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| Convite dos graduandos 20025 |
Parece que algo inesperado e misterioso estava a caminho ... Luiza Catterine, agora jovem de pouco mais de vinte anos, era a anfitriã. O ambiente era convidativo ... E lá eu estava uma vez solicitada a presença. No mundo da etiqueta, “quem convida dá banquete”. É mais do que um ditado, é um princípio de cortesia. Tal qualidade de ser gentil, educada e amável no tratamento, refletindo respeito, atenção, delicadeza e respeito provinha da minha amada graduanda!
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| Luiza Catterine, prestigiada graduanda, formanda Dança 2025. |
O bairro da Mooca, nesta cidade, era o local do estabelecimento da então Fundação São Paulo Alpargatas Company S.A. Ali, em 1907 criou-se a primeira “Alpargatas Roda”, um calçado extremamente popular, cuja cobertura de lona impermeável e resistente, tendo sida produzida neste contexto industrial, muito usado por trabalhadores nas plantações de café da região, sendo então o meio auxiliar de minha locomoção. Muito usei até os limites do possível, momento que “despontavam-se os bigodes” ... Desfiava-se o solado de corda de cizal trançada. Então, aparava-os!
No local havia, agora, um lindo teatro vinculado a um excepcional contexto de UNIVERSIDADE. Antes, quando da minha infância e parte da juventude, resultara num excepcional complexo industrial já referido. E lá eu estava ... Atento aos detalhes do convite, acerca da proposta de apresentação, resultado do labor desenvolvido para a graduação da turma de 13 membros, cujo TCC em Dança de 2025, incluía minha “ilustre anfitriã, sobrinha-neta, Luiza Catterine”. Graduavam-se depois de percorrer longos tempos, muitos caminhos, significando a conquista de um objetivo significativo, requerendo paciência, perseverança e a dedicação de um período considerável de esforço neste tempo de vida!
E bem por tal confiava no sucesso da empreitada, na realização plena do compromissado diante de minha querida sobrinha-neta, de tal sorte que, tendo visto a chamada do Convite: Cartografias de um Corpo-comum ocorreu lembrar-me de que, decorridos mais de dez anos, a título de pesquisa na oportunidade, houvera eu escrito um trabalho textual que, publicado, versava sobre a proposta da formatura, quase no seu inteiro teor - Cartografias de um Corpo.
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| Por si só, o interior do Convite proporciona "os anfitriões"! |
- o conhecimento de quais símbolos, cores e elementos visuais utilizar e,
- quais outros omitir para comunicar informações de forma eficaz e clara na intenção proposta.
Assim, no silencio do momento, em sala de espera, silenciosamente chorei ... Muito chorei! E estava feliz tal a identificação da disposição de consagrar ao Senhor tudo que realizei e realizo, e cuja realização ocorreria, sendo certo que os planos serão bem-sucedidos, conforme Provérbios 16:3 que diz:
“Consagre ao Senhor tudo o que você
faz, e os seus planos serão bem-sucedidos” ou, em outras traduções, “Confia
ao Senhor as tuas obras, e teus pensamentos serão estabelecidos”.
- a uma abordagem ou,
- método de pesquisa e,
- prática consequente,
que valoriza a experiência vivida, os afetos e os encontros na produção de conhecimento, em contraste com:
- a cartografia tradicional que mapeia a superfície terrestre de forma objetiva. conforme acima referido.
- "O Comum" indica a partilha dessas experiências e a construção de um plano ou sentido que é compartilhado, coletivo, e que emerge dos encontros e vivências, em oposição a uma visão individualista ou universalizante. Então:
- "A Cartografia" é usada como uma metáfora para "um processo de traçar caminhos, não pré-determinados, mas que se formam à medida que a experiência acontece". O "caminhar na pesquisa antecede a definição de metas".
Essa abordagem é frequentemente utilizada em áreas como:
- psicologia, terapia ocupacional, educação e artes,
- até corporais, onde se busca mapear vivências e processos de transformação,
- e não apenas representar um espaço físico.
Desse modo, o "corpo do cartógrafo" (pesquisador) está ativamente envolvido e afetado pelo processo de pesquisa e, neste, tem-se a sequência sistemática de etapas para obter informações, responder perguntas ou resolver problemas de forma organizada, objetivando-se, por fim, a divulgação e obtenção de resultados.
- a cartografia só pode ser pensada como método se entendermos método,
- como aquilo que nos faz compreender a nossa potência de conhecer.
A cartografia implicaria, então, disposição para afirmar uma potência da própria vida. Assim, quem se lança a essa aventura é convidado a conectar-se com o pulsar da vida em seu corpo e com caminhos para os quais esse pulsar aponta.
- a capacidade de se transformar continuamente,
- escapando de formas fixas para se tornar potência e abertura para o novo.
A matéria-prima da cartografia são as marcas feitas num corpo. A violência vivida no encontro entre um corpo e outros desestabiliza-o, colocando a exigência de invenção de algo que venha a dar sentido e corporificar essa marca:
- um novo corpo,
- outro modo de sentir, pensar,
- um objeto estético ou conceitual.
- um consiste em ‘reproduzir’; outro, em ‘seguir’.
Um seria de reprodução,
iteração e reiteração; o outro, de itineração, o
que seria o conjunto das ciências itinerantes, ambulantes.
Mas,
[...] seguir não é
o mesmo que reproduzir, e nunca se segue a fim de reproduzir.
[...] Reproduzir implica
a permanência de um ponto de vista fixo, exterior ao reproduzido: ver, fluir,
estando na margem.
Mas, seguir é coisa
diferente [...]. Somos de fato forçados a seguir quando estamos a
procura das ‘singularidades’ de uma matéria ou material e não tentando
descobrir uma forma;
[...] quando nos engajamos na
variação contínua das variáveis, em vez de extrair delas constantes.
Da mesma forma que para os
geógrafos, nesta acepção a cartografia difere do mapa.
Enquanto este representa um plano
estático, a cartografia “é um desenho que acompanha e se faz
ao mesmo tempo que os movimentos de transformação da paisagem [...] o
desmanchamento de certos mundos – e sua perda de sentido – e a formação de
outros”!
Por: Roberto Costa Ferreira - 25nov25.
Prof,Pesquisa,Pedagogista,Med-MEng
HILASA-SP -Instit.História Letras Artes
SANTO AMARO - SÃO PAULO - SP.




Que honra! Obrigada pelo texto, eu amei cada palavra e fico feliz por ter te alcançado dessa forma, a arte está aqui não apenas para ser vivida mas também experienciada, sua experiência acrescenta muito para um artista!
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