O primeiro artigo publicado de que se tem registro usando a fotografia, e aqui me refiro à pesquisa de cunho psicológico, data da última década do século XIX (Donaldson, 1890). Este período coincide, tanto com o início do desenvolvimento da Psicologia, como ciência reconhecida, como também com o desenvolvimento da própria fotografia, que começava a se destacar naquele século.
Tal pesquisa utilizou o recurso
fotográfico na função de registro e tinha por objetivo encontrar relações entre
o construto “inteligência” e estruturas anatômicas do cérebro de uma
mulher... E aquela era surda-muda e cega!
Eu disse "aquela"... De
outro modo a fotografia como feedback não se preocupa com o autor da foto, mas apenas
com o resultado que esta gera sobre o participante. Azar do Sr. feedback! Esta
função também se diferencia da fotografia como modelo, uma vez que neste último
caso a imagem enfoca qualquer ação, pessoa, objeto ou símbolo e, no caso do
feedback, o
foco central é o próprio participante da pesquisa.
Assim, a fotografia foi
desenvolvida antes das câmeras de vídeo e dos computadores e vem contribuindo
para a construção do conhecimento científico, principalmente em referência à
Psicologia há mais de cem anos. Para a nossa sorte, a justificativa é razoável,
quando Silvia Helena Cardoso nos diz em determinado momento que:
"para
formar memórias, precisamos antes perceber o mundo, e nós o fazemos com os neurônios
que captam os sentidos, como a visão e a audição."
Porém, destaco que na memória
fica o primoroso registro da foto... E não precisa desculpar-se, pois que, é
procedente! A excelente fotografia, o impecável figurino, a profundidade do
olhar... Ah, esse olhar! E a ambientação relacionada ao assunto em tela
nos distraem, constroem... Mas a imagem de primeiro plano é inesquecível!
Se é verdade que se trata de “memórias
afetivas”, também é verdade que o registro têm um formidável potencial de
identificação e de comunhão, que justificam serem apreciados, como os
conteúdos, as boas emoções e sensações em vida que chamamos de memórias
afetivas. As tais que podem ser geradas por “fatos e fotos” que podem parecer
banais a uma primeira vista, mas que podem guardar fortes lembranças e
recordações.
O fato é que tudo isso
está guardado em nosso HD interno, chamado inconsciente, inesquecivelmente,
para nossa sorte!
Roberto Costa
Ferreira, 28 de Março de 2021,
Tudo isto posto acima resulta do excelente e ótimo
trabalho postado pela Dra. Silvia Helena Cardoso,
no Facebook, em 25/03/2021, conforme se lê:
![]() |
Dra. Silvia Helena Cardoso – Lady Silvia – Mestre e Doutora (USP), Pós-doutorado (UCLA – Los Angeles), Ensino e Pesquisa (Unicamp e EDUMED) |
Também outros neurônios no
hipocampo avaliam as emoções daquelas experiências, e outros ainda informam o
local da experiência no tempo e no espaço. Todos esses neurônios chegam e saem
dali para informar ao hipocampo:
"Ô cara,
nós acabamos de ter uma experiência. Dá um jeitinho aí de associá-la com coisas
que você já sabe, reconstrua essa experiência, leve-a lá para cima no córtex
cerebral e armazene-a na gaveta de assuntos relacionados a ela. Basta olhar
para essa densa e intrincada floresta de "raízes", para nos darmos
conta de uma realidade bastante otimista:
·
possuímos uma capacidade gigantesca, ou melhor,
astronômica, quase ilimitada, de aprender, armazenar o aprendizado e usá-lo nas
diversas situações da vida!
·
E quantas coisas podemos fazer com a
aprendizagem!
Muitos neurônios ali estão
soltos, isolados uns dos outros. Para aprender, precisamos conectá-los; e para
conectá-los, precisamos adquirir novas experiências. Mas essas experiências
precisam ser significativas, caso contrário, elas se desconectam, e então
ocorre o esquecimento.
Que saibamos usar melhor as
potencialidades dessa poderosa massa neural, com boas leituras, boa escrita,
estudo, espiritualidade, apreciação da (boa) arte e da (boa) música, aquisição
de novas habilidades, trabalho.
_______________________
Nota: desculpem colocar foto pessoal em assunto científico. É apenas uma
adaptação ao algoritmo do "face"book, que identifica a face do
autor e então distribui a mensagem para mais pessoas de seu círculo de amigos.
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