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quinta-feira, 30 de abril de 2020

QR CODE – UMA QUESTÃO de RESPOSTA RÁPIDA - "Quick Response"



O QR Code que são de uso livre, sendo um símbolo bidimensional (2-D), criado em 1994 e cuja marca registrada pela empresa Japonesa Denso-Wave Incorporated reúne o principal objetivo de ser um código rapidamente interpretado pelos equipamentos de leitura. A sigla QR deriva do termo “Quick Response” ou “Resposta Rápida” e está associado ao fato de que tais códigos poderem ser lidos e decodificados eletronicamente em grande velocidade.

Pode conter informação tanto na vertical bem como na horizontal, daí o termo bidimensional. Devido a esta característica tais códigos QR possibilitam armazenar centenas de vezes mais dados que os tradicionais códigos de barras. Hoje a informação contida nestes pode ser facilmente lida através de um aplicativo para descodificar o código QR instalado no seu tablet ou smartphone.

Se não possuí ainda instalado um leitor de QR Code no celular, poderá fazer o download gratuito da internet e instalar uma das muitas aplicações compatíveis com a plataforma utilizada. Depois basta abrir o aplicativo e apontar a câmera para o código QR. Aguarde um pouco e já está lá o tipo de informação embutida que, pode ser tão útil “quanto inesquecível” ... Experimente!

Portanto, é uma ferramenta muito particular, inclusive até fazer uma pesquisa por código QR é um dos métodos mais populares hoje em dia. E qual a vantagem? Esta pode ser a indagação, senão vejamos:
  • Coletar informações sem ter os dados de contato dos respondentes;
  • Um código QR pode estar em qualquer lugar: no ponto de venda, no papel, no site, etc.;
  • Você pode obter feedback imediato, por isso pode ser muito útil quando usado após uma compra ou fornecer um serviço;
  • Os códigos QR também podem ser personalizados, o que os torna muito atraentes para o público;
  • Seu uso é fácil e intuitivo;
  • Sendo um elemento interativo, dá um toque moderno e tecnológico à sua pesquisa.

Você pode vincular o código de sua pesquisa a um código QR, imprimi-lo, publicá-lo onde quiser, para que as pessoas que tenham um dispositivo móvel equipado com o aplicativo de leitura correto possam escaneá-lo, abrir a pesquisa e responder.

Se você deseja obter o código QR da sua pesquisa, vá para a sua pesquisa, em “Distribuir” – “Compartilhar” e imediatamente o Código QR associado à sua pesquisa aparecerá para que você possa baixá-lo ou imprimi-lo. Os entrevistados só precisarão escanear esse código QR para abrir e responder a pesquisa.

Como se observa esses pequenos códigos estão agora em toda parte: em um livreto, um cartaz, uma revista, uma página da Internet, uma fatura, no ponto de ônibus, em um bilhete de compra, etc.

Ainda, um código QR pode ser utilizado para cobrir várias necessidades de sua empresa ou organização, por exemplo:
  • Perguntar a um novo cliente sobre sua marca, produto ou serviço diretamente no ponto de venda;
  • Avaliar a satisfação do cliente após abrir seu produto;
  • Receber reclamações de consumidores;
  • Solicitar que os consumidores respondam a um formulário on-line e coletar informações para o banco de dados do cliente;
  • Fornecer acesso a informações adicionais seguidas de um questionário: instruções de uso, contato com o serviço pós-venda, etc.;
  • Avaliar a qualidade de um serviço;
  • Ouvir seus clientes e estar o mais próximo possível deles.

Você pode, ainda, aplicá-lo para fazer pesquisas destinadas a eventos, shopping centres, etc. Desse modo, após os códigos de barras se terem tornado populares devido à velocidade de leitura, os códigos 2-D surgem também para responder à necessidade de códigos capazes de armazenar mais informação, mais tipos de caracteres e poderem ser impressos num menor espaço, oportunidade que as empresas começaram a explorar novas formas de utilização dos QR Code e o seu uso comercial generalizar-se em várias partes do mundo.

Desse modo, em razão das suas propriedades, os QR Code permitem armazenar diferentes tipos de dados, incluindo caracteres alfabéticos, números, símbolos, binários, Kanji e Kana (alfabeto japonês). Enquanto o tradicional código de barras pode ter no máximo 20 dígitos, um QR Code pode armazenar até 7.089 caracteres. E tais caracteres podem ser combinados num símbolo de grande porte ou então divididos até 16 símbolos.

Outra grande vantagem dos QR Code é poderem ser digitalizados a partir de diferentes ângulos de 360 graus. Estes códigos QR também são capazes de codificar a mesma quantidade de dados num décimo do espaço de um código de barras tradicional (Micro QR Codes). Magnífico!

Considere que o atual uso de “códigos personalizados”, com diversas cores e logótipos embutidos apenas são possíveis devido à propriedade de correção de erros dos QR Code. O uso de um nível elevado na criação dos tais recursos possibilita a correta leitura dos códigos artísticos, parcialmente danificados ou sujos. Bom, hein!

Tendo em vista a “Capacidade de Armazenamento”, temos que:
  • Numéricos – máx. 7089 caracteres;
  • Alfanuméricos – máx. 4296 caracteres;
  • Binário (8 bits) – máx. 2953 bytes;
  • Kanji/Kana – máx. 1817 caracteres;
Quanto à “Capacidade de Correção de Erros”, temos:
  • Nível L 7%;
  • Nível M 15%;
  • Nível Q 25%;
  • Nível H 30%.

Em face das “Perspectivas de Utilização” dos ditos QR Code tendo em vista o corrente avanço da tecnologia nos telefones, tablets e a massificação da Internet móvel, os tais códigos são em grande parte utilizados para ações de marketing. Na tentativa de ligar o mundo físico ao mundo online, os QR Code revelam-se eficazes na promoção interativa de marcas e produtos junto aos utilizadores de dispositivos móveis.

Dada a facilidade de utilização dos leitores QR nos smartphones, é bastante simples descodificar e converter um código QR num endereço web e redirecionar o utilizador para conteúdos específicos, campanhas publicitárias ou perfis de empresas em redes sociais. É hoje muito comum encontrarmos QR Code associados a promoções, flyers, cupom de descontos e ofertas especiais.

Embora mais desconhecidos no ocidente que nos países asiáticos os códigos QR ainda captam a atenção dos consumidores pelo mistério que envolvem, mais do que propriamente pela utilidade de transmitir rapidamente informações. Muito útil é também a forma prática que os QR Code possibilitam transferir informações para os dispositivos móveis. Contatos, vCards, localizações, instruções de utilização, cardápios e bilhetes eletrônicos são alguns exemplos do vasto leque de utilizações.

Por oportuno, experimente tocar neste código ora exposto, ampliando-o e, com o celular atualizado, e que leia o QR Code, posicionar sobre o mesmo... Viva esta experiência!

Roberto Costa Ferreira, 27 de Abril de 2020.

QR CODE - MEDLEYTRIATHLON


terça-feira, 14 de abril de 2020

Iluminurista – Poeta - Lucas Teixeira – Frei D. Lucas Teixeira

Obra, "Prece a Anchieta" e texto de
Guilherme de Almeida 
Obra de Lucas Teixeira, nas iluminuras e, texto de
Guilherme de Almeira, tal obra na parede de minha sala 











Assinatura na obra - Lucas Teixeira - 1980
Então, volto no tempo... Agora em 2020, trazendo do ano de 2014 a notícia de que sou detentor de uma de suas obras (abaixo), decorridos seis anos das primeiras citações acerca da obra e do assinante das iluminuras. E neste tempo do calendário perfez cem anos que, em 1918, nasceu no concelho de Felgueiras, no Norte de Portugal, o cidadão Armando Teixeira, mais tarde celebrizado como Frei Lucas Teixeira e por fim admirado como artista iluminurista e poeta radicado no Brasil. Também teremos no próximo dia 28/04/2020 o transcurso de sete anos de seu passamento, totalizando 102 anos das memórias de Armando (Lucas) Teixeira (23 / 3 / 1918 - 28 / 4 / 2013). 


LUCAS TEIXEIRA
Numa espécie de, agora, ampliação da pesquisa de preservação divulgativa, a escabichar sobre temas que jazem algo esquecidos ou mesmo desconhecidos da generalidade conterrânea, qual roteiro por fatos e personagens dignos de nota do interesse Felgueirense, brasileiro e paulistano, damos ensejo a um nome que bem merece admiração por seu valor, pelo prestígio alcançado aquém e além fronteiras, como pelos seus dotes artísticos e engenho de conseguir transmitir sentimentos, em suma por quanto honrou e glorifica a terra Felgariana – o antigo monge beneditino, depois unicamente cidadão e sempre artista e poetaLucas Teixeira.

Natural de Varziela, recebeu o nome de Armando no batismo. Tendo ficado apenas com um sobrenome, atendendo à coincidência de ambos os progenitores serem do mesmo único apelido, sendo filho de Américo Teixeira e de Margarida Teixeira, casal honrado que soube legar bons princípios ao filho.
ILUMINURAS
DOM LUCAS TEIXEIRA
Assim, Armando Teixeira, de sangue Felgueirense fecundo, oriundo de uma família de parentela numerosa (visto uma sua avó, nascida na Pedreira, ter sido mãe de 18 filhos), teve apenas de pai e mãe uma sua irmã, Elvira, que faleceu na flor da idade, aos 20 anos, ficando sepultada no cemitério de Pedra Maria (a Virinha, a quem o irmão depõe uma açucena em verso, aquela flor de pureza, “cecém” colocada num soneto que merece honras, de apoteose!

Para melhoria de vida e poder estudar, Armando Teixeira entrou num seminário conventual, onde acabou por se adaptar e seduzir pela vida religiosa. Professou na Ordem Beneditina em Singeverga, tendo ingressado em 1929 nesse convento, onde depois concluiu o curso de Humanidades e mais tarde, em 1934, ao receber o hábito preto de S. Bento adotou o nome Lucas, tal como em 1937 fez votos solenes e em 1941 foi ordenado presbítero, ficando então a chamar-se Frei D. Lucas Teixeira.

CLAUSURA
DOM LUCAS TEIXEIRA
Cógula de Monge Bento
Dedicou-se ao estudo e execução de iluminuras, tendo sido bolseiro em 1946 pelo Instituto da Cultura. De suas mãos saíram excelentes trabalhos da arte iluminista para arquivos, museus e bibliotecas, merecendo realce uma ilustração em livro de Polifonia realizada para oferta ao Marquês de Rio Maior, bem como um outro trabalho que, servindo de prova do aproveitamento da referida bolsa de estudo, ofereceu ao antigo diretor do museu de Arte Antiga, Dr. João Couto. Segundo o que ficou registado, nas enciclopédias mais completas, executou diversas obras nesse "difícil gênero", algumas das quais enriqueceram o arquivo do Mosteiro de Singeverga.

Ilustrativo da sua obra, foi publicado em 1952 um estudo intitulado “A arte da iluminura / Dom Lucas Teixeira”, inserto como separata no Boletim Cultural de Santo Tirso. Como em 1954, no Porto, teve luz outro estudo intitulado ”Iluminuras de Dom Lucas Teixeira”, com apreciações sobre exposições antes realizadas em 1949 em Lisboa, em Santo Tirso no ano de 1951, em Braga em 1952, no Porto em 1952 também, e servindo de catálogo a Exposição em São Paulo-Brasil, nesse ano de 1954.

Quem é este artista, fora do seu século, que vem renovar a tradição dos nossos pergaminhos, numa pintura delicada e fina, em que “o céu fala com a terra, através de uma alma em êxtase?...”

Como que em resposta, em “Vita Plena” - 1950-1951/ ”À volta dos Iluministas portugueses”, apareceu escrito:

“O amor pelo desenho vem-lhe da infância. Depois, (como escreveu Hipólito Raposo), rezando, começara a pintar, e, pintando continuaria a rezar... “

De sua vasta obra, enquanto Religioso Beneditino, tiveram relevância trabalhos com que iluminou documentos, tais como a Mensagem das Mulheres Portuguesas ao Santo PadreMensagem do Distrito do Porto a Carmona e Salazara Regra de S. BentoMensagem da Câmara de Sintra a Sª Exª o Presidente da República Portuguesa (1954-Craveiro Lopes); o Diploma de Batismo pertencente à igreja de Fátima de Lisboaa Mensagem do Congresso Internacional dos Médicos Católicos, reunido em Dublin no ano de 1954, ao Santo Padre Pio XII; assim como o texto da consagração de Portugal a N.ª Sª de Vila Viçosa foi iluminado por si para a Casa de Bragança. 


Iluminura
DOM LUCAS TEIXEIRA
São Paulo - Brasil 1954
Entre outras obras suas, depositadas em mãos de personalidades nacionais, Salazar teve o “Painel dos Pescadores, do Políptico Veneração de S. Vicente, de Nuno Gonçalves”, pergaminho iluminado de 1948, incluindo um soneto do mesmo autor do desenho, Frei Lucas Teixeira. E ainda os seus “Auto da Cidadania” e “Senhor dos Passos”, também de 1948, ficaram pertences do Cardeal Cerejeira. Entretanto, participou em muitas mais exposições, entre as quais a (referida no catálogo antes registado) do IV Centenário da Cidade de São Paulo, no Brasil, que teve repercussão no seu futuro.

Foi monge sensivelmente até entre os 37 aos 38 anos de idade. Após isso, depois de percurso passado por Singeverga-Santo Tirso, pelo PortoCoimbra e Lisboa, entre outros pontos de passagem e residência conventual, havendo verificado que sua vocação não estava no encerramento monástico, regressou à condição de cidadão normalEnveredou então definitivamente pela carreira da arte de iluminuras, em que passou a assinar os seus trabalhos por Lucas Teixeira, nome que mais tarde encerrou também composições poéticas de encher a alma. Para se afirmar, contudo, precisou rumar ao Brasil, e aí, “recebeu tantas encomendas e convites para dar aulas que acabou ficando”.


Iluminura - Auto da Cidadania”
 e “Senhor dos Passos”, 1948,
pertences do Cardeal Cerejeira
Por isso, diversos artistas brasileiros se orgulham e vangloriaram de nomearem o fato de terem tido o “português Lucas Teixeira” por professor de iluminuras, como acontece em constar honrosamente, por exemplo, no currículo de Maria Amélia Arruda Botelho, natural de São Paulo e figura cultural do Brasil inteiro, saliente pintora, escultora, memorialista, pesquisadora folclorista e ficcionista.
Entretanto, ficara fixado Armando Teixeira na grande nação irmã a partir de 1954, onde estabilizou sua vida, “bem casado com uma portuguesa transmontana”, com a qual constituiu prole bem sucedida, pai de dois filhos brasileiros, que lhe deram quatro netos “e a alegria de os ver bem situados na vida” e onde foi sendo “feliz, muitíssimo feliz”!


Lucas Teixeira - Instantâneo
visual de seu paciente e
minucioso labor iluminarista. 
Faleceu no dia 28 de Abril de 2013, por volta de 22:30 horas da noite, domingo, aos 95 anos... “sem sofrimento, levado pelos anos” — como bem referiu sua filha Maria Margarida, e que ainda lembrou que:
“Logo pela manhã desse domingo de abril se passou algo muito curioso, principalmente pela adoração que meu pai tinha pelos pássaros e os animais pela casa dele. Sempre apareciam, de uma fona ou de outra. No lado de fora da porta de entrada há pregado um São Francisco em madeira com os braços abertos a recebê-los, se assim posso dizer. O enfermeiro após ter feito os cuidados da manhã trouxe meu pai para a sala da casa e o colocou na cadeira em que sempre ficava desde que não pode mais andar. A porta da rua estava aberta e por ela entrou um passarinho que sobrevoou sua cabeça, pouso ao lado dele e logo em seguida foi pousar em uma das iluminuras feitas por meu querido pai e que estava pendurada na parede do lado oposto da janela da sala. O enfermeiro preocupado com o passarinho foi abrir a janela para ele sair e, então, a ave saiu pela mesma porta por onde entrou. Quando minha mãe chegou e soube do acontecido ficou certa que devia chamar os filhos para a despedida.”
Lembrou ainda, parafraseando o autor e escritor israelense Amos Oz, cujo nome original é Amos Klausner, nascido em Jerusalém e co-fundador do movimento pacifista Paz Agora (Shalom Akhshav), onde em determinado trecho de um de seus livros diz

        "a gente vive até o dia em que morre a última pessoa que se lembra de nós."

No Obituário da cidade de Piracicaba/SP, em "Nota de falecimento em Abril de 2013... ARMANDO TEIXEIRA, faleceu anteontem (dia 28) na Cidade de Piracicaba aos 95 anos de idade e era casado com a Sra. Maria Amélia Teixeira, Filho do Sr. Américo Teixeira e da Sra. Margarida Teixeira, ambos falecidos. Deixa os filhos: Augusto Teixeira casado com Nilza Akemi Tsutiya e Maria Margarida Teixeira Moreira casada com Jofelo Moreira Lima. Deixa ainda netos. O seu corpo foi transladado em auto fúnebre para a cidade de São Paulo e o seu sepultamento deu-se ontem as 15:00h. no Cemitério Gethsemani naquela localidade, onde foi inumado em jazigo da família".  

Destaco então, inserindo nesta oportunidade e como complemento da matéria, o conteúdo do original relato de 05 de Abril, postado em 06 de Abril de 2014, momento que discorro acerca da Prece a Anchieta, como se vê adiante, sendo certo que deste autor, Lucas Teixeira – Poeta e Iluminurista, português e que esteve no Brasil – autor de “O Teu Retrato, Mãe”, muito conheço, pois, tenho uma de suas artes na parede de minha sala. Neste ano de 2014, 03 de Marçoo Jesuíta que catequizou índios do Brasil no século XVI e fundou a cidade de São Paulo, o beato José de Anchieta foi canonizado pelo papa Francisco. Tal processo, longo, que começou em 1980 com a sua beatificação por João Paulo II, anteriormente vinha, desde o século XVI, quando foi feito o pedido.

Pois bem, Lucas Teixeira, um felgueirense natural de Varziela - Portugal e nascido em 1918, o qual obteve grande saliência nas artes e nas letras, sobressaiu-se como poeta no Brasil onde se fixou no exercício da arte do desenho Iluminurista a partir de 1954.

Depois de abandonar a vida monástica, ele que fora Monge Beneditino quando se chamava Frei D. Lucas Teixeira e se tornara famoso como autor de iluminuras, assina tal obra da qual sou detentor - um tipo de pintura decorativa, frequentemente aplicado às letras capitulares no início dos capítulos dos códices de pergaminho medievais.

O termo “iluminura” se aplica igualmente ao conjunto de elementos decorativos e representações imagéticas executadas nos manuscritos, produzidos principalmente nos conventos e abadias da Idade Média. A sua elaboração era um ofício refinado e bastante importante no contexto da arte medieval.

Tal obra, “Prece a Anchieta”, datada de 1980 e assinada pelo autor, apresenta-se em tela sob passe-partout de madeira 3 mm, alto-relevo, medindo 397x450mm, branco, emoldurando madeira de 570x630mm, e composta com texto de Guilherme de Almeida.

Conta de quatro estrofes regulares sendo, duas em quadra e outras duas em terceto, caracterizando um soneto. Inicia assim, cuja arquitetura das estrofes em razão da pontuação difere do original do autor:
          
           "Santo, erguestes a cruz na selva escura;
           Herói, plantastes nossa velha aldeia;
           Mestre, ensinastes a doutrina pura;
           Poeta, escrevestes versos sobre a areia"!


Roberto Costa Ferreira, 08 de Abril de 2020.




quarta-feira, 1 de abril de 2020

ESCOLA MUNICIPAL DE SAÚDE - SMS/SP - 30 ANOS em 2020!



A inspiração é que me toca neste momento. Na  inspiração,  é realizada  a  entrada  de  ar  nos  nossos pulmões, movimento essencial para a obtenção de oxigênio e vida no coração!

A inspiração é como um bebê. Não esconde uma hora decente para chegar ao mundo. Não tem nenhuma consideração com o pobre poeta... Mas, é uma loucura envolvente, reunindo nenhum ato de bondade, por menor que seja, jamais será desperdiçado. Esta frase é atribuída aos Sonhadores, mas que, nesta oportunidade me cotizo a tantos outros atores que, juntos, comemoram esta oportunidade, colaborando na construção, na realização desta história, “que tem que continuar a ser escrita”, bem afirmado por sua atual diretora Rosana Cristina – Escola Municipal de Saúde – SMS – SP.

Nesta dimensão, na destinação, na atuação e aproximação como membro integrante do Conselho Municipal de Saúde de São Paulo, quer a Coordenação da Comissão de Educação Permanente, como membro ativo do GTEP – Grupo de Trabalho em Educação Permanente para o Controle Social na SMS/SP, e que se estreita ao GTEPS Grupo Técnico de Educação Permanente em Saúde daquela escola, do qual também sou participante, configurando-se como fluxos de apreciação e encaminhamentos para aprovação de projetos para as capacitações, tudo sob o olhar e participação colaborativa das suas ramificações através das Escolas Regionais, tão bem conduzidas por seus coordenadores que, ora reunidos cantamos “parabéns pra você... Parabéns pelas histórias e estórias contadas”, muito bem dito pelo amigo e dirigente da ETSUS-Sul – Marcelo Scrocco, cujo valor preditivo de sua expressão de empatia reitero: “É um privilégio poder dividir um pedacinho desta linha do tempo com vocês!

Senhores, venho numa demonstração de confiança falar, momento que me enche de orgulho, uma justa exaltação por pertencer a tal oportunidade, da qual só recentemente me aproximei, por uma espécie de timidez que me tolhe o impulso de tentar algo que me pareceu ambicioso demais. Um fato já passado, momento que a instituição sede, o prédio da Escola Municipal de Saúde se viu ameaçado de lá, onde se situa, não mais permanecer. E ides permitir que lembre aqui, neste momento solene, um fato já decorrido, que muito me espremeu o coração, diria, já antigo! O que talvez vos seja novidade é o fato do qual, atuando como personagem, vencendo minha timidez decidi, já entrando nas estratégias, endereçar àquela instituição que queria como a um “amor de coração” um pedido de esclarecimentos e satisfações que, surpreso, respondeu-me o meu consciente: “Senhor, por que vindes tão tarde?

Por que lembrar este fato, num momento grato ao meu coração e à minha inteligência? Porque me pareceu ouvir, na oportunidade, “uma voz coletiva”, vinda em minha direção a questionar-me: “Senhor, por que tão tarde? Por que mais tarde que qualquer um de nós outros?” E, enchendo-me de coragem, responder-vos: “Pelo mesmo motivo que levou o velho poeta a retardar o tempo de sua plena realização. Aceitei-me tal como sou e permiti-me dizer o que sinto”. São palavras simples, de agradecimento até, mesmo pelas confianças creditadas, até pelo conjunto de soluções e realização da obra, do feito!

O prédio lá está, majestoso e sereno, até modestamente proporcionando-me “gentil sombra quando transito externamente por suas calçadas”, como que querendo minimamente contribuir para manter as memórias deste senhor, que num determinado dia também abraçou, com tantos e como tantos, num abraço de proteção, de preservação de sua destinação de promover a formação, o desenvolvimento e o aprimoramento profissional dos servidores públicos, dos trabalhadores das organizações parceiras, residentes, estagiários e dos membros dos conselhos gestores  vinculados às unidades de saúde da Secretaria Municipal de Saúde da cidade de São Paulo, e talvez,  quem sabe, rompendo esta minha timidez, atreva-me a pretender lá ingressar e, quem sabe, saboreie um café sempre posto à entrada do auditório, local onde muitas vozes se ouvem e as tenho ouvido, mesmo que distante, em eco!

Por enquanto canto, baixinho e no meu canto, timidamente, sempre discreto, sereno e contraído, como que “no pé do ouvido”, mas, em consonância, como na sístole ventricular do coração cujas valvas, a semilunar aórtica abre-se, o ventrículo e a aorta tornam-se uma câmara comum, e a pressão em ambos sobe em uníssono. O sangue não reflui para trás em direção ao átrio. Então, bombeemos certeiros! Deixemos o entusiasmo exacerbado para oportuno momento, pois que, sempre costuma falar auto e mais forte esta nossa justa emoção!

Parabéns pra você, Escola Municipal de Saúde, plena de gente contagiante, vibrante e aconchegante, em cuja essência são detentores de tal estrutura triúna. Esta verdade ora expressa de forma clara e inquestionável: de corpo, alma e espirito!

Roberto Costa Ferreira, 30 de Março de 2020