Estou
aqui há algumas horas preparando esta postagem e pensando no que falar a
respeito do tema. Ao pesquisar as imagens sobre a data, vi muitas ligadas ao
universo infantil, ou seja, a alfabetização sendo relacionada a crianças. Somos
brasileiros e, por motivos óbvios, sabemos que a alfabetização do nosso país
não está ligada apenas ao universo infantil.
Há
muitos jovens e adultos que estão se alfabetizando neste momento, por isso não
quis associar a data de hoje apenas ao universo infantil. O ideal seria que
essas pessoas tivessem a oportunidade de se alfabetizar na infância, mas não
foi possível. Que bom que elas estão tendo essa chance agora!
Parabéns
a todos os educadores que se propõem a alfabetizar não só as crianças, mas
também os jovens e os adultos. É por meio da alfabetização que podemos mudar de
maneira significativa os rumos do nosso país.
De
outro modo temos um outro cenário, distante da preocupação básica, elementar e
convenientemente tratada. Assim creio! E não é esta abordagem agora. A
outra preocupação refere-se considerar que há um século, ser analfabeto
significava não saber ler ou escrever. Nos países desenvolvidos, esse
problema agora é residual.
Mas
outro tipo de analfabetismo está surgindo. Mais sutil, mais difícil de
detectar, com mais nuances e talvez tão decisivo quanto: não saber interagir
com a IA - dita "inteligência artificial".
Essa nova alfabetização não se trata de saber programar ou entender como os modelos funcionam. É algo mais básico:
· saber fazer boas perguntas,
· saber ler as respostas e, acima de tudo,
· saber desconfiar!
Desconfiar
não de forma paranoica, mas com critério. Distinguir quando estamos usando a IA... e quando
a IA esta nos usando...
Algumas
pessoas usam esses sistemas como se fossem um Google vitaminado ou uma
calculadora com esteroides. Ele faz uma pergunta, copia a resposta e
pronto... Outras pessoas — cada vez mais — estão aprendendo a conversar com
eles. A expandir seus limites. Para gerar ideias que nem a máquina sozinha nem
eles sozinhos teriam sido capazes de produzir. Pois que, a tal "inteligência
artificial é natural"!
A
chave não é a ferramenta, mas como você a usa. E para isso, é preciso ter
conhecimento em IA. A questão vai além de quem faz o quê com o ChatGPT. Sistemas
como o Deep Research estão começando a automatizar tarefas que, até
recentemente, eram executadas sistematicamente. Embora seja tentador comparar
os impactos da automação por IA com os das revoluções industriais do passado,
essa visão é limitada!
A IA é, possivelmente, mais transformadora do que o motor a combustão ou a própria internet, pois representa uma mudança fundamental na forma como decisões são tomadas e tarefas são executadas. Ela não é:
· apenas uma nova ferramenta ou fonte de energia, mas,
· um sistema capaz de aprender, se adaptar e tomar decisões de forma autônoma em praticamente todos os setores da economia e aspectos da vida humana.
Justamente por possuir essas capacidades, por escalar de forma exponencial e não estar limitada por fronteiras geográficas, a IA já começou a superar os seres humanos em diversas funções. Isso sinaliza o advento de uma era de inteligência pós-humana. O Goldman Sachs estima que:
· 46% das tarefas administrativas e,
· 44% das atividades jurídicas poderão ser automatizadas na próxima década.
Nos setores financeiro e jurídico, funções como:
· análise de contratos, detecção de fraudes e,
· consultoria financeira estão sendo cada vez mais desempenhadas por sistemas de IA, que processam dados com maior rapidez e precisão do que os humanos.
Instituições
financeiras vêm adotando rapidamente a IA para reduzir custos e aumentar a
eficiência, o que coloca em risco muitas funções de entrada nesses mercados. Bancos
globais podem cortar até 200 mil empregos nos próximos três a cinco anos em
razão da automação por IA. Ironicamente, empregos em programação e
engenharia de software estão entre os mais vulneráveis à expansão da
inteligência artificial.
Embora se espere que a IA aumente a produtividade e torne tarefas rotineiras mais eficientes —beneficiando tanto programadores quanto não programadores —, alguns profissionais da área confessam:
· estar se tornando excessivamente dependentes das sugestões geradas pela IA,
· o que pode enfraquecer suas habilidades de resolução de problemas.
Este
é um panorama possível e próximo. Portanto, reitero meus parabéns àqueles que
agem, praticam exercitando o ofício de alfabetizar, sem considerar
instâncias, mesmo aqueloutros meramente preocupados com a abordagem!
Parabéns,
mesmo!
Por: Roberto
Costa Ferreira - 30ago25.
Prof, Pesquisa,Pedagogista,Med-MEng
CEP/UNIFESP - Univ.Federal São Paulo
HILASA-SP-Instit. História Letras
Artes
SANTO AMARO - SÃO PAULO - SP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A desinformação é o ato de silenciar ou manipular a verdade, habitualmente nos meios de comunicação de massa. O meu dever de publicar o que penso e escrevo e incontornável, absolutamente imprescindível!
Então, você pode, durante tomar um café, aprofundar-se numa agradável e suficiente leitura e até, ao mesmo tempo, ouvir uma boa música. Encontrar tudo isso através deste meu blog - #GRAUᴼ - é algo muito suficiente... E necessário!
As relações entre Educação, cultura e conhecimento são sempre polissêmicas e provocativas. Neste acesso, trago para sua leitura diversas experiências, perspectivas, reflexões... Encontros que se fazem em diferentes ãmbitos: literatura, música, dança, teatro, artes visuais, educação física, mídia, etc.
E considere: é entre a manifestação da literatura, as artes visuais, a música, a dança e o teatro que a educação e o conhecimento acontecem fora do curricular, do convencional!