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quarta-feira, 30 de junho de 2021

A PAIXÃO ... O AMOR ... Um desabafo do sujeito lírico!

 

Sobrinhos queridos: Rogério & Fabiana 

Nessa expressão: Uhulll… Fabi e Rogê! Tenho tudo a dizer relativo ao casal, pois que, conhecendo-os muito bem temos o amor que se revela superior à paixão! Ou não? Senão vejamos: Você não queria que fosse óbvio, mas não conseguiu não olhar outra vez. Bem, isso é algo que acontece com quase todo mundo. Você passou por isso e suas amigas e amigos também. Mas a questão é, será que isso leva ao amor?

Ficar apaixonado por alguém certamente faz pensar que é amor. Bom, se for isso mesmo, então é hora de parar de brincar e encarar a realidade. O erro mais comum que as pessoas têm é confundir amor de verdade e paixão. Quando se sente atraído por alguém você acaba dizendo “acho que estou amando”. Você sabe realmente o que é o amor de verdade? O que quer que seja, não é o mesmo que paixão. Ambos são emoções intensas que se sente por outra pessoa, mas diferem em amor real, intensidade e resultado final.

O amor pode ser descrito como um sentimento de intensa afetividade por outro, enquanto paixão é simplesmente ser levado pela emoção, excitação. Do ponto de vista psicológico posso referir que Amor e Paixão são sentimentos diferentes, mas que caminham juntos: um precisa do outro para uma relação existir e crescer. Uma pessoa dificilmente começa a amar alguém sem antes ter se apaixonado por ele, e uma relação não prospera se não existir amor.

Sobre relacionamentos românticos, como eles devem parecer e como devem se sentir, o seu efeito é o mesmo:

  •       eles criam expectativas para os relacionamentos. 

A tensão entre os relacionamento e a realidade raramente é mais clara do que quando consideramos o papel da paixão nos relacionamentos. A paixão é frequentemente descrita como um desejo intenso! 

Um dos primeiros modelos para o amor segmentou aspetos dos relacionamentos nos três pontos de um triângulo imaginário rotulando-se: INTIMIDADE, COMPROMISSO e PAIXÃO. A maioria das pessoas quer todas as três delas nos seus relacionamentos românticos, isto é, O AMOR CONSUMADO, que é representado pelo centro do triângulo. Nem todos os relacionamentos são mais bem caracterizados pelas três expostas dimensões!

O poema "Presságio", popularizado como "O amor, quando se revela", é uma composição de Fernando Pessoa. Embora trate um tema tão universal como o amor, Pessoa não faz o elogio do sentimento, algo muito comum na poesia. Pelo contrário, é um desabafo do sujeito lírico acerca da sua dificuldade em estabelecer relações amorosas.  A composição é formada por cinco estrofes, cada uma com quatro versos (quadras). Esquema rimático cruzado, com o primeiro verso rimando com o terceiro, segundo com o quarto, assim por diante ...

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Ah, Fernando Pessoa ... Alma minha gentil, que te partiste tão cedo desta vida descontente!

Destaco ainda que, tanto o AMOR quanto a PAIXÃO são sentimentos que podem ser explicados cientificamente por meio de substâncias químicas, impulsos elétricos e hormônios, sendo certo que “a paixão é um sentimento súbito por outra pessoa, que resulta em várias alterações químicas no cérebro” e, quando uma pessoa se encontra afetada, apaixonada, o seu sistema límbico (unidade do cérebro responsável pelas emoções e comportamentos) uma região constituída de neurônios, células que formam uma massa cinzenta também denominada de “lobo ´límbico”,  produtora de  grandes doses de hormônios, tais que, dopamina e norepinefrina, que agem diretamente no cérebro causando uma série de alterações comportamentais, não raro promovendo “tudo azul” segundo os envolvidos!

Quando se vive esta fase da paixão, é normal sentir um desejo imenso de estar próximo a pessoa amada e ter o comportamento alterado quando se está ao lado dela como:

  •       um tremor nas mãos,
  •       respiração ofegante,
  •       mãos soadas e um frio na barriga.
  •       É também comum sentir-se distraído e ausente,
  •       sem conseguir se concentrar,
  •       sentir-se otimista, mais criativo e entusiasmado,
  •       até seguro e capaz de com limitações lidar.

Além disso, é comum que a pessoa apaixonada fique sem dormir direito, perca a fome e passe o dia inteiro pensando no amado ou amada. Pena que, apesar de intensa, a paixão tem uma duração curta, nem sempre prosperante!

O amor, por outro lado, aquele sentimento de carinho e demonstração de afeto que se desenvolve entre seres que possuem a capacidade de o demonstrar, digo:

  •       é cauteloso, requer carinho, atenção e cumplicidade.
  •       É considerado o mais nobre dos sentimentos.
  •       Não há idealização do amado ou amada, mas ama-se o outro,
  •       Mesmo apesar de seus defeitos e imperfeições.

O amor está muito além das sensações provocadas pela paixão. Pessoas que são movidas por fortes emoções, tendem a não conseguir ter relações duradouras, pois quando passa a fase de euforia a as coisas esfriam, tendem a terminar o relacionamento e partir para outras relações que tragam essas sensações novamente... Então, passado o período da paixão, a pessoa deixa de ser perfeita e é nessa hora, que se colocará à prova o seu amor. É sempre preciso saber como reavivar a paixão, ou não deixar o amor morrer! 

”O amor companheiro envolve conexão emocional e uma decisão cognitiva de ser leal. Para muitos dos nossos relacionamentos, esse é o amor que procuramos, como para amigos íntimos, mentores de apoio ou "cônjuges do trabalho".

Para relacionamentos românticos, as pessoas às vezes pensam que o amor não é suficiente. Portanto, aqui finalizo minhas impressões: “Conheço pessoas suficientes de amor e plenos de vida!

Um caso "inesquecível" de AMOR, cuja foto foi extraída de
postagem no FACEBOOK com texto, em 26 Junho de 2021. 
 

Roberto Costa Ferreira,

Professor, Psicanalista e Pesquisador

CEP UNIFESP – UNIVERSIDADE FEDERAL de SÃO PAULO

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