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quarta-feira, 16 de abril de 2025

Nobel de Literatura - por que o Brasil nunca teve um? Apenas apreciados ...

 

Conhecido como um dos maiores exploradores dos trópicos, esse brasileiro viajou mais de 40 mil km (do jeito que desse), defendeu indígenas amazônicos e foi pioneiro em registros de campo. E Einstein sabia muito bem o que isso significava.

Em uma época em que o miolo do Brasil ainda eram terras sem comunicação com o restante do país, Cândido Mariano da Silva Rondon esteve em dezenas de expedições, "a pé, em canoas e no dorso de mulas", na árdua tarefa de instalar telégrafos em áreas remotas.

Por isso, esse explorador mato-grossense de Santo Antônio de Leverger, que emprestaria seu nome para batizar a nova Unidade federativa, Rondônia, em 1982, é também o patrono das comunicações no Brasil.

Fundador do SPI (Serviço de Proteção aos Índios), mais tarde substituído pela FUNAI, Rondon seria lembrado também como um dos mais importantes defensores dos direitos indígenas.

Esse pacificador era conhecido pelos contatos não-violentos e respeitosos com indígenas brasileiros que nunca haviam visto um homem branco, trazendo-os para a civilização sem tirá-los de suas próprias terras (nem que para isso tivesse que se ausentar no dia do nascimento de todos os seus sete filhos).

"Morrer, se preciso for. Matar, nunca", era seu lema, mesmo após ser atingido por uma flecha nhambiquara envenenada, naquele mesmo 1913.


Este foi o brasileiro que Einstein indicou para o Nobel da Paz, conhecido que fora em 1925.

O Brasil já teve pelo menos 13 vezes nomes cotados para o Prêmio Nobel de Literatura, mas nunca nenhum deles venceu.
De 1967 a 1971, todos os anos o best-seller baiano Jorge Amado (1912-2001) figurava entre os cotados. Jamais ganhou o prêmio... Respectivamente, perdeu para:
     • o guatemalteco Miguel Ángel Asturias (1899-1974),
     • o japonês Yasunari Kawabata (1899-1972),
     • o irlandês Samuel Beckett (1906-1989),
     • o russo Alexandre Soljenítsin (1918-2008) e,
     • o chileno Pablo Neruda (1904-1973).

Em 2025, o escritor e diplomata Cássio Haddames, autor de apenas três livros, avesso a eventos literários e notório recluso, se torna o primeiro brasileiro a ganhar o Nobel de Literatura.

Esta história foi publicada em 2018, mas como obra de ficção. No mundo real, nem Haddames existe e nada indica que o Brasil terá, enfim, um ganhador desse importantíssimo prêmio neste ano. Este enredo foi criado pelo escritor e diplomata Mauricio Lyrio. O livro se chama O Imortal.

Esse período foi notável (1967 a 1971). Também em 1967 o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) foi indicado e o escritor Guimarães Rosa (1908-1967) estava cotado — morreu um pouco antes do anúncio do prêmio. No ano seguinte, Érico Veríssimo (1905-1975) esteve entre os indicados. Clarice Lispector (1920-1977) foi cotada em 1971.

Em 1941, quando o prêmio não foi atribuído, houve a candidatura de um obscuro Manoel Cyrillo Wanderley, para muitos pseudônimo do poeta Manuel Bandeira (1886-1968).

Jorge de Lima (1893-1953) era cotado, mas dadas as pendências da Academia Sueca, só poderia ser indicado em 1958. Como acabou morrendo cinco anos antes e a instituição não concede prêmios póstumos, perdeu a chance.

Alceu de Amoroso Lima (1893-1983), o poeta e professor, foi indicado em 1965 — quem ganhou foi o russo Mikhail Sholokhov (1905-1984).

O processo para chegar aos ganhadores do Nobel tem início por meio da distribuição de formulários pelo comitê para acadêmicos proeminentes de diferentes áreas. Essas personalidades têm quatro meses para enviar de volta o formulário com suas indicações.

Assim, o comitê do Nobel seleciona cerca de trezentos potenciais candidatos desses formulários e alguns nomes adicionais, que não são revelados publicamente, em todas as categorias: Física, Química, Fisiologia ou Medicina, Literatura e Paz.

De acordo com suas regras, a organização do prêmio só revela os cotados 50 anos depois da edição. Assim, não se sabe oficialmente quantos ou quais brasileiros foram cogitados de 1975 em diante.

Mas especula-se que a última vez que um autor brasileiro chegou a ser indicado ao Nobel de Literatura foi em 2016, quando Lygia Fagundes Telles (1918-2022) despontou entre as candidatas. Naquele ano, foi premiado o músico e poeta americano Bob Dylan.

"O Brasil esteve perto, muito perto de ter escritores que recebessem o Nobel. O mais próximo foi o Jorge Amado, que era um escritor de caráter regional na sua temática e que estava dentro de uma ideia até um pouco estereotipada de América Latina",

afirmativa realizada à determinado meio de comunicação no Brasil o escritor e professor universitário Miguel Sanches Neto, reitor na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
"Ele foi um dos escritores mais lidos do mundo sendo brasileiro."

Professor na Universidade Estadual Paulista (Unesp), o pesquisador André Gomes disse, na mesma oportunidade, que embora premiações sejam "sempre muito importantes" pela tentativa de "flagrar o Zeitgeist, ou seja, o momento da produção literáira e seus possíveis desdobramentos", nem mesmo "o Nobel vai garantir nem a qualidade do que será publicado por esse escritor nem a sobrevivência dessa obra no que chamamos canonização".

"Então, um prêmio, e incluo aí o Nobel, é uma baliza importante do estado da arte literária, mas somente o prêmio não dá dimensão do que vai ocorrer com esse escritor em sua trajetória pós-prêmio", acredita ele.

Para especialistas, são muitas as razões e conjunções de fatores, que fazem com que o Brasil nunca tenha tido um autor laureado com o principal prêmio mundial de literatura.

Em primeiro lugar, o fator periférico tanto da língua portuguesa — até hoje apenas um escritor lusófono foi premiado com o Nobel, o português José Saramago (1922-2010), em 1998 — quanto do próprio país, no âmbito das produções culturais amplamente traduzidas e distribuídas pelo mundo.

Outro motivo seria a falta de esforços institucionais para tornar a obra de escritores contemporâneos mais conhecida em outros países, com incentivos mais intensos a traduções e participações em eventos internacionais.

Nessa mesma toada, há uma sensação de que entidades literárias brasileiras nunca se empenharam em defende um nome forte em uma espécie de campanha para chamar a atenção de prêmios internacionais.

Por fim, ainda há um outro aspecto considerado: dentro do seu hábitat, ou seja, a literatura latino-americana, a produção brasileira padece de um isolamento justamente por ser única no idioma, cercada por uma produção de língua espanhola.

Assim, o país não conseguiu surfar, por exemplo, na onda de reconhecimento mundial à literatura latino-americana em que os quatro grandes nomes foram:
     • o argentino Julio Cortázar (1914-1984),
     • o mexicano Carlos Fuentes (1928-2012),
   • o colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014) e,
    • o peruano Mario Vargas Llosa (1936-2025).

"Penso que o fato de ainda não termos levado um Nobel de Literatura não tem relação com a falta de escritores talentosos, absolutamente", observou por ocasiao da determinada entrevista o professor Emerson Rossetti, doutor em estudos literários pela Unesp e criador do canal no YouTube Elite da Língua. Disse mais, que:

"Ainda não constituímos, aos olhos do resto do mundo, uma tradição suficientemente sólida. Tampouco sabemos fazer campanha."
"No Brasil, não faltam autores de alcance mundial. O que faltam são campanhas adequadas para conseguir tal feito", tambem apontou o poeta e professor de literatura Frederico Barbosa, ganhador de dois prêmios Jabuti, no devido tempo.

"No país, os escritores e a intelligentsia mais briga do que se une no intuito de fazer uma campanha por autores que realmente mereceriam."  

"O escritor brasileiro está isolado no idioma. Nosso idioma é um idioma de isolamento, que nos separa do resto do mundo e, embora tenhamos muitos falantes, é um idioma que separa", diz Sanches Neto. 

"Há uma tendência de o escritor brasileiro de estar mais inferiorizado dentro do próprio idioma. E isso atrapalha a projeção dentro do próprio idioma."

"A língua mais evidente na América do Sul, por conta do número de países, é o espanhol. A gente continua no lamento", argumentou a um tempo a professora de literatura brasileira, tradutora e pesquisadora Sandra Mara Stroparo, professor na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Pós-doutora em teoria literária e professora na Universidade de São Paula (USP) e na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Sandra Regina Chaves Nunes constata, em conversas àimprensa, que "a língua portuguesa não tem o alcance que a língua espanhola tem, seja pela América Latina, seja por outro países".

"Há, evidentemente, fatores de ordem geopolítica, econômica e cultural que influenciam esse cenário. Embora Brasil e Portugal sejam os maiores países lusófonos em termos de população e produção literária, seus mercados editoriais e seu poder cultural global são significativamente mais restritos do que os de países como Estados Unidos, Reino Unido ou França, potências com forte presença institucional e editorial no circuito literário internacional", comentou o linguista Vicente de Paula da Silva Martins, professor na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).

"Outro aspecto decisivo é a difusão da língua portuguesa no plano internacional", completa ele. 

"Enquanto o espanhol e o francês consolidaram uma presença robusta no cânone da literatura universal, o português permanece, em grande medida, periférico, tanto no circuito editorial quanto nos espaços de premiação e consagração literária. Soma-se a isso uma dificuldade de ordem linguística e tradutológica: a traduzibilidade da literatura em língua portuguesa, notadamente a brasileira, encontra obstáculos expressivos."

Para Gomes, são três os motivos principais que "dificultam a entrada" da literatura brasileira "nessa grande roda que é participar de premiações internacionais":
    • "O fato de ocuparmos a periferia econômica e, por conseguinte, estarmos na periferia da cultura ocidental. O que significa que, embora tenhamos manifestações culturais muito ricas, elas não circulam globalmente como a cultura de qualquer país europeu, mesmo de países do Leste Europeu que passam por processos de subalternização", elenca.
      • "A língua portuguesa, embora seja falada por milhões de pessoas, é uma língua periférica e muito recentemente temos uma política de tradução, embora sempre fomos traduzidos nos exterior. E o pouco investimento na divulgação da nossa produção literária, dadas as próprias condições de uma cultura letrada no país."

Muitos comparam os esforços institucionais para ganhar um Nobel ao empreendido pela indústria cinematográfica para vencer um Oscar. Nesse sentido, segundo Gomes,
     • "os escritores brasileiros que já foram cotados ao prêmio não perderam pela falta de qualidades, mas pela falta de uma boa campanha".

"[…] A meu ver, não se tratou da questão da qualidade, mas da ausência de campanha. Veja um exemplo fora da literatura: o filme Ainda estou aqui foi premiado pelas suas qualidades? Sim. Entretanto, não dá para ignorar que houve, da parte das distribuidoras estadunidenses, um investimento pesado na máquina de propaganda, portanto, de convencimento dos votantes da academia para o filme conseguir o Oscar", diz ele:
"É uma questão de estética, mas é muito mais um jogo de força política que precisa do encampamento de atores políticos do exterior para ser bem-sucedida."

"Não há uma resposta única [sobre por que o Brasil não tem um Nobel]. Há questões como:
     • a visibilidade,
     • a presença internacional […],
     • tem também questões geopolíticas",
disse à imprensa em determinado momento, a professora Ana Lúcia Trevisan, da pós-graduação em Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

"A ausência de um Nobel de Literatura para o Brasil resulta de um conjunto de fatores estruturais que transcendem o mérito individual dos escritores. O país não possui uma política articulada e contínua de internacionalização literária. A tradução de obras, embora necessária, é insuficiente quando não acompanhada de inserção em redes estratégicas, como editoras de prestígio, universidades com tradição em estudos comparados, prêmios intermediários e resenhas em publicações de referência", analisou em algum tempo o poeta Carlos Willian Leite, editor da Revista Bula.

"O Nobel é resultado de um processo de consagração que envolve tanto a construção de prestígio simbólico quanto a atuação nos bastidores da cultura internacional", completa ele.

Ainda, Leite acredita que:
     • a "visibilidade internacional dos escritores brasileiros" é "fragmentada,
     • com traduções pontuais e,
     • pouca continuidade crítica".
E ele também argumenta que "parte significativa da literatura brasileira recente", por se preocupar com "experimentalismo estético ou introspecção subjetiva", acaba não dialogando "diretamente com os critérios que têm pautado as escolhas" da Academia Sueca, que confere o Nobel. Segundo sua visão, o prêmio prioriza "obras de alto teor ético, político e universalizável".

Nomes fortes, segundo os especialistas ouvidos recentemente, até pela BBC News Brasil, trouxeram alguns nomes de escritores brasileiros contemporâneos que, no entendimento deles, têm uma produção de qualidade para um prêmio Nobel. Quase todos lembraram de Milton Hatoum. Também foram citados Bernardo Carvalho, Itamar Vieira Júnior, Cristovão Tezza e Adélia Prado.

"Um escritor brasileiro certamente merecedor do Nobel, que poderia receber o Nobel por causa da valorização de sua obra no mundo, é [o poeta] Augusto de Campos, o último remanescente de um grupo de autores que modificaram a literatura mundial através da criação da poesia concreta", defende Barbosa.

"Ele é reconhecido em inúmeras universidade do mundo, e várias publicações internacionais apresentam a poesia concreta."

"Como leitor de Raduan Nassar, considero-o um dos maiores e mais profundos nomes da literatura brasileira contemporânea", sugere Martins.

"Sua obra, de uma singularidade incomparável, revela uma densidade poética rara, aliada a uma profundidade psicológica que confere à sua escrita uma complexidade única. […] Ele merece ser reconhecido com o Prêmio Nobel de Literatura, não apenas pela beleza estética de sua obra, mas pela profundidade que ela alcança nas complexidades da alma humana."

Por: Roberto Costa Ferreira, em revisão, tradução e autorização, de:
     • Edison Veiga (texto inicial) através:
  • Role,De Bled (Eslovênia), conforme autorizacao para a BBC News Brasil.
Em 14 abril 2025.

De: HILASA-SP-Instituto História, Letras, Artes
SANTO AMARO  - SÃO PAULO  - SP.







segunda-feira, 14 de abril de 2025

Mario Vargas Llosa - ESCRITOR PERUANO - Falecido 13/04/2025, no Domingo de Ramos

 

Mario Vargas Llosa nasceu em  28 de março de 1936, /Peru,
falecendo no dia de ontem, 13 de abril de 2025 - aos 89 anos.

O escritor peruano, vencedor do Nobel da Literatura, faleceu neste segundo domingo de abril de 2025 (13/4), Domingo de Ramos,  em Lima, no Peru. Seu filho Álvaro Vargas, em nota publicada nas redes sociais - rede X - homenageou o pai, assim expressando-se:

“É com profundo pesar que anunciamos que nosso pai, Mario Vargas Llosa, faleceu hoje em Lima, cercado pacificamente por sua família”.

Ainda, Álvaro Vargas destacou que a vida do autor foi longa, múltipla, frutífera e que sobreviverá por meio de sua obra. Também comunicou:

“Procederemos nas próximas horas e dias de acordo com as instruções dele. Não teremos nenhuma cerimônia pública”.

O escritor também compartilhou o desejo de ser cremado, ele que nasceu em  28 de março de 1936, Arequipa/Peru, falecendo no dia de ontem, 13 de abril de 2025 - aos 89 anos.

Vargas Llosa que reúniu cidadanias:
• Peru (1936):
• Espanha (1993) e,
• República Dominicana (2023–presente).

Publicou seu primeiro livro de relatos, "Os chefes" em1959, com o qual obteve o Prêmio Leopoldo Alas. Depois, ganhou notoriedade com a publicação de "A cidade e os cachorros", em 1963, seguida três anos depois por "A casa verde". Teve a carreira consolidada com "Conversa no catedral" (1969).

Ele escreveu prolificamente em uma grande variedade de gêneros literários, incluindo crítica literária e jornalismo. Seus romances incluem comédias, mistérios de assassinato, romances históricos e thrillers políticos. Vários de seus livros, como "La tía Julia y el escribidor", foram adaptados como longas-metragens.

Desse modo, temos que, um texto literário é marcado pela função poética da linguagem, ou seja, pela seleção e combinação das palavras com ideia de privilegiar ritmo, sonoridade, beleza, criatividade, entre outros. A literatura não tem compromisso com a realidade, e sim com a recriação dela.

Os gêneros literários clássicos são o lírico, o épico e o dramático
     • Gênero literário Lírico expressa sentimentos e emoções;
     • Épico conta grandes feitos, como epopeias;
     • Dramático encena histórias, como tragédias e comédias.
Os gêneros literários modernos incluem, a saber: 
     • Romance, Novela, Conto, Crônica, Poema, Canção, Drama histórico, Teatro de vanguarda.

Os gêneros literários são agrupados em subgêneros, que agrupam os textos em semelhanças ainda maiores. Por exemplo, os contos, os romances, as crônicas e as fábulas são todos subgêneros do gênero narrativo. 

A categorização dos gêneros literários foi feita pela primeira vez por Aristóteles na Grécia Antiga. Ele dividiu a literatura em três grandes gêneros, com base na maneira como as histórias eram contadas. 
Outros gêneros literários incluem, a saber: 
     • Écloga, Elegia, Sátira, Didático, Pastoral, Epitalâmio, Biografias e autobiografias.

Mario Vargas Llosa foi um romancista, jornalista, ensaísta e ex-político de origem peruana. Foi um dos romancistas e ensaístas de língua espanhola e da América Latina mais significativos e um dos principais escritores de sua geração.
Alguns críticos consideram que ele teve um impacto internacional e uma audiência mundial maiores do que qualquer outro escritor do boom latino-americano.
Em 2010, ele ganhou o Prêmio Nobel de Literatura , "por sua cartografia de estruturas de poder e suas imagens incisivas da resistência, revolta e derrota do indivíduo".

Em quase setenta anos de escrita e literatura, significativo personagem "Mario Vargas Llosa", que  nascido em uma família de classe média, lembro,  aos 28 dias de março de 1936, na cidade provincial de Arequipa , no sul do Peru, era filho único de Ernesto Vargas Maldonado e Dora Llosa Ureta (a primeira operadora de rádio em uma empresa de aviação) a última filha de uma antiga família criolla, que se separaram alguns meses antes de seu nascimento.
Pouco depois do nascimento de Mario, seu pai revelou que estava em um relacionamento com uma mulher alemã, da qual nasceriam os dois meio-irmãos mais novos de Mario: Enrique e Ernesto Vargas.

Vargas Llosa viveu com sua família materna em Arequipa até um ano após o divórcio de seus pais, quando seu avô materno foi nomeado cônsul honorário do Peru na Bolívia. Com sua mãe e sua família, Vargas Llosa mudou-se para Cochabamba, Bolívia, onde passou os primeiros anos de sua infância.
Sua família materna, "os Llosas", era sustentada por seu avô, que administrava uma fazenda de algodão.
Quando criança, foi levado a acreditar que seu pai havia morrido - sua mãe e sua família não queriam explicar que seus pais haviam se separado.

Como muitos escritores latino-americanos, Vargas Llosa foi politicamente ativo ao longo de sua carreira. Embora inicialmente tenha apoiado o governo revolucionário cubano de Fidel Castro, Vargas Llosa, posteriormente, se desencantou com suas políticas, particularmente após a prisão do poeta cubano Heberto Padilla em 1971, e mais tarde se identificou como um liberal e defendia ideias antiesquerdistas.

Ele concorreu à presidência peruana em 1990 com a coalizão de centro-direita "Frente Democrático" defendendo reformas liberais , mas perdeu a eleição para Alberto Fujimori por uma vitória esmagadora.
Desde que deixou de participar diretamente da política no Peru, Vargas Llosa defendeu ativistas e candidatos de direita até internacionalmente.

Ele que fora, reitero, jornalista, dramaturgo, ensaísta e crítico literário, reconhecido como um dos mais importantes escritores da atualidade, também graduado em Direito e Letras pela Universidade Nacional Maior de São Marcos, em Lima, lecionou em diversas universidades norte-americanas e europeias. Politicamente engajado, tambem filósofo, é considerado um dos mais controversos pensadores da atualidade. Vultoso personagem!


Por: Roberto Costa Ferreira, 13abril, 2025.
HILASA-SP-Instituto História, Letras Artes
SANTO AMARO - SÃO PAULO /SP.









quarta-feira, 9 de abril de 2025

FAVELA - O RETORNO, DE NOVO, APÓS 50 ANOS!


Tendo em vista o Planejamento Territorial e Habitação publicado em 23/01/2024, portanto decorridos 14 meses, o IBGE anuncia o retorno da utilização  do termo "favela" no censo demográfico. O site permite compartilhar e "compartilhamento" é o que apresento neste relato.

Desse modo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta terça-feira p.p., 23 de janeiro de 2025, que voltará a usar, após 50 anos, o termo “favelas e comunidades urbanas brasileiras” como referência a esses locais na realização do Censo Demográfico. Com a decisão, deixa de ser utilizada a palavra “aglomerados subnormais”, atualmente adotada nas pesquisas. 

De acordo com o IBGE, a decisão pelo retorno da nomenclatura ocorreu após a realização de estudos técnicos e consultas a diversos segmentos sociais. O Brasil tem mais de 10 mil favelas e comunidades urbanas, em que vivem 16,6 milhões de pessoas (8% da população brasileira). Esses dados são da prévia do Censo de 2022.

Também, tal qual a ONU-Habitat 2022, cerca de um bilhão de pessoas vivem atualmente em favelas e assentamentos informais em todo o mundo. Esse número pode estar subestimado, frente às dificuldades de captação dos dados em diversos países e à dinamicidade de formação e dispersão desses territórios.

Nomenclaturas

No campo das estatísticas internacionais a respeito das "favelas e comunidades urbanas", desde o início do século XXI, um conjunto de esforços, coordenados principalmente pela ONU-Habitat, tem se voltado para a construção de nomenclaturas e parâmetros operacionais globais para a identificação e o mapeamento desses territórios.

Os indicadores produzidos para acompanhamento das metas globais associadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), por exemplo, demandam o aperfeiçoamento constante da produção de informações sobre esses territórios.

Favelas do Brasil

Ainda, conforme a prévia do Censo de 2022, a maior favela do Brasil é a Sol Nascente, que fica no Distrito Federal, segundo dados da prévia do Censo 2022. A região ultrapassou a Rocinha, no Rio de Janeiro, em número de domicílios (32 mil ante 31 mil).

Portanto,  confira a lista das maiores favelas e comunidades urbanas do Brasil, população:

     • Sol Nascente, Brasília (DF): 32.081;
     • Rocinha, Rio de Janeiro (RJ): 30.955;
     • Rio das Pedras, Rio de Janeiro (RJ): 27.573;
     • Beiru, Tancredo Neves: Salvador (BA): 20.210;
     • Heliópolis, São Paulo (SP): 20.016;
     • Paraisópolis, São Paulo (SP): 18.912;
     • Pernambués, Salvador (BA): 18.662;
     • Coroadinhoa, São Luís (MA): 18.331;
     • Cidade de Deus/Alfredo Nascimento, Manaus (AM): 17.721;
     • Comunidade São Lucas, Manaus (AM): 17.666;
     • Baixada da Estrada Nova Jurunas, Belém (PA): 15.601;
     • Alto Sta. Teresina-Morro de Hemeterio-Skylab-Alto Zé Bon, Recife(PE): 13.040;
     • Assentamento Sideral, Belém (PA): 12.177;
     • Jacarezinho, Rio de Janeiro (RJ): 12.136;
     • Valéria, Salvador (BA): 12.072;
     • Baixadas da Condor, Belém (PA): 11.462;
     • Bacia do Una-Pereira, Belém (PA): 11.453;
     • Zumbi dos Palmares/Nova Luz, Manaus(AM): 11.326;
     • Santa Etelvina, Manaus (AM): 10.460;
     • Cidade Olímpica, São Luís (MA): 10.378;
     • Colônia Terra Nova, Manaus (AM): 10.036;

Por: Roberto Costa Ferreira, 08abril2025.
HILASA  - Instituto História, Letras  Artes
SANTO AMARO -SÃO PAULO-SP.- BRASIL
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