Eis minha mãe!
Por tal vale a pena viver. Assim, através dela compreendi que
o verdadeiro amor, ele chega na nossa vida “não é no dia que alguém nos diz que
nos ama”... Olha-nos nos olhos e nos convence, nos deixa à vontade, sem
precisar do recurso da palavra!
Quem ama a expectativa não ama e desconhece a realidade!
E percebendo meu desconcerto ao vê-la, por ter chegado um
pouco aquém do habitual horário disse-me ela assim: - Mas fique tranquilo viu
menino, porque “só de saber que você está aqui torna já minha vida muito melhor”!
Então eu descobri que na vida, muitas vezes, “a gente tem a
ânsia de dar o que pode fazer pelo outro”. Por vezes, a gente tem a ânsia de
fazer pelo outro alguma coisa, quando na verdade “ele não está pedindo que você
faça”... “Ele está pedindo só que você seja”!
Uma coisa é eu tirar a minha blusa e dar a alguém que sente
frio... Outra coisa é “dar o que eu sou”! Não passa pela matéria... Não passa
por aquilo que a gente consegue enxergar... Não passa por aquilo que a gente
consegue materializar!
O outro só está querendo o que eu sou! Então aprendi naquela
noite que, às vezes, o mais difícil da vida é isso: “Não é dar o que a gente
tem... Dar o que a gente é”!
A oportunidade de você “ser para o outro”. De “você ser a sua
melhor parte”. De você ser o melhor filho! Então, ver a minha mãe falando... Essa
mulher incrível, minha mãe, é o melhor Livro que eu li nesta vida!
Essa mulher é a melhor faculdade que eu estudei... É o melhor
assunto de dissertação sobre o qual eu poderia escrever... A melhor TESE de
Mestrado que já fiz... É a melhor TESE de Doutorado... Porque a minha mãe
representou a MORFOLOGIA da Vida... O formato de tudo que é VIVO!
E bem porque ela me ensinou o tempo todo isso. Minha mãe, meu
pai, fomos muito pobres, mas em casa nunca economizamos “um para o outro”, o
que “a gente era para o outro”. E mesmo que hoje, as nossas vidas estejam “tão diferentes”,
“distantes”, esse aprendizado não sai de mim. E naquela oportunidade de
aprender tanto com eles, quando com minha mãe que já se foi, o essencial de
minha Vida!
Por vezes, não posso fazer muito pelo próximo, mas “eu tenho
a oportunidade de ser”! Tal qual uma senhora que noutro momento, que nas nossas
conversas, anteriormente ela estava fazendo questão de me contar “não o que eu
fiz por ela”, mas “o que eu fui com ela”! Isso é o que importa, a “soma de nós
convergindo para o próximo”.
Roberto Costa Ferreira, 08Mai2016
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