![]() |
Produção 2019, Roberto C. Ferreira - Depositada em meu jardim. |
O espírito que nos ajuda
em nossa fraqueza... Em Romanos 8.26 temos que: “O Espírito nos ajuda
em nossa fraqueza”.
Assim, quando estou “meio
que triste”, um tanto triste, mesmo sabendo que a tristeza é um sentimento
que faz parte da vida e que em determinado momento vou me deparar com ela, é
importante não deixar que tal sensação desagradável tome conta. Mesmo considerando
possível que não tem como fugir dele. Por
mais difícil que possa parecer, sentimento ruim, por vezes, pode estabelecer o
início de um novo tempo fértil, pleno de felicidades constantes, repleto de
coisas agradáveis, não admitindo que se materialize como algo paralisante. Até
porque muitas pessoas estabelecem uma ligação entre a tristeza e o choro
constante... E uma das válvulas de escape da tristeza é o aborrecimento frequente.
Tais sintomas emergem significativamente, especialmente quando tentamos
esconder o sentimento e maquiamos a realidade. Tais “reações emocionais naturais”
é frequente de quem não quer encarar o que está diante de seus olhos!
Portanto, em retorno ao
1º parágrafo acima: “O Espírito nos ajuda em nossa fraqueza”, considerei
que é possível até que o Espírito venha em auxílio à nossa fraqueza;
metaforicamente, porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém,
mas o Espírito mesmo intercede por nós “com gemidos inefáveis! Lembrando ainda
Romanos...
E isto introduz uma nova fonte de consolo e apoio, o que é derivado do Espírito. É uma continuação do argumento do apóstolo, para mostrar o poder sustentador da religiosidade. E considerando aqui, como fonte recursal o "Espírito", sem dúvidas, referindo-se ao Espírito Santo que habita em nós e que nos fortalece, in extremis!
Sendo assim, considerando minhas memórias e pessoa madura que sou, elenco circunstâncias que são as três possíveis verdades sobre uma pessoa emocionalmente equilibrada e madura:
1.
A pessoa emocionalmente madura entende que o mundo não é como deseja: Muitos de
nós gostariam de poder editar o passado. Ser como o escritor que
termina um capítulo e decide apagar certos parágrafos para que a história faça
mais sentido.
No entanto, quer
acreditemos ou não, às vezes a vida não tem sentido. Há coisas que acontecem
sem qualquer explicação; são os eventos, fatos e circunstâncias que somos
obrigados a aceitar para continuar avançando. Da mesma forma, a pessoa
emocionalmente madura aprendeu que não pode mudar as pessoas... Não se pode
esperar que os outros ajam ou digam o que se espera. Tudo isso é, sem dúvida,
mais uma fonte de sofrimento inútil.
2. Sabe que para ser feliz, deve ser responsável por si mesma: Malle, Bertrand - psicólogo cognitivo da Universidade
de Brown, realizou um estudo em 2004 para analisar a relação entre a felicidade
e a forma como a nossa mente entende o conceito de responsabilidade pessoal.
Assim, um fato que permanece em evidência é que o ato de assumir que a
responsabilidade pelo que nos acontece está nas mãos dos outros gera um claro
desconforto. É como viver no território de avestruzes, é esconder a cabeça
enquanto culpamos o mundo por nossos fracassos e desânimos. Fica claro, no
entanto, que não temos controle sobre todos os aspectos da nossa realidade.
Entrementes, temos
a oportunidade de escolher como agir diante da realidade que temos que viver.
É aí que reside a chave; este é, sem dúvida, o plano de rota que a
pessoa emocionalmente madura tem em mente todos os dias.
Não importa que
minha infância não tenha sido exatamente a melhor, não importa que minha parceira
tenha me abandonado, me esqueça constantemente … A necessidade de me recuperar
de tudo isso é minha, porque o passado não tem que me determinar. O presente me
pertence, sou responsável por minha própria pessoa e posso reorientá-lo com
novas e melhores ferramentas…
3. Descobriu que tem permissão para mudar quando quiser: A pessoa
emocionalmente madura se permite mudar.
Porque mudar é crescer e é ajustar o curso com maior precisão depois de ter
adquirido novos aprendizados. Dar um passo adiante no nosso crescimento muitas
vezes significa deixar as coisas e as pessoas para trás para reduzir as
cargas que nos limitam, corroem valores pessoais e o bem-estar.
Algo assim implica
reunir coragem, reunir aquela capacidade de agir, de se expressar apesar do
medo, do temor e da intimidação, como aquela capacidade de enfrentar algo
moralmente árduo; ser perseverante, para entender que o nosso potencial está em
assumir mudanças periodicamente. E, bem por tal, a decisão, que deve ocorrer
partindo de um desejo ardente, algo que vem lá de dentro” ... Essa é a mola
propulsora!
Coraticum! Em épocas remotas tal órgão – coração – que
era considerado a sede da coragem, e mesmo inteligência, implica assumir uma
outra posição, a busca de algo que não considerava possível. Surge no momento
que resolvemos encarar os desafios, uma mudança radical, mesmo uma simples
vontade de produzir “qualquer arte”. E o aperfeiçoamento da coragem é
adequado desenvolver o autoconhecimento, administrar o medo e separar o que é
real do que é fantasia. Então, a determinação ocorre com a certeza de estar
direcionado, tendo objetivos claros e metas definidas. Objetivos requerem
certeza e força interior que, esta última sem os objetivos é apenas “mera intenção”
... Possível esperança! Portanto, é
previsível considerar que “importa determinar o quanto de energia se colocará
no processo de mudança. Coragem, decisão e determinação são requisitos
fundamentais e exigem muita energia e motivação.
Um dos fatores
motivantes para restabelecer a necessária força interior e estabelecer
objetivos reside também em “experimentar” e manter arguta, perspicaz
e astuta a curiosidade de produzir. Então quando assim, desmotivado,
afetado, imediato construo, componho, pesquiso e executo, engendrando o
concebido na imaginação como o Tamanduá Bandeira que, surgido do imaginário
proliferou através do isopor, do papelão, do simples lápis de cor, para um
pensado pedaço – habitat - em grama sintética, considerando os campos abertos,
savanas, regiões de florestas úmidas, secas, típicas no Brasil e América
Central, e que, em determinado ângulo do trabalho vê-se em seu peito “uma pomba
branca”, como a uma mensagem de paz! Um urso-formigueiro!
Alternativamente,
a anterior produção para uma feira de arte de minha neta Isabela, o meu “Poeta
dos Poetas” que, sobre o seu pilar de Ônix – a pedra unha –
exuberância da gema negra, neste imaginário, sai da sombra para habitar hoje a
janela de madeira e vidro da sala de estar de minha casa para tornar-se o Vigilante
Constante do Pássaro Sabiá do peito amarelo – Cambacica, que ágil e
irrequieto, solitário e nômade – se permite aproximação a pouca distância, na
pretensão de alcançar a jabuticabeira ali posta!
Daí a importância
do vigilante antes referido, pois que, no curto espaço de jardim reside uma
recém-plantada Jabuticabeira de aproximados 2 metros de altura, vinda
plena de jabuticabas ... E o pássaro surgiu para ali se deliciar! Então,
razão para a coexistência simultânea de tais personagens. Lembrando que à
coexistência humana segue-se o fato segundo o qual o ser humano coexiste com
outras formas de vida no planeta que habitamos, ou seja, que existem outros
seres além dos humanos e que todos vivem, e podem viver no mesmo ambiente, a Natureza!
![]() |
Vigilante Constante do Pássaro Sabiá, produção 2018 - Roberto C. Ferreira - postado na janela de minha sala de estar. |
Roberto
Costa Ferreira, 28/05/2021.
Professor,
Psicanalista e Pesquisador
CEP
UNIFESP – UNIVERSIDADE
FEDERAL
de SÃO PAULO/SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A desinformação é o ato de silenciar ou manipular a verdade, habitualmente nos meios de comunicação de massa. O meu dever de publicar o que penso e escrevo e incontornável, absolutamente imprescindível!
Então, você pode, durante tomar um café, aprofundar-se numa agradável e suficiente leitura e até, ao mesmo tempo, ouvir uma boa música. Encontrar tudo isso através deste meu blog - #GRAUᴼ - é algo muito suficiente... E necessário!
As relações entre Educação, cultura e conhecimento são sempre polissêmicas e provocativas. Neste acesso, trago para sua leitura diversas experiências, perspectivas, reflexões... Encontros que se fazem em diferentes ãmbitos: literatura, música, dança, teatro, artes visuais, educação física, mídia, etc.
E considere: é entre a manifestação da literatura, as artes visuais, a música, a dança e o teatro que a educação e o conhecimento acontecem fora do curricular, do convencional!