Grau°

domingo, 14 de abril de 2024

DIA do BEIJO! Não se sabe ao certo o porquê ... Dizem que seria porque o beijo mais longo da história teria sido dado nesse dia?

 

Dia 13 de abril é o Dia do Beijo! Que magnífico momento ... Por oportuno, destaco que "Basorexia" denomina-se a súbita vontade de beijar alguém ... 

Mas, um determinado livro explica, orientando 156 termos que descrevem emoções muito concretas, como a do beijo referido, rastreando sua origem e sua história, e tudo em razão da abordagem relativa à necessidade repentina de beijar alguém e outras 18 emoções, as quais destaco, e que desconhecia, até então, que tinham nome, relacionados às vontades.

Muitos filósofos, psicólogos, antropólogos e neurocientistas estão há séculos tentando encontrar as emoções básicas e universais e nos apresentando listas — as mais curtas possíveis (surpresa, desgosto, tristeza, raiva, medo e alegria, por exemplo).

A historiadora cultural Tiffany Watt Smith fez totalmente o contrário: em The Book of Human Emotions (o livro das emoções humanas) descreveu 156 emoções diferentes. Seu objetivo foi identificar as nuances.

Não só explica que os pintupi da Austrália Ocidental possuem 15 palavras para diferentes tipos de medo, mas também como nossa opinião sobre algumas emoções evoluiu ao longo da história e dependendo do contexto. Por exemplo, a solidão é atualmente entendida como algo particularmente negativo, mas, para os românticos, “poderia levar a experiências espirituais e emocionais transformadoras”.

Desse modo, estes são 19 dos termos coletados por Smith em seu livro e que descrevem todas as emoções que sentimos, mas que, às vezes, não sabemos nomear:

1. Ambíguofobia. É um termo cunhado pelo escritor David Foster Wallace. Refere-se à sensação de desconforto ao deixar algo aberto a interpretações.

2. L'appel du vide. Expressão francesa que pode ser traduzida como “a chamada do vazio” e utilizada para falar da vontade de pular ao ver um precipício. “As pessoas falam sobre o medo de altura”, escreve Smith, “mas, na verdade, a ansiedade provocada pelos precipícios, muitas vezes, tem menos a ver com cair e mais com o terrível impulso de pular.”

3. Awumbuk. Palavra dos baining, que vivem em Papua-Nova Guiné, e com a qual se descreve a sensação de vazio deixada pelas visitas quando vão embora. “As paredes fazem eco”, ilustra Smith:

“O espaço que estava tão cheio agora parece estranhamente amplo. E, embora muitas vezes haja alívio, também ficamos com uma sensação de desânimo: como se uma névoa houvesse descido.”

4. Basorexia. A súbita vontade de beijar alguém, como acima referido.

5. Cibercondria. “A ansiedade sobre ‘sintomas’ de uma ‘doença’ alimentada depois de ‘pesquisar’ na Internet.” As aspas são da autora. Um neologismo já popularizado na rede.

6. Dépaysement. Palavra francesa que reflete a “desorientação que sentimos em lugares estrangeiros”. Ilustra os esforços para decifrar uma idioma estranho e calcular quanto vale o punhado de moedas que levamos no bolso.

Trata-se de uma sensação, por vezes, frustrante, “que nos deixa desconfortáveis e fora de lugar”. Mas também faz com que “o mundo pareça novo outra vez”.

7. Dolce far niente. O prazer de não fazer nada.

8. Fago. É a pena que sentimos por alguém que precisa de ajuda e com quem nos preocupamos, sem deixar de ter em mente a ideia de que um dia perderemos a pessoa. Esse termo, usado pelos ifaluk, das Ilhas Carolinas do Pacífico, remete à sensação que:

“aparece naqueles momentos em que sentimos de forma tão esmagadora nosso amor pelos outros, sua dependência em relação a nós e o fato de que a vida é temporária e frágil, que enchem nossos olhos de lágrimas”.

15. Nakhes. Em iídiche, é o orgulho que os pais sentem por qualquer pequena conquista dos filhos.

16. Nginyiwarrarringu. Para os pintupi, que vivem no deserto da Austrália Ocidental, existem 15 tipos diferentes de medo. Smith menciona o ngulu, que é o medo que sentimos quando alguém procura a vingança; kamarrarringu, a sensação de que alguém está atrás de você; kanarunvyju, o medo de espíritos malignos que não lhe permitem dormir; e nginyiwarrarringu, o instinto de alerta que faz você se levantar e olhar ao redor para saber o que causou o ruído.

17. Oime. O intenso desconforto de estar em dívida com alguém. É um termo japonês.

18. Pronoia. A estranha sensação de que todo mundo quer ajudar. De fato, é o oposto da paranoia.

19. Ringxiety. Termo cunhado pelo psicólogo David Laramie e que poderia ser traduzido (talvez) por “ansiedade do telefone tocando”. Define esse momento de:

“ansiedade de baixo nível que nos leva a pensar que nossos telefones estavam tocando, mas que não aconteceu”. 

Uma pena que a referência ao som não sirva para as vibrações-fantasma do celular que, segundo vários estudos, 70% a 90% da população já sentiu.

E todos estes termos relacionados às emoções, medos, ansiedades e prazeres envolventes, levantados em razão do Dia do Beijo que, não se sabe ao certo o porquê. Uns dizem que seria porque o beijo mais longo da história teria sido dado nesse dia, outros colocam a culpa num beijoqueiro italiano, identificado como Enrico Porchello.

Em 13 de abril de 1882, o padre da vila de Enrico teria instituído um prêmio para a mulher que não tivesse sido beijada pelo jovem. O dinheiro estaria lá até hoje.

Os neandertais deveriam beijar, os egípcios também, mas não há registros. Os primeiros surgem em textos hindus. No livro védico Satapath, de aproximadamente 1.200 a. C., lemos: "Amo beber o vapor de seus lábios"; no poema Mahabharata, de 1.000 a.C., temos "Pôs a sua boca em minha boca, fez um barulho e isso produziu em mim um prazer". Outro texto, m o Kama Sutra, ensina ao menos três tipos de beijos.

Após sua invasão à Índia, Alexandre, o Grande, teria levado o beijo à Grécia, onde ele atingiu até funções protocolares. Em público, podia-se beijar para selar um acordo entre as partes ou demonstrar respeito. Havia uma hierarquia do beijo: entre pessoas do mesmo status, podia ser nos lábios, de classes diferentes, era no rosto, se uma das classes era mais baixa, era nas mãos ou ainda nos pés.

O beijo chegou a Roma, onde ele variava do osculum, o beijo de amizade, passando pelo basium, o beijo sensual, até o savium, um beijo mais voluptuoso, onde a língua entrava em ação.

Entre os judeus, o beijo também tinha caráter afetuoso. Na Bíblia, é famoso o relato do beijo de Judas, um sinal de afeto que se revelou de traição.

Na Idade Média, o beijo entre homens servia para selar acordos: era o chamado beijo da paz. Até a igreja intervir e tentar acabar com elw. No século 12, o papa Inocêncio III lançou um édito perseguindo o costume.

No século 17, os ingleses, escandalizados com os beijos de língua que viram os franceses dando, apelidaram esse tipo de "beijo francês".

Ainda no século XX, ele causou furor no Japão, quando, em 1924, "O Beijo", de Rodin, foi censurado.

Quem se lembra do "beijoqueiro"? O português José Alves de Moura, radicado no Brasil, que começou a sua carreira de "serial kisser" beijando Frank Sinatra em 1980!

Ainda, em recente leitura de escritos sobre a vida de Francisco de Assis, que cálculo eu somar muito mais de dois mil, talvez por ter sido ele alguém muito coerente e voltado principalmente para ajuda ao semelhante, resultou ficar com a imagem de um homem santo.

Penso eu que Francisco nunca quis ser santo, aliás, nunca quis pertencer a igreja, queria apenas fazer um trabalho que ele acreditava, era o trabalho do amor!

Então, a obra acima referida remete a "O que eu contaria se fosse ... Francisco de Assis", cujo autor Moisés Esagui, um psicanalista e escritor, fundador do Centro de Estudos da Consciência (CEC), criado em 1998, que diz, lá pelas páginas 16, referindo-se à belíssima declaração de Clara para o seu até então velado amor Francisco:

"Ela sentou-se ao meu lado e disse: 

- Francisco, não importa o que aconteça, não importa que você esteja com alguém, não me importa o que você faça, eu amo você. Qualquer caminho que você siga, se você quiser, eu farei o possível para te ajudar ... Eu seu que você é muito mais do que você faz agora. Eu não acredito em casamentos, não preciso de um homem, preciso do que você é Francisco, e nem mesmo você sabe o que você é ..."

Olhei para Clara, ela havia se tornado naquele momento, sem saber, a minha primeira gota de lágrima verdadeira!

Que amor é esse? E sem o concurso, até então, de um beijo! Ela houvera se manifestado dizendo ao Francisco o que ele "realmente era". Mostrou-lhe naquela oportunidade, um mundo além deste mundo, tudo fazendo então sentido. Pois que, além do beijo até então ausente, "o amor manifestado é quando um continua o outro"!


Roberto Costa Ferreira, 13  Abril de 2024.

Professor - Psicanalista - Pesquisador 

UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo

HILASA - Instituto de História, Letras, Artes

SANTO AMARO - SÃO PAULO / SP.





Nenhum comentário:

Postar um comentário

A desinformação é o ato de silenciar ou manipular a verdade, habitualmente nos meios de comunicação de massa. O meu dever de publicar o que penso e escrevo e incontornável, absolutamente imprescindível!

Então, você pode, durante tomar um café, aprofundar-se numa agradável e suficiente leitura e até, ao mesmo tempo, ouvir uma boa música. Encontrar tudo isso através deste meu blog - #GRAUᴼ - é algo muito suficiente... E necessário!

As relações entre Educação, cultura e conhecimento são sempre polissêmicas e provocativas. Neste acesso, trago para sua leitura diversas experiências, perspectivas, reflexões... Encontros que se fazem em diferentes ãmbitos: literatura, música, dança, teatro, artes visuais, educação física, mídia, etc.

E considere: é entre a manifestação da literatura, as artes visuais, a música, a dança e o teatro que a educação e o conhecimento acontecem fora do curricular, do convencional!