Grau°

sábado, 28 de dezembro de 2019

LEMBRANÇAS...

 Ricardo Paschoal com seu tio Roberto Costa Ferreira


Num Natal de 2016... Tempos voam. Mas, carregamos as asas!

Já não gosto destes tempos e modos natalinos de comemoração... Também sinto saudades dos tempos de reflexão. A mão que me sustentava era outra, hoje, o pão que sustenta é d’outro... Tudo é muito estranho!

Lá em Romanos XII:II, li que:
“... Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

Então, ando de alma em alma errando, errando,
Como de santuário em santuário.
Sou como o secreto e místico templário
Cujas almas, em silencio, contemplando.

Não sei que som de harpas em mim vibrando,
Que sons de um estradivário peregrino,
Me lembra, reverencias de sacrário
E de vozes celestes murmurando.

Mas sei que de alma em alma ando perdido,
Atrás de um belo mundo indefinido
De Silencio, de Amor, de Maravilha.
Eis a razão de saudades tantas, por tal,
Um tempo novo, um Ano Novo!

Roberto Costa Ferreira, 25Dez2019.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

INTERLOCUÇÃO...




Cida Campos,

Àquela conversa trocada entre duas ou mais pessoas, o necessário diálogo que, juridicamente, se ajusta a um “despacho interlocutório”, o interlúdio, o entreato, a intermediação, a moderação, condições sinonímicas que pressupõem a existência de “sujeitos que se comunicam a partir de situações da realidade social concreta em que se encontram”.

Saiba que originalmente significa 'diálogo', mas o significado foi estendido a toda forma de interação e comunicação entre os sujeitos. O processo de construção desse diálogo do saber ocorre em determinadas situações, a dita “interlocução”, com diferentes pares situados no mesmo espaço geográfico ou não, e exige relativa dedicação, experiência, consideração para com o próximo, um dedicado olhar para a situação e a causa, ou seja, muito amor ao ato, a dedicada linguagem do amor!

E tal uso dessa linguagem é a capacidade que os seres humanos têm para produzir, e a poucos é dado tal exercício de desenvolver e compreender a língua e outras manifestações da comunicação — como pintura, música e dança. E a essas manifestações, cujo conjunto organizado de elementos (sons e gestos) que possibilitam a comunicação assertiva, adequada, do “olho no olho”, diz respeito à linguagens básicas pelas quais o amor é expressado e compreendido. E  cada indivíduo nasce com uma maneira específica de identificar, receber e dar amor, a chamada de 'linguagem', e as várias maneiras de expressá-la que são chamadas de “dialetos”, "papos retos", "um chega mais"!

A tentativa de “demonstrar o amor por meio de determinada linguagem para alguém” que também carrega uma linguagem particular requer um dedicado esforço e atento olhar... Muita paciência e dedicação! Difícil!!!

Assim, o primeiro passo para expressar seu amor por outra pessoa é saber identificar sua linguagem do amor e também a linguagem que a pessoa amada utiliza para isso. Deve-se considerar que todo ser humano é único. O que muitas vezes deixamos passar e acabamos não dando importância é justamente para as particularidades de cada um, colocando a nossa forma de enxergar o mundo ao nosso redor como prioridade sobre as outras pessoas.

Sendo assim, é fundamental estar sempre atento à energia que propagamos ao nosso redor por meio das palavras, pois elas podem prejudicar não só as pessoas que nos rodeiam, mas também a nos mesmos. O ideal é que estejamos atentos, e, sempre que possível, ofereçamos o apoio, por meio de palavras de afirmação a quem estiver precisando de algo neste sentido. É uma das linguagens mais essenciais na atualidade. Acontece que, com a correria e a quantidade de demandas que necessitam da nossa atenção diariamente, acabamos deixando de passar um tempo ou de encontrar pessoas que são importantes para a nossa existência em si.

Com isso, vamos perdendo o contato, e, conforme a vida se desenrolando, 'mesmo a condição de aposentadoria e outros que tais', podemos até não encontrar mais maneiras de retomar a convivência com estas pessoas. Assim, é fundamental que encontremos um tempo, que dediquemos um período para nos aproximarmos, mais do que presentes. O que essas pessoas de fato querem e merecem é que estejamos com elas de corpo e alma, com ou sem preocupações aparentes, mas atentos à necessária 'condição de interlocutora'.

E esse mister é a característica nata em você, Cida Campos, querida amiga!

Parabéns para nós, por tal precioso tempo e à nossa particular e extensiva dedicação, o próximo!


Roberto Costa Ferreira, in “A Interlocução”, em 27 de Outubro de 2019.

https://www.facebook.com/roberto.ferreira2/videos/2527851830818213/?t=0

PROMESSA...



Gente, decorridos sete anos - 10 de Dezembro de 2012 - neste dia, compreendi significativamente das razões de minha existência, e da importância de nos somarmos ao próximo, até de se doar a alguém, pois que, o amor liberta o eu para qualquer disposição de ato: doar-se em amor é a vida que troca de centro! 

Trata-se do ato pelo qual me abro ao outro em vez de fechar-me. No plano da intersubjetividade compreende -se o sacrifício total. Mesmo quando alguém corre o risco de vida... Metaforicamente existe uma diferença entre "sacrificar sua vida em prol do próximo" e, "doar-se mediante troca, em promessa".
"Quem doa sua vida, dá tudo por algo a que atribui um valor superior!" 

Coloca sua vida à disposição, mesmo que em promessa, leva a disponibilidade até o limite; sacrifica-se a um ser amado, querido, pondo este ser acima de sua vida; faz isso só porque reside fé e esperança; pois que, "sem esperança não há sacrifício".

Eu prometi! Pois sei que a esperança sempre está ligada ao ser; o sacrifício, é a afirmação... Então afirmo que, se reside exuberância nesta vida plena, à fé que em mim habita, correspondeu às expectativas que se materializam.

Quanta beleza nesta minha neta Isabela, exuberante de vida!


Roberto Costa Ferreira, 19Dez3019, sete anos depois...

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

PARABÉNS! Leandro Ferreira...



PARABÉNS!

Em dia de parabéns pra você, amanheci cantando uma canção, nesse especialíssimo dia... Dia de aniversário do "meu menino" Leandro!

Canção que esteve presente numa trilha sonora, que se me lembro, chama-se “Os Gigantes”, que Gal Costa interpretava, lá pelos idos de 1979/80, mas que, houvera sido composta por Caetano Veloso no ano de 1978 – Força Estranha – oportunidade que o “meu gigante” tinha já 4 anos de idade.

Consta no livro “Roberto Carlos em Detalhes” que no início de 1978, Caetano Veloso encontrou Roberto por acaso em um dos corredores da TV Globo. E que no momento em que o abraçava, Roberto comentou que Caetano estava um garotão bonito, como se o tempo não passasse para ele. Tal qual “o meu menino hoje”!

Caetano Veloso ficou com essa frase na cabeça e a partir dela compôs a canção “Força Estranha”. Tão logo a concluiu, gravou-a ao violão numa fita cassete e mandou para Roberto Carlos. O cantor ouviu com atenção e gostou, mas pediu uma mudança.
Ele ficou incomodado com a palavra "estranha", que para ele remetia a alguma coisa negativa, e que, no caso de “Força Estranha”, a mudança da palavra não era tão simples, pois iria desfigurar a canção a partir do próprio título. O cantor então acrescentou o "no ar" para aquela "força estranha" ficar mais leve, ficar para fora, não ficar com ele.

Assim, veio a canção que ora transcrevo e com a devida inserção do motivo que me cabe... Uma superior força estranha!


Eu vi um menino correndo
eu vi o tempo brincando ao redor
do caminho daquele menino,
eu pus os meus pés no riacho.
E acho que nunca os tirei.
O sol ainda brilha na estrada que eu nunca passei.
Eu vi a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga.
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou.
O sol que atravessa essa estrada que nunca passou.
Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha.
Eu vi muitos cabelos brancos na fronte do artista
o tempo não para no entanto ele nunca envelhece.
Aquele que conhece o jogo, o jogo das coisas que são.
É o sol, é o tempo, é a estrada, é o pé e é o chão.
Eu vi muitos homens brigando. Ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta,
é a coisa mais certa de todas as coisas.
Não vale um caminho sob o sol.
É o sol sobre a estrada, é o sol sobre a estrada, é o sol.
Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha.

Talvez não, é certo que este é um momento de saudades... Da composição da canção para cá transcorreram-se 41 anos e que, somados aos 4 anos que “O meu Gigante” somava à época, temos hoje ainda 45 anos vividos juntos, de um tempo em que aquele menino, já muito amigo da arte de brincar, ensinava-me que o sol aquece e ilumina tantas estradas, e por muitas que ainda espero passar, carrego comigo esperanças...

E o meu doce menino, além da força da canção que paira no ar, como a um Gigante, me põe sempre a compreender e a cantar que não podemos parar!

Meu querido Leandro Ferreira, muito agradeço pelo privilégio deste compartilhar de vida tão plena e bela, valiosa nas suas possibilidades, propostas e materializações. E tal compreender me faz lembrar de um pensar acerca de um filme – A praia:

“Eu ainda acredito no paraíso. Mas agora pelo menos eu sei que não é um lugar que você pode procurar, porque não é onde você vai. É como você se sente por um momento em sua vida quando você faz parte de algo e se você encontra esse momento, ele dura para sempre”!

Muito agradeço por me permitir compartilhar dessa vida tão plena, parabéns!

  
Roberto Costa Ferreira, 25 de Agosto de 2019.


terça-feira, 17 de setembro de 2019

Roberto Leal e Jair Rodrigues... O que se pensar!




Meus queridos irmãos da escrita, da fala, do canto, das artes...

Depois de “Triste Madrugada” que foi aquela, que eu perdi até o som do violão, da voz! Não fiz serenata, nada escrevi... Apenas chorei!

E nesta súbita e desrazoável tristeza, me pondo em oração, ouvi daquela canção, proposta de oração, muito bem, também, interpretada por quem já partiu, por certa alma iluminada!

Isto é Portugal no coração do Brasil que, por vezes, envolvidos em situações embaraçosas, mas é no mundo da palavra escrita, da voz cantada, na música, tendo como veículo a literatura e como bem se demonstra, que os dissensos se explicitam a partir do desejo de partilhar a constituição estética do mundo sensível que, à oportunidade, era expresso singularmente por estes astros, em vídeo!

O que ora expresso, como diz Rancierg, “o ato de escrever é uma maneira de ocupar o sensível e de dar sentido a essa ocupação”. Meu gesto pertence à constituição estética da expressão da admiração e saudades!

O que “estes astros” realizaram possibilita perceber a dimensão de possibilidades entre a “mãe-pátria” e o “povo-moço”. Uma contribuição que vai além, e por meio da língua e do canto, bem assim, a contribuição para a dilatação das fronteiras, o desejo uníssono de se estar nas coisas do espírito que, na sua altura infinita canta assim:

Abra a janela amor! Abra a janela, dê um sorriso e jogue uma flor para mim, cantando assim:

 “Tristeza, por favor vá embora, minha alma que chora está vendo o meu fim...” 

Por favor, vá embora tristeza!

Roberto Costa Ferreira, 16 de Setembro de 2019.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

RECEPÇÃO - Alegria na recepção de um neto!


Esta mesa foi posta para o Coffee Break do meu neto Lucas, durante recepção em minha casa.

Avô... Recepção e alegria!

Breve preparação matinal, um coffee break para um neto querido que, após viver momentos interessantes em uma festa, e já em altas horas eu ainda o aguardava, aportou e dormiu longamente num sono só, em minha casa, no sofá da sala. Um singelo café o esperava em manhã ensolarada e friorenta... Tudo de bom!

Roberto Costa Ferreira,06Jul2019, sábado.


 Lucas, meu neto, aportou e dormiu longamente num sono só, em minha casa, no sofá da sala.
                                                                                            

domingo, 7 de julho de 2019

INDECISÃO - Cotidiano... Um gato no telhado ou sobre o travessão superior do portão. Será?


Um gato no telhado ou no travessão do portão, visto numa manhã ensolarada, em sábado de inverno. 
Um indeciso pode tanto considerar a escolha difícil por ter duas sugestões ou, em muitas opções boas, como por não identificar nenhuma opção que o satisfaça. Percebo que quando a escolha envolve objetos ou lugares pode não haver diferença do que quando envolve pessoas. Parece que a dinâmica na dificuldade em decidir está no processo e não nos elementos envolvidos. O mesmo ocorre com o grau de importância do que se necessita decidir, por exemplo, para alguns não fica mais fácil decidir por uma cor de batom do que decidir por procedimento médico delicado. Um bom argumento, onde: 
"Um argumento é uma certeza se, e somente se, a hipótese das premissas do argumento se tornou uma verdade, depois da conclusão provada".  
Logo, a certeza é como enxergamos determinada realidade diante da virtude de se manter a mente aberta, ativa e sagaz, sendo certo que “a virtude designa um conjunto de características que contribuem para que o indivíduo tenha uma vida boa”, nomeadamente a sabedoria, a coragem, a temperança e a justiça (as chamadas "virtudes cardeais").  
Aristóteles, define a virtude como “aquilo que completa de forma excelente a natureza de um ser”: enquanto para um pássaro a virtude pode ser o voar depressa, para o Homem a virtude será agir conforme a razão e, alternativamente, para o gato da foto, permanecer tranquilo sobre tal circunstância. Procede? Considere que a vida é uma inspiração contínua que exige olhos abertos. Veja o seu exterior e conforte o seu interior. É dessa forma que alcançará um verdadeiro conhecimento das coisas. Não tenha medo de errar e, simplesmente, atreva-se a viver com uma mente aberta. Acontece com muita frequência em nosso dia a dia, encontrarmos pessoas que se mantêm firmes em seus modelos de pensamentos. 
Amigos próximos inclusive, relutantes para realizarem mudanças, para se arriscarem a escutar, até mesmo opiniões diferentes da voz própria, por acreditarem que tudo o que se distancia dos seus padrões de percepção é errado. A nossa sociedade hospeda uma grande quantidade de mentes quadradas, que colocaram um “tapa-olho” em seu cérebro, negando a abertura mental e usando o conhecido como escudo. São mentes inflexíveis que sobrevivem à rotina e se negam a se abrir para novas opções. Tenho certeza de que você também conhece pessoas com esse perfil de pensamento e de personalidade. O difícil é quando são familiares, amigos, colegas de trabalho com quem temos que nos relacionar a cada dia. É complicado sermos “conscientes da grande quantidade de muros que existem neles”. Já o gato, em sua zona de conforto, parece-me alheio a tais premissas! 
Não obstante, é preciso ter obviamente uma clara percepção e postura para que não se deixe se influenciar, não se contagiando com o vírus da inflexibilidade, da rotina que se nega às mudanças por medo de desestabilizar-se. Uma mente aberta é uma arma poderosa que devemos saber desenvolver. Sendo assim, sirva-se de estratégias para manter uma mente aberta, pois que, há algo que vale a pena levar em consideração. É possível que você mesmo seja o exemplo de uma pessoa que saiba manter a abertura mental, que tenha se distanciado desse molde que esculpe esses cérebros geométricos voltados para seus próprios interesses, tomados pelo medo de situar-se e executar mudanças.  
Entretanto, de certa forma, todos nós temos uma ou outra parte que não se curvou completamente para tal abertura. Todos nós temos algum “pequeno medo” e dispomos de uma reduzida “zona de conforto” da qual é muito difícil de sair. Você é capaz, por exemplo, de aceitar opiniões diferentes da sua? Você acha que os seus princípios, as suas opiniões e crenças são sempre as verdadeiras? Para se aprofundar um pouco mais nesses aspectos, convido-te para que leve em consideração todas essas dimensões que nos ajudam a manter uma mente aberta, considerando as sugestões seguintes:
1.  Questione o que o rodeia;
2. Aceite o desconhecido e admita o inesperado;
3. Obtenha inspiração de tudo que o rodeia, até dos seus inimigos. 
Acredite ou não, as pessoas podem obter uma grande aprendizagem até daquilo que nos causa dano. Uma mente aberta é a que escuta todas as opiniões e a que não vira o rosto para fugir. Pode ser que tenha na sua frente alguém acostumado a reclamar para os outros, a enganar e a submeter, porém, conhecendo também esses padrões de comportamento, aprendemos mais com eles para saber o que não queremos ser, para compreender do que temos que nos distanciar e o que é o que queremos para nós mesmos. 
"Tente tirar sempre algo bom de toda situação que experimentar a cada dia. Uma mente aberta não joga a âncora só nas coisas negativas, na chuva de hoje, no erro cometido ou nesse “não” que tivemos como resposta." 
 A vida não para nos fracassos e nas perdas se nos permitirmos à honra de reconhecer os erros para aprender com eles. Estaremos colocando em prática as engrenagens para a mudança, para a melhora. É tudo questão de ser um pouco mais flexível e de modificar as nossas perspectivas para o positivismo e para a superação. 
Roberto Costa Ferreira, 06Jul2019.





segunda-feira, 24 de junho de 2019

A POTENCIA do SER – ATRAVÉS das TELAS de ISABELA – SEGUNDO ESPINOSA

Tela 1 - Isabela
Tela 2 - Isabela





















Quando vi o resultado da produção, em duas telas postas em tela de minha neta Isabela, pensei na significação do Ser e sua consequente "Potencia de Ser". Espinoza, Baruch de Espinoza, nascido Benedito Espinoza, foi um dos grandes racionalistas e filósofos do século XVII, dentro da chamada Filosofia Moderna, ao lado de Descartes e Leibniz que sobre isso discorreu. Mas, nesta oportunidade não pretendi ir tão longe...

Pense em algo, pense em qualquer coisa, ela é possível de existir? Digo, ela tem contradições internas que impedem sua existência? Não? Então ela existe? A resposta é: não necessariamente, isso apenas faz com que esta coisa tenha a possibilidade de existir… conhecer a essência de uma coisa, saber que ela é possível, não a torna necessária, mas, estas duas produções para mim são imprescindíveis, possíveis e reais!

Mas o que faz algo efetivamente existir? Ou ela é produzida por si própria ou por outra coisa. A potência de uma coisa existir está em si mesma ou vem de fora. No nosso caso, somos versões reduzidas desta potência de existir, somos causados por forças exteriores que nos engendraram e, ao mesmo tempo, temos em nós parte destas forças que nos permitem existir. O finito reflete o infinito, ou seja, somos parte de um ser absolutamente infinito que existe em si mesmo e se produz necessariamente, chamá-lo-emos Deus!

Deus é o mundo, Deus é a Natureza. São dois nomes para uma única e mesma coisa. É preciso conhecer a natureza, o máximo que pudermos, se quisermos conhecer Deus. Ele não é exterior, ele é a causa interior de tudo que existe. A causa da essência e da existência de tudo, a causa imanente, não transitiva, ou seja, agindo em nós. Deus não gera o mundo por livre vontade, ele é o mundo por pura necessidade de sua essência.

“Deus não produz porque quer, mas porque é”. É o conjunto de leis e a própria matéria que nos sustenta!”

A realidade, como um todo, é um devir de produção e criação. Esta existência é absoluta em todos os aspectos: infinita e eterna. O Deus de Espinoza é a potência infinita de expressão e atualização, não há nada fora dele, nada o limita, nada está para além de sua existência. Deus é causa sui, ou seja, ele é definido por sua potência de ser, existir e produzir. Isso significa que a unidade de Deus se manifesta através da multiplicidade: a expressão de Deus se dá na diferença!

Deus é a causa de todas as coisas que existem. Ele é a causa imanente, não transitória; ele não cria o mundo e vai embora, muito pelo contrário, o mundo é ele mesmo, ele se manifesta através do mundo. Cada essência, eu, você, todas as coisas, cada modo afirma-se em Deus, em maior ou menor grau. E ele se exprime absolutamente e infinitamente através dos atributos, dos quais só conhecemos dois: pensamento e extensão. Nós, seres limitados por natureza, exprimimos parte da potência infinita de Deus; esta potência em ato é chamada de Modo, segundo o referido Espinoza.

Assim, esse modo, como essa potência se manifesta? Através do poder de existir, de afetar e ser afetado. Como parte da potência infinita de Deus, eu tenho em mim forças que se esforçam para manterem-se na existência. É o conatus, uma força ativa que se esforça (tal como Deus), para produzir. Conatus é um conceito importantíssimo, além de muito elegante, porque com ele Espinoza pode estruturar, juntamente com sua noção de Deus, toda sua Ética. Este termo vem do latim e significa “esforço”, influenciando Schopenhauer e posteriormente o conceito de Vontade de Potência em Nietzsche, além de ter grande importância para Bergson e Deleuze, significativos filósofos.

Se a essência de Deus é a de ser a causa de si, então ele necessariamente existe e ao mesmo tempo é causa de tudo que existe. Nós não temos essa sorte, não somos causas de nós mesmos, somos parte de uma cadeia infinita de acontecimentos que nos trouxeram até aqui. E mais, esta potência que existe em ato, ativamente, tem características singulares de afetar e ser afetado. Existir é a tal capacidade, de afetar e ser afetado, é agir no mundo. Então, essência é um grau de potência, “conatus”, que se esforça para permanecer existindo; toda existência é, pela garantia das causas naturais, necessária, já que é expressão de um grau certo de potência divina. Essência é potência!

Somos corpos, limitados em extensão e duração, modos, como diria Espinoza, mas os modos estão em Deus. Isso significa que afirmar a minha potência é afirmar o que há de divino em mim. Tomar parte da potência é expressar o que há de Deus em você, ser causa ativa na criação do mundo. Toda expressão da potência é boa, sem exceção, por quê? Porque “a potência é a manifestação do Infinito no seio do finito”, ela é a força de composição do universo que gera bons encontros. A questão ética é então efetuar sua potência, da mesma maneira que Deus, ou, a natureza, o faz.

Fazemos isso através do corpo e todos os seus atributos. O corpo é um conjunto de relações que estão em uma determinada harmonia. Estas forças se conjugam de forma que mantém a sua proporção de velocidades e repousos entre as partes. O conatus - esforço - é a capacidade deste corpo manter a sua forma. O que pode um corpo? Ele pode o quanto ele tem potência. Um moralista define o corpo pelo que ele deve; mas, os imoralistas convictos definem o corpo pelo que ele pode. Não sou um escravo aqui com um lugar garantido no céu, isso é pura ilusão para aguentar o sofrimento. Eu sou o que eu posso, eu sou minha potência, que é a minha essência em ato. Eu sou tão perfeito quanto eu posso ser.

Mas então eu posso anular esta obra? Posso, eu provavelmente tenho potência para isso. Então eu posso esquecer e deixar de evidenciá-la? Posso também, se eu tiver potência para tanto. Mas isso será um bom encontro? (Esta é a diferença entre poder e potência). A questão ética do “efetuar a sua potência” gera muitas confusões! Efetuar sua potência é necessariamente agir para gerar bons encontros, ou seja, compor com o mundo. Expô-las aos quatro ventos!

Pense em um quarteto de cordas: eu tenho a capacidade de tocar violino, mas se estiver nervoso, eu posso tocar fora do tom e arruinar a música. Eu posso também tocar isolado de outros instrumentos, e neste caso nada aconteceria. Ou este ato de vibrar as cordas do meu violino pode se compor com a harmonia da música que está sendo tocada pelos meus companheiros. Neste caso, as cordas ressoam entre si, isto é o aumento de potência. Há "ressonância". Eu atuo no mundo. E esta ressonância é a capacidade de identificar um movimento, bastando o encontro de duas vibrações semelhantes, ainda que ricas em diferenças, para haver ressonância!

Eu ponho a música que eu amo, aqui, todo meu corpo, e minha alma – isto vai por si – compõe suas relações com as relações sonoras. É isto que significa a música que eu amo, a obra que eu admiro: “minha potência é aumentada”. E quando a música ressoa em mim, eu começo a bater o pé no ritmo, isso me alegra, a música por sua vez também se alegra, contagia (ela efetuou um bom encontro). Quando eu coloco um fone de ouvido e danço no ritmo, a música se alegra tanto quanto eu. Tudo isso se dá para além da consciência. Eu chego em casa e digo para um familiar, “tal música é muito boa“, ainda estou efetuando bons encontros. Quando faço uma poesia para a mulher amada, quero que a as relações de velocidade e lentidão presentes na poesia afetem de modo a aumentar a potência da mulher que amo. E assim por diante…

Então o agir é agir pela potência, agir é sempre ir em direção da liberdade. Potência e Ética estão muito próximas, assim como Moral e Poder. A afirmação do ser é uma abertura para o infinito, ele multiplica as relações, aumenta nossa capacidade de afetar e ser afetado. Nós somos uma composição de partes em relação. Estas partes mantêm uma proporção e uma singularidade próprias. É como se tivéssemos uma vibração própria, "um timbre", podemos pensar no corpo como uma caixa de ressonância; certas forças me atravessam e ressoam em mim, quando isso acontece, geram um bom encontro, minha potência de agir aumenta; no entanto, outras forças me atravessam e diminuem minha potência, então minha potência diminui.

Já o Timbre, onde alguns filósofos preferem identificar como essência, esse nome mais sonoro é singular, é distintivo, particular, não deixando de ser composição, ressonância e multiplicidade. E tal e tão variados são os timbres quanto são os corpos, as telas produzidas por Isabela, em relação. O corpo é nosso instrumento ético. A potência do meu ser se expressa através destas relações de proporção entre velocidade e repouso, preparo e pintura. Tal como a música, tal como a dança, a potência do ser é sua capacidade de gerar bons encontros e suportar maus encontros sem perder suas proporções. Somos corpos que vibram ao som das cerdas dos pinceis, da música divina... Que grande festa é uma orquestra. Quão maravilhosas tais obras!

Disse Zaratustra certa vez:

“para vos revelar inteiramente meu coração, meus amigos: caso houvesse deuses, como suportaria eu não ser deus? Portanto, não há deuses”. (Nietzsche, Assim Falou Zaratustra).

Temos assim, uma resposta lindíssima que podemos reinterpretar aos olhos de Espinoza: “Vós sois deuses“!

Roberto Costa Ferreira, 20 de Junho de 2019.

"Quero fazer da vida o ofício de esculpir a mim mesmo, traçando um mapa de afetos possíveis"!

Isabela, a minha neta.


sábado, 15 de junho de 2019

Clóvis Rossi - Enviado especial: 25 anos ao redor do mundo – O Livro - Um amigo




Enviado especial: 25 anos ao redor do mundo – O Livro
Por Clóvis Rossi
Este livro apresenta uma coletânea de artigos escritos por Clóvis Rossi nos anos em que foi correspondente internacional. São exemplos de um jornalismo feito com sensibilidade, ética e verdade. Recomendável para jornalistas e estudantes de Jornalismo. Mas é também indicado para quem queira conhecer acontecimentos de ontem que ainda são fatos do mundo conturbado de hoje.

Apresenta um conjunto das reportagens deste meu amigo, muito reservado e "das antigas", realizado em missões ao Chile, Argentina, Portugal, Espanha, Cuba, América Central, África, Uruguai e Israel, além de matérias sobre economia, emprego, personalidades e esporte.

Ele, somando no dia de hoje 76 anos, seis além do meu tempo, se foi depois de uma quinta-feira 13, tendo nascido nesta minha cidade de São Paulo e no dia de seu aniversário -  25 de Janeiro - e que, coincidentemente,  reunimos um mesmo tipo de padrão para o uso da barba/bigode. Porém, um micro infarto na sexta (7) deste mês o acometeu, tendo suportado uma angioplastia, recebeu um stent e, na terça (11) de outra angioplastia, com mais quatro stents. Um raçudo!

Um "puro-sangue", cavaleiro da arte real, que tinha a garra de um foca e sabedoria de um veterano, um gigante que apreciaria o trocadilho pueril com seu 1,98 m de altura. Muito digno também cavaleiro da Ordem do Rio Branco, conferida pelo governo brasileiro por decreto. E também cavaleiro da Ordem do Mérito, atribuída pelo governo francês, durante a presidência de François Hollande. 

Descendente de italianos, Rossi nasceu e habitamos determinado tempo de nossas vidas, coincidentemente, no bairro do Bixiga e seu pai Olavo era vendedor de máquinas, se é que me lembro, enquanto por parte de mãe, as nossas tinham o mesmo nome: OLGA! Já o conhecia por lá e, em outra curva do destino nos encontramos no Jornal Folha de São Paulo. Ocasionalmente nos falávamos, algumas na madrugada. De sua esposa Catarina Clotilde, hoje viúva, em breve encontro na oportunidade que coordenava Políticas Públicas para Mulheres na Secretaria de Direitos Humanos na Prefeitura de São Paulo, isto em 2017, quando indagada, disse-me que, "apesar de sempre disposto e muito alegre, estava um pouco mais triste com as coisas de nossa terra"!

É muito estranho ouvir dizer, de um homem alegre e tão grande, que “alguma coisa pequena entupiu o seu grande coração, como a um pequeno infarto”! E que, ao longo de décadas como repórter e, até o fim da vida, sempre que tinha oportunidade lembrava às novas gerações de jornalistas que "de nada adiantam os esforços de tornar uma informação mais atraente, ou vendável"... E aqui as ("") aspas se prestam adequadamente: "... se alguém não tiver ido atrás de uma fonte, feito uma entrevista, escrito um texto". Repito: "escrito um texto"!

Um amigo reservado, distante, porém presente, discreto e "igualmente noturno", que não tinha vaidades, não tinha luxos, sequer frescura, avesso a esnobismo era generoso, um humilde, como muitos entendem, por disposição fundamental da condição espiritual... Um confidente acerca do hoje, apoiado nas experiências e práticas do ontem, de olhos vivos para o amanhã. Um "formador, pedagogista, resiliente", e que, de modo contrário de colegas cuja arrogância engorda com os aplausos recebidos, Clóvis nunca se impressionou com a reverência alheia. Era solícito e interessado por todos, dos velhos amigos, dos novos e recém chegados, dos repórteres iniciantes, a quem dedicava elogios, aos diretores de Redação, aos quais nunca se furtou até de contestar. 

Ter entre seus muitos prêmios um "Maria Moors Cabot", um dos mais prestigiosos do nosso meio, atribuído pela Universidade Columbia (EUA), era para ele motivo de orgulho, nunca de vaidade, jamais uma citação para aumentar a cotação de suas opiniões — as quais colocava sempre no mesmo patamar daquelas de seu interlocutor. Meu reservado e muito sereno ídolo da atualidade, momento que tenho certeza que sua inteligência e sua doçura nos farão muita falta. Sua coluna de Inter na Folha fará falta. Fico com um tempo de memória onde eu, ainda jovem, ao tempo que apreciava "o jogo da cestinha", muito admirei e o entendia um ótimo jogador de basquete. Pena que era Palmeiras! Mas, um jornalista que assim pensava:

“O dever fundamental do jornalista não é para com seu empregador, mas para com a sociedade. É para ela, e não para o patrão, que o jornalista escreve.”

E ainda, sobre os “poderosos”:

Primeiro: em geral, são prepotentes. Dois: são desinformados sobre a realidade que os cerca. Três: são desinteressados das pessoas que realmente dependem deles, que geralmente são as camadas mais humildes da população. Quatro: são adeptos da bajulação mais rasteira” (em referência a uma entrevista à TV Cultura).

Partiu em paz, viajou além dos braços, deitado no peito de seu amor!

Até breve, meu inesquecível e silencioso amigo.


Roberto Costa Ferreira, 14 de Junho de 2019.







domingo, 2 de junho de 2019

Uma receita: Como Sexagenar em Mundos Múltiplos


Seleto grupo de 14 ilustres santamarenses. À direita Isabel Conceição, a esquerda Rosana Manfredini, 
ao centro, em pé, Guilherme Bonfim e sentada, a aniversariante Andréa. 


Nestas fotos, os presentes a caráter, sempre solícitos para uma foto bem posada com a aniversariante. Tantos sorriem. Outros... É como o sorriso do Visconde de Sabugosaaquele sorriso geológico – que, olhando para o barranco, componente da terra-chão, encontrava e compreendia toda a dimensão constituidora da Terra que habitava e nela, enxergava o possível leite - petróleo – possível de se extrair.

O Visconde levava consigo a turma, que como os mais distantes, a principio pouco entendiam, achando até que “pairava no ar uma ironia quase cáustica”. Só após a devida elucidação, residia a compreensão!

Assim, no simples olhar para a foto pode até residir a “ironia da situação...” Uma simples curiosidade: a que se deve? Andréa sexagenou! Isso mesmo... Donde se conclui que a comemoração de tal periodicidade anual, o aniversário de Andrea, proporcionou que atingisse e vive a idade entre sessenta e sessenta e nove anos. Interessantíssimo!

De acordo com a tradição chinesa, o ciclo sexagenário começa no ano do nascimento e termina durante a vivência dos 60 anos, e aí se "inicia tudo de novo". Ou seja: Cogita-se a "Renovação". Portanto, é o ato ou efeito de renovar; renovamento. A reforma, o melhoramento, o restabelecimento melhorado de muitas coisas.  O crescimento... É o rebentar ou desabrochar de novo... É o Rejuvenescer!

Momento que ela, Andréa, se sabe na posse de um poder de iniciar tudo de novo, quando bem lhe parecer; não há passado que a comprometa, e assim como... Estou querendo entender o que as pessoas fazem com o que fazem delas! Ou seja: Por onde anda o árbitro... E as relações com o seu entorno!

Muitos físicos acham que o nosso mundo é tão onírico quanto o subatômico. Para eles, quando algum pesquisador tenta olhar as infinitas partículas-fantasma da nuvem quântica e só consegue ver uma, não é que as outras evaporaram: é que o cientista se dividiu em cópias infinitas, espalhadas por universos paralelos.

Exatamente. É o que diz “a teoria dos Mundos Múltiplos”, moldada pelo físico norte-americano Hugh Everett em 1957. Ela diz que, se a partícula solitária que surgiu daquela nuvem de clones pode aparecer aqui, lá ou acolá, você também pode. Uma versão de você em um universo vai encontrar a partícula aqui. Outra, em um segundo universo, encontra ela lá. Uma terceira, acolá. Sem limite nenhum.

A ideia é que “a gente vive numa infinidade de universos”, cada um com a sua realidade particular. E o conjunto desses cosmos pode ser chamado de “Multiverso”: um lugar onde tudo o que pode acontecer vai acontecer. Tudo mesmo! E tal se sucedeu, entre fatias de bolo de fubá e mandioca, cafezinhos e cocadinhas, também outros que tais, com todos os presentes, como nestas oportunidades fotografadas...

E quão bom que esta nuvem benfazeja pairou nestes ares e em razão desta oportunidade. Então usufruímos, como se possível fosse um clone, tendo o privilégio de conviver com o original, o melhor de você, Antonia de Sousa Andréa!

Roberto Costa Ferreira, 29 de Maio de 2019.





sábado, 25 de maio de 2019

O PRESENTE - Isabela, 8 anos!


Isabela tem um segredo... Não se entregou na oportunidade, a preocupações com o que ainda está por acontecer e, sim, “dar atenção ao que acontece no precioso momento”!


Observemos que, mesmo numa aparente ansiedade, certamente respirou fundo quando soube da notícia do disponível presente. E mais, não agiu automaticamente, saindo tresloucada rumo à portaria. Pediu à mãe que a acompanhasse. Eis a grande ferramenta para promover controlar sua possível ansiedade, mesmo que não consciente.

É muito certo que ainda não conhece do dito do filosofo dinamarquês Kierkegaard:
Quem só espera o melhor, envelhece por causa das decepções”. E ainda:
 Quem só espera sempre o pior, envelhece depressa por conta do sofrimento”.

Como também é muito certo que diante desta contemporaneidade, vivemos a geração “do miojo” e, se não nos atentarmos proporcionamos transferir, promovendo o mesmo olhar para os nossos, às nossas ideias, sonhos e projetos.

Queremos que se realizem de forma instantânea e sem necessidade dos devidos ajustes ou mesmo do trabalho duro, fonte para as grandes e significativas realizações. Porém, tal processo é inerente ao aprendizado e ao caminhar, fazendo parte do processo da conquista da maturidade e consequente preparação e vivência do sonho.

Manter a expectativa: “é importante para a realização dos objetivos, sendo necessário vivenciar cada etapa do processo antes do resultado e, independente da realidade presente, o que importa é a perspectiva que mantemos”.

A bem da verdade, a questão não é a expectativa, mas, é de se considerar a realidade presente, cada vez mais abrangente. E o que importou para Isabela, naquele momento, contrapondo-se a Alberto Caeiro - Heterônimo de Fernando Pessoa, in “Poemas Inconjuntos, Eu não Quero o Presente, Quero a Realidade” – no ato, foi o presente!

Roberto Costa Ferreira, 24 de Maio de 2019,
 – Aniversário de Isabela, minha neta!


Isabela Zanzini - 8 anos, minha neta.


domingo, 12 de maio de 2019

LEMBRANÇA - LUCAS, o neto!

Lucas C. Ferreira Zanzini

LUCAS, meu neto...
Como pudera viver sem um cara assim, ai de mim!
Por vezes me vem saudade... Então te procuro,
Para estreita-lo num longo abraço.
Assim, a saudade mato!

Destinei um livro para leitura, a seu pedido. Esqueci-me que entre folhas havia um rascunho.
Por mim realizado, de 2015 datado. Decorreram-se quatro anos. Momentos quantos!
Esse é o tema do rascunho que ora te destino, e bem por tal, como um presente.
Até pelo teu desempenho poético e refinada veia, muito competente!

LEMBRANÇA... Recordação esta que a memória conserva de uma impressão precedente. Sem desapontamentos, aquele desgosto por fato inesperado, apenas tranquilo, aliviado. Como que desaperrado. É como que reunir apontamentos para ajudar a memória, sem estar logrado. Dos tais, tipo desapoderamento, onde a época priva-nos o sentido, fico sensivo.

Caindo sob a ação da sensibilidade, com a disposição das coisas a serem influenciadas, por tantas e tantas, mais leves ações físicas. Como uma planta mimosácea, cujas folhas se retraem quando se lhes tocam, toques manifestos, excitações sediciosas.

Estou como a marga, aquela terra calcária que se emprega na olaria, disponível para um vaso.  Quem sabe receba flores! Ou com os olhos da poetisa pra ele: Nunca vi, nem sei se existe... Uma deidade! Tão belo, que tenha nos olhos brilhantes como são os olhos d’ele! Seus olhos que brilham tanto, que prendem tão doce encanto, que prendem um casto amor, onde, com rara beleza se esmerou a natureza caprichosamente, com meiguice e com primor!

Roberto Costa Ferreira, 12 de Maio de 2019 – Dia das Mães!



N'algum momento, sempre haverá um sorriso!


Roberto Costa Ferreira, 12 de Maio de 2019 – Dia das Mães!