Grau°

sábado, 24 de outubro de 2020

ARTE & TEXTO - ISABELA, 9 anos de vida!


... E Eu aqui pensando na aniversariante do dia... Penso que o texto abaixo, anterior, ajuda no por quê!

Parabéns!

Isabela, neta querida, pelo tempo de vida que nos proporciona, embelezando nossas existências. Hoje, 24 de Maio, 144° dia do ano no calendário gregoriano (145° se bissexto), Dia da Infantaria e Dia Nacional do querido CAFÉ, comemoras 9 anos, permitindo-nos compreender um pouco mais e melhor as razões de nossa existência, assim como "a significação da arte que resulta dos fundamentos estéticos abertos à recepção".

No pressuposto de que a recepção segue o caráter ativo do processo que gerou a obra, esta lembrança agora revigorada, vez que na oportunidade a Isabela reunia tão somente 3 anos e amanhã, 24 de Maio completará 9 anos, a presente minha fala neste artigo tem como objetivo considerar alguns vetores estéticos que incorporam em seus fundamentos a proposta de abertura para a recepção da criação dela naquele tempo.

Primeiramente considero, analisar o porquê de as noções de arte como fazer, de arte como conhecimento e de arte como expressão, quando manifestas de forma espontânea e natural em si mesmas, não bastando para explicar toda sua interior beleza.

Em segundo lugar, considero os conceitos de arte como jogo, de arte como tradução criativa, de arte como formatividade e de arte como comunicação e linguagem, considerados como contributos teóricos para a compreensão da dinâmica que rege o ciclo recíproco entre o polo da produção, o da recepção e sua tenra idade.

"Uma forma é uma obra realizada, ponto de chegada de uma produção e ponto de partida de uma consumação que - articulando-se - volta a dar vida, sempre e de novo, à forma inicial, sob perspectivas diversas". Assim referiu UMBERTO ECO!

Historicamente, a arte entendida "como fazer" remonta à Antiguidade. As obras de arte eram consideradas artefatos fabricados com um propósito. A essa época, a obra era apreciada em razão da eficiência técnica nela demonstrada, também pela apreciação moral ou social dos seus efeitos, já que era considerada como um artefato que atendia a um determinado interesse.

Nesta, não me cansarei de falar o que a presente arte nos faz conhecer, está vinculado a sua forma sensível. A arte não se impõe por uma função reveladora e cognoscitiva, pelo contrário, o conhecer a ela inerente está implícito no seu próprio modo de formar e informar. Como acrescenta Pareyson:

"A arte ignora qualquer outro fazer que não seja aquele implícito no próprio conhecer".

Em razão do princípio metafísico material, Isabela aos 7, 8 e 9 anos...

Para alguns, a identificação do mundo como algo dado (o físico) dá-se sob o esquema causal; a identificação do mundo como sentido e significação se desenvolve sob o esquema semântico e comunicativo; já a identificação do mundo como algo feito tem lugar sob o esquema criativo. Estes estados se distinguem por uma determinação. O físico está fortemente determinado, o semântico o está convencionalmente, já o estado estético o está débil e singularmente (é aqui que se insere a arte).

A identificação dos estados estéticos por parte do espectador de uma obra é regida pelo conhecimento que se tem dos códigos utilizados, pois são eles que tornam apta a comunicação. Na experiência estética, "o código não mais é apreendido como código mas, em contacto com a obra, como exigência e como estrutura da obra", e, desse jeito, o espectador não correlaciona o que percebe ao que sabe, nem mede a diferença entre um e outro, pois ele só percebe a própria obra e a sua necessidade.

Neste processo, vai-se pouco a pouco percebendo as imagens que exprimem as coisas e, assim:

"... a 'perfeição' do conhecer é a 'contemplação' em que imagem e coisa se identificam em uma única forma"

Nesta perspectiva, a arte tende à baixa codificação e à singularidade; nela, o princípio de organização que domina as regras está revestido de uma grande fluidez e pureza. Portanto, Isabela está sempre a inventar a sua própria sintaxe e como força de nascedoura artista está sempre a transgredir criativamente tais regras. E para que tal obra tome lugar, a recém artista comunica um sentido, que só é compreendido na medida em que esta compreensão pertence à própria percepção: "o colorido e a graça da vida"!

Roberto Costa Ferreira, 24Maio2020,

um dia antes de completarem-se nove

anos de vida da jovem artista, minha neta!

Isabela, aos sete anos de vida.


Isabela, aos oito anos de vida alegre e colorida.


A arte diz tudo!

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Publicação original - Facebook, 23Mai2014.



quarta-feira, 21 de outubro de 2020

SIMBA SAFÁRI... Dominando as Feras!

      Dominando as Feras - E a neta Isabela no braço do vô! (2012)

Isso mesmo... Dominando as feras!

Num determinado dia de 2012, momento que minha neta Isabela somava 17 meses de vida, reunimo-nos para visitar e interagir com animais. O palco era único na Cidade de São Paulo. Os animais vivos, bem de perto, podiam até receber alimentos e, ainda sob protestos, país mais apaixonados por seus carros não apreciavam essa tal proximidade. Que bobagem!

Neste endereço carimbado e nas férias, o saudoso SIMBA SAFARI proporcionava atrativos inusitados... Os automóveis recebiam gradinhas nas suas janelas da frente, o que permitia explorar aquele espaço onde animais soltos interagiam com os passageiros.

Os macaquinhos eram o horror de alguns “preciosos pais”, temendo que seus veículos resultassem afetados com riscos na pintura. Pobres coitados! Muitos não percebiam “o brilho solar riscado, afetado, nos olhos de seus filhos”.

Essa ausência, distância do afeto, designa um estado da alma, um sentimento se sobrepondo ao outro. Spinoza nos diz que “um afeto é uma mudança ou modificação que ocorre simultaneamente no corpo e na mente, onde a maneira como somos afetados pode diminuir ou aumentar a nossa vontade de agir”.

Desse modo, alguns se afetem por tal anomalia deixando prevalecer o interesse material pelo brilho no olhar da criança presente, sendo certo que tal avaliação imanente pode ser encontrada também na “anomalia de Bento de Espinosa, onde os afetos constituem-se na única forma de avaliação!

Enfim, o tempo passou e o SIMBA Safari encerrou-se nas suas originais atividades em 2001 e uma nova e outra atração foi inaugurada e aberta, no mesmo local, em área de 80 mil m2 e percurso de cerca de 4km, permitindo que até que quem está sem carro pudesse frequenta-lo: o ZOO SAFÁRI.

Eu, de modo contrário, preferi agasalhar nos braços ainda fortes, mente e coração em sintonia, a minha querida netinha, demonstrando que “podemos dominar aquele instinto animal, oportunidade que ‘animais de estimação’ e alguns outros, conseguem adivinhar que seus donos estão chegando, se fazendo presentes”. Ainda que, nestes momentos raros, nos conectemos a uma forma de ‘consciência primitiva’ onde o processo civilizatório calou-se há muito tempo.

Trazendo um outro personagem, o biólogo inglês Rupert Sheldrake, que disse: “... a forma mais fácil de comprovar a existência dessa outra inteligência é observar os animais, que dominam e utilizam cotidianamente esse sexto sentido”.

E temos então alguns, grande parte dos cientistas, que entendem que suas ideias - Sheldrake - não passam de esoterismo, a exemplo daqueles país que “só se preocupam com o brilho e limpeza da pintura de seus veículos”. Como são pobres de espírito, ainda que bem aventurados!

Portanto, tenho certeza de que plantei a semente certa nesta valiosa neta... As feras podem ser domadas.

      Roberto Costa Ferreira, 20Out2020. 

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Professor... Professorar... O Professor, um Artista!

 

Professorar é sinônimo de ensinar, lecionar, é o transmitir conhecimento sobre alguma coisa a alguém e, por extensão, dar instruções sobre alguma coisa a alguém; instruir, ensinar sua técnica aos estudantes, indicar de maneira precisa; em que há precisão; orientar: ensinar-lhe o caminho a seguir. Professor ou docente é uma pessoa que ensina ciência, arte, técnica ou outros conhecimentos. Para o exercício dessa profissão, requer-se qualificações acadêmicas e pedagógicas, para que consiga transmitir/ensinar a matéria de estudo da melhor forma possível ao aluno.

Na atualidade, contudo, ser professor não se limita apenas a transmitir conhecimento sobre determinado assunto. O papel do professor envolve uma responsabilidade bem mais complexa, que consiste em formar o aluno em uma perspectiva integral que engloba os aspectos tais como social, afetivo e psicológico. Para isso, é preciso ter experiência, cultura e conhecimento plural, a fim de tornar o aluno capaz de responder, de forma crítica e autônoma, aos desafios de uma sociedade em transformação constante, seja no âmbito pessoal ou profissional. Ser pesquisador, professor, também coordenador de um curso na área de educação me faz parte integrante do grupo que analiso, isto é, “daqueles que pensam e, ao mesmo tempo, vivenciam o fenômeno da educação”.

Um professor “não pensa somente com a ‘cabeça’, mas ‘com a vida”, com o que foi, com o que viveu, com aquilo que acumulou em termos de experiência de vida, em termos de lastro de certezas. Em suma, ele pensa a partir de sua história de vida não somente intelectual, no sentido rigoroso do termo, mas também emocional, afetiva, pessoal e interpessoal.

O professor, quando planeja, cria, toma decisões e improvisa, em uma constante articulação entre o saber teórico, científico e formal, pertencentes à esfera profissional. Além desses, orienta-se por saberes da esfera pessoal, referente aos seus sentires e à sua experiência prática. Segundo contribuições de Lovisolo (1993), que usa a imagem do “bricoleur” de Lévi-Strauss que designava um modo específico de pensar – o pensamento mágico - por vezes denominamos essa competência de combinar recursos diversos de arte. Isso indica que, na atividade desse bricoleur, seu gênio, instinto, sua percepção são fundamentais.

A chave de sua atuação é a mediação entre racionalidades, entre saberes. Os conhecimentos do saber técnico, que é aquele saber especializado que se aprende expressamente, não se desligam do saber da experiência, que é aquele saber prático geral humano que se acumula por quem vive; abarca a esfera profissional, mas, da mesma maneira, toda a existência privada e pessoal.

‘‘É certo que tal saber é ‘subjetivo’, quer dizer, em grande parte incontrolável e instável.

No entanto, trata-se de um saber no qual a ciência não pode negar seu interesse’’,

(Gadamer, 2011, p. 9).

A criação do professor – como a um artista (da prática pedagógica como uma obra de arte) é um fenômeno vital, por isso exige dele algo mais do que apenas conhecimento científico, teórico e técnico. Depois de resgatar o valor dos saberes da experiência e tendo como referência que a arte pode nascer de uma vivência, penso que, no planejamento, na criação, o professor-artista precisaria ‘‘percorrer um território’’, aventurar-se, arriscar-se a quebrar as próprias resistências, atrever-se a habitar o mundo no seu ‘‘estar aí’’ para conseguir criar o novo ou transformar o já existente, porque “no viver está a luz que permite projetar sua obra”.

Nessa criação a partir da abertura à vivência estética, ele, o professor-artista, não representa uma forma na sua prática, não planeja sua obra a partir da cópia de estruturas já estipuladas ou guias. Ao contrário, reconhece que o espaço da aula será sempre diferente. Em última instância, conforme disse González e Fensterseifer (2006, p. 6):

‘‘[...] ela não é uma etapa de uma ‘linha de montagem’, mas parte de um processo que envolve sujeitos’’.

É possível planejar/criar uma prática como obra de arte a partir de vivências e numa constante conversa com a tradição, senti-la presente e construí-la como passado de um futuro próximo. Já para o momento da execução da prática pedagógica, poderíamos dizer que, diferentemente do trabalho de um artesão ou arquiteto,

“o trabalho artístico do professor se configura no contato com outros humanos e isso faz com que tanto a construção como os resultados da obra sejam diferentes e por vezes se eternizem”.

A obra do professor, à semelhança da obra de arte, não gera um produto que se dispõe a outros para seu uso; não se cria uma matéria física palpável e observável com a qual se pode verificar o conhecimento ou o talento. A obra do professor-artista, a prática pedagógica, remete à formação; é um tipo de inclusão à vida, acompanhar na possibilidade de que o outro (o aluno) se transforme no transitar do mundo. É por isso que podemos dizer que, também semelhante à arte, a formação significa um ‘‘acréscimo do ser’’.

Portanto, não há nada desagradável em ser professor. É um trabalho muito lindo, relevante, amoroso, recompensador mesmo que não o seja financeiramente. E é pura conexão com o outro, aprendizado constante - mudança constante - e reflita: uma das poucas coisas que se pode dizer sobre essa existência é que “a vida é sobre se conectar amorosamente com o outro ser humano”. Ser professor é fazer isso constantemente. Ai de quem, sendo professor, perde essa realidade.

Ficar em pé? Não viajar imediatamente para qualquer lugar que deseje ir? Bom… nomeie-se várias coisas desagradáveis, mas em essência é um constante encontro do futuro com o presente. Vê-se tanta mudança sutil na teia social devido a sua ação que, pensar mais na tristeza de não se terem todas as pessoas engajadas na rede da educação, do que em coisas propriamente desagradáveis.

Desagradáveis são, talvez seja sempre assim em última análise, problemas de natureza íntima, tais como a nossa natural inadequação à realidade que nos obriga a amadurecer com o tempo aceitando que nossos ideologismos são feitos à medida de nossa inexperiência e que é a vida que realmente nos propõe os reais problemas relevantes.

Ter o dom... Um bom professor tem que primeiramente ter o dom de ensinar e amar fazê-lo. Obviamente, ele deve conhecer muito bem a matéria que ensina, assim como saber como transmiti-la a seus alunos. Ele deve ser criativo, interessante e contagiante.
Sua atitude deve ser de apoio, carinho e respeito para seus os alunos. E a maneira como apresenta sua matéria deve incentivá-los a quererem estudar, participar de suas aulas... Para mim, ser um bom professor baseia-se em aspetos tais como: explicar-se bem e à matéria e cativar os alunos. Esses aspetos deixam-me muito interessado numa aula.

Trabalhei em algumas outras áreas antes. Me sentia extremamente amarrado, com pouca margem de criação. Ser professor me permite criar possibilidades a todo instante. Ainda que tenhamos currículos e diretrizes a seguir, a função do professor é justamente encontrar estratégias de dinamizar os conteúdos e temas de aprendizagem em metodologias, que vão mudar sempre de uma turma pra outra, geralmente de um aluno para outro.

Além disso, a educação é uma via que promove mudanças sociais, não apenas em sentido técnico, capacitando pessoas para funções, mas a partir de visões críticas da realidade. É na escola que a gente para pra pensar sobre o mundo, e isso é muito potente. Enfim, essas foram razões que me levaram à docência. Mas existem outros motivos, sem dúvida. Infelizmente a sociedade brasileira não tem valorizado o trabalho de professoras e professores, e essa carreira tem atraído cada vez menos pessoas, e aquelas que foram atraídas se sentem cada vez mais desmotivadas.

Esse é um dos pontos que nos levam a essa eterna crise na educação no Brasil, que não é crise, como bem disse Darcy Ribeiro; é projeto. E o projeto de formação, capacitação e oportunidade de universidade adiante, merece consideração. Portanto, vou aqui considerar e dar uma resposta neutra e objetiva. A primeira coisa que se precisa entender é que existem diferentes tipos de professores universitários. Imagino que você tenha em mente o tipo clássico: professor doutor, concursado de universidade pública que faz pesquisa em sua área. Para isso, você precisa:

    1.         fazer graduação;
    2.          fazer mestrado (opcional em alguns casos);
    3.           fazer doutorado;
    4.       talvez fazer um estágio de pós-doutorado;
    5.       aguardar concurso para professor adjunto;
    6.        passar no concurso público. Esses são passos possíveis.

Exercer... E este exercício esbarra em limites a se considerar, tal que, é desagradável perceber que o ensino acadêmico está a perder o seu método socrático de ensino, onde procuramos o debate e a articulação verbal do conhecimento, em detrimento do ensino doutrinário de vários professores, a inibir o pensamento articulado dos alunos, capazes de “pôr em causa” a informação transmitida. A parte boa dos alunos que “colocam em causa as informações que se transmite”, como professor, destaco que “só consigo sustentar uma boa contra-argumentação quando tenho o conhecimento do meu lado e sou competente ao partilhar uma lógica do pensamento”.

Se este diálogo resultar aberto, sem medo de “ofender” só porque pensamos diferentes, deixar de existir, alimentamos o cinismo e doutrinas ideológicas que inibem a individualidade de cada um, e facilita o agrupamento tribal de pessoas. Sem pensamento livre, debate verdadeiro e genuíno, as capacidades individuais de cada um são perdidas no esquecimento. Não exijam dos professores “enfiar” o conhecimento em vossos cérebros. Nem escolham áreas onde não se tem real interesse. O interesse vai fazer com que se estudem sobre o assunto naturalmente.

Como decorrência da complexificação social e da diversificação de atividades consideradas educativas, amplia-se o campo da educação de forma a estarmos, hoje, diante de “uma sociedade genuinamente pedagógica” (Libâneo, 1998, p.19). Esta ideia implica em aceitar que a escola seja mais um dentre os espaços educativos, já que em vários campos (televisão, empresas, turismo dentre outras), há constantemente o que o autor denomina “intervenção pedagógica”.

O que talvez Libâneo pudesse afirmar é que a ampliação da denominação “educação” e “educador” tende a acentuar a profissionalização docente. Ou seja, a contratação de educadores para trabalhar em instituições não escolares, gera uma necessidade de especificar (ou tornar mais profissional) o trabalho dos professores que devem, portanto, ser reconhecidos como profissionais da educação. Um bom exemplo do que estou afirmando pode ser encontrado nas palavras de Sacristan (2003). Para o autor, todo cidadão comum é capaz de desenvolver práticas educativas, mas o professor, além de partilhar como cidadão uma cultura comum da educação, seria também um especialista, na medida em que dominaria os saberes pedagógicos com mais profundidade.

Lembro também que a definição de aprendizagem como “objetivo fim da educação” já se encontra combinada em Comênio, que propunha:

“uma arte universal de ensinar a todos, de um ou outro sexo, não excetuando ninguém, em parte alguma; a escola elementar é democrática e universal”

(LOVISOLO, 2000 p. 33).

Portanto, Comênio antecipa, e muito, o que mais tarde caracterizaria a ação educativa na modernidade: isto é, que a aprendizagem deve ser a finalidade e o ensino, os meios, e, para que isso ocorra, é preciso haver um sistema organizado. O que talvez Libâneo pudesse afirmar é que a ampliação da denominação “educação” e “educador” tende a acentuar a profissionalização docente. Ou seja, a contratação de educadores para trabalhar em instituições não escolares, gera uma necessidade de especificar (ou tornar mais profissional) o trabalho dos professores que devem, portanto, ser reconhecidos como profissionais da educação.

Um bom exemplo do que estou afirmando pode ser encontrado nas palavras de Sacristan (2003). Para o autor, todo cidadão comum é capaz de desenvolver práticas educativas, mas o professor, além de partilhar como cidadão uma cultura comum da educação, seria também um especialista, na medida em que dominaria os saberes pedagógicos com mais profundidade. De acordo com o autor:

Podemos dizer que, em certa medida, somos todos práticos (todo o mundo em algum momento ensina algo a outro, ou exerce alguma influência premeditada sobre alguém) e que todos sabemos algo. Em outro contexto (Gimeno Sacristán, 1998), argumentamos mais detalhadamente sobre o fato de que a educação é uma prática compartilhada, assim como sua compreensão. Todos sabemos algo a respeito dela, todos, de alguma forma, podemos ensinar algo aos outros, podemos conduzir e orientar o cidadão comum - mesmo que não seja pai ou mãe - entende e é capaz de desenvolver práticas educativas, assim como o professor, visto que é, ao mesmo tempo, um detentor dessa cultura sobre a educação e um especialista que domina os saberes pedagógicos com mais profundidade e destreza do que aqueles que não exercem seu ofício. O especialista tem um conhecimento diferente dessa cultura, elaborado desde outra perspectiva, o qual poderá ser mais profundo. O educando também dispõe desses conhecimentos, extraídos de suas vivências como sujeito passivo das práticas educativas” (SACRISTAN, 2003, p. 16)

Vemos aqui já anunciada no âmbito do debate educacional, uma ideia que hoje é moeda corrente em textos específicos sobre a formação professores; isto é, que a intervenção docente é uma ação que traz, ao mesmo tempo, a cultura e a ciência, ambos contidos no assim denominadosaber docente”!

 Roberto Costa Ferreira, 15Out2020 – Professor


terça-feira, 13 de outubro de 2020

MARIA ESTER BUENO - Tenista - 81 Anos em 2020

 


Maria Ester Bueno ...

No último domingo – 11 de Outubro – se viva, estaria aniversariando! Conheci-a, ainda na minha juventude, treinando no então famoso Clube de Regatas Tietê e que, por influência dos pais jogando socialmente, usando à época raquetinha de madeira, que igualmente me servi décadas após, só as fatalidades ocorridas para lhe reduzir possibilidades outras.

Nascida e criada no Bairro da Ponte Pequena (Estação Armênia do Metrô) em São Paulo, em 11 de outubro de 1939 e tendo seu falecimento ocorrido nesta mesma cidade em 8 de junho de 2018, atualmente estaria somando 81 anos. Venceu dezenove torneios do Grand Slam (7 na categoria simples; 11 em duplas femininas; 1 em duplas mistas), para Federação Internacional de Tênis, foi a nº 1 do mundo em 1959, na categoria individual feminina. O International Tennis Hall of Fame também a incluiu como a melhor tenista do mundo, em 1964 e 1966. Conhecida pela sua elegância no estilo de jogo e pela potência do serviço.

Seu nome consta do Livro dos Recordes: na final do US Open de 1964, venceu a americana Carole Caldwell Graebner, em apenas 19 minutos. Iniciou sua carreira no tênis em 1950, no clube acima referido, e em pouco mais de 20 anos colecionou 589 títulos internacionais com destaque para os torneios individuais de Forest Hills em 1959, 1963, 1964 e 1966, e os de duplas de 1960, 1962 e 1968, Wimbledon, na Inglaterra, em 1959, 1960 e 1964,e os de duplas em 1958, 1960, 1963, 1965 e 1966, o Aberto da Itália em 1958, 1961 e 1965, em 1960, jogando em dupla.

Em 1963, nos Jogos Pan Americanos de São Paulo, esperava conquistar “3 ouros”, mas, tendo sido mordida por um cachorro que ganhou de uma amiga, teve um de seus dedos da mão direita rasgados, mas mesmo assim ganhou Ouro no individual e Prata nas duplas (feminina e mista). Logo, por causa de uma contusão no braço direito encerrou sua carreira em 1967 e só voltou a jogar no final da década de 1970, mas sem destaques em vista das diversas cirurgias que foi submetida.

Em novembro de 1978 foi, digna e merecidamente, homenageada com a inclusão de seu nome no exclusivíssimo International Tennis Hall of Fame, numa cerimônia realizada no Hotel Waldorf-Astoria, de Nova York e ganhou sua estátua de cera no famoso museu londrino Madame Tussauds. No Aberto dos Estados Unidos de 2006 (que havia vencido por 4 vezes), foi homenageada junto com Billie Jean King, Billie Jean Moffitt, sobrenome usado quando solteira.

Esta ex-tenista norte-americana, que aprendeu a jogar tênis nas quadras públicas da Califórnia, considerada uma das melhores tenistas e atletas femininas de todos os tempos, que também resultou consagrada nos anos 70, posterior à Ester, terminou sua carreira com 129 títulos de simples, sendo 12 de Grand Slams em simples.

Foi um privilégio, agora doce e agradável recordação, resultado da oportunidade de conhecê-la e vê-la treinar e jogar naquele clube e depois, com muita simplicidade, caminhar atravessando a Avenida Santos Dumont indo para sua casa do outro lado da avenida. Que tempo!

Roberto Costa Ferreira, 12 de Outubro de 2020 – Guarujá/SP.



sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Haja coração! Liz, a menininha distante...

 


Um alguém...

Uma menininha que de tão distante, não sai de perto de mim...

Grudou no meu pensar, chacoalha e chocalha meu coração!

É assim... Haja coração! Este é o real significado de tal expressão...

Imagine que a vida inteira você esperou para encontrar determinada pessoa,

Foi seu maior sonho, e esse sonho está para ser realizado. Então essa pessoa

Materializa-se magnificamente perante sua vida, vem visitar e conviver com você!

 

Assim, você não consegue se conter de tanta emoção, nem consegue dormir direito,

Nem se alimentar, as horas demoram para passar, seu coração bate disparado...

O tempo todo! Por vezes, até perde o sono e não vê a hora do dia amanhecer, o sol tornar,

Só pra ver o doce brilho de seus olhinhos de novo brilhar... Haja coração pra tanta emoção!

Que las emociones son tan fuertes que se necesita “mucho corazón” para aguantarlas”!

 

Roberto Costa Ferreira, 02Out2020.

Tal Facebook - LIZ -  em 06Out2020.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

SANTO AMARO - 468 anos de história e sua Casa de Cultura de Santo Amaro/SP.

 

Eu e Guilherme Bonfim, Coord. das Casas de Cultura de Santo Amaro/SP

Este ano comemoramos 468 anos de vida exuberante de Santo Amaro/SP e, nas memórias, eu e Guilherme Bonfim, Coord. das Casas de Cultura de Santo Amaro/SP, personalidades e autoridades locais da Sociedade civil organizada, além da mídia, vivemos as comemorações do aniversário de 466 anos, no dia de hoje em 2018, no Centro Cultural de Santo Amaro.

Nos reunimos para um encontro sempre histórico sobre a vida do bairro, outrora município, contando com a necessária e preciosa participação, colaboração e organização de sua coordenadora Andréa Souza - Centro Cultural de Santo Amaro.

Em 2004 passou a ser denominada Casa de Cultura de Santo Amaro - Manoel Cardoso de Mendonça - situada na Praça Dr. Francisco Ferreira Lopes, 434 - Santo Amaro. Muito bom estar lá e gratidão por abrilhantar nossos dias e noites e pelos maravilhosos registros!

 Roberto Costa Ferreira, 06Out2020.

Comemoração do aniversário de número 466, de Santo Amaro/SP, no Centro Cultural de Santo Amaro.

Nas comemorações do aniversário de 466 anos, no Centro Cultural de Santo Amaro eu e o Sr. GUILHERME, autoridades locais da Sociedade civil organizada e a mídia local, nos reunimos para um encontro sempre histórico sobre a vida do bairro, outrora município.

Este Sr. Guilherme Bonfim, Coordenador das Casas de Cultura de Santo Amaro - Manoel Cardoso de Mendonça - é dramaturgo, diretor de teatro, foi ator no início de sua carreira e, merecendo destacar que um dos primeiros palcos que subiu foi o do Teatro Paulo Eiró, situado neste precioso Santo Amaro, cuja primeira relação artística ocorreu no ano de 1976 com a peça "A Mandrágora", um texto da tragédia grega.

Coordena ele, magnificamente, um espaço de referência que contribui, por intermédio de sua programação e atuação junto à comunidade, na construção da cidadania cultural, encontrando-se instalado no antigo prédio do Mercado Municipal de Santo Amaro. É local que atualmente ainda realiza cadastramento permanente de artistas, artesãos e profissionais que atuam nas mais diversas áreas da cultura, a exemplo dos trabalhos reconhecidos do "Samba da Vela", todas as 2as. feiras às 20 horas.

Tendo sido inaugurado em 1897, cumprindo papel fundamental no abastecimento de São Paulo, como Mercado de Santo Amaro. Após seu fechamento em 1958, abrigou inúmeras atividades e, em 1972 o imóvel é tombado pelo CONDEPHAAT.

Em 1977 o Depto. de Patrimônio Histórico cria um Programa de Revitalização do Prédio, executando ainda não adequada reforma e restauro, até que em 1980 foi incorporado à Secretaria Municipal de Cultura. Em 1990, em substituição ao CACE, liga-se ao Depto. de Bibliotecas Infanto Juvenis da SMC.

Em 2004 passa a ser denominada Casa de Cultura de Santo Amaro - Manoel Cardoso de Mendonça - situada na Praça Dr. Francisco Ferreira Lopes, 434 - Santo Amaro.
Muito bom estar lá e gratidão por abrilhantar nossos dias e noites e pelos maravilhosos registros!

Roberto Costa Ferreira, 05Out2018.

Casa de Cultura de Santo Amaro – Manoel Cardoso de Mendonça –

Praça Dr. Francisco Ferreira Lopes, 434 - Santo Amaro – SP/SP

CEP 04723-000 (11) 5522-8897