Grau°

sexta-feira, 30 de abril de 2021

Anthony Hopkins, o vencedor do Oscar mais velho de todos os tempos!

 


Philip Anthony Hopkins, nascido em 31 de Dezembro de 1937, (83 anos), ator galês, produtor e compositor, bateu o recorde de idade como vencedor da categoria de melhor ator do Oscar por “Meu pai - The Father”!

Aparentemente, nem o próprio acreditava em sua vitória no Oscar 2021. O agente do ator revelou que ele estava dormindo quando seu Oscar foi anunciado na premiação. Ele que narrou em várias ocasiões a sua luta contra o alcoolismo, a depressão e os ataques de ira. E o remorso por ter abandonado uma filha recém-nascida. Ainda disse de seu ódio a Shakespeare e a tudo que é britânico. Que tentou apaziguar seu caráter mediante a sobriedade, mas seus demônios continuavam por trás dele. Ainda que, por vezes, chegou a entrar no seu carro e dirigir durante semanas; outras vezes a passar dias sem dirigir a palavra a ninguém.

Mais que em 1981, quando já tinha ganhado dois Emmys seu pai morreu. E que nas últimas horas dele, Anthony aproveitou para lhe dizer que o amava (era a primeira vez que dizia isso a alguém na vida), mas só se atreveu a beijá-lo depois de morto. E que sobre suas primeiras lembranças em Port Talbot, a localidade siderúrgica do sul de Gales onde cresceu, os professores, colegas e mesmo seus pais lhe “repetiam que era tonto demais para qualquer trabalho”. E que nunca teve nenhum amigo e passava as tardes desenhando ou tocando piano.

Ainda, por vezes, não ia nem à própria festa de aniversário, declarou:

“Eu me sentia o mais idiota da classe, talvez tivesse problemas de aprendizagem, mas o fato é que eu não conseguia entender nada. Minha infância foi inútil e inteiramente confusa. Todo mundo me ridicularizava”.

E que, portanto, em determinado momento entendeu que precisava sair de lá - onde nascera, Inglaterra - e deixar de ser quem era. Ser rico e famoso! “Só então comecei a sonhar em morar nos Estados Unidos”, referiu.

Em 1968, deixou a primeira mulher, com quem tinha um bebê de quatro meses, porque percebeu que era “egoísta demais” para criar uma família. Profissionalmente, sofria ataques de ira durante as filmagens, chegava a sair no braço com os diretores, ou sumia sem dar explicações. Anos depois, ele mesmo admitiria que, como não queria beber durante a jornada de trabalho, sua agressividade aflorava porque sempre estava de ressaca.

Em dezembro de 1975, lembrou, confessando à The New Yorker no curso do mês passado que:

“... amanheceu num motel de Phoenix sem ter a menor ideia de como tinha chegado lá. Nunca mais voltou a beber. Admiti que tinha medo, o que me deu uma liberdade maravilhosa. Eu me sentia inseguro, paranoico, aterrorizado. Temia não servir para nada, e que não me encaixava em nenhum lugar”.

Esteve ausente numa premiação que envolve, antes de tudo, o desempenho, a competência e performance profissional... E que sua ausência na premiação envolveu algumas ponderações. O que ocorreu e aconteceu é que o ator teve seu pedido negado para estar presente na premiação virtual, já que a organização preferiu realizar o evento de maneira presencial, com normas adequadas e o astro, de 83 anos, preferiu não viajar por conta da pandemia do coronavírus. E mais que, essa regra também se aplicou a Anthony Hopkins, o vencedor do Oscar mais velho de todos os tempos, tido em repouso, estava dormindo em sua casa no País de Gales na oportunidade. Isso porque, segundo seus representantes, ele não demonstrou desejo de viajar para centros que estariam próximos como em Dublin ou Londres.

Seus agentes ainda afirmaram que imploraram para que ele tivesse permissão para usar o zoom, sem sucesso. Não se rende e não é afeito à tais conveniências e oportunidades. Hoje, tem consciência do que faz, vez que, consagrado um grande e significativo ator, inclusive nas superações constantes e pessoais!

Roberto Costa Ferreira, 27 de Abril de 2021.

Professor,  Psicanalista,  Pesquisador e

Membro CEP Unifesp – Universidade

Federal de São Paulo 


Exceto imagem, publicação por mim
realizada em 27 de Abril de 2021,
21:54h., no Facebook, minha página.

domingo, 25 de abril de 2021

A ESTANTE... A HERANÇA!

A Estante...

Havia um tempo, um momento em que a estante de livros era muito maior, e relevante...

Hoje, tenho-a reduzida, quase num canto, como que escondida.

Mas, senhoreio, a herança que me resta, esta, crivelmente presente e crescente.

E integro, tudo muito presente, se sente, à glória do Grande Arquiteto do Universo!

 Roberto Costa Ferreira, 08/04/2021.


Alternativamente ...




sábado, 24 de abril de 2021

Sincronicidade... Ou uma coincidência temporal! O Gavião-carijó...


Ainda esta semana, quinta-feira à tarde, com Isabel e transitando em frente à Escola Estadual Ibrahim Nobre - R. Prof. Djalma Bento, 155 - Jardim Luanda, São Paulo - SP, 04678-020 - ela chamou-me atenção para que observasse a inclinação do grande Pinheiro que, decorridos 7 anos, cresceu entre as árvores, parecendo ao longe perder sua sustentação, por tal sua atual situação de inclinação.

Comentei-lhe que tempos atrás fotografei um instante daquele. Na oportunidade da foto, até rimando - Março de 2014 - o objetivo era fotografar um pequeno gavião que, estando situado na altura do Pinheiro, mergulhou célere destinando, possivelmente, alcançar sua presa vista. O mergulho resultou tão rápido que, sequer consegui capturá-lo no instante da foto. Acho que os tempos estão lhe alcançando... Mas, certamente, ainda está vivo, pois que, vive entre 25 até 35 anos!

Pois bem, decorrido tal tempo, hoje - sábado, sete anos após - qual não foi minha surpresa momento que o Facebook reapresentou tal evento resultante das minhas memórias. Será coincidência? Ou, alternativamente, “sincronicidade” cuja experiência vivida de ocorrerem dois (ou mais) eventos coincidiram de uma maneira que resultou significativa para mim e que, vivenciando essa "coincidência significativa", sugere- se uma sincronia?

É muito provável que tal ave não capturada na foto naquele tempo, apresentar-se Gavião-carijó, hoje melhor lembrando, pois que, tinha o bico amarelado e calda branca de três faixas, uma branca, ave que habita integralmente nas zonas urbanas, inclusive nidificando em estruturas altas de tais arborizações, como da foto, para viver e lá construir seu ninho com gravetos e folhas. A postura é de até 2 ovos...

Devia estar na juventude, motivado pelo seu “autônomo mergulho que, a pino, passou no rasante que nem um tiro”, sendo certo que nidificar, na periferia das cidades e áreas abertas, não é incomum. Um belo exemplar... Um e outro, “os dois”!

                                                                                                  

                                                                   Roberto Costa Ferreira,  16/04/2021

Professor, Psicanalista, Pesquisador/Relator 

UNIFESP - Universidade Federal São Paulo

                                                                                         



Roberto Costa Ferreira

17 de Abril de 2014    · 

Compartilhado com Público


O gavião-real...


Bicho da mata, gavião caçador,

Ave forte e poderosa, nem precisa dizer é vistosa.

Sua envergadura... De asas abertas... Deve ser macho,

Se a femea mais pesada, sua altura quase um metro.

Olhos pequenos, topete diferente, tipo uma crista,

E sua a cauda de três faixas puxa pro cinzento.

Agora, preste bastante atenção nas pernas do gavião,

Elas são curtas, mas muito fortes e suas garras enormes,

Até parecem de atletas, na prática de esportes...

 

Rapinante ave, algumas na Atlântica Mata,

Hoje é pouca, fugiente, ameaçada de extinção,

Tão só encontrada e vista no desenho de paisagem,

Apenas na Floresta amazônica, no seio, no coração,

Isso devido, de todo seu habitat, residir a destruição.

 

Caça durante o dia, voando alto por sobre árvores...

Insociável, gostando delas, por dentro das florestas.

Preparando-se para atacar ou mesmo a impressionar...

estica asas, estende pernas, levanta a crista e as penas,

E de real, o gavião fatal, no bale a realizar... É de arrasar!

Eu vi um... no alto do Pinus patula!

(Roberto c. Ferreira, Mar2014)


quinta-feira, 22 de abril de 2021

Insônia? Oh, insônia! O orgasmo promove o sono, nos ajuda a dormir?


Insônia? Oh, insônia!

O orgasmo promove o sono? E nos ajuda a dormir? 

“Para quem passa noites em claro, use os recursos de seu próprio corpo e verá uma melhora na qualidade do sono"

Este tem sido o anúncio de alguns sites, blogues e "determinados ditos especialistas” que, e segundo os quais, “a falta de sono destrói a libido”. Reconheço que a nossa qualidade de descanso tem um impacto sobre nossos hormônios que, por sua vez, tem um efeito direto em nossa vida sexual. Por isso é fundamental procurar adequar-se para boas noites de sono e sonhos, bem sonhados! 

Quem diria que a insônia poderia ser solucionada com prazer... E pode! Embora existam muitos culpados pela falta do sono de qualidade - desde o tempo gasto nas telas de celular, tv e computador, do estresse, até ao consumo de cafeína em hora inadequada - de modo contrário também existem algumas maneiras naturais e fáceis de estimular nosso corpo e mente a descansar. 

E tal momento é primordial! Assim, procedamos aos recursos e, naturalmente, sabidamente, como em Reich - WILHELM REICH e o livro “A função do Orgasmo". Antes considerando que, desde a morte de Reich, tem havido uma procura insistente dos seus escritos, o que indica fortemente que a chaga não alcançou o seu objetivo - o encobrimento da verdade - as calúnias à sua pessoa, com vistas a desacreditá-lo e assim desviar das suas significativas descobertas a atenção geral, perderam algo - infelizmente não a totalidade - do seu impacto; e agora se pode finalmente voltar a um desapaixonado exame de sua obra

A FUNÇÃO DO ORGASMO foi o primeiro dos escritos de Reich a ser traduzido em inglês. Não é um manual. É mais uma biografia cientifica

"Uma apresentação sistemática não poderia dar ao leitor uma ideia de como (...) um problema e à sua solução levam a outro; nem mostraria que este trabalho não é pura invenção; e que cada uma das suas partes deve a sua existência ao desenvolvimento próprio da lógica científica.” 

Wilhelm Reich, que foi o instrumento dessa lógica, que devesse morrer em uma penitenciária federal é chocante! Que aqueles que se importavam com o fato não pudessem prestar nenhuma ajuda, e que houvesse muitos que o compreendessem, mas não se importassem, é trágico! Já não é possível ficar de lado e dizer: " – Perdoai-os porque não sabem o que fazem”. 

É tempo de todos sabermos o que fazemos - e como o fazemos. É tempo de encontrarmos um caminho para acabar com essa destruição da vida, e do conhecimento da vida. Esse conhecimento existe e, devemos procurá-lo, conhecê-lo e praticá-lo... Devemos aprender a tolerar a verdade! 

E aqui volto ao tema, segundo o qual devemos aprender a entender e a respeitar "a função bioenergética da convulsão orgástica"; e devemos estudar para saber no que nos tornamos, e o que fazemos, quando essa função é contrariada e negada. No livro antes por mim referido encontram se algumas incursões neste saber, conhecimentos e, nesses conhecimentos residem esperanças! 

Senão vejamos: Um dos mais eficazes? Pense e considere proporcionar um orgasmo a si mesma ou ter uma relação com seu parceiro antes de dormir... Por que não? A primeira perspectiva, cientificamente comprovadas – pelas quais os orgasmos são uma boa ideia para o sono:

- Quando nossas mentes estão ociosas, elas começam a divagar. É o ensaio...

- É parte da composição química de nossos cérebros e muitas pessoas recorrem à meditação para domar os pensamentos e dormir. Embora considere que encontrar seu zen interior nunca seja uma má ideia, ato seguinte,

- a "masturbação" também pode diminuir seus níveis de estresse, permitindo que sua mente relaxe. Considere! 

Ademais, entre seus outros benefícios, o orgasmo "reduz a produção do hormônio" natural do estresse pelo nosso corpo, o "cortisol”. E a baixa produção desse hormônio, assim como sua superprodução, também traz malefícios para o nosso corpo. Ou seja, ambos os excessos dessa substância no organismo trazem malefícios, porém de jeitos diferentes

O sono, portanto, é peça fundamental quando o assunto é estresse. Então, devemos enxergar que quando dormimos, nosso cérebro funciona como um processador que exclui, elimina informações que não iremos necessitar adiante, permitindo permanecer apenas o necessário. Portanto, quando "dormimos mal ou não dormimos o tempo suficiente” (8 horas por noite, minimamente e segundo pesquisas), o cérebro não consegue efetuar a sua função, e as informações desnecessárias aquelas inúteis, permanecem acumuladas promovendo cansaço e estresse para os tempos posteriores, como o dia seguinte. De tal sorte que, conclui-se:

"pessoas que sofrem de insônia possuem o estresse não só como causa, mas também como consequência". 

Ainda que, a providência do orgasmo pode atenuar, "reduzir a dor”, até mesmo nas oportunidades de menstruação, momento que, por vezes não se quer que ninguém te toque. Considere que significativo número de mulheres que “sofrem de cólicas menstruais” difíceis ou desconfortáveis não conseguem imaginar qualquer outra posição para dormir que não a fetal para combater os sintomas. Sofrível! 

No entretanto, há estudos que apontam para o recurso do orgasmo como "uma função de analgesia”. E aqui, o termo analgesia preemptiva conceitua uma forma de analgesia empregada antes do estímulo doloroso ser gerado, prevenindo ou presentemente, diminuindo a dor subsequente, e potencialmente, resultando em menor dor pré, durante e pós-menstruação. Exato. Nesta dimensão, pois, qualquer procedimento, prática e tratamento ocorre em três fases. E é preciso saber como considerar e colaborar com o próximo, o paciente, mesmo o parceiro, a se sentir confiante e confortável em cada uma delas.

Seja por meio da masturbação, mútuas brincadeiras ou relações sexuais, um orgasmo vaginal pode liberar a pressão, permitindo que seu corpo relaxe e durma. Após o sexo ou a prática tranquila e intensa da masturbação, químicos cerebrais e hormônios podem trabalhar juntos promovendo facilitar o sono. Considere ainda que, no momento quando você tem o orgasmo, após o ato sexual com seu parceiro, desejas cair nos braços do mesmo? Também aconchegar-se bem perto e recuperar o fôlego? Durante este período, seu corpo está liberando naturalmente ocitocina, também chamada de oxitocina, que é um hormônio produzido pelo hipotálamo e liberado a partir da neuro-hipófise na corrente sanguínea. Encontram-se receptores de ocitocina em células de todo o corpo. E tal hormônio exerce importantes funções no organismo e nas sensações de prazer e afeto. Por esse motivo, também é conhecido como o hormônio do abraço, o "hormônio do amor"! 

Tais recurso nos ajudam e nos permitem sentirmo-nos conectados ao nosso parceiro, a nós mesmos, proximamente, intimamente, e até intensamente... Também promove regular vários processos do cérebro, incluindo “o sono". Portanto, o ator hormonal oxitocina elevada, nestes atos, promove o início do sono! Bom assim? Boa noite! 

Roberto Costa Ferreira, 21/04/2021 

Professor - Psicanalista - Pesquisador e

Membro relator CEP UNIFESP: Comissão

Ética em Pesquisa/ Componentes Humanos. 

 

https://medium.com/@c.brotero/ins%C3%B4nia-oh-ins%C3%B4nia-o-orgasmo-promove-o-sono-nos-ajuda-a-dormir-320ba1f53977

 

sábado, 10 de abril de 2021

Não se iluda! A humanidade tem um inimigo importante. E a guerra política escandalosa.

 

file:///C:/Users/Acer/Desktop/SINDEMIA/SINDEMIA%20-%20MUDAN%C3%87A%20do%20PERFIL/sindemia-iv-mudanca-de-perfil-frente.html

O crescimento das internações por covid-19 segundo dados do Censo Covid-19 com informações sobre a ocupação de leitos específicos ocupados por unidade hospitalar pública no Estado de São Paulo e, ainda a Plataforma que é usada para coordenar a intensidade de providências relativas às questões e ao quadro da pandemia onde números representam aumento na ocupação de  leitos em alguns hospitais públicos no Estado de São Paulo e agravados pelo que restou recentemente apurado nos hospitais privados de São Paulo reacendeu a luz do descontrole notável e respectivas “escolhas” de dados que, possivelmente, influenciam a análise do aumento de casos, ligando o sinal de alerta sobre uma possível aceleração na incursão da terceira onda da pandemia.

De acordo com epidemiologistas, matemáticos, infectologistas, físicos e cientistas, é praticamente impossível impedir que esse rebote ocorra, como mostram experiências com pandemias do passado e a atual situação europeia. A dificuldade maior está em prever quando ela exatamente vai localizar-se e se acentuar.

"Isso depende de uma série de fatores, como a mobilidade de pessoas e a atividade econômica das cidades, sobre os quais não temos controle nenhum", admite um parecer científico de físico especializado em sistemas complexos e modelagem epidêmica, de competência professoral da Universidade Federal de Viçosa (MG).

Covid-19: as lições que Brasil pode aprender com esta segunda para terceira onda de casos.

A árvore 'indígena' que pode ajudar no combate à covid-19. Alguns cálculos indicam que a situação da pandemia, já possível sindemia, em certos lugares do Brasil já está se agravando acentuadamente, quase como se estivéssemos emendando a segunda e a terceira onda.

Os gráficos sobre a incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que são um indicativo sobre o estágio mais sério das doenças infecciosas que afetam nariz, garganta e pulmões (caso de gripe e covid-19), voltaram a subir substancialmente nesses últimos tempos, colocando o sistema hospitalar em crise. Os números de casos confirmados de covid-19 estão em acentuada alta em outros inúmeros locais, como na cidade, na Grande São Paulo, no Estado de São Paulo e nos demais Estados do Brasil. Assim, oriente acerca de ingredientes para a piora do cenário:

·         Algumas projeções indicam que esse avanço, a intensificação da onda, resultou agravada consequência do final do ano passado, quando muitas pessoas viajaram e se reuniram com familiares e amigos para celebrar as festas, mesmo o Carnaval, ou aproveitar os dias de calor frequentando praias.

·       Outro fator que pode pesar no futuro próximo é a chegada de temperaturas mais frias a partir de abril de 2021. Durante o outono e o inverno, as aglomerações em locais fechados se tornam mais frequentes, o que favorece a disseminação do vírus.

Não dá pra ignorar também a pressão social exercida para o relaxamento das regras tendo em vista o funcionamento de estabelecimentos comerciais e, principalmente, o cansaço das pessoas em se manterem e continuarem em isolamento, por mais que ele se configure necessário. Diante de tantas possibilidades, a única certeza que os especialistas possuem é que o Brasil tem uma chance de se organizar bem pelas próximas semanas para criar ações e políticas capazes de diminuir infecções, internações e óbitos.

"Precisamos usar a ciência e os modelos preditivos, bem como correto emprego da administração do Risco nos cenários requeridos para entender o que pode acontecer num futuro próximo. A partir daí, podemos lançar mãos de medidas que mitigam o impacto da covid-19 em nossa realidade".

Esta é uma consideração matemática/atuarial, muito possível e provável. Outros especialistas e cientistas podem e devem conjuminar esforços científicos nesse sentido, num corpo organizado de conhecimento. É o que considero no acesso ao Blog, em preliminar estudo.

Roberto Costa Ferreira, 23 de Março de 2021

Professor, Psicanalista, Pesquisador  e Relator 

Comissão de Ética em  Pesquisa -Universidade 

Federal de São Paulo / CEP - UNIFESP




sábado, 3 de abril de 2021

Ceará e “campos de concentração” no Brasil! O "cearense" precisa conhecer sua própria história.

 


Nos anos 1930, há pouco mais de 90 anos, milhares de flagelados da seca foram confinados e explorados em instalações do governo. Mais de oito décadas depois, as únicas ruínas remanescentes são tombadas! A solenidade de tombamento do sítio arquitetônico do "Campo de Concentração" do Patu, num sábado (20/07), localizado em Senador Pompeu, a 270 quilômetros de Fortaleza, representou o reconhecimento de um capítulo trágico da história do Ceará e do Brasil.

Nesse campo, milhares de pessoas sofreram e morreram, no início da década de 1930, de doenças, de maus-tratos e de inanição. A construção tinha como objetivo evitar que retirantes chegassem às cidades, principalmente à capital do Ceará - Fortaleza. Além de isolados e confinados, os retirantes eram explorados como mão de obra escrava em obras públicas.

Além do Patu, outros seis campos foram instalados no Ceará durante a grande estiagem de 1932. Dois ficavam em Fortaleza. Esses sete campos, no entanto, também não foram pioneiros. Seu surgimento remonta aos “abarracamentos” (acampamentos improvisados) instalados pelo Estado para abrigar os retirantes nas secas de 1877 a 1880, quando Fortaleza foi ocupada por cerca de 100 mil flagelados, mais do triplo de sua população na época.

Após novas estiagens, a ideia de "concentrar" os retirantes foi se consolidando, como também o projeto de modernização e embelezamento das cidades, como Fortaleza e tantas outras do Norte e Nordeste do Brasil, acompanhado ainda da popularização da ideia do darwinismo social, que à época ajudava a justificar ideologicamente o domínio de uma "raça" sobre outra.

No Ceará, isso fez com que os flagelados que procuravam abrigo na capital do Estado passassem a ser aglomerados no "Campo de Concentração" do Alagadiço, em 1915. Assim, era mais fácil escondê-los da população urbana! A designação "campo de concentração" acabou oficialmente por substituir os antigos “abarracamentos” na mesma época, sendo usada tanto pela imprensa da época quanto pelo próprio governo, até fortemente local.

Na década de 1930, seria a vez de o governo local criar sete novos campos desse tipo, entre eles o do Patu. Dessa forma, o governo local trilhava um caminho já percorrido por outros países. Décadas antes, na América do Norte, os EUA criaram campos desse tipo para internar indígenas Cherokee. Também, considerando que cidade americana de Miami e a capital cubana - Havana - ficam a cerca de 150 km de distância, o antigo governo colonial de Cuba chegou a decretar que moradores que não quisessem ser tratados como rebeldes fossem internados em "campos de reconcentración" durante as guerras de independência da ilha (1868-1898).

Ressalte-se que o mesmo ocorreu na África do Sul e nas Filipinas no final do século 19. Mas, apesar desses usos locais, incluindo no Ceará, o termo "campo de concentração" ganhou notoriedade com a chegada dos nazistas ao poder na Alemanha, em 1933. Observemos ainda que entre os “campos cearenses” e os “Konzentrationlager” nazistas há algumas semelhanças, mas também diferenças fundamentais, como apontam ativistas, historiadores e membros do Ministério Público envolvidos no processo de tombamento do Patu, à época.

É certo que o Estado brasileiro não teve interesse em preservar a memória do campo que está localizado dentro de uma área de uma autarquia federal chamada Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) na oportunidade. Então, o MP estadual partiu para uma proteção local, “um tombamento", no 'Campo de Concentração' do Patu, tendo lá uma população de aproximadamente 20 mil pessoas. Afinal, o que são 20 mil pessoas em 1932? É algo gigantesco, parece-me! E desses 20 mil, embora não haja registros oficiais, pois não se lavravam certidões de óbitos, a estimativa é que entre 8 mil e 12 mil pessoas morreram e foram enterradas em valas coletivas. Uma monstruosidade!

Na época da construção do Patu, a população de Fortaleza tinha cerca de 120 mil habitantes. Além de Senador Pompeu e da capital, em 1932, outros "campos de concentração" foram instalados nos municípios de Ipu, Quixeramobim, Crato e Cariús, é o que se sabe, não precisamente. No entanto, pelo que me consta, a maioria desses campos não resistiu à ação do tempo. O Patu, único "campo de concentração" que restou dos dez instalados no Ceará entre 1915 e 1932 englobam 12 construções de estilo neocolonial, a chamada Vila dos Ingleses.

"Essas instalações são anteriores aos campos de concentração nazistas e não tinham obviamente a mesma finalidade dos campos da Segunda Guerra, mas tinham também algumas semelhanças sórdidas",

salvo as “inspirações”, explicitou determinado promotor público, num de seus vários relatos:

"A estrutura dos prédios; a população distribuída em barracões; grande parte dessa população sendo atraída ao local com falsas promessas de que teria acesso a trabalho, à comida, a medicamentos e atendimento médico, o que não era realidade",

apontou Laprovitera, então promotor, ainda mais considerando, possivelmente “salário e renda”, usualmente hoje servido, recentemente, em “prato quente”:

"Mas, enquanto nos campos de concentração nazistas a mortandade se deu por uma ação estatal, nos 'campos de concentração' cearenses a mortandade se deu por causa de uma omissão. Não havia comida, não havia água e as condições de higiene eram muito precárias."

Frederico de Castro Neves, determinado professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), ressalta as diferenças entre os campos cearenses e os nazistas:

"Senador Pompeu não é igual a Auschwitz. Aqui, a pessoa recebia uma assistência, que era precária, discutível, mas era uma assistência médica. As pessoas não eram carregadas para o campo, debaixo de violência, embora houvesse uma tentativa de manter aquelas pessoas ali no isolamento".

Como se observa o darwinismo social, a ideia da superioridade de uma raça sobre a outra, também marcou o Brasil no início do século 20. Na Constituição de 1937, há um artigo - Art. 138 - que diz que o Estado teria que 'estimular a educação eugênica'."

"Então tem esse aspecto do darwinismo social que justifica moralmente a implantação dos campos. Há também a mão de obra, que foi usada como escrava, porque os grandes açudes e as estradas foram feitas por eles, tudo em troca de comida"!

Do campo cercado por arame farpado, os flagelados só podiam sair para trabalhar. E o que se tem em parcos registros é que a segurança era feita por guardas cujo pagamento era realizado em espécie, não havendo documentos comprobatórios. Ainda mais a se considerar que:

"Todos os 'campos de concentração' e os ‘abarracamentos’, quando terminavam, eles tocavam fogo em tudo. Para não deixar pista, não havia atestado de óbitos, não tinha nada."

A historiadora Kênia Sousa Rios, da UFC, relata em determinado momento, que somente no campo de Ipu, a oeste do Estado, houve registros de mais de mil mortos entre 1932 e 1933. De acordo com informações da época, o campo chegou a abrigar 6.507 flagelados. Estima que o número total de flagelados nos campos tenha sido muito maior.

"No período mais agudo da estiagem, em Dezembro do ano findo -1932 - elevou-se a 260 mil o número de operários diretamente empregados nas obras contra as secas, sendo 236 mil, na Inspetoria, e 24 mil, na Rede de Viação Cearense [...]”.

Organizaram-se, dizendo mais que: “Além disso, neste Estado, 'campos de concentração', por onde transitou mais de um milhão de pessoas, atendidas com serviços de higiene e assistência”. Endossando o dito anterior, e segundo o historiador Frederico Castro Neves:

Foi o horror provocado pelos campos de concentração alemães, construídos a partir de 1933 e cuja existência foi divulgada após o fim da guerra, que desencorajou a construção de novas instalações desse tipo no Ceará após a Segunda Guerra mundial”.

Afortunadamente, graças a Deus! Pois que, quando teremos outros tantos "reconhecimento devidos" de capítulos trágicos da nossa história, vividos no Brasil?

Roberto Costa Ferreira, 26/03/2021.

Conforme postado em  Facebook,  de 27/03/2021, adiante:


Roberto Costa Ferreira

está com Isabel Conceição Costa Ferreira

 em Santo Amaro, Sao Paulo, Brazil

27 de março às 01:20   

Ceará e “campos de concentração” no Brasil!

Nos anos 1930, há pouco mais de 90 anos, milhares de flagelados da seca foram confinados e explorados em instalações do governo. Mais de oito décadas depois, as únicas ruínas remanescentes são tombadas!

A solenidade de tombamento do sítio arquitetônico do "Campo de Concentração" do Patu, num sábado (20/07), localizado em Senador Pompeu, a 270 quilômetros de Fortaleza, representou o reconhecimento de um capítulo trágico da história do Ceará e do Brasil.

Nesse campo, milhares de pessoas sofreram e morreram, no início da década de 1930, de doenças, de maus-tratos e de inanição. A construção tinha como objetivo evitar que retirantes chegassem às cidades, principalmente à capital do Ceará - Fortaleza. Além de isolados e confinados, os retirantes eram explorados como mão de obra escrava em obras públicas.

Além do Patu, outros seis campos foram instalados no Ceará durante a grande estiagem de 1932. Dois ficavam em Fortaleza. Esses sete campos, no entanto, também não foram pioneiros. Seu surgimento remonta aos “abarracamentos” (acampamentos improvisados) instalados pelo Estado para abrigar os retirantes nas secas de 1877 a 1880, quando Fortaleza foi ocupada por cerca de 100 mil flagelados, mais do triplo de sua população na época.

Após novas estiagens, a ideia de "concentrar" os retirantes foi se consolidando, como também o projeto de modernização e embelezamento das cidades, como Fortaleza e tantas outras do Norte e Nordeste do Brasil, acompanhado ainda da popularização da ideia do darwinismo social, que à época ajudava a justificar ideologicamente o domínio de uma "raça" sobre outra.

No Ceará, isso fez com que os flagelados que procuravam abrigo na capital do Estado passassem a ser aglomerados no "Campo de Concentração" do Alagadiço, em 1915. Assim, era mais fácil escondê-los da população urbana!

A designação "campo de concentração" acabou oficialmente por substituir os antigos “abarracamentos” na mesma época, sendo usada tanto pela imprensa da época quanto pelo próprio governo, até fortemente local.

Na década de 1930, seria a vez de o governo local criar sete novos campos desse tipo, entre eles o do Patu. Dessa forma, o governo local trilhava um caminho já percorrido por outros países. Décadas antes, na América do Norte, os EUA criaram campos desse tipo para internar indígenas Cherokee. Também, considerando que cidade americana de Miami e a capital cubana - Havana - ficam a cerca de 150 km de distância, o antigo governo colonial de Cuba chegou a decretar que moradores que não quisessem ser tratados como rebeldes fossem internados em "campos de reconcentración" durante as guerras de independência da ilha (1868-1898).

Ressalte-se que o mesmo ocorreu na África do Sul e nas Filipinas no final do século 19. Mas, apesar desses usos locais, incluindo no Ceará, o termo "campo de concentração" ganhou notoriedade com a chegada dos nazistas ao poder na Alemanha, em 1933. Observemos ainda que entre os “campos cearenses” e os “Konzentrationlager” nazistas há algumas semelhanças, mas também diferenças fundamentais, como apontam ativistas, historiadores e membros do Ministério Público envolvidos no processo de tombamento do Patu, à época.

É certo que o Estado brasileiro não teve interesse em preservar a memória do campo que está localizado dentro de uma área de uma autarquia federal chamada Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) na oportunidade. Então, o MP estadual partiu para uma proteção local, “um tombamento", no 'Campo de Concentração' do Patu, tendo lá uma população de aproximadamente 20 mil pessoas.

Afinal, o que são 20 mil pessoas em 1932? É algo gigantesco, parece-me! E desses 20 mil, embora não haja registros oficiais, pois não se lavravam certidões de óbitos, a estimativa é que entre 8 mil e 12 mil pessoas morreram e foram enterradas em valas coletivas. Uma monstruosidade!

Na época da construção do Patu, a população de Fortaleza tinha cerca de 120 mil habitantes. Além de Senador Pompeu e da capital, em 1932, outros "campos de concentração" foram instalados nos municípios de Ipu, Quixeramobim, Crato e Cariús, é o que se sabe, não precisamente. No entanto, pelo que me consta, a maioria desses campos não resistiu à ação do tempo.

O Patu, único "campo de concentração" que restou dos dez instalados no Ceará entre 1915 e 1932 englobam 12 construções de estilo neocolonial, a chamada Vila dos Ingleses.

"Essas instalações são anteriores aos campos de concentração nazistas e não tinham obviamente a mesma finalidade dos campos da Segunda Guerra, mas tinham também algumas semelhanças sórdidas", salvo as “inspirações”, explicitou determinado promotor público, num de seus relatos:

"A estrutura dos prédios; a população distribuída em barracões; grande parte dessa população sendo atraída ao local com falsas promessas de que teria acesso a trabalho, à comida, a medicamentos e atendimento médico, o que não era realidade", apontou Laprovitera, então promotor, ainda mais considerando, possivelmente “salário e renda”, usualmente hoje servido, recentemente, em “prato quente”:

"Mas, enquanto nos campos de concentração nazistas a mortandade se deu por uma ação estatal, nos 'campos de concentração' cearenses a mortandade se deu por causa de uma omissão. Não havia comida, não havia água e as condições de higiene eram muito precárias."

Frederico de Castro Neves, determinado professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), ressalta as diferenças entre os campos cearenses e os nazistas:

"Senador Pompeu não é igual a Auschwitz. Aqui, a pessoa recebia uma assistência, que era precária, discutível, mas era uma assistência médica. As pessoas não eram carregadas para o campo, debaixo de violência, embora houvesse uma tentativa de manter aquelas pessoas ali no isolamento".

Como se observa o darwinismo social, a ideia da superioridade de uma raça sobre a outra, também marcou o Brasil no início do século 20. Na Constituição de 1937, há um artigo - Art. 138 - que diz que o Estado teria que 'estimular a educação eugênica'."

"Então tem esse aspecto do darwinismo social que justifica moralmente a implantação dos campos. Há também a mão de obra, que foi usada como escrava, porque os grandes açudes e as estradas foram feitas por eles, tudo em troca de comida"!

Do campo cercado por arame farpado, os flagelados só podiam sair para trabalhar. E o que se tem em parcos registros é que a segurança era feita por guardas cujo pagamento era realizado em espécie, não havendo documentos comprobatórios. Ainda mais que:

"Todos os 'campos de concentração' e os ‘abarracamentos’, quando terminavam, eles tocavam fogo em tudo. Para não deixar pista, não havia atestado de óbitos, não tinha nada."

A historiadora Kênia Sousa Rios, da UFC, relata em determinado momento, que somente no campo de Ipu, a oeste do Estado, houve registros de mais de mil mortos entre 1932 e 1933. De acordo com informações da época, o campo chegou a abrigar 6.507 flagelados. Estima que o número total de flagelados nos campos tenha sido muito maior.

"No período mais agudo da estiagem, em Dezembro do ano findo -1932 - elevou-se a 260 mil o número de operários diretamente empregados nas obras contra as secas, sendo 236 mil, na Inspetoria, e 24 mil, na Rede de Viação Cearense [...]”.

Organizaram-se, dizendo mais que: “Além disso, neste Estado, 'campos de concentração', por onde transitou mais de um milhão de pessoas, atendidas com serviços de higiene e assistência”. Endossando o dito anterior, e segundo o historiador Frederico Castro Neves:

“Foi o horror provocado pelos campos de concentração alemães, construídos a partir de 1933 e cuja existência foi divulgada após o fim da guerra, que desencorajou a construção de novas instalações desse tipo no Ceará após a Segunda Guerra mundial”.

Afortunadamente, graças a Deus! Pois que, quando teremos outros tantos "reconhecimento devidos" de capítulos trágicos da nossa história, vividos no Brasil?

Roberto Costa Ferreira, 26/03/2021.

Foto de Nelson Vilela de 06 de Dezembro de 2020, retratando um momento de homenagem.