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terça-feira, 20 de maio de 2025

O PEDAGOGO e seu dia - O PEDAGOGISTA, deste conceito - QUE TAIS?

 

Estatueta produzida na Grécia Antiga,
em terracota. Representa o pedagogo.


Residem duvidas ... Portanto, resumindo, o pedagogo é o "prático" da educação, enquanto o pedagogista é o "teórico". Ambos são importantes para o desenvolvimento da educação e para a formação de profissionais qualificados.

Tendo em vista o perfil profissional do pedagogo, considerando-se uma das graduações mais procuradas, a pedagogia forma todos os anos centenas de profissionais habilitados no ensino e aprendizagem, principalmente na educação infantil.

Portanto, quais as características de um pedagogo e qual o perfil para se ajustar adequadamente nesta área? De fato, um conjunto muito específico de:
 • habilidades, conhecimentos e, atitudes, são indispensáveis para qualquer pedagogo.

Logo, bons exemplos são:
    • a empatia e a sensibilidade, além é claro,
    • da capacidade lúdica e de comunicação, aptidões-chave para um bom desempenho em sala.

Então, se você sente que a pedagogia pode ser a sua adequada graduação, considere também o que realiza um pedagogo e suas melhores caracteristicas.

De modo geral, o pedagogo é responsável por:
     • planejar, executar e avaliar processos educativos,
      • em diversos contextos, pois que,
   • tal profissional atua tanto em instituições de ensino,
     • quanto em empresas, hospitais, ONGs e,
   • outros espaços, desempenhando funções que vão além da sala de aula.

Levando-se em consideração as diversas possibilidades de atuação deste profissional, entre suas diversas atribuições estão:
     • o desenvolvimento de projetos,
     • criação de materiais didáticos,
    • coordenação e orientação de atividades educacionais,
  • além da avaliação do desempenho de alunos e professores.

Ou seja, no ambiente escolar, o pedagogo trabalha na gestão pedagógica, colaborando com a direção e outros educadores para implementar políticas educacionais e melhorar a qualidade do ensino.

Já fora do ambiente escolar, o pedagogo pode atuar em áreas como a educação corporativa,  que, em resumo, voltanos ao topo:

"O pedagogo é o "prático" da educação, enquanto o pedagogista é o "teórico".

Ambos são importantes para o desenvolvimento da educação e para a formação de profissionais qualificados. ajudando na formação e desenvolvimento de funcionários.
Ou também pode ser essencial em projetos sociais, implementando programas educativos voltados para a comunidade, considerando que em todas essas funções, o objetivo principal do pedagogo é a promoção do desenvolvimento integral dos indivíduos, tendo em vista suas necessidades cognitivas, emocionais e sociais.

Pensando em como deve ser o perfil do pedagogo, identifico um conjunto de características que tornam este profissional capaz de lidar com os desafios da educação e promover um ambiente de aprendizado eficaz e acolhedor. Entre as principais características de um bom pedagogo estão:
   • Empatia: A capacidade de compreender e se colocar no lugar dos alunos, respeitando suas individualidades e necessidades emocionais. Tal é fundamental para criar um ambiente de aprendizagem positivo.
     Comunicação eficaz: O pedagogo deve saber se expressar de maneira clara e assertiva, tanto na transmissão de conhecimentos e mediação de conflitos, quanto na interação com colegas e alunos.
 Conhecimento pedagógico: Por oportuno, o bem formado pedagogo deve ter um sólido entendimento das teorias e práticas pedagógicas, estando sempre atualizado sobre novas metodologias e tecnologias educacionais, de modo a enriquecer o processo de ensino-aprendizagem.
     Organização e planejamento: Sendo certo que é preciso ter a habilidade de organizar atividades, planejar aulas e projetos pedagógicos de forma estruturada e eficiente, essa característica garante o desenvolvimento de um ensino de qualidade.
     Paciência: Tal, é de fato uma virtude e no caso dos pedagogos, habilidade indispensável para lidar com as diferentes velocidades de aprendizado dos alunos e com os desafios cotidianos que surgem no ambiente educacional.
  Criatividade e flexibilidade: Ser criativo permite ao pedagogo desenvolver estratégias inovadoras e interessantes que captam a atenção dos alunos e facilitam a aprendizagem.
Já a flexibilidade ajuda na adaptação a diferentes situações, em busca de soluções para os imprevistos de um ensino dinâmico e eficiente. Também:

    Compromisso com o desenvolvimento integral: Um integrado pedagogo se preocupa não apenas com o desempenho acadêmico, mas também com o crescimento emocional e social dos alunos, contribuindo para a formação de indivíduos completos e preparados para a vida.

    Trabalho em equipe: Objetivando uma rede de apoio que beneficie o processo educacional como um todo, a habilidade de colaborar com outros educadores, pais e membros da comunidade escolar é fundamental.

    Paixão pela educação: Dentre tantas habilidades, o que realmente não pode faltar em um profissional de pedagogia é a paixão pela educação. Demonstrar entusiasmo e dedicação pelo trabalho educativo inspira os alunos e cria um clima positivo e motivador para o aprendizado.

Desse modo, sabendo o que um pedagogo faz e quais as habilidades necessárias para atuar nesta profissão, é imprescindível considerar, ainda, como se destacar durante o período de estágio, pois que, é nesta fase da formação e da carreira que se adquire muitas das principais habilidades de um pedagogo.

Portanto, é preciso saber se destacar diante da vasta concorrência. Portando,  seguem-se algumas valiosas orientações para aproveitar bem o período de estágio, como:

   • Engajamento Proativo: participe ativamente das atividades e demonstre interesse genuíno pelo aprendizado e crescimento;

     • Observação Atenta: observe e aprenda com as práticas pedagógicas e métodos de ensino dos professores experientes;

   •Relacionamento Interpessoal: construa boas relações com professores, colegas e alunos, estabelecendo uma rede de apoio;

    • Capacidade de Adaptação: mostre flexibilidade ao lidar com diferentes situações e se adapte rapidamente às mudanças no ambiente escolar;

  • Dedicação ao Desenvolvimento Pessoal: aproveite oportunidades para participar de workshops, cursos e leituras adicionais que enriqueçam seu conhecimento e habilidades.

Outros cenários da atuação pedagógica são fundamentais para se considerar, como ao exemplo no relato:

- Pedagogia Hospitalar e sua atuação no mercado.

A educação pode assumir diversas formas e atuar em ambientes variados, se adaptando às necessidades de cada criança e adolescente.

Neste contexto, quando o papel do paciente toma o lugar do estudante, é a pedagogia hospitalar que garante o desenvolvimento deste jovem.

Este profissional de pedagogia atua de forma solidária, nutrindo o aprendizado deste paciente, trazendo a vivência escolar que lhe falta.

Mas essa atuação vai muito além do conhecimento escolar, servindo como apoio emocional e por vezes psicológico.

- o que faz um pedagogo hospitalar?

A função central de um pedagogo hospitalar é a educação especial dentro dos hospitais, oferecendo suporte educacional e pedagógico a crianças e adolescentes internados por períodos prolongados.

Desta forma, o profissional e a instituição de saúde podem assegurar ao paciente a continuidade do processo de aprendizagem durante o tratamento médico.

Entre as principais funções de um pedagogo hospitalar estão:

     • acompanhamento escolar em conjunto com a escola de origem do estudante;

   • realização de atividades pedagógicas que seguem o currículo escolar e se adaptam ao estado de saúde e bem-estar do paciente;

     • integração com a equipe médica, como médicos, enfermeiros, psicólogos e outros profissionais da saúde.

Desta forma, cria-se um ambiente favorável à recuperação do paciente, respeitando suas limitações físicas e emocionais;

     • orientação às famílias, oferecendo todo o suporte necessário para a continuidade dos estudos e o apoio ao aprendizado em casa;

   • adaptação de materiais didáticos e pedagógicos para atender às necessidades específicas de cada paciente.

Além disso, outro ponto pilar muito importante no desenvolvimento da pedagogia hospitalar considera-se:

     • o suporte psicoemocional.

Neste sentido, o papel do profissional é prestar apoio emocional e psicológico por meio de atividades lúdicas e educativas.

Com isso, a criança aprende a lidar com a hospitalização de forma mais leve, o que colabora para a redução da ansiedade e do estresse.


Por:Roberto Costa Ferreira,20maide2025.
PEDAGOGISTA - PSICANALISTA -   PESQUISADOR
CEP UNIFESPUniversidade Federal São Paulo
HILASA-SP- Instituto de História, Letras e Artes
SANTO AMARO  - SÃO PAULO - SP.

domingo, 11 de maio de 2025

Dia das Mães - A mãe que faz de seu filho gente!

Um caso entre o menino Novelo e a garotinha Villa, envolvendo o amor proliferante, solidário, agregador e contagiante. Jovens ainda!

Completaram no dia de hoje -sábado anterior ao Dia das Mães  - 13 anos de vida conjunta, em 10 de maio de 2025 - tendo sido anunciado nas redes sociais - FACEBOOK -  em 08 de julho de 2014, figurando até com sobrenome assim: "Villa do Crochê & Novelo Solidário - promotores de uma Organização sem fins lucrativos".

Nos seus ideais, que já materializados em diversas etapas - o seu projeto de vida compreende ações totalmente voluntárias e sem fins lucrativos - confeccionam e doam enxovais de recém-nascidos para mamães carentes em UBS,  Hospitais e Maternidades Públicos.

Ainda cedo, só no ano de 2019 doaram 502 enxovais. Com o advento da pandemia, a crise financeira  e o desemprego, os pedidos de enxovais aumentaram muito. Restaram ainda mais sensibilizados ... Imaginem!

Para que possam atender a essa demanda precisam comprar, primordialmente,  lãs para confeccionarem as peças dos enxovais, alem de outros materiais como agulhas, linhas, etc. E considerem que cada enxoval é composto do seguinte item produzido:

  • 1 manta, 1 casaquinho, 1 par de sapatinhos e,

  • 1 touquinha, 1 toalhinha de boca, também,

  • 10 fraldas descartáveis, 1 sabonete infantil e,

      • 15 cotonetes ... Ufa!

Portanto, tanta juventude, tanto vigor reunido, quantas mãos se entrelaçam,  bordam, juntam, tecendem, entretecem ... Quanta trama!

Desse modo, com a sua colaboração, conseguem entregar os enxovais  necessários,  por vezes não esperados, necessarios, durante este ano e ainda aumentar  o número de peças de cada ano vindouro!

E no destaque dessa historia, que minha vivencia me permitiu estar, ver, e comemorar, convivendo com tantos atores presentes,  observei que em determinado momento, diante das peças compostas para tal magnânima tarefa, muito além das mãos dos personagens envolvidos nesta trama, senhoras que se harmonizam nesta produção, ocorreu-me localizar alguns instrumentos que ora cotizantes, rebelaram-se: uma agulha atrevida dirigindi-se ousadamente a um novelo de linha:

    ⁃ Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?

Deixe-me, senhora. Disse a linha do novelo.

    ⁃ Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável?

Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

     ⁃ Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

     ⁃ Mas você é orgulhosa. Referiu o novelo.

     ⁃ Decerto que sou. Respondeu a agulha.

Mas por quê? Precisa ser? Indagou o novelo.

Essa é boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose? senão eu?

Você? Esta agora é melhor. Você é que os coses? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?
      ⁃ Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição' aos babados...
Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faco e mando...
     ⁃ Tal qual os batedores que vão adiante do imperador. Disse a agulha.
     ⁃ Você é imperador? Indagou a linha do novelo.
Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só costurando, enquanto eu vou mostrando o caminho, e você vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

Estavam nisto, neste dialogo inútil, pois que, não reside compreensão,  momento que a costureira chegou à casa da baronesa. Nao sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista bem posta às suas serventias, 'ao pé de si', para não andar atrás dela.
Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou, desabando a coser!

Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis 'como os galgos" de Diana ⁃ para dar a isto uma cor poética.

E dizia a agulha:
"Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando, abaixo e acima!

A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa, ativa como quem sabe o que faz, não estando para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando... E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic
plic-plic da agulha no pano.

Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. 
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. 
E quando compunha o vestido da bela ama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, "acolchetando", a linha, para "mofar" da agulha ("mofar da agulha" é uma expressão idiomática usada no idioma português que significa rir ou zombar de alguém, especialmente quando essa pessoa está passando por uma situação difícil ou desfavorável.

A agulha, neste contexto, representa a pessoa que é o alvo da zombaria ou do riso, e "mofar" significa zombar ou fazer gozação) perguntou-lhe:
     ⁃ Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio' das mucamas? Vamos, diga lá?

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
     ⁃ Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto tu ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico!

Contei esta história a meu pai, um dia - alfaiate,  'professor de melancolia' - que vivia a 'tirar diferenças de mim - seu filho mais velho - que me disse, abanando a cabeça:
     -Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Segui adiante, firme no meu proposito, sem muito importar-me, pois que, quem me importava era "a minha senhora - minha mãe - que de modo significativo fez de seu filho gente"!

Por oportuno e em razão deste Dia das Mães, tal expressão "a mãe que faz de seu filho gente" é uma forma idiomática portuguesa que significa o que segue:

"Que uma mãe é fundamental para o desenvolvimento e sucesso de seu filho".

É uma forma de reconhecer o papel crucial que a mãe tem na formação da personalidade e na construção de um futuro promissor para o filho.

À ela, Sra. Olga, minha mãe, minhas homenagens. mãe que fez de seu filho gente! 

Por: Roberto Costa Ferreira, 10maiode2025
Hilasa - Instituto de História,  Letras, Artes.
SANTO AMARO - SÃO PAULO - SP




sexta-feira, 9 de maio de 2025

PAPAS ... OS TREZE LEÕES e AGORA O DÉCIMO QUARTO!

Os 13 papas chamados Leão: uma linha de poder, fé e legado!

Ao longo de quase 1500 anos, 13 papas  tiveram o nome Leon. Alguns foram grandes reformadores, outros governaram apenas alguns dias, mas todos deixaram uma marca na história da Igreja.

Aqui estão todos:

1. Leão I (440–461) – São Leão Magno. Enfrentou Átila, o Huno e consolidou a autoridade do Papa.
2. Leon II (682–683) – Confirmou o Concílio de Constantinopla e foi uma ponte entre o Oriente e o Ocidente.
3. Leon III (795–816) – Coroou Carlos Magno e reforçou o poder papal sobre a Europa.
4. Leon IV (847–855) – Fortificou Roma após os ataques sarracenos e criou a “Cidade Leonina”.
5. Leon V (903) – Seu pontificado foi breve; foi deposto em meio a lutas pelo poder.
6. Leon VI (928) – Governou pouco tempo, numa época instável do papado.
7. Leon VII (936-939) – Apoiou as reformas monásticas e procurou restaurar a disciplina eclesiástica.
8. Leão VIII (963–965) – Considerado por alguns um antipapa, imposto pelo imperador Oton I.
9. Leon IX (1049–1054) – Impulsionou reformas e foi uma figura fundamental antes do Cisma do Oriente.
10. Leão X (1513–1521) – Excomungou Martinho Lutero e viveu o início da Reforma Protestante.
11. Leon XI (1605) – Seu papado durou apenas 27 dias.
12. Leon XII (1823–1829) – De espírito conservador, reforçou o controlo papal e a censura.
13. Leon XIII (1878–1903) – O “papa dos trabalhadores”, criador da Doutrina Social da Igreja.

De guerras e concílios, de reformas e controvérsias...
13 leões que rugiram no trono de Pedro. E, por enquanto, o último!

Por oportuno, um deles, o 13° - Leon XIII (1878–1903) – O “papa dos trabalhadores”, criador da Doutrina Social da Igreja, fazendo-me lembrar de "um ato histórico", no qual, em 19/07/1889 referido Papa de então - Leão XIII - dirigiu-se ao Imperador brasileiro assim se manifestando:

Uma Carta do Papa Leão XIII ao Imperador Dom Pedro II

Em 19 de Julho de 1889 o Papa enviou uma Carta Apostólica ao último Imperador do Brasil condenando o processo de laicização em que vivia o País nos últimos meses da Monarquia.

Em sua mensagem a D. Pedro II, Leão XIII condena a possibilidade de um direito concedido em princípio a religiões não católicas, como o Espiritismo, Positivismo, e o Protestantismo pelo Gabinete Ouro Preto:

"Majestade soube-se que entre os vários projetos anunciados no programa do novo ministério brasileiro, há alguns que, tocando os interesses mais vitais da religião e rompendo o fio das gloriosas tradições deste Império, teriam com efeito, se fossem alcançados, perturbar a paz de consciência, enfraquecer o sentimento religioso dessas populações católicas ou preparar um futuro cheio de perigos para a Igreja Católica, não menos do que para a sociedade civil. Estamos a falar da liberdade de culto e educação e das disposições a ela associadas, que, embora não sejam declaradas abertamente na declaração pública do governo, não deixam dúvidas quanto à sua qualidade e natureza.
Não será necessário aqui apontar a Vossa Majestade que, especialmente nos tempos atuais, em que a necessidade da salutar influência da religião se faz sentir mais do que nunca, em face do constante progresso das desordens morais e sociais. Ordem que eleva a sociedade, pode tornar-se extremamente perigoso e fatal para os negócios públicos, inaugurar num país católico um sistema que não pode ter outro resultado senão enfraquecer ou destruir, nas populações, o único freio moral capaz de mantê-las o cumprimento do seu dever. - As nações que embarcam no caminho dessas inovações tiveram ou deverão deplorar o aumento gradativo de crimes, discórdias, revoltas, a instabilidade do poder e todas as ruínas morais e materiais que se acumulam sobre elas. (...)
Vossa Majestade, ao afastar este infortúnio do vosso Império, contribuirá efetivamente para a sua prosperidade e invocará a vós, a vossa augusta família e à nação brasileira as bênçãos do céu. (....)
Fortalecidos por esta íntima convicção, transmitimos de todo o coração a Vossa Majestade e a toda a Família Imperial a Bênção Apostólica."

Leão XIII alertava ao fato de que afastando a Influência da Igreja Católica na Sociedade Brasileira, estaria condenado a Própria Monarquia e a Estabilidade Nacional.

O fato porém, é que o final do Reinado de Dom Pedro II, abriu aos poucos o caminho para a laicidade no Brasil. Em 19 de abril de 1879 é dispensado para o ensino livre o juramento de fidelidade a qualquer confissão religiosa.

A Lei Saraiva de 9 de janeiro de 1881 declarou elegíveis pessoas de qualquer credo religioso, e em 1888, após aprovação pela Câmara, o Juramento a Igreja Católica e a Monarquia pelos políticos se tornou facultativo.

A questão da laicidade do Estado Brasileiro seria encerrada com a Separação definitiva da Igreja e do Estado durante o Governo de Deodoro da Fonseca em 1890.

Fonte: Les enseignements Pontificaux, Solesmes 1952, La Paix Intérieure des Nations, pp. 162-166./Carta na Íntegra:

https://laportelatine.org/magistere/leon-xiii/lettre-apostolique-e-giunto-a-lempereur-du-bresil

Crédito: Datos Históricos  ... 

Por:Roberto Costa Ferreira,09maiode2025.

HILASA - Instituto História Letras e Artes 

SANTO AMARO  - SÃO PAULO  - SP.


Atual PAPA - Leão XIV - Robert Francis Prevost