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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

D. QUIXOTE e SANCHO – SONHOS


Depois do Natal, durante a semana antes de findar este ano de 2016, minha neta perguntou-me, em uma tarde em minha casa, se eu sabia o que era sonho. Para uma criança, aprendi que 'nunca se deve considerar tal curiosidade uma bobagem'! E que quando conversamos com a criança, 'tudo deve ser muito bem pensado', pois que, nossas palavras têm grande significação e influência sobre ela. Podemos ajuda-la a construir ou destruir seus sonhos. Então lhe mostrei um quadro pendurado na parede da sala – o retrato que se vê – e começamos a conversar.

Considerei que no ano que finda celebramos o quarto centenário da morte de Shakespeare e de Cervantes. Que os dois escritores faleceram em 1616, quase ao mesmo tempo. Considerei ainda um texto lido recentemente de Karnal, discorrendo adiante sobre tal, e viajei no assunto com Isabela e o valioso quadro de José Segrelles – D. Quixote e Sancho.

Minha relação com Shakespeare é antiga, sólida, transformadora do meu mundo. Mas, nesta oportunidade, o momento é explicar sobre sonho e “quero falar de um outro amor, o cervantino”.

Como em tantas coisas, entrei no mundo de La Mancha pelas mãos de Monteiro Lobato. Ele traduziu para a linguagem infantil o clássico espanhol. Adorei a leitura. Depois, descobri o texto pelas mãos de dois portugueses, os viscondes de Castilho e Azevedo. Era um texto erudito, com muitas palavras a descobrir. Enfrentei bem, mas ainda não era a hora para a paixão. Já era um homem adulto quando descobri novas traduções, como as de Eugênio Amado e de Sérgio Molina.

Por fim, aproveitando o lançamento de edições críticas do quarto centenário, li em espanhol, em 2005. E, ao longo de todos esses anos, sempre fui apaixonado pelas imagens de Gustav Doré, que eu já estimava na Divina Comédia, na Bíblia e no Paraíso Perdido. Um capítulo do escritor E. Auerbach, no clássico Mimesis, tratou da obra do espanhol e aumentou minha ligação com a literatura de Cervantes.

A Dulcineia Encantada analisa a representação do real na obra. Um privilégio ler alguém muito mais inteligente do que nós: o olho de Auerbach viu coisas que me escaparam inteiramente. Na década de 1990, conheci o professor Júlio Garcia Morejón, intelectual devotado ao mundo da literatura do século de ouro e dono de uma bela biblioteca cervantina. Dr. Morejón ajudou-me com meu claudicante espanhol e mostrou-me edições preciosas do Quixote. Dei um salto exponencial no meu conhecimento.

Cito-os, penso sobre eles, encontro soluções intelectuais e pessoais a partir de suas obras. Agradeço a generosidade do professor e considerei até, neste contexto, um discurso preparado por Karnal aproximando Shakespeare e Cervantes. Imaginei, com liberdade poética, um encontro entre ambos e um diálogo sobre o ato de criar, embora considere que é uma licença ficcional, eles nunca se encontraram. Sim eu sabia e por isso repito que se trata de um exercício aproximativo, comparativo. É uma liberdade literária, não um fato histórico. Enfim, decadente, o nobre D. Quixote dava asas a minha imaginação e enfrentava gigantes.

Cheio de bondade e de ética encarnava valores de cavalaria já crepusculares há muito. Era a vitória do ideal sobre o real. Seu auxiliar, Sancho, era o triunfo do imediato, do concreto, do aqui e agora. Quixote lia demais, Sancho nunca lia. O cavaleiro via além de tudo, o escudeiro não conseguia abstrair nada fora do imediato que seus olhos contemplavam. O fidalgo era magro, aéreo, onírico; Sancho gordo, terreal, interesseiro. Pais e professores costumam pedir que o real se manifeste em seus rebentos e alunos.

Seja concreto, tenha metas precisas, pare de pensar o impossível.”

A idade costuma nos tornar espessos. Como o escudeiro, desejamos que eles governem uma ilha, ou uma empresa, ou uma instituição. O sonho alheio vai ficando incômodo à medida que temos consciência do que nos custou abandonar o nosso. O atarracado auxiliar é o homem dos ditados de senso comum: “À noite, todos os gatos são pardos”, repete à exaustão. Sancho aparenta mais sensatez do que seu amo, mas sua sanidade é baseada na ambição rasteira. O auxiliar deseja coisas objetivas do mundo, exequíveis e ortodoxas. Quixote lê e sonha, busca mais e, claro, apanha e é ridicularizado. O fidalgo esquálido é insano e pode transformar pelo olhar tudo ao seu redor.

Minha neta atenta ao modo pelo qual eu me expressava para traduzir à dimensão de sua compreensão e entendimento, ora invadia aquele mundo de sonhos, ora voltava à realidade, fitando longamente as personagens do quadro. Nosso Cavaleiro da Triste Figura mostra fulgores racionais em meio aos devaneios. A loucura de Hamlet de Shakespeare é artificial e política. A alienação quixotesca é poética e imaginativa. Propor utopias para combater a enfermidade do real. Ver gigantes em moinhos arruinados. Amar uma Dulcineia belíssima e especial. Combater o mal, defender os fracos, ler muito, sonhar... Eis parte da fórmula quixotesca.

Assim viajamos e retornamos com 2017 esmurrando nossa porta. Que bela tarde, que interesse manifestado, promotor deste encanto! Ela saiu, naquele momento intrépida, voltando para o seu filme preferido que “rolava na TV”. Eu, ora sentado, na esperança do novo ano, de não morrer afogado na lucidez rasa de Sancho. Quero um pouco da insanidade sábia do fidalgo. Ser Sancho engorda; ser Quixote transcende. Querem saber no que resultou a objetividade material e concreta de Sancho Pança? Tornou-se político no fim da vida.

Feliz 2017!


Roberto Costa Ferreira, 29Dez2016.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

CONTRAPONTO


Ideias incorporadas em destinos humanos... No contraponto há o caráter de contradição, motor do desenvolvimento.
Contrapunctus
Segundo a origem do Inglês médio tardio, do CONTREPOINT Frances antigo, alteração do latim medieval CANTUS CONTRAPUNCTUS "canção marcada ou pontilhada", pois na partitura eram feitas marcas acima ou abaixo das notas para indicar o acompanhamento, de contra-contra+punctum, de pungere para prick.
CONTRA é a palavra latina para "contra". E ponto é do Latim punctus, "ponto, picada”, particípio passado de pungere, “fincar, espetar, picar”. Do Latim CONTRAPONERE, "opor-se, colocar contra", de CONTRA mais PONERE, "pôr, colocar".
A alternância de pontos (em um argumento, etc.) em oposição ou contraste uns com os outros; Um debate, argumento ou jogo em que os pontos para dois lados opostos são feitos em sucessão. Na Linguística – Poesia - a Prosódia, no uso de um stress ou tensões em desacordo com o estresse da métrica regular.
Como Substantivo, a expressão CONTRAPONTO designando uma forma musical que envolve o som simultâneo de duas ou mais melodias: música concertada, música polifônica, polifonia - música dispostos em peças para várias vozes ou instrumentos , que na inversão - (contraponto) uma variação de uma melodia ou a parte em que intervalos ascendente são substituídos por intervalos descendente e vice-versa.
Em Verbo, a expressão CONTRAPONTO surge para mostrar as diferenças quando comparado ; ser diferente; “Os alunos contrastam consideravelmente em suas habilidades artísticas”.  Escrever em CONTRAPONTO; “Bach aperfeiçoou a arte de contraponto”.
Que na música refere-se à técnica de definir, escrever ou tocar uma melodia ou melodias em conjunto com outro, de acordo com regras fixas. Ainda, a arte de compor música para duas ou mais vozes ou instrumentos. Música para ser executada por dois ou mais instrumentos ou vozes. Harmonia de vozes ou instrumentos.
É o material melódico que é adicionado acima ou abaixo de uma melodia existente. A técnica de combinação de duas ou mais linhas de melodia, de tal maneira que eles estabelecem uma relação harmônica mantendo a sua individualidade linear. A composição ou peça que incorpora ou consiste da escrita contrapontística.
Expressão que vem da música, no desenvolvimento da Idade Media, do “CANTOCHÃO”, canto tradicional da Igreja cujo repertório foi coordenado e completado por São Gregório, O Grande. O cantochão é uma simples e igual prolação de notas, que se não podem aumentar nem diminuir, escrevendo-se, geralmente, sobre uma pauta de quatro linhas. É uma prática monofônica de canto utilizada, desde os primórdios com os monges reginaldinos, por cantores nos rituais sagrados, originalmente desacompanhada.
E partindo dos meados para fins da Idade Média os músicos de então “dialogavam” outras vozes, fazendo pontos contra os pontos. As notas do cantochão, quem levava era o tenor, aquele que tinha que trazer o cantochão e, partindo disso, outras vozes mais acima, mais abaixo, alto, baixo, iam dialogando com o “contraponto”.
Até que as “Nova Flamenga”, no final da Idade Média, onde temos obras com 40 vozes diferentes dialogando, inclusive nos “motetos”, obras em que o diálogo se dava com textos diferentes. Por vezes, textos sacros com textos profanos. O moteto se tornará uma das grandes formas da música polifônica, sendo o apogeu de seu uso no contraponto modal do século XVI, apesar de sua importância para a música barroca e da recorrência a ele até por compositores românticos.
Então essa ideia dos contrapontos é muito importante, colorindo o cenário da literatura e da música, onde em Johann Sebastian Bach, nascido numa família de longa tradição musical, compositor, cravista, regente, organista, professor e violonista oriundo do Sacro Império Romano-Germânico, atual Alemanha, estudante incansável, adquiriu um vasto conhecimento da música europeia de sua época e das gerações anteriores. Desempenhou vários cargos em cortes e igrejas alemãs, onde desenvolveu a parte final e mais importante de sua carreira, absorvendo inicialmente o grande repertório de música contrapontística germânica como base de seu estilo. Em “Fuga de Bach” temos:
“... As diversas partes vivem suas vidas separadas, elas se tocam e seus caminhos se cruzam... combinam-se um instante para criar o que parece uma harmonia final e perfeita, mas somente para tornar-se a separar mais uma vez. Cada um é sempre só, separada e individual... Eu sou eu!”
O mundo onde todos tem razão gira em torno de mim e, todos igualmente têm razão e, igualmente se enganam e, nenhum deles quer escutar os outros. Na fuga humana há 1800 milhões de partes, o ruído resultante tem, talvez, alguma significação para o estatístico, mas, nenhuma para o artista. É somente considerando “uma ou duas partes ao mesmo tempo” que o artista pode entender alguma coisa. Os personagens são vozes, linhas melódicas, destinos, vidas que se cruzam gerando harmonias, mais tensões, contradições, desarmonias, num desenvolvimento quase musical dessas ideias!
É a musicalização da ficção, parecendo uma fuga. A fuga dos personagens, de si próprio, dando ou não sentido à vida de cada um, dando sentido à vida do próximo, pela interação. É a busca do sentido de suas vidas, face às incertezas! Do livro de Aldous Huxley, um livro consagrado e que está no topo da lista dos 100 melhores romances do século XX, temos que:
“... Quando pomos em jogo toda a nossa força para levantar o que nos parece ser um peso enorme, é desagradável perceber que se trata apenas de um halter de papelão, e que teria sido possível erguê-lo com dois dedos...".
Contraponto (Counterpoint, em seu título original), publicado em 1930, é um romance com início do escrito por volta de 1920 e aqui o uso mais antigo encontrado em Aldous Huxley (1894-1963).


Em documento dissertativo sob o título: Tradução no contexto da Era Vargas: Érico Veríssimo, tradutor de Aldous Huxley, Autor: Souto, Sheila Maria Tabosa Silva e Primeiro orientador: Xavier, Wiebke Röben de Alencar, assim se resume:


Este trabalho analisa Erico Veríssimo enquanto tradutor na Editora Globo da obra Point counter point (1928), de Aldous Huxley, intitulada Contraponto (1934), no contexto da tradução e ideologia no Regime Vargas, governo autoritário e nacionalista. A metodologia é desenvolvida via transferências culturais, buscando compreender a trajetória de Erico Veríssimo como tradutor e refazer o processo tradutório da obra de Huxley. O perfil do tradutor Veríssimo é traçado inicialmente através de suas primeiras experiências na Revista do Globo, onde lançava no mercado traduções rápidas, inventando pseudônimos para as mesmas; e, posteriormente, com a publicação de traduções de obras de renome internacional, onde o processo tradutório ocorria num padrão elevado e mais elaborado. O percurso e a escolha da tradução Contraponto representam inicialmente uma ousadia editorial de Veríssimo, arriscando-se comercialmente, uma vez que a obra era densa e o autor desconhecido no Brasil; e, de fato, foi um ponto decisivo para Veríssimo tradutor e para a divulgação de Huxley no Brasil. Contraponto foi sucesso de vendas e um marco editorial, publicado na coleção Nobel, que levava ao leitor médio e aos intelectuais da época as traduções de repercussão internacional, formando e enriquecendo culturalmente seu público. A política editorial da Globo de traduzir os clássicos mundiais coaduna com os ideais nacionalistas de Vargas de valorizar o papel da língua vernácula e da educação na busca da identidade da Nação. Numa análise textual seletiva a partir dos conceitos dos itens culturais específicos em tradução trazidos por Aixelá e da teoria de polissistemas, destacamos que a tradução é marcada pela estratégia de conservação (repetição), numa tendência à adequação. Sua tradução permite a visualização das marcas da cultura estrangeira, não nacionaliza especificidades culturais, acrescentando informações novas ao leitor. Com os conceitos de tradução e ideologia advindos de Lefevere, entendemos que a reescritura pode ser inspirada por motivações ideológicas, logo podemos associar o fato de Contraponto tratar de questões ideológicas ligadas ao fascismo com o Governo Vargas, que possuía semelhanças totalitaristas.
Roberto Costa Ferreira, Nov2016.


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Doença - O Bem e o Mal - NORMA de LUZ


Deus nos ampara afim de que amparemos aos mais necessitados, que a nós mesmos.
Ajuda-nos para que ajudemos. Sustenta-nos a Fé, para que apoiemos os irmãos que vacilam. Em suma, essa é a Norma de Luz da Providência Divina:
“Auxilia e serás ajudado”.
Mesmo na hora atribulada da crise... E já há sinais antecipados, vermelhos, no caminho desta experiência, que podem indicar queda provável na obsessão:
  • Quando entramos na faixa da impaciência;
  • Quando acreditamos que a nossa dor é maior;
  • Quando imaginamos maldade nas atitudes das pessoas que nos cercam...
  • Quando julgamos que o Dever é apenas dos Outros...
Assim, toda vez que um destes sinais surgir no trânsito de nossas ideias, a Lei Divina estará presente, recomendando-nos:
  • A Prudência de parar no socorro da prece, ou ainda,
  • Na Luz do Discernimento.
E quando falo em Luz do Discernimento... Em meio ao bulício e à agitação do mundo, medite nas presenças serenas... Apenas feche os olhos, por um tempo, e pense na Fonte Eterna, Luz de todos:
  • Mais do que a energia, pense na serenidade da consciência. Que ela seja seu guia.
  • Mais do que no Conhecimento, entre na sabedoria, que dispensa toda teoria.
  • Mais do que nas emoções, flutue nos sentimentos reais, que são curativos.
  • Mais do que o que você pensar sobre si mesmo, sinta-se ligado a uma Luz Maior.
Então, você sentirá o toque sutil dos sábios em seu coração. E a paz perene...
  • Como Ser de Luz, você perceberá de onde brota essa profundidade pacífica...
  • Você a reconhecerá, não intelectualmente, mas, simplesmente, em espírito.
  • Sim, por entre as batidas de seu coração, você receberá a inspiração secreta...
E talvez você veja, espiritualmente, um olhar sereno e cheio de Amor.
Considerem! O Grande Mistério não está apenas na vida, mas em você mesmo. Mas só se descobre isso mergulhando na vastidão do universo interior. Assim fizeram os sábios de todas as eras e se realizaram na Consciência Maior. Eles viajaram pelos planos interiores e revelaram o divino neles mesmos.
  • Conheceram os diversos níveis espirituais e se encantaram com o Todo.
  • Conhecendo a si mesmos, abraçaram o mundo em silêncio.
  • Liberados das travas do Egoísmo abençoaram a humanidade.
  • Tranquilos e serenos passaram a velar secretamente pelos homens.
  • Quietinhos, projetaram pensamentos virtuosos em favor de todos.
É assim... Oposto à Luz do Discernimento, pode surgir O Mal e este é a Privação do Bem!
Aqui, estou falando do lembrando Kardec - Hippolyte Léon Denizard Rivail que foi um influente educador, autor e tradutor francês. Sob o pseudônimo de Allan Kardec, notabilizou-se como o codificador do Espiritismo, também denominado de Doutrina Espírita. No seu Capítulo V do Evangelho Segundo o Espiritismo, Bem-Aventurados os aflitos, na Justiça das aflições, causas atuais e anteriores das aflições.
Também apoiado no Cap. XXVIII – Coletâneas de Preces – Preces Gerais, do mesmo Kardec onde, num trecho diz:
“Assim se explicam, enfim, todas as anomalias aparentes da vida; é a Luz lançada sobre o nosso passado e nosso futuro, o sinal radioso da vossa soberana justiça e da vossa bondade infinita”.
“Não nos abandoneis à tentação, mas livrai-nos do mal... Dai-nos, Senhor, a força de resistir às sugestões dos maus espíritos que tentarem nos desviar do caminho do bem, em nos inspirando maus pensamentos”.
Senhores, a questão do Bem e do Mal se constitui sempre num ponto de grandes discussões:
  • No campo do Pensamento e,
  • da Religião, atualmente transferindo-se,
  • à Ciência, e com as mesmas dificuldades de compreensão.
Eu encontrei em um famoso Doutor da Igreja, argelino – Agostinho de Hipona - que foi um dos mais importantes teólogos e filósofos dos primeiros anos do cristianismo cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental – 13/11/354 D.C. à 28/08/430 D.C., Hipona – Argélia, a melhor explicação sobre esse fenômeno – que depois conseguiu deslocar para o trabalho psicoterapêutico, tendo resultados incríveis, principalmente com as pessoas acentuadamente nervosas.
O conhecido autor de Confissões chegou à conclusão de que “o pecado seria nada mais do que a privação do bem”:
“Tudo aquilo que é, é necessariamente bom, pois a ideia do Bem está inspirada na ideia de Ser”; “a Natureza do Mal deve ser encontrada no conceito absolutamente contrário ao de Deus, como ser, ou seja, no não-ser”.
Trazendo-o para a Psicopatologia, podemos notar que a doença seria nada mais do que a Negação, a Omissão, ou a Alteração do que é, do que é São (Verdadeiro). Houve sempre uma discussão, no plano filosófico, e hoje com os vários filósofos sobre o ser humano, com a seguinte interrogação: “Quando a alma (o psíquico) teria sido criada”?  Mais do que a história do Ovo e Galinha!

E a opinião mais corrente dos autores da Idade Média (Tomás de Aquino) foi que... “Ela começaria a existir no momento da fecundação, quando houvesse a penetração do Gameta no Óvulo – por obra mediata, ou imediata, de Deus” (nesse exato momento, ou um pouco posterior, não importa).

Estou querendo dizer que a Psique humana não incorre nos mesmos problemas genéticos do corpo. Isto é uma grande sorte para nós e, também, mostra-nos a possibilidade de um desenvolvimento notável!
Quando mais próximos da nossa Natureza, mais perto estamos da nossa Realidade. Ou seja, que analisando nossa estrutura fundamental, vemos:
  • na Base, os Sentimentos;
  • depois, a Intuição e,
  • a Consciência.
Porém, quando entramos no Raciocínio e na Vontade, mais pertencente ao “Reino do Homem”, é que poderemos notar todo o desvio que realizamos em relação à Vida, ao Amor, à Verdade.
Tal fenômeno demonstra também a Perfeição do Ser Humano, mesmo na "capacidade de errar pra acertar", no "livre arbítrio", no fator de união Corpo & Alma e, principalmente, a validade do organismo (físico) no existir humano:
“... quanto maior o respeito que tivermos a um e ao outro (matéria e espírito), mais perfeitos seremos em toda a nossa conduta”.
Saibam todos e considerem: a Doença é a Elaboração, portanto, "mais refinada", por tal dita "ser diabólica",  enquanto que a Sanidade está na Simplicidade.
Henri Bérgson - foi um filósofo e diplomata francês. Conhecido principalmente por Ensaios sobre os dados imediatos da consciência, Matéria e Memória, A evolução criadora e As duas fontes da moral e da religião. Recebeu o Nobel de Literatura de 1927. Nasceu em 18/10/1859, falecendo aos 81 anos em 04/01/1941, disse que:
“o princípio da filosofia estava nela” – eu digo mais...
“A própria Vida, a Base, a Origem residem no que é mais simples possível. O ser humano só pode criar uma coisa: a Patologia. Todos os sistemas que inventou falharam, porque são geralmente opostos à realidade. A atitude de Sanidade consiste em um esforço contínuo para permanecer na Realidade, pois a invertemos e, agora, tentamos continuar no Dolo, mas sem as suas consequências nefastas. Sanidade são os momentos de aceitação da Realidade. Só o fato de termos vida deve ser um motivo constante de alegria porque Existir não pode significar outra coisa do que ser e, Ser é a Felicidade, o Bem e a Glória”!
Desejemos ou não, temos o mesmo destino de nosso Criador, o Grande Arquiteto do Universo e, este fato está gravado em cada pedaço de nosso corpo, em cada recanto da Alma – e, como todos sabemos, a finalidade de Deus é o bem eterno. Este é o único motivo de nosso adoecimento: não querer ser feliz, “imortal” e “eterno” (quanto ao futuro), segundo a imagem e semelhança de quem nos criou.
Roberto Costa Ferreira, Set. 2011 – FEESP/SP,
Reavaliado e estruturado para a Psicografia, 12/11/16.

      

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

MESTRE! Com carinho...





Sou fruto de uma Educação Permanente...
Mas, como agradecer a alguém que, magistralmente,
me tirou do lápis grafite (sic), de cera para o perfume?
O que eu posso lhe dar em troca, àquele que professa
até publicamente,  as verdades de uma ciência, a arte
com decência, àquele perito, com toda a proficiência? 
Assim como o tempo, àquele de importância superior,
Ao Mestre, com carinho!
 
                              Roberto Costa Ferreira, 20Out2016.


quarta-feira, 19 de outubro de 2016

DIA DO PROFESSOR – Premio Nobel da Paz


Monja católica, nascida em 26 de Agosto de 1910, Madre Teresa de Calcutá

Em 15 de Outubro comemorou-se o Dia do Professor. E a estes minhas homenagens referindo como exemplar quem adiante relembrarei. Porém hoje, aos 17 dias de Outubro, em determinado ano muitos morreram, como o compositor polonês Frédéric Chopin - 1849, aproximadamente cem mortos em terremoto no norte da Califórnia – 1989, na Argélia, cerca de 240 pessoas morrem durante um protesto contra as regras coloniais impostas pela França – 1961 e, em 1966 - Um terremoto na zona costeira do Peru deixa uma centena de mortos e graves danos materiais.

Mas, muitos nasceram como em 1912 - Albino Luciani, o Papa João Paulo I, em 1915 - Arthur Miller, escritor norte-americano e em 1918 - nasce Rita Hayworth, atriz norte-americana. Igualmente no mesmo dia do ano de 1992 a Assembleia Geral da ONU definiu o dia 17 de outubro como Dia Internacional para a erradicação da pobreza. O objetivo é criar a consciência da importância de erradicar a pobreza e a indigência em todos os países do mundo.

Porém, a primeira celebração do dia teve lugar em Paris, França, em 1987, quando mais de 100.000 pessoas se reuniram na praça do Trocadéro demonstrando-se em favor de direitos humanos e da liberdade em honra de vítimas da pobreza, da fome, da violência e do medo. A chamada foi organizada por Joseph Wresinski, fundador do Movimento Internacional ATD Quarto Mundo.

Na Cúpula do Milênio, chefes de Estado e de Governos se comprometeram a reduzir pela metade, até o ano de 2015, o percentual de pessoas que vivem em extrema pobreza - vivendo com menos de US $ 1 por dia.

A percentagem de pessoas que vivem na pobreza é central para a celebração do Dia Internacional para a erradicação da pobreza desde a sua criação. A comemoração do 17 de Outubro também reflete a vontade das pessoas que vivem em situação de pobreza para usar seus conhecimentos objetivando contribuir para a erradicação da pobreza.

Então aqui sim, minha especial lembrança, não só pelo dia do Professor antes referido, mas, porque no dia de hoje, 17 de outubro, do ano de 1979, Madre Teresa de Calcutá foi agraciada com o Premio Nobel da Paz. A monja católica, nascida em 26 de Agosto de 1910, que foi uma beata de etnia albanesa, nascida no Império Otomano na capital da atual República da Macedônia e, posteriormente naturalizada indiana, começou por fazer votos aos 18 anos de idade com as Irmãs de Nossa Senhora do Loreto (Instituto Beatíssima Virgem Maria), na Irlanda, onde pouco tempo viveu.

Já na Índia, a serviço dessa congregação e então como professora, lecionou no primeiro lar infantil ou "Sishi Bavan" (Casa da Esperança), fundada em 1952, juntando-se ainda ao "Lar dos Moribundos", em Kalighat. A princípio, ela teve alguns problemas de ordem religiosa, com alguns grupos que professavam outra fé, e consequentemente, uma outra religião e cultura, mas com o passar do tempo, todos foram notando que ela tinha realmente boas intenções, e que sua obra tinha verdadeiramente um caráter nobre.

Estabeleceu a sua presença missionária em países como Albânia, Rússia, Cuba, Canadá, Palestina, Bangladesh, Austrália, Estados Unidos da América, Ceilão, Itália, antiga União Soviética, China etc. O reconhecimento do mundo pelo seu trabalho concretizou-se com o Prêmio Templeton, em 1973, e com o Nobel da Paz, no dia 17 de outubro de 1979 pelo trabalho humanitário que desenvolveu durante toda sua vida. Ao receber o prêmio disse que sua obra é:
 "uma gota de salvamento num mar de sofrimento".
Sua mensagem é clara: "Juntos proclamamos com alegria a difusão da paz e percebemos que os pobres são nossos irmãos".

Morreu em 5 de Setembro de 1997 aos 87 anos, de ataque cardíaco, quando preparava um serviço religioso em memória da Princesa Diana de Gales, sua grande amiga, que faleceu num acidente de automóvel em Paris. Tratado como um funeral de Estado, vários foram os representantes do mundo que quiseram estar presentes para prestar a sua homenagem.

Foi beatificada pela Igreja Católica em 2003, sendo considerada a missionária do século XX. A cura de um brasileiro, considerada milagrosa, proporcionou à Igreja decidir pela canonização, sendo Madre Teresa considerada uma das figuras católicas mais destacadas e conhecidas no mundo.
Desse modo, no domingo de 04 de Setembro de 2016, durante missa de canonização, o Papa Francisco declarou-a santa, missa esta celebrada na Praça de São Pedro – Vaticano - diante de um público de mais de 100 mil fiéis. Papa Francisco, em determinado trecho assim se expressou:

“Declaramos a beata Teresa de Calcutá santa e a inscrevemos entre os santos, decretando que seja venerada como tal por toda a Igreja”.


Decorridos 19 anos após sua morte a “Santa das Sarjetas” – Madre Teresa de Calcutá resultou transformada em Santa pela Igreja Católica sob o papado de Francisco.



Roberto Costa Ferreira, em reedição, 18/10/2016.

                                                                                           




quinta-feira, 13 de outubro de 2016

CARINA... E a embarcação do Amor!


CARINA...

Lembrei-me de você hoje e sempre será assim. Não é porque, anatomicamente, as várias partes de tudo que tem a forma de “quilha” ou “crista” e que habitam o corpo humano são comuns em nós.

Mas que, além de muito querida, “carus”, minha nora, mãe de minha neta, “Caca” como muitos a denominam ou ainda, em especial deferência “Ca” que particularmente atendes, é oportuno lembrar que Carina significa “pensar grande”, mais que “astro”, “estrela”... É como se referir a “uma constelação” localizada no Hemisfério Celestial Sul do firmamento!

Verdade! É considerar uma gigantesca constelação Argo Navisw portadora do Tosão de Ouro que cobria uma extensa área do céu e resultou dividida por Lacaille em 1754 em três outras constelações das quais se destaca Carina (a Quilha).

Entendes o que representas? Como o nome indica, a quilha do Navio Argo, está localizado no céu com facilidade e por “conter estrelas brilhantes” no seu interior. E você “as contém” e que habitam no seu coração... Imenso, boníssimo!

Dificuldades? Quem não as tem?  Desse navio antigo – O Barco de Argoa nave em que Jasão e os Argonautas embarcaram para procurar o Tosão de Ouro, é apenas visível a metade posterior no encantamento dos céus, tendo a tradição definido que o resto da embarcação não é visível por “estar envolta em nevoeiro”, ou porque o episódio celebrado nesta constelação se referia a “um determinado grau de dificuldade”, como os muitos que enfrentamos, momento em que o Argo se lançara na “travessia dos Rochedos Azuis” que estariam, por isso a ocultar a proa.

Carina, alegoricamente, esta tal Constelação Carina – A Quilha – representa como o nome indica, a quilha do navio Argo, as dificuldades, por vezes, nos ocultam a proa, porém é certo, nunca perderemos o nosso brilho.

Então, logo se compreende a razão maior de sua estada neste mundo de Deus, não casualmente, mas detentora do princípio inteligente que te habita e a ti pertence e que, no Prisma da Vida e nos ensinamentos decorrentes dela, que na simplicidade e no poder de transformação de sua mensagem, em Carina, nos proporcionamos encontrar  CARidade, Fraternidade, Amor, componentes superiormente belos do plano superior, trazendo-nos pelas vias do AMOR a sua descendência, elo fortíssimo e que inspira e mantém ativa a sua obra nesta existência, ligando-nos sob as vista de Jesus, O Cristo, o Iluminado Mestre que nos orienta e muito te amparará, creia!

Parabéns, e muito agradeço pelo privilégio por me permitir estar embarcado nesta “embarcação do Amor”!

Roberto Costa Ferreira, 12Out2016

Aniversário de Carina, minha nora.


terça-feira, 6 de setembro de 2016

BIENAL do LIVRO - Uma Festa Agosto


Do mestre Ryuho Okawa líder que, tendo devotado a sua vida à exploração do mundo espiritual e meios de gerar a felicidade para os seres humanos, conhecido por sua sabedoria, compaixão e comprometimento em educar as pessoas a pensarem e agirem de acordo com as orientações espirituais e religiosas, que disse:

“Após descobrir o que veio fazer na Terra, verá que a missão e o dever são parte do seu próprio ser”.

Diante de tal afirmação convoquei meus queridos para um passeio - Um evento que chegou ao Anhembi em 2006 - no maior centro de exposições da América Latina, a 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

Palco para o encontro das principais editoras, livrarias e distribuidoras do pais, contendo cerca de 480 marcas, apresenta seus mais importantes lançamentos para aproximadamente 700 mil visitantes em um espaço enorme, totalizando 60 mil m². Gigantesco!

Interagiram todos, num exercício mútuo com o próximo, em universo que por trás dos livros, enriquece o repertório individual ao nível de conhecimento do cultural, a sua instrução. É todo conhecimento armazenado que se expande, modifica e confirma os ideais do ser, de ser e querer ser.

Assim, no impacto deste cenário e nos olhos encantados daqueles pequenos, nasce pelas experiências do tato, no trato e contato, pelas ações e direções que circulam, que circundam, pelo seu opcional repertório individual ali utilizado em razão das mensagens, nas escolhas reside a compatibilidade de níveis de repertório e a apreensão da mensagem em sua totalidade, a cada um, é possível.

Naquele cenário tudo é possível, ao alcance da visão e das mãos, preenchendo as condições necessárias para ser, existir e realizar-se!


Roberto Costa Ferreira, Bienal do Livro, 03ago2016.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

LEANDRO ROBERTO FERREIRA - Aniversário


Shakespeare referiu que ”quem enriquece o corpo é o espírito”! Aliás, muito bem lembrado por Harvey: “O único meio de ter beleza exterior é ter beleza interior”, mesmo porque “A beleza da alma reflete-se no corpo”. Sêneca.

Esse é o meu menino! Leandro, que durante a vida intrauterina, desde o momento da concepção ao nascimento, esteve envolvido em amor... Constituiu-se um capital de forças vitais para o novo ser, que nós como pais fomos buscar às reservas coletivas da espécie. Fomos “fundo no querer”!

Tais reservas imponderáveis, que passam pela raça, transitaram pela família e pelos progenitores, impregnaram-se, na passagem pelo leite materno de sua mãe, de particularidades étnicas e familiares, que as caracterizaram hereditariamente... E o princípio vital habitou-o “vestindo-lhe melhor que eu”! Como nos sentimos felizes...

Cada homem, portanto, e Leandro às sobras, possui uma força vital, que se distribui a cada célula material do seu corpo, transmitindo-lhe suas idiossincrasias, ou seja, aquele “temperamento peculiar”, aquela “característica comportamental ou estrutural peculiar”, aquela “condição mental única” e específica, mesmo referindo-se ao modo como reages, percebendo e experimentando situações comuns.

E assim como o trabalho de cada célula beneficiando o conjunto e consequentemente a si mesmo, do mesmo modo cada esforço deste homem – Leandro -  aumenta as boas aquisições, beneficia o próximo, privilegia a humanidade, reportando-se ao capital coletivo. Que filho! Que homem!

A vida deste filho, aos meus olhos, desenrola-se, pois, exclusivamente pela agregação sucessiva deste capital congenital, sob a influência “das suas boas ações unidas às de seus agentes exteriores”, sejam estes seus familiares, amigos, atletas, parceiros... amor e descendente. Então o melhor, que a direção destas ações e reações são governadas por “si mesmo”.

Possui, portanto, este menino Leandro, integralmente, desde o principio da vida, todas as forças de ação, as potências de desenvolvimento e as suas fontes de “abastecer-se”, formando um capital, de que ele tem a gerência, que pode “gastar ao seu modo” dimensionando sua vida, economizando-a e dilatando-a para a nossa alegria!

Resumindo: Leandro recebeu, ao nascer, certo capital vital, que chegou ao máximo na adolescência. Viveu e hoje, ainda sabiamente, sobriamente economiza esse capital, e a saúde, a felicidade, que se reflete nas práticas do esporte e vida cotidiana que o acompanha, proporciona a merecida longevidade!

A vida humana é uma aprendizagem, um meio de evoluir. O nascimento, que nos presenteou, foi o começo de um novo trabalho. Certamente que haverá a renovação... Certamente que Leandro está longe de ter atingido “o ponto culminante de sua evolução”, e este fato, cientificamente demonstrado e religiosamente sentido, é certo que constitui para ele “o mais importante e estimulante meio para sua ótima conduta física, moral e intelectual”!

Leandro, às minhas impressões, a maneira como vives hoje determinará a qualidade de vida e aspirações de amanhã. Tenho tanta certeza disso, pois que, vives nobremente durante o dia... Chegada a noite, o sono decorre sereno, sem pesadelos, podendo ainda aproveitar as horas de sono para o seu progresso se, antes de adormeceres fixar seus pensamentos nos objetivos que almejas obter.

E o despertar, ao raiar da manhã, se apresenta feliz... Será sempre feliz e te preparará para enfrentar alegremente as tarefas do dia que acontece em sua vida. Jean-Baptiste Massillon, célebre pregador francês, falou-nos a este respeito:

Podemos aumentar maravilhosamente a saúde e a felicidade concentrando, no momento de adormecer, os nossos pensamentos no que se pode obter nesses domínios. A força que atua no subconsciente põe-se imediatamente a construir a nossa personalidade, segundo o modelo que lhe oferecemos”.

Leandro, eu nunca adormeço sem ter equilíbrio mental, sem as minhas faculdades estarem em harmonia e sem o meu coração sereno. Deste modo, olho para ti e declino meus votos, neste precioso dia: Parabéns, felicidades constantes, plenas e progressivas!

Roberto Costa Ferreira, 25Ago2016.      

sábado, 20 de agosto de 2016

A Jovem dos meus encantos!


Jovem dos meus encantos...  Senhora dos meus instantes!
Fizeste em mim a tua beleza,  manobrando a prodiga natureza.
Por vezes, quando me bate uma frouxidão, e sinto que vacilante,
Inexorável, incomplacente para comigo, tenho que regressar a ti.

Quando paira em mim  uma  voracidade de afeto,  tal deleitamento,
Que me faz parar no tempo, assim parei pra fazer contas, a quantas
Que de tão rápido as lembranças atuam, tal jovens atores estreantes
Em cujo palco serviste por 762.120 horas! E me pergunto, senhora:
Que faço de mim, ausente, se 43.800 horas perdura de lembranças?

Eu e você juntos, em 534.360 horas,  partilhamos os mesmos benefícios,
Das lágrimas, receios, dificuldades e anseios, plenos de vida, sem vícios.
Que dimensão temporal e espacial é essa que nos faz vivos, jovens, belos
Na legítima essência de nós, seres viventes? A temporalidade, um retrato
Inato do meu pensar...  Que modelos comuns de percepção das realidades
Que nos permite a construção de um mundo compartilhado, muito amado!


Roberto Costa Ferreira, 20 Agosto de 2016.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

O Pai... O Dia dos Pais, a Grande Festa!


Gente, não existe um mau abraço, somente bons e ótimos! Então, nunca deixe para amanhã se você pode abraçar alguém hoje. Porque quando você dá o abraço em alguém, no mesmo instante você recebe de volta a energia compensadora. E foi o que aconteceu... E de tais atitudes o amor se alimenta, não é só de palavras, mas de atitudes!

Desse modo, ver amigos, rostos vozes e atos que nos definem, nos afastam do sentimento de exclusão. O reconhecimento do outro é o primeiro limite que aprendemos na vida. Que precisamos de algo além da nossa vontade, além do nosso desejo primal de fome, colo e de afeto.

Encontrar o outro na vida adulta é um retorno a esse limite, o pertencimento é a expansão dos limites, a expansão das possibilidades do eu no coletivo, na turma, na tribo, na família, no “churrasco por conta do dia dos pais”!

E assim falamos de gente. E quem gosta de gente, “amontoado de gente também é festa”! E quem não gosta de festa? O que é uma festa? Nesta situação “uma festa é uma solenidade comemorativa destina a pessoas ou fatos importantes”: O Pai... Dia dos Pais!

As variantes mais comuns de festas são as de aniversário (que ocorrem, geralmente, de ano em ano e no dia do nascimento do festejado) e as religiosas (procissões, resultantes de romarias ou peregrinações) em comemorações a certas crenças religiosas.

Quando a festa possui um caráter mais abrangente ou oficial torna-se festival, geralmente atraindo mais público e repercussão junto à sociedade. Portanto, quando você é convidado para uma festa você se empolga, prepara-se, vive expectativa, ansiedade, certo?

E quando você é o promotor da festa? Além das preocupações no preparo dela, da lista de convidados, de envolver ou não gente, ou se quase todos os participantes serão aqueles eleitos, seus queridos... Então você vai se esforçar para produzir “uma bela festa”, até simples como a um churrasco, onde não pode faltar a farta refeição, as crianças, os detalhes todos e cuja realização demanda dedicação e considerável tempo, envolvendo até outras pessoas nas colaborações.

Constrói-se assim, sedimenta-se, intensifica-se uma grande rede de relações entre os participantes. E você tem um convidado especial, aquele que você espera não faltar... Não pode faltar! E você espera ansiosamente... E ele não comparece! Certamente você vai se frustrar, até sofrer!

Por que sofrer com a ausência de alguém querido na sua festa? Porque tais eventos são efêmeros? São circunstanciais? E você vive isso? Eventos e pessoas circunstanciais? Ora, relembrar O Pai... O Dia dos Pais é sublime! É reviver, vivenciar, pois que tal oportunidade é viver determinado momento de modo que o mesmo tenha um significado profundo... É lembrar que, como referido pelo cantor:

Quando a gente ama de verdade esse amor não se esquece... O tempo passa, tudo passa, mas, no peito, o amor permanece”.

Desse modo, não se preocupe, vá para a “grande festa” como você está, como você é... De peito aberto, coração limpo e mente plena, disponível para o novo. Pois a festa é também você!

Foi assim, nesse ritmo que estivemos presentes, e como bem refere o senso comum: “todos juntos e misturados”... Eu estive nesta festa! E vivemos o amor sublime, desmedido, descomprometido e incondicional, como bem merece um Pai!

Roberto Costa Ferreira, 14 de Agosto de 2016.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Um dia marcante, significativo!





Um dia marcante, significativo! Um dia num tempo formidável!

Muitos amigos estiveram comigo, outros se manifestaram estando distantes. Todos estreitos nos votos formidáveis... O que buscamos é o acordo das mentes! E quando ao ato de reflexão tem lugar na mente, quando nos olhamos à luz do pensamento, descobrimos que nossa vida esteve, pela participação dos amigos e queridos, envolta em beleza.

Então, cercado que fora, de maravilhosas inteligências, personalidades repletas de querer e saber, o que nos convém é a alegria, a coragem, o esforço para realizarmos as nossas esperanças. E tais esperanças se realizaram com todos presentes, trazendo ao seu modo o presente!

É certo que a nossa melhor obra é a nossa própria vida! Construímo-la sobre alicerces resultantes dessa beleza interior. Recatada e silenciosa, nunca aspirando a que acenda ao nosso redor a candelária do triunfo exterior. Nossos triunfos residem nestes atos e manifestações. Por tais meus agradecimentos e, bem por tais me fiz feliz!

E nessa intensa felicidade alguns me perguntaram... Quantos anos eu tenho? Lembrei-me de José Saramago que declinou:


Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.Tenho os anos em que os sonhos começam trocar carinhos com os dedos e as ilusões se transformam em esperança.Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama louca, ansiosa para se consumir no fogo de uma paixão desejada. E em outras, uma corrente de paz, como um entardecer na praia, na enseada.Quantos anos eu tenho? Não preciso de números para marcar, pois meus anseios alcançados, as lágrimas que derramei pelo caminho, ao ver meus sonhos destruídos... Valem muito mais que isso, esses descaminhos.Não importa se faço vinte, quarenta ou sessenta e cinco! O que importa é a idade que eu sinto. Tenho os anos de que preciso para viver livre e sem medos e receios. Para seguir sem medo pelo caminho, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios.Quantos anos eu tenho? Isso não importa a ninguém! Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e sinto, aquém.



Roberto Costa Ferreira, 05Ago2016.

domingo, 10 de julho de 2016

SORRISO, A FISIOGENIA



Dra. Silvia Helena Cardoso - Sorriso, conforme publicação de sua autoria  e texto  no destaque,
em Facebook, a pedidos, em 09/07/2016, 20:08h, de cuja  motivação segue meu texto adiante.


Que sorriso... Quanta revelação... Que inspiração!
Eis que faço do seu, o meu sorriso, tanto de tão lindo.
Reflete alma, aquela essência imaterial de bela vida humana,
E que no conjunto das faculdades intelectuais e morais,
Traz alma generosa, o mérito das virtudes próprias, o régio!

E nos olhos que revestem este sorriso temos a consciência,
Que dos olhos o espelho d’alma e de quem cruza este olhar.
Os lábios cantam com a alma, entusiásticos, cuja boca em fogo
Nos aquece e deleita, como a fortuna que sorri aos audaciosos.

Que sorriso propiciatório! Que sorri prometedor, sorridente...
Que aplaca até divina ira, como um vento “muy denso y caliente”,
Sorrateiro, visguento e pegajoso,  como coceira na pele da gente,
Calmoso e veemente... Digo melhor: “pelando de tão quente”!

De tão merecido recebe-lo como a quem alcança o perdão.
Um “rir sem fazer ruído”, que por meio de um breve e ligeiro
“Esfregar dos lábios”... E pestanejar dos olhos, tremeluzir,
Devido à luz muito viva, renovador, de "mocidade sem juízo"!   

Roberto Costa Ferreira, Jul2016.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

VELHÃO - Que comemorou seu aniversário n'O Velhão


O nome “O Velhão” e “As Véia” faz referência ao casal fundador de todo o complexo -
Moacyr e Iracema
 – esta, atualmente, mantendo-se administradora de todo o complexo.

Mesa em um dos ambientes d'O Velhão, momento que o aniversariante Sergio que se encontra
ladeado por Bia, à esquerda e eu, Roberto, seguindo pelo casal Dalmo e Mary, minha irmã e
Isabel,  minha esposa.
Fico a imaginar se o Sr. Moacyr, aquele que se fez engenheiro e que morando em município vizinho de São Paulo, que vendeu seu terreno, sua única área onde residia com a mulher e filhos para investir naquilo que acreditava, pois precisava de área maior, comprando então quatro terrenos, imaginava reunir nos dias atuais tanta gente impressionada, e que nas noites de jantar ou mesmo nos fins de semana, com a música, cantam e dançam vivendo intensamente aqueles cenários... Prosseguiu bem... Vendeu um e comprou quatro!

Entre 1977/1978, depois de muito protesto familiar, e imagino quantos, deu início ao complexo com a compra de um lote de 3.000m2 e, a construção de um casarão e uma oficina. Isto tudo no meio do nada, pois, à época, a estrada de Santa Inês, mal asfaltada, era a precária ligação entre Mairiporã e São Paulo de então, em cujo número 3000 nem se sonhava contar.

Perseverante, foi adquirindo mais lotes, expandindo seu acervo e ali, naquele reduto, Moacyr Archanjo dos Santos construiu um sonho... Hoje um conjunto arquitetônico que se ergue na estrada de Santa Inês, no coração da Serra da Cantareira, momento de uma pequena vila com Marcenaria, Serralheria, Restaurante, Lojas, cercadas de verde, onde as construções são todas executadas em material de demolição reciclado, num estilo que quase lembra cidadelas nos primórdios de formação!

E proporcionou mais! A escola que educa hoje cerca de 208 crianças entre 3 e 10 anos – do pré ao ensino fundamental – e que, anualmente, promove a “Festa do Dia das Crianças”, diplomada pelo MEC, resultou do reconhecimento das dificuldades da comunidade em razão da Educação, momento que os fundadores d’O Velhão, além de fornecerem o terreno, construíram a Escola Municipal Moacir Archanjo dos Santos.

Moacyr Archanjo dos Santos, que atualmente sob o CEP 07600-000 no distrito de Mairiporã leva o nome de Rua Engenheiro Moacyr Archanjo dos Santos, era prudentino, pois que, nascido em Presidente Prudente, interior de São Paulo onde permaneceu durante a infância. Logo aos 15 anos já trabalhava em uma empresa de ônibus para ajudar a ampliar a renda de sua família. Em 1960, a empresa na qual trabalhava o transferiu para o centro de são Paulo, onde nem a corredia do dia a dia e o trabalho intenso o afastaram de sua paixão: a arte presente na arquitetura de são Paulo e o contraste de seu aguçado olhar!

Do tempo livre que possuía, e até mesmo no transitar de ida e volta para casa, visitava ou observava os casarões antigos, as igrejas, os monumentos da cidade e as linhas de bonde que ainda existiam no inicio dos anos 60. Neste mesmo período, iniciou seu acervo, visto que, nessas muitas andanças pela cidade, adquiria, quando não conseguia abandonados aqui ou ali peças de demolição que julgava ser “material artístico” , transferindo toda “aquela velharia”, no entender de muitos, para o seu reduto.

No trabalho, Moacyr conheceu Iracema Rodrigues, cujo complemento de amor o fortaleceu e com quem se casou. Nascida no bairro bem próximo na Zona Norte, Tremembé, em 2 de Março de 1943, de família humilde e infância pobre o seu sonho era ter uma boneca para brincar... Nunca teve esse privilégio! Servia-se de vestimentas doadas pela igreja, sempre usadas, onde sua avó trabalhava como serviçal de lavar roupas e passar.

Devido à sua dedicação aos estudos e manifestado interesse ganhou uma bolsa de estudos, situação que lhe permitiu continuar seus estudos em colégio particular. E sua classe social era um fator determinante para o sofrimento com a discriminação que largamente sofreu, embora, tendo como base de apoio e estimulo um conselho proporcionado por sua mãe, que portava dentro de si: “Você só irá vencer na vida com muito trabalho e dedicação aos estudos”.

Vivendo durante 33 anos e tendo neste enlace com Moacyr netos e três filhos: Ubirajara, Ubiratã e Eliane. Ele sempre esteve ladeado por sua esposa e atual proprietária ‘IRACEMA Rodrigues Archanjo dos Santos’, a peça fundamental para o atual funcionamento e continuidade de “O Velhão”. Moacyr veio a falecer em 2001, contando aproximados 57 anos.

Então, a Sra. Iracema obstinadamente, foi capacitando jovens aprendizes da comunidade local para as oficinas de marcenaria e serralheria. Por conta disso, construiu uma cozinha para uso exclusivo dos funcionários. Com o descobrimento desta cozinha começaram a surgir clientes e, ao perceber o interesse que havia surgido, resolveu-se transformar a cozinha num legítimo restaurante, expandindo-se magnificamente, denominado de “As Véia”.

O nome “O Velhão” e “As Véia” faz referência ao casal fundador de todo o complexo - Moacyr e Iracema – esta, atualmente, mantendo-se administradora de todo o complexo. Refere com orgulho que:
“Somos uma loja de materiais de demolição. restauramos, remodelamos, confeccionamos portas de entrada, janelas, portas balcão, mobiliário, assoalhos a partir de madeiras nobres como Pinho de Riga, além de temos um grande acervo em material de demolição vindo de casas, casarões, galpões, fragmentos de cimento, vasos, banheiras antigas em ferro fundido com pezinhos, tijolos antigos, dormentes, cruzetas, mão francesas, escadas etc.”. E que, “na serralheria, temos a feitura de portas, portões, gazebos, suportes, grades com rebites, encaixes e ornamentos feitos na forja, como no início do século passado: SEM SOLDAS”!

A comida, no local, apresenta-se criteriosamente preparada à moda caseira de fazenda, em self-service e, além da variedade de caldos, seleto na frequência de ambiente familiar. Lá estive com esposa, irmã e cunhado, irmão aniversariante, e este era o motivo, e cunhada, ocasião de muita dança e música ambiente, digna e profissionalmente executada através Blues Band Signori & Truffatori, que no conjunto de três personagens apresentam-se como a uma orquestra, tal o resultado que conquistam com suas performances:
  • na voz e guitarra de Michele Naglieri,
  • com bateria de Thiago Bustamante e,
  • baixo magnífico de Daniel Tedesco.

Fantásticos... Aliás, tudo e todos fantásticos em noite de comemoração de aniversário!


Roberto Costa Ferreira, 6Jul2016.






terça-feira, 5 de julho de 2016

BEIJOS... QUANDO EXPRESSOS NA PAREDE!


       Conforme fototexto postado no Facebook em 05 de Julho de 2014, partindo de curtida, 
       comentário e compartilhamento de Chiado Editora, de minha amiga Patrícia Vecchia e,
       cujo texto elaborei partindo da sugestiva imagem, republicado em 2015 e ora no blog.

Beijos expressos na parede... Poderiam ser no céu da boca!
Assim pensam meninos, porque menino ousa assim pensar,
Porque meninos "gostam de" empurrar meninas na parede...
Quando pra falar que tem u'a boa pegada. Resumidamente...
Nem todos sabem fazer isso, segundo creio ... Certamente!

Deste meu dito, endosso com o pensar de Fábio Chap:

Imagine uma parede; e imagine que nessa parede está encostada a mulher que vai roçar na sua barba te fazendo pensar com ares de esquecimento: ‘como era antes dela?’

Nessa parede branca com leves rachaduras está encostada e sorridente a mulher que topará viajar contigo pra Veneza ou pra Diadema. De jatinho ou de Chevette.

Alta, a parede é recheada com rabiscos de outros casais. Iniciais e corações estão lado a lado com as rachaduras; algo como o amor na prática. Lá está ela: a mulher que fará dos seus sonhos um lugar quase palpável. Lugar esse que vocês terão umas plantinhas pra cuidar, muitos beijos pra praticar e, talvez, até uma criança com os olhos de um e a boca do outro.

Imagine um lugar que você conseguiu convencê-la que se tratava de um ponto; que lá passava o ônibus em direção a faculdade dela. Mentira das grandes que atrasa a ida, mas adianta a vinda de uma boca que… meu deus do céu.

Roberto Costa Ferreira, 5Jul2016