaalfabetização

#linguaportuguesa

 

sábado, 6 de setembro de 2025

10 ANOS, ANIVERSARIANDO ... CONSELHEIROS & MOVIMENTOS - Santo Amaro/SP!

Logotipo do Fórum Regional de Saúde Sul desenvolvido por seu coordenador Roberto Costa Ferreira. 

Na atualidade os Movimentos tenderam a ter uma nova configuração:
• porque suas ações passaram a ser mais propositivas,
• do que reivindicativas!

Na oportunidade, em 1970, onde tinha 20 anos e conhecera minha esposa, restou nacionalmente reconhecido por sua proporção e conquistas, o Movimento de Saúde da Zona Leste (MSZL), em São Paulo, que teve início nesta década - de 1970 -  e foi um dos principais pilares da construção popular do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1988, dentro do pacote de transformações sociais que trouxe a Constituição Federal.

Mesmo passado mais de 55 anos, o SUS continua sendo tido como um modelo de política pública do setor em todo o mundo.
O Brasil é, inclusive, um dos cinco países do mundo que tratam a saúde como um direito universal e gratuito para todas e todos. E todos colaboramos!
Mas falar do início desta política é, automaticamente, remeter-se à atuação de um conjunto aguerrido de mulheres periféricas que, organizadas e mobilizadas por mais direito à saúde em seus próprios bairros, essas mulheres foram as grandes responsáveis pela criação dos primeiros equipamentos públicos de saúde nos bairros periféricos de SP, onde a omissão do Estado sempre soou mais alto, reunidas quer nas assembleias afins, organizadas, elas se tornaram, além de locais para  cerimônias religiosas, espaços de encontros para mobilização política.
mediante associações comunitárias e de bairros, cotizadas e identificadas com o propósito de desenvolvimento social, econômico, de atenção à saúde em prol da comunidade.

Era então o povo reunido gritando, já naquela época, por representação e reconhecimento de suas demandas junto ao poder público.
Assim como demais donas de casa e outros membros atuantes por direitos da região, inspiraram-se, principalmente, no proposito onde:
“A gente começou se organizar por causa do padre Xavier, que veio pra cá paro Burgo Paulista. Ele falava pra gente se organizar, que o bairro precisava de um monte de coisa, de posto de saúde, de creche. Eu nunca tinha saído de casa pra coisa de partido. Ele foi tentando aglomerar. Nessa época, a igreja tava mudando, se ajustando as realidades locais. A partir dessas reuniões a gente começou a ver as necessidades, o que precisava. E a periferia tava abandonada, largada”, relata Dalva.

“Meu irmão mais velho começou a participar da comunidade São Pedro Apóstolo (Vila Industrial), que era bem envolvida com  a questão social. De lá houve uma organização para melhoria do bairro. Teve o movimento pelo transporte, aí teve a primeira linha de ônibus pro Parque Dom Pedro. Teve movimento para luz, para escola. Mais a maior luta foi a da saúde”, afirma Teresa Mariano, 70, moradora da Vila Industrial, região sudeste de São Paulo.


Assim, também do proposto Conselho de Saúde que, por volta de 1975/80, nascia no Jardim Nordeste (zona leste de SP), mobilizando mais de 8 mil pessoas, que saíram de suas casas para decidir por meio do voto quem seriam os conselheiros e conselheiras de saúde no bairro, exercendo grande influência.

Era o povo gritando, já naquela época, por representação e reconhecimento de suas demandas junto ao poder público.

Antes da criação do SUS, apenas aqueles que tinham emprego formal e carteira assinada, e, portanto, estavam inseridos no mercado financeiro de trabalho, que tinham acesso à saúde.

Até ali, o serviço não era oferecido diretamente pelo Estado, mas por meio de fundos de aposentadoria. O resultado disso era a intensificação das desigualdades, já que só tinha direito aos cuidados no setor quem apenas quem contribuia com a Previdência.
Dona Dalva da Silva, 60 anos, que conheci "velhinha" pois que atuava na região vendendo livros, e ela era moradora da Vila União, na zona leste de São Paulo, é hoje uma memória viva desse período permeado por ausência de direitos.

E aqui trago parte de seu relato:

“Na época não tinha o SUS, só o INPS e só tinha direito quem era registrado em uma empresa. Por isso que depois que entrou o SUS, muito tempo depois, sendo um atendimento de direito universal. Isso veio depois, com a batalha dos movimentos de saúde para o atendimento ser universalizado. Aqui no Burgo ( bairro da zona leste), foi essa organização que fez implantar o primeiro posto”.

Dois grandes fatos foram fundamentais para o que aconteceu a partir da zona leste e se estendeu para as outras regiões periféricas em SãoPaulo:
• um deles foi a presença da Igreja Católica nos bairros e o outro,
• a atuação dos médicos que pensaram, junto às comunidades, a Reforma Sanitarista no Brasil.

Tal exemplo prolifera até hoje na região de Cangaiba/Penha, onde o politoco/medico, ex-vereador Gilberto Natalício atua por cerca de 55 anos, atendendo nos fins de semana a comunidade carente, em local -região do Cangaiba - onde, para festas de fim de ano, eu e famíliares de minha esposa  comprávamos leitão para engorda e posteriormente Natal!

Queria aqui pontuar que, não fora a atuação através do Movimento Polular de Sto. Amaro - que nestes tempos vive seus 10 anos de Vida - eu não estaria/teria atuado no CMS.

E  lá vivido com estreita colaboração da STS SACA que, na Supervisão da Dra. Mariangela/Cidade Campos, me referendadas para representar na EtSUS/SUL, e lá, neste conjunto de forças, ter o privilégio de - compartilhar Marcelo Scrocco, diretor - construirmos um "painel local", retratando:
• "o quadro de violência infantil na periferia da zona Sul".
Tal virou apresentação no CMS que originou a equipe multidisciplinar atuante na saúde das Supervisões local, sob o olhar do Secretário de então e da Dra. Sandra Sabino, propositura da experiência local em M'Boy Mirim.

Na Escola Municipal, resultado das experiências da EtSUSSul, apreciamos projetos e ajudamos aprovar passagens marcantes:
• Aprovação da Atuação Enfermeira nas frentes de atendimento nas Unidades de Saude;
• Aprovação da atuação e ampliação dos requisitos obrigatórios de "manutenção do FARMACEUTICOS nas Farmácias em Postos de atendimento em UBS;
• Revestido e ampliação das competências do Docto. Norteador (partindo de 2013, para as conferencias);
• Estudo com olhar jurídico da Norma 141e respectivas responsabilidades;
• Adequação das bases para estudo, nas Conferências, quer de âmbito Municipal, Estadual e por consequência Estaduas, através de Competencia Delegada ao CMS de São Paulo momento que eu e a conselheira  adjunta da Comissão de Educação Permanente "fomos investidos nesta tarefa, "atendendo ao requisito de construção, partindo de PROPOSTAS para DIRETRIZES, construindo o legado de estudo "do Que são Diretrizes";
• E toda a vivência e experiência que eclodiram nas ações decorrentes - com o CORTES, momento que construímos os primeiros textos do Hábitos e Procedimentos

Por: Roberto Costa Ferreira - 30ago25.
Prof,Pesquisa,Pedagogista,Med-MEng
HILASA-SP-Instit.História Letras Artes
SANTO  AMARO  -  SÃO  PAULO  -   SP.

terça-feira, 2 de setembro de 2025

O Movimento Popular de Saúde Pedreira/Campo Grande/Cupecê, finalidade e conquistas e o surgimento do Movimento Popular de Saúde de SANTO AMARO / SP e respectivo FÓRUM REGIONAL de SAÚDE Sul.

Resumo:

O Movimento Popular de Saúde Pedreira/Campo Grande/Cupecê como outros Movimentos que surgiram a partir da década de 70 imprimiram uma nova noção de cidadania através do protagonismo da sociedade civil na conquista de direitos e construção da democracia. Na região de Cidade Ademar a luta se constituiu para a construção de uma rede pública de assistência à saúde tendo como bandeira principal o Hospital Geral de Pedreira. Tendo como foco a análise de sua trajetória histórica-organizativa este apanhado busca apreender suas bases ideológicas e sociais, assim como, as estratégias utilizadas na luta pelo direito à saúde, também sua nova configuração e desafios atuais dentro da nova ordem societária brasileira.

A opção foi por uma pesquisa qualitativa utilizando de observação participante, pesquisa documental e a realização de algumas entrevistas semiestruturadas com ‘militantes do Movimento’, sendo certo que todos restaram lembrados. Percebe-se que sua trajetória de 27 anos foi permeada de muitos desafios e conquistas e que ainda hoje o Movimento Popular de Saúde se mantém bastante atuante, sem ainda hoje, a devida aderência. Indo de encontro à hipótese elaborada foi possível verificar que o Movimento Popular de Saúde Pedreira/Campo Grande/Cupecê foi um importante instrumento na construção da rede pública de assistência à saúde na região desde sua origem marcada pela luta pelo Hospital Geral de Pedreira que durou 17 anos.

TEXTO

Assim como tem participado do processo da construção de toda a rede de assistência à saúde, quer passando pelos Ambulatórios de Especialidades, pelas Unidades Básicas de Saúde desde as mais antigas até a implantação do Programa de Saúde da Família na região. Tempos significativos!

Acompanhando as transformações que se sucedem na sociedade, vem se aprimorando na sua organização e participação, esta última por meio do controle social institucionalizado na sociedade brasileira por meio das conferências e conselhos de saúde.

Desse modo, o Movimento Popular de Saúde Pedreira/Campo Grande/Cupecê, à época, como outros Movimentos que surgiram a partir da década de 70 imprimiram uma nova noção de cidadania através do protagonismo da sociedade civil na conquista de direitos e construção da democracia. Na região de Cidade Ademar, em meados da década de 80, houve um crescimento significativo, contando com grande apoio da igreja católica e coincidindo com o aumento da urbanização da região, de tal sorte que  a luta se constituiu significativa para a construção de uma rede pública de assistência à saúde tendo como bandeira principal o Hospital Geral de Pedreira.

Uma breve síntese qualitativa utilizando de observação como participante, uma vez atuante nesta área, considerei detalhes de sintética pesquisa documental e a lembrança de algumas manifestações de personagens  atuantes à época.

Percebe-se que sua trajetória de 27 anos, até meados de 2015, momento do desligamento deste para o desenvolvimento do Movimento Popular de Saúde de Santo Amaro, foi permeada de muitos desafios e conquistas e que ainda hoje o Movimento Popular de Saúde se mantém atuante.

Indo de encontro à hipótese elencada, foi possível verificar que o Movimento Popular de Saúde Pedreira/Campo Grande/Cupecê se sustentou  num importante instrumento da construção da rede pública de assistência à saúde na região, desde sua origem marcada pela luta pelo Hospital Geral de Pedreira, inaugurado em 26 de junho de 1998, luta esta que durou 17 longos anos, assim como tem participado do processo da construção de toda a rede de assistência à saúde passando pelos Ambulatórios de Especialidades, pelas Unidades Básicas de Saúde desde as mais antigas até a implantação do Programa de Saúde da Família na região.

Acompanhando as transformações que se sucedem na sociedade, vem se sustentando/objetivando manter sua organização e participação, esta última por meio do controle social institucionalizado na sociedade brasileira por meio da atuação nos Conselhos Gestores das unidades, das conferências e conselhos de saúde ao nível de Supervisão e até Conselho Municipal.

O Movimento Popular de Saúde em tela nasceu na região hoje compreendida pela Subprefeitura de Cidade Ademar que se localiza na região sul do município de São Paulo e é formada por 2 distritos: Cidade Ademar e Pedreira. Na atualidade os Movimentos tendem a ter uma nova configuração porque suas ações passaram a ser mais propositivas do que reivindicativas.

Essa fase propositiva se faz verdadeira ao verificarmos que ao tempo, o ainda Movimento Popular de Saúde Pedreira/Campo Grande/Cupecê teve sua participação institucionalizada por meio dos Conselhos de Saúde que são organismos que existem em todas as esferas públicas da área da saúde em que população de maneira organizada faz parte de sua gestão, na condição de Conselho Gestor.

Até que se chegasse a essa nova conjuntura foram muitos os caminhos percorridos, tais caminhos também são parte dessa pesquisa como a luta pela construção do Hospital Geral de Pedreira (HGP) no distrito de Campo Grande, assim como a implantação do Programa de Saúde da Família (PSF) em bairros carentes da região de Cidade Ademar e Pedreira.

A luta pela construção do HGP durou 17 anos e envolveu diversas mobilizações, história que muitas vezes ouvi na Paróquia Santa Clara e São Francisco de Assis, vinculadas à diocese de Santo Amaro, entre os Jardim São Jorge e Jardim São Carlos, caminho para Americanópolis.

Quando do início do movimento a Paróquia acima citada era uma pequena comunidade, espaço onde as famílias se reuniam para uma “reflexão crítica” das suas próprias condições, assim como outras comunidades que abriam suas portas para a mobilização da população da região.

Em 1969, chegando ao Brasil e passando a atuar na Cidade Ademar, no município de São Paulo, onde passou a maior parte de sua vida sacerdotal, Padre Maurílio resultou numa liderança que estimulou a participação da comunidade na busca por direitos básicos à saúde, moradia, educação e ao transporte, e entre suas lutas.

Destaco sua participação no Movimento Popular de Saúde da Cidade Ademar e Região. Padre Maurilio faleceu em 15 de setembro de 2019, aos 86 anos de idade. O resgate desse momento histórico se faz também necessário por esse Movimento ter sido um dos que mais mobilizou a população na luta por seus direitos, excetuando-se o primeiro da zona leste, e que ainda hoje se faz presente, pois que, trata da saúde na ótica das políticas públicas construídas historicamente!

Muitas ainda são as reivindicações para a região na atualidade e o Movimento Popular de Saúde tem como atual bandeira o fortalecimento do Sistema Único de Saúde, priorizando as ações na prevenção e promoção da saúde. Defenderam ainda a implantação e ampliação de serviços preponderantes para cobrir a região e melhorias nos serviços de saúde prestados à população.

Tal Movimento Popular, tendo reuniões mensais, à época, na Sociedade Amigos do Jardim São Jorge – as quais acompanhei por diversas vezes; e também realizando plenárias e outras mobilizações para a discussão das questões de saúde da região. Atualmente tem se articulado com outras redes locais e outras de alcance até municipal em busca da construção de melhores condições não só de saúde, mas de vida para a região, fruto de uma realidade sempre em constantes transformações.

Para realizar este arrazoado, servi-me de observação participante, ocorrendo ainda considerar  lideranças atuantes à época, proliferantes algumas ainda hoje, podendo visualizar melhor sua história e também olhando o cenário atual. A maior parte das pessoas que começaram com o Movimento era ligada a grupos da igreja católica local e também da associação de bairros. Os primeiros membros começaram a trabalhar por iniciativa própria e conforme os seus conhecimentos, mas foram se aprimorando na questão de como atuar diante das questões de saúde e no entendimento do SUS.

Hoje, o movimento se apresenta com a denominação vigente devido alguns elementos integrante que vieram compô-lo à época residirem na região. Na oportunidade, cerca de 25 pessoas discutiam as questões de saúde, procurando realizarem propostas visando melhorias na rede assistencial, mostrando-se uma atuação propositiva. Era predominante a participação de homens, fato que chamava a atenção porque em sua origem, logo o início, houve uma participação maciça de mulheres, conforme se identificou. 

Lembro-me de personagens marcantes no Movimento, referindo-se alguns, aderentes ao início do Movimento – ANO 2000:

  • a Sra. JUTTA Fusaro oriunda do Campo Belo, o Cortez – João Cortez Neto, o Dagmar, a Sra. Maria José, Sr. Airton Donizete de Góes, Sr. Claúdio, membro do Kenel Clube de Santo Amaro, Izilda da Silva Pedro, o Téo/Teófilo Tavares Paiva – Campo Grande;
  • ANO 1990: o Sr.Francisco Antonio de Oliveira – membro da igreja;
  • ANO 1980: Sr. Geraldo Henrique, Sr. Atarcisio – Campo Grande;
  • ANO 1970: Sr. Antonio Prieto – da Associação de bairro, Sr. TONICO/Antonio Bernardinomembro da igreja e da associação de bairro.

enfim, muitos dos líderes do início do Movimento já não estão mais presentes, mas a estes sempre cabem o valor de suas lutas, por isso, entender essa realidade como um processo dinâmico onde sempre se inserem novos sujeitos e novas aspirações é a base para a construção deste breve  desenvolvimento, visto que ainda hoje muitas lutas se configuram e se fazem necessárias.

Entender a sociedade e as relações que emergem dela, o tempo e o espaço onde nasceu o Movimento Popular de Saúde em Cidade Ademar torna-se parte inerente, pois foi a partir de todo esse processo que o mesmo se organizou em busca de seus direitos e construiu sua história que ora sintetizo.

Em razão do "olhar político esse arrazoado se torna importante para que fique mais uma vez registrado o seguinte":

  • Que "as Políticas Públicas são construções sociais e históricas que respondem às demandas da população".

Daí a importância de se entender os comportamentos  desses Movimentos como parte importante da sociedade para que se superem grandes desigualdades criadas ao longo da história. Sobre o Movimento Popular de Saúde em questão, o mesmo nasceu desse movimento da sociedade e dela é contemporâneo. Nesse sentido a participação da população seja em movimentos, conselhos e conferências, ou seja:

"Correspondem a um instrumento de grande importância na luta da sociedade civil pela afirmação de direitos e exercício da cidadania, ocupando espaços públicos que por muito permaneceram vazios, mas que hoje são e ainda estão sendo legitimados".

A participação popular na região de Cidade Ademar por meio do Movimento Popular de Saúde Pedreira/Campo Grande/Cupecê mostrou-se "um importante instrumento de luta para a construção e consolidação da rede pública de assistência à saúde da região e para o Movimento Popular de Saúde".

Tornou-se também importante a construção dessa apuração no sentido de resgatar e fortalecer sua luta, assim como, para os sujeitos que a compuseram!

Trata-se de breve lembrança de um tempo diferente dos de hoje, da história de luta de pessoas com a coragem daqueles que tiveram a certeza de que a luta é justa e necessária! Faz-se necessário conhecer "o jeito de lutar", o perfil "daqueles tempos do Movimento e mesmo, lembrar de lideranças". O que já fica posto é saber que ainda se exige luta e ainda há aqueles que lutam. E dos que lutam outros serão lembrados ...

Esses movimentos como assinalados anteriormente não surgiram num vazio, mas trazem marcas dos acontecimentos de um passado ... E no processo de luta vão ganhando consciência de que "fracionados não atingirão as transformações estruturais necessárias", as quais somente se efetivarão na luta política.

A presença dos movimentos sociais é uma constante na história política do país, mas ela está cheia de ciclos, com fluxos ascendentes e refluxos (alguns estratégicos, de resistência ou rearticulação em face de uma nova conjuntura ou de novas forças sócio políticos em ação). 

O importante a destacar é que suas ações impulsionam mudanças sociais diversas. A partir de 1990, os movimentos sociais deram origem a outras formas de organização populares, mais institucionalizadas, como fóruns e experiências organizativas, locais, regionais e nacionais.  Ganham força outros tantos movimentos. Os Movimentos Populares propriamente ditos, que nos anos 70/80 foram tão importantes, não desapareceram, eles alteraram suas práticas e perderam visibilidade – política e na mídia, porque suas ações passaram a ser mais propositivas do que reivindicativas. Alguns fatores conjunturais explicam essas mudanças. Eles sempre foram heterogêneos em termos de temáticas e demandas.

O que unifica o universo das suas demandas são as carências socioeconômicas. Eles criaram e desenvolveram, nos anos 90, redes com outros sujeitos sociais, assim como redes dentro do próprio movimento popular propriamente dito. Nas redes com outros sujeitos destacam-se as tecidas com o campo sindical, o campo institucional de outras entidades sociais, o campo político partidário, o campo religioso, o campo das Organizações Não Governamentais (ONGs).

Quer dizer, os movimentos populares criaram, ou ampliaram, ou fortaleceram, a construção de redes sociais.  Até se dividiram como ocorreu na região, surgindo e partindo do Movimento Popular de Saúde Pedreira/Campo Grande/Cupecê, que já continha membros de Campo Grande, subdistrito de Santo Amaro, que por volta de 2015 se "deslocam dessa original composição, momento que se constitui o Movimento Popular de Saúde de Santo Amaro, sob coordenação do Sr. Teófilo - o Téo - e alguns outros atuantes daquele original contexto, passando a compor a atual proposição de Movimento Popular de Saúde de Santo Amaro.

De tal sorte que a REDE PÚBLICA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE na oportunidade - 2008/2010 - e a respectiva distribuição dos estabelecimentos de saúde conforme Distrito Administrativo, Região de Cidade Ademar, dispunha de:

  • 4 serviços na região de Campo Grande,
  • 12 serviços em Cidade Ademar e,
  • 10 outros serviços atrelados às regiões de Cidade Ademar/Pedreira, assim constituindo-se o sistema: por:
  • 01 hospital – Hospital Geral de Pedreira (HGP),
  • 03 Ambulatórios de Especialidades (AE)– Jardim dos Prados, Pedreira e Vila Joaniza,
  • 19 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e,
  • uma Clínica Odontológica de Especialidades (COE), além de contar com:
  • uma Unidade de Referência de Saúde do Idoso (URSI),
  • 06 Assistência Médica Ambulatorial (AMA), sendo certo que:
  • 03 foram implantadas no ano de 2008, assim como, o Centro de Atenção Pisco Social (CAPS) Adulto Cidade Ademar.

Por oportuno, o Hospital Geral de Pedreira - HGP – localizado no distrito administrativo de Campo Grande na ocasião, apresentava-se como um hospital secundário, da Secretaria Estadual da Saúde, gerenciado por uma Organização Social (OS) – Associação Congregação de Santa Catarina. Era a referência hospitalar da região, considerando que a Reforma Administrativa do Brasil que veio no bojo do projeto de saúde resultou num novo modo de conduzir o Estado, a economia e a sociedade. Este projeto teve início no governo Collor em 1990, e continuidade no governo Fernando Henrique Cardoso.

No campo da saúde em 1995, o ministro da Administração Federal e Reforma do Estado, Luiz Carlos Bresser Pereira, apresentou a proposta de Reforma Administrativa do Sistema de Saúde que favoreceu a criação das Organizações Sociais na Saúde (OS). Tais foram criadas através da Medida Provisória nº  1591 de 9 de outubro de 1997 e regulamentada pela Lei 9637 de 15/05/1998 e podendo abranger setores como:

  • ensino, pesquisa, tecnologia, meio ambiente, cultura e saúde e,
  • a partir da transformação de instituições públicas em pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos.

E que na sua administração poderão:

     • Contratar pessoal sem concurso público seguindo as normas do mercado de trabalho e adotando CLT;

     • Adotar normas próprias para compras e contratos;

     • Receber dotações de recursos orçamentários do governo através dos Contratos de Gestão.

Em 1998 foi aprovado no Estado de São Paulo a Lei Complementar 846/98 que autorizou o Governo do Estado a repassar para entidades sem fins lucrativos – as OS - a gestão de hospitais.

No nível municipal, em janeiro de 2006 a Câmara aprovou a Lei 14.132/06 que autorizava o Executivo Municipal a qualificar entidades sem fins lucrativos como Organizações Sociais, mas limitada apenas à área da Saúde.

Até 2007 o governo não conseguira firmar nenhum contrato de gestão, apesar de já ter reconhecido algumas entidades da cidade como OS, que eram praticamente as mesmas entidades reconhecidas anteriormente pelo governo estadual, entre elas a antes referida Associação Congregação de Santa Catarina que já era parceira da Prefeitura de São Paulo no Programa Saúde da Família.

O Hospital Geral de Pedreira desde sua inauguração restou gerenciado pela Organização Social Associação Congregação de Santa Catarina (ASCS). Posteriormente, mediante processo público, tal unidade foi assumida pela SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) em 15 de junho de 2015.

Como antes referido, os movimentos populares criaram, ou ampliaram, ou fortaleceram, a construção de redes sociais.  Até se dividiram como ocorreu na região, surgindo e partindo do Movimento Popular de Saúde Pedreira/Campo Grande/Cupecê, que já continha membros de Campo Grande, subdistrito de Santo Amaro, por volta de 2015 se "deslocam dessa original composição, momento que se constitui o Movimento Popular de Saúde de Santo Amaro, sob coordenação do Sr. Teófilo - o Téo - e alguns outros atuantes daquele original contexto, passam a compor a atual proposição de Movimento Popular de Saúde de Santo Amaro, quais sejam:

  • ANO 2000: a Sra. JUTTA Fusaro oriunda do Campo Belo, Roberto Costa Ferreira, oriundo de Campo Grande; Sr. Cláudio, membro do Kenel Clube de Santo Amaro, o Téo/Teófilo Tavares Paiva – Campo Grande;
  • ANO 1980: Sr. Atarcisio – Campo Grande.

É muito certo que neste ano de 2025, portanto, o Movimento Popular de Saúde de Santo Amaro vive e comemora 10 anos de existência!

Tendo em vista o ano de 2015, o Conselho Estadual de Saúde de São Paulo (CES-SP), por meio de sua Secretaria Executiva, realizou, numa segunda-feira do mês de abril de 2015 (13/4/2015), a reunião discorrendo sobre as Etapas Municipais e Regional da 7ª Conferência Estadual de Saúde de São Paulo, no Departamento Regional de Saúde de  São João da Boa Vista (DRS XIV), em primeiro plano de discussão.

Houve uma apresentação de tal acontecimento, em resumo, num determinado local cedido à UMPS situado no Bairro da Bela Vista, da qual participei. Na ocasião, foi proposta a criação de um Fórum Regional de Conselhos de Saúde, e a primeira atividade já foi agendada para o mês de junho de 2015.

Em 2015, foi realizada a 7ª Conferência Estadual de Saúde de São Paulo (7ª CES-SP), cuja plenária final ocorreu em 24 de julho de 2015, em Águas de Lindóia, da qual participei. Esta conferência foi importante para deliberar propostas estaduais e nacionais e homologar os delegados para a 15ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília.

* Nesta oportunidade, diante de um impasse havido na abertura de tal conferência, ocorreu-me reunir um grupo executivo para deliberar acerca “dessas instabilidades”, surgindo então a ideia de promover um FÓRUM REGIONAL de SAÚDE Sul, a exemplo da proposta oriunda das discussões sobre as Etapas Municipais e Regional da 7ª Conferência Estadual de Saúde de São Paulo, acima referido.  

Desenvolvi o logotipo em uso até nos dias atuais e, nesta Conferência, dialogando com conselheiros investidos Delegados, presentes e oriundos de regiões da Coordenadoria de Saúde Sul do município de São Paulo, propus criarmos o referido Fórum: Sr. Hamilton Pontes Cabral – Cidade Ademar; Sr. Toninho (@toninhofp2014) – Parelheiros/SP; Sr. Jorge (dum-dum – já falecido), cuja foto resultou extraída e divulgada num cenário de Praça Pública em Águas de Lindóia, no segundo dia da Conferência, após horário de almoço. Membros tais que, na organização do evento conferência restaram alojados em adequado apartamento compartilhado.

No curso daquele ano (2015) e ano seguinte (2016) reuniões se sucederam trabalhando etapas pertinentes. Numa tarde de 23 de junho de 2017, instalados numa sala denominada  “Sala Verde” (gentilmente cedida pelo CADES – Conselho Regional do Meio Ambiente, do qual fui conselheiro) situada no 5º andar do prédio da subprefeitura de Santo Amaro, ocorreu a primeira reunião com ATA confeccionada, assinada pelos presentes e secretariado pelo Sr. Hamilton, sob minha coordenação,  quais sejam: Roberto, Hamilton, Raquel Plut (Campo Limpo), Gerson e Índio (José Vianes da Silva) estes dois últimos da região de M.Boy Mirim, etc.

Portanto, neste mês de junho de 2025, oficialmente, o FÓRUM REGIONAL de SAÚDE Sul comemorou 8 anos de vida!     

Parabéns! 



Por:Roberto Costa Ferreira,05ago2025.
Prof.,Pesquisa,Pedagogista,Med-MEng
Hilasa - Instituto História, Letras e Artes
SANTO AMARO - SÃO PAULO - SP.

terça-feira, 5 de agosto de 2025

SETENTA e CINCO ... TRES QUARTOS de SECULO PERCORRIDOS "NESTA EXISTÊNCIA”. É FATO!



Percorri nesta jornada, três quartos de séculos reunindo coragem  e  produzindo o pensar, ora publicado.

"Agora, diante desta realidade, já não sei se serei o que pensei ... Foi-se um tempo em que muito quis!”

                         Roberto C. Ferreira.

E, neste caminhar, envolvendo esta primeira semana de agosto, soube de algumas personalidades famosas que igualmente aniversariam, incluindo:

  • 1 de agosto: Jason Momoa (ator), José Padilha (diretor), Jack O'Connell (ator) e Sam Mendes (diretor);
  • 2 de agosto: Peter O’Toole e Chris Hemsworth (atores) e Gisele Bündchen (modelo);
  • 3 de agosto: Tom Ford (estilista) e John Landis (diretor);
  • 4 de agosto: Barack Obama (ex-presidente dos EUA), Daniel Dae Kim (ator);
  • 5 de agosto: Neil Armstrong (astronauta) e Erika Christensen (atriz);
  • 6 de agosto: Andy Warhol (artista), David Duchovny (ator);
  • 7 de agosto: Antonio Banderas (ator). 

Lembrando que esta é apenas uma pequena amostra, e muitos outros aniversários acontecem durante essa semana. Porém, outros de menor expressão, também se consagram aniversariantes, de "leoninos a virginianos" em tempos de "cachorro louco", e eventos marcantes, superstições, vírus e mudanças climáticas estão entre as possíveis explicações, carregando um fardo factual: No dia 1º de agosto de 1914, o mundo viu o início de um dos conflitos mais devastadores:

  • Primeira Guerra Mundial, e, sob o ponto de vista e prática nefasta, em 1945,
  • durante a Segunda Guerra Mundial, as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki foram alvo de bombas atômicas nos dias 6 e 9 de agosto, deixando cerca de 200 mil pessoas mortas.
  • Ainda na linha do tempo de agosto, no dia 2 de agosto de 1934, Adolf Hitler se tornou führer na Alemanha, um marco, dando início a um dos regimes mais opressores da história, infamando o mês de "Cachorro louco", que também é cercado de superstições.

Existe uma crença sobre a possibilidade de o clima tenso do mês ter conexão com o comportamento animal, o que faz com que "os machos fiquem mais agressivos na competição por acasalamento"!

Contudo, dignifiquemo-lo inaugurando o mesmo com o Dia Mundial da Amamentação, e ainda que, "entre as datas comemorativas do mês de agosto, destaca-se o Dia dos Pais", comemorado no segundo domingo do mês. Também é celebrado o Mês da Primeira Infância (os primeiros 6 anos de vida da criança), assim como há muitas datas relacionadas com profissões, como o Dia do Garçom, do Advogado, do Historiador, entre outras!

E, bem por oportuno e por ordem, "1 a 31 - Mês da Primeira Infância" ... 

  • 1 de agosto - Dia Nacional do Selo;
  • 1 a 7 de agosto - Semana Mundial do Aleitamento Materno, contendo em,
  • 1º de agosto — Dia Mundial da Amamentação, destacando que a Amamentação é fundamental para conscientizar as mulheres a respeito da necessidade do referido aleitamento.

Segue assim então, até o Dia do Capoeirista, Dia do Tintureiro, Dia Nacional da Campanha Educativa de Combate ao Câncer, Dia Nacional da Saúde e, fechando a semana, temos que em 6 de agosto - Dia Nacional dos Profissionais da Educação, prosseguindo para 7 de agosto - Dia Nacional do Documentário Brasileiro -  e, notável, 8 de agosto - Dia do Pároco – momento que “nem o padre escapa”!

Pois bem, e os "Inconspícuos" ... Eu! Aquele que, na altura dos 75 anos, é quanto tempo você tem se tiver sorte: 75 anos! 75 invernos, 75 primaveras, 75 verões e 75 outonos! Quando você pensa assim, não é muito tempo, então não os desperdice!

"Na sua idade eu era muito alto" ou "jovens sobem, velhos descem", são expressões que ouvimos com frequência de pessoas que estão na ”terceira idade”.

Expressão essa no itálico, cujo teor refere-se à fase da vida após a idade adulta, geralmente associada à velhice ou ao período da aposentadoria. Tal condição, prevista para começar “aos 60 anos em países em desenvolvimento” e “aos 65 em países desenvolvidos”, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Do ponto de vista genético, sabe-se que ao longo da história do ser humano houve fases de aumento considerável da estatura média por motivos ambientais e socioeconômicos. Mas é verdade que você perde altura com a idade? Existe uma base científica para essa variação no nível ontogenético? A resposta é sim. A diminuição da estatura com a idade, juntamente com a variação de outros parâmetros antropométricos, fisiológicos e neuromusculares, é uma realidade no ser humano independente de sua raça e sexo. Por que viver mais de 100 anos ainda é mistério para ciência. O desejo sexual realmente desaparece com o envelhecimento?

Partindo dos 40 anos, há uma perda média de quase um centímetro a cada dez anos em razão da estatura. Essa variação pode ser maior após os 70. Assim, uma pessoa adulta de 180 centímetros de altura poderia ver sua altura reduzida para 173 centímetros no final de sua vida. Considere que há três fatores básicos envolvidos nesta redução;

  • A primeira é a degeneração e desidratação dos discos intervertebrais. Uma pequena redução em cada um, multiplicada pelos 23 discos da coluna, se traduz em perda significativa de altura.
  • Em segundo lugar, a osteoporose. Ela pode ser idiopática, pós-menopausa ou senil. Também ocorre em outras ocasiões devido a doenças hematológicas, endocrinológicas, gastrointestinais... 
  • Finalmente, existe a perda ​​muscular (que nos músculos com ação fundamentalmente de postura reduz sua capacidade de sustentação).

Será que estou ficando frouxo? Apesar dos avanços da ciência e das enormes quantias de dinheiro investidas no aumento da expectativa de vida, o envelhecimento do corpo é um fato inevitável. Alguns têm aspirações à imortalidade e outros tentam resolver o problema gastando milhões. Músculos, ossos e articulações atingem seu máximo desempenho na idade adulta, praticamente na metade da vida de uma pessoa.

Mas decorridos alguns anos, há várias décadas pela frente em que acontece uma deterioração gradual do sistema “músculo esquelético”, entre outras, através da diminuição da densidade óssea, sarcopenia (ou perda de massa muscular) ou deterioração das articulações. Lembre-se que a perda de densidade óssea é ainda mais pronunciada em mulheres na menopausa. Elas podem ver sua massa óssea reduzida em até 17,6% na região lombar.

Embora um artigo recente estime que a expectativa de vida máxima de um ser humano seja entre 120 e 150 anos, a verdade é que nas sociedades ocidentais do século 21 o desafio já não é aumentar os anos de vida mas sim “a qualidade da mesma, independentemente da idade”. É o que me resta aguardar ... Enquanto durar!

Ainda que, em uma sociedade como a atual, com atividade laboral pouco exigente em energia e tempos de lazer ainda mais estáticos, o perigo da inatividade física já não está apenas no horizonte. A inatividade já enche hospitais e farmácias de pessoas com doenças associadas ao sedentarismo. Essa disfunção aparece em todas as faixas etárias da população:

  • desde a infância, que leva a uma verdadeira pandemia de obesidade infantil nos países mais desenvolvidos,
  • até os idosos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) faz uma série de recomendações semanais de atividade física para cada faixa etária. Por exemplo, considerando adultos:

  • aconselha entre 150 e 300 minutos de atividade física aeróbica moderada e,
  • entre 75 e 150 minutos de atividade física aeróbica vigorosa.

Como ter “muito dinheiro” virou dor de cabeça para sistema de aposentadoria lá  na Islândia, casos de demência devem quase triplicar até 2050, diz estudo. Além disso, a OMS sugere a realização adicional de: 

  • duas sessões semanais de trabalho com pesos devido aos seus benefícios comprovados, como a redução do risco de sofrer de osteoporose, artrite, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares
  • Também contribui positivamente para o sono e reduz o risco de depressão.

Dessas "estou fora ..." embora menos ação, sem osteoporose, artrite e "farta ação" não reside depressão!

Então, do chamado NEAT (non-exercise activity thermogenesis, em inglês, ou termogênese de atividade sem exercício), que é o gasto calórico que ocorre em nosso metabolismo em outros momentos do dia do que os reservados ao exercício, 

  • mudanças aparentemente pequenas como subir as escadas em vez do elevador
  • caminhar vinte minutos em vez de pegar o ônibus ou, 
  • fazer compras todos os dias em mercados do bairro (em vez de fazer isso uma vez por semana usando o carro) podem fazer a diferença. 
É o que me resta ... Tô dentro!

Por:Roberto Costa Ferreira,05ago2025.
Prof.,Pesquisa,Pedagogista,Med-MEng
Hilasa - Instituto História, Letras e Artes
SANTO AMARO - SÃO PAULO - SP.



sexta-feira, 25 de julho de 2025

O AUTISMO e A MACROCEFALIA no Dia do Escritor. O que de tais se depreende?

 

Hoje, 25 de julho comemoramos o Dia Nacional do Escritor. Qual é o significado desta data no atual cenário brasileiro, à vista de tal abordagem neurológica extremamente rara?

"O que eu diria aos novos escritores é que escrevam, escrevam, escrevam, porque essa escrita tem o poder de vasculhar, de experimentar, de refletir, de conhecer a condição humana, gerar empatia e bons momentos,

bem-dito em determinada oportunidade pela autora mineira Carla Madeira em referência a este 25 de julho, Dia Nacional do Escritor - data instituída em 1960 por conta da realização do I Festival do Escritor Brasileiro.

Essas datas comemorativas, como tal tempo, ou qualquer outra associada à literatura, são oportunidades de se falar sobre, ler, sobre autores, sobre livros, filmes e porque não lembrar, aludindo ao Dia Mundial da Conscientização do Autismoem justa homenagem, motivado pela lembrança  do filme "Rain Man", que resultou num filme de faixa etária livre, de 1988. Um Comédia/Drama com duração de cerca de 2h.

Sinteticamente, neste parágrafo e em razão da obra referida, o vendedor e personagem do filme, Charlie, recebe a notícia da morte de seu pai e retorna à sua cidade natal. Chegando lá, descobre que tem um irmão autista e que seu pai deixou uma herança de três milhões de dólares à instituição onde ele, Raymond, reside. Ele então leva-o até Los Angeles para, com a ajuda de seus advogados, disputar sua parte da herança e se livrar da custódia do irmão. Porém, durante a viagem Charlie reconhece que Raymond pode não ser irmão que ele queria, mas se tornou o irmão que ele precisa!

Kim Peek veio ao mundo com uma condição neurológica extremamente rara chamada macrocefalia, que fez com que seu cérebro se desenvolvesse de maneira atípica e extraordinária. Associada a isso, trazia consigo a síndrome do sábio — um fenômeno raro em que pessoas com deficiência intelectual manifestam habilidades excepcionais em áreas específicas. No caso de Kim, o dom era a memória. Mas não uma memória comum: era uma mente que desafiava os limites do entendimento humano.

Desde a infância, Kim já demonstrava sinais de um talento absolutamente fora do comum. Era capaz de ler um livro inteiro em menos de uma hora — e lembrar-se de cada palavra, vírgula e parágrafo. Sua técnica de leitura era tão insólita quanto sua mente brilhante: lia duas páginas simultaneamente, uma com cada olho, processando ambas de forma independente. Bastava uma leitura para que o conteúdo ficasse gravado para sempre!

Ao longo da vida, Kim memorizará mais de 12 mil livros. Ele recitava com precisão passagens inteiras de obras literárias, livros históricos, mapas detalhados, calendários de décadas inteiras, dados estatísticos e resolvia cálculos matemáticos complexos mentalmente, como uma enciclopédia viva e pulsante. Mas, apesar da genialidade avassaladora, Kim enfrentava desafios significativos no cotidiano, quais sejam: 

  • não conseguia realizar tarefas simples como vestir-se sozinho e, 
  • dependia dos cuidados constantes do pai, que o acompanhou com amor e dedicação por toda a vida.

Ainda assim, Kim jamais perdeu a ternura, a alegria e a sede insaciável de conhecimento.

Em 2004, cientistas da NASA decidiram estudá-lo para tentar compreender como funcionava aquele cérebro tão fora dos padrões. Seu caso acabou desafiando paradigmas e ampliando os horizontes da neurociência sobre a memória e a inteligência humanas. Foi a história de Kim Peek que inspirou o premiado filme Rain Man (1988), estrelado por Dustin Hoffman, que conviveu com Kim durante semanas para construir seu personagem.

Embora a obra não retrate fielmente sua vida, levou o mundo a refletir sobre o potencial ilimitado da mente humana quando foge dos trilhos da normalidade. Kim faleceu em 2009, aos 58 anos. Mas seu legado permanece vivo — não apenas nas páginas que memorizou, mas nas mentes que despertou. Porque há histórias que, mesmo após a última palavra, continuam a ecoar para sempre. Assim, temos que:

"A simplicidade é a conquista final. Depois de alguém ter tocado uma grande quantidade de notas e mais notas,  é a simplicidade  que  emerge  como  a recompensa coroadora da arte. ”                                                                                                                                  Frédéric Chopin

No decurso destas apreciações e especificamente em razão da homenagem no dia - Dia Mundial da Conscientização do Autismo - tenho a inferir que "a relação entre autismo e macrocefalia" é complexa e ainda não totalmente compreendida, mas estudos indicam uma possível associação, com cerca de 15% dos casos de autismo apresentando macrocefalia. A macrocefalia, caracterizada pelo aumento do tamanho da cabeça, pode estar ligada a um crescimento cerebral acelerado, especialmente durante a infância, o que pode influenciar o desenvolvimento das conexões neurais e, consequentemente, o neurodesenvolvimento

Nos detalhes da relação, em razão do Crescimento Cerebral Acelerado, a macrocefalia em casos de autismo pode estar relacionada a um crescimento excessivo de neurônios, especialmente neurônios excitatórios, e um desenvolvimento atípico das sinapses, promovendo:  

  • Impacto no Desenvolvimento:

Essa aceleração no crescimento cerebral pode afetar a formação das conexões neurais, contribuindo para as características do autismo, como dificuldades na comunicação e interação social. 

  • Gravidade dos Sintomas:

Estudos sugerem que a macrocefalia pode estar associada a sintomas mais graves de autismo, embora nem todos os casos de macrocefalia estejam ligados ao transtorno. 

  • Fatores Genéticos:

Mutações em genes como o PTEN - Phosphatase and tensing homolog, atuante como um supressor de tumor  podem estar associadas tanto à macrocefalia quanto ao autismo, indicando uma possível base genética para essa relação. 

Considerando o Diagnóstico e Tratamento, tal processo analítico de que se vale o especialista ao exame de um quadro de autismo com macrocefalia envolve: 

  • avaliação clínica, 
  • exames de imagem e, 
  • acompanhamento neurológico.

O tratamento é direcionado  aos sintomas específicos do autismo e pode incluir, ainda:

  • terapias comportamentais,
  • ocupacionais e,
  • de linguagem.

ImportanteNem todos os casos de autismo apresentam macrocefalia, e nem todos os casos de macrocefalia estão relacionados ao autismo. A avaliação precoce e o acompanhamento adequado são essenciais para o desenvolvimento da criança, independentemente da presença de macrocefalia.

É o relato para este dia memorável! 

Por:Roberto Costa Ferreira,25jul 2025.

Prof,Pesquisa,Pedagogista,Med-MEng

Hilasa- Instituto História, Letras e Artes

SANTO  AMARO -  SÃO PAULO  -  SP.


quarta-feira, 23 de julho de 2025

A CHAMA, quando OLÍMPICA! Em tempos de Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 ... Mesmo vivendo durante o ano de 2021.

 

Nesta manhã de sexta-feira, num dia de julho de 2021, parei tudo para presenciar, estando presente e "de olhos vidrados", sentado, grudado,  postado frente à TV, no momento da ocorrência de significativa Solenidade frente a Abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, e tendo a oportunidade de ver tal preciosa manifestação pela vida exuberante e superiormente bela, tocante e no tom em razão do que vivemos no planeta! 

Num pais: JAPÃO de superações,  que soube usar para a confecção do alumínio da tocha olímpica, diversas contribuições de tal metal reciclado... Que tem Naomi Osaka, mulher, negra, asiática, questionadora de suas raízes, escolhendo defender a bandeira japonesa abrindo mão da cidadania norte-americana, mulher de forte opinião, não sendo declaração isolada: 

"Certamente será muito especial representar o Japão ... Não imagino um lugar melhor para jogar minha primeira Olimpíada".

É a expressão máxima do esporte feminino mundial do TÊNIS, superando suas vivências depressivas, seus particulares sofrimentos e que transportando a Tocha Olímpica para acender a Pira Olímpica, proporcionou abrir-se tal qual a uma flor!

Que momento nesta vida, esta minha vida, sob o olhar do Grande Arquiteto do Universo me proporcionou! As imagens desta Cerimônia de Abertura vindas da Baía de Tóquio, reverencia, num respeito profundo à inclusão, por tudo que vi e assisti me emocionou... Levou-me às lágrimas,  lavou minh'alma! Mesmo pelo fato de que, tais Jogos Olímpicos de Tóquio, embora fossem originalmente planejados para 2020, só se materializaram possíveis partindo de então, 23 de julho, à 08 de agosto de 2021, e tudo em razão do adiamento causado pela pandemia de COVID-19. Apesar do referido adiamento, os jogos e sua organização receberam o nome de "Tóquio 2020"!

Uma nação surpreendente e plena em superações,  até da recente internet: anunciou-se mundialmente que o JAPÃO quebrou o "recorde com conexão de 319 Terabits por segundo", sendo certo que tal velocidade, de conexão é tão rápida que seria o suficiente para baixar jogos em um piscar de olhos; "a internet dos sonhos"... Muito distante dos nossos sonhos! E ainda, tendo como um dos destaques uma coreografia com drones formando figuras no céu de Tóquio. Foram 1.824 aparelhos operados simultaneamente por um software, de forma sincronizada. Foi possível ver um enorme globo, simbolizando a Terra, pairando acima no estádio olímpico … Que harmônica sinfonia!

A chama olímpica está acesa novamente e acalentando o espírito olímpico. No final das contas, é uma representação de valores que queremos ver no mundo:

    • a vitória pelo próprio esforço,

    • a ética para atingir objetivos,

    • a aceitação das derrotas e,

   • a persistência para seguir adiante com coragem e determinação.

Diante de tal, nos próximos oportunos dias, serei espectador de muitos momentos emocionantes: vitórias, derrotas, superação, frustrações. Vibrarei e sofrerei juntos aos demais torcedores pelos nossos atletas favoritos, sentirei tal energia diferente no ar. Certamente serei contagiado, nem que seja nos intervalos da minha rotina, por este "vivificante espírito olímpico".

É muito certo que sei, mesmo porque convivo, sabendo que atletas que alcançam a elite esportiva têm uma vida desgastante, de muita disciplina, esforço e renúncia. E talvez esta seja a primeira lição que o esporte pode nos ensinar: a perseguir e trabalhar muito pelos nossos sonhos, porque eles só se concretizarão com o fruto do nosso esforço e muita persistência.

Além disso, tambem sei e estamos habituados a relacionar a competitividade com um ambiente hostil e traiçoeiro, onde os demais são tratados como um empecilho para o nosso sucesso. O esporte subverte esta lógica, sendo comum que grandes adversários sejam também grandes amigos, que muitas vezes dividem o mesmo quarto durante os campeonatos, em uma demonstração de máximo respeito.

Por tal  a significação  maior da expressão "fair play", surgida neste ambiente, para caracterizar uma maneira justa, limpa e leal de jogar. Do mesmo modo, a expressão "espírito esportivo" é definida como “qualidade de quem sabe perder e é elegante ao ganhar uma competição” (esta definição extraída do Dicionário Michaelis).

Outro ensinamento importante vem da aceitação das derrotas e do estímulo para ultrapassar os limites e vencer. Todos os grandes atletas já viram a tão sonhada medalha escorrer pelas mãos por alguns centésimos de segundo ou por um ponto no último minuto. Tiveram que superar a decepção enorme que toma conta nestes momentos e seguir em frente, pois outros campeonatos virão. Já vivi tal experimentação.

Nas Olimpíadas, os sentimentos dos atletas ficam ainda mais intensos, pois, por ser o maior evento esportivo que existe, é o sonho de toda criança que inicia uma atividade esportiva competitiva e conhece de tal possibilidade. Temos oportunidade de ver sonhos de infância se materializando na vida de jovens adultos.

O trabalho de anos é posto à prova em momentos que duram segundos, fração de minutos ou algumas poucas partidas. Um erro e tudo pode ir por água abaixo ... É natural que, nestas circunstâncias, a ansiedade e o medo tomem conta dos participantes, por toda a expectativa criada por eles mesmos e pelos outros. 

Todos carregam dentro de si a missão de conseguir o seu melhor resultado e representar bem o seu país. É uma pressão enorme, uma ansiedade passível de angustia, de ameaça, que bloquea e pode inclusivamente dizer ter “maus pressentimentos” e até posterior quadro de depressão.

São esses fatores que costumam estar por trás das lágrimas que insistem em correr pelo rosto, tanto na alegria da vitória – pelo sentimento de recompensa do esforço – quanto na dor da derrota, que gera a sensação de fracasso.

O espírito olímpico, que hoje reviveu na chama acesa, no final das contas, é uma representação de valores que queremos ver no mundo:

  • a vitória pelo próprio esforço, 

  • a ética para atingir objetivos,

  • a aceitação das derrotas e,

  • a persistência para seguir frente com coragem e determinação.  Principalmente em decorrencia de tempos pandêmicos.

Que espetáculo matinal mundial, para a vida ... E ter o privilégio de sentir a propagação do aconchegante calor da chama olímpica! 

                Roberto Costa Ferreira, 6a. feira, 23/07/2021.

Professor, Psicanalista e Pesquisador

CEP UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo/SP.