Philip Anthony Hopkins,
nascido em 31 de Dezembro de 1937, (83 anos), ator galês, produtor e
compositor, bateu o recorde de idade como vencedor da categoria de melhor ator
do Oscar por “Meu pai - The Father”!
Aparentemente, nem o próprio
acreditava em sua vitória no Oscar 2021. O agente do ator revelou que ele
estava dormindo quando seu Oscar foi anunciado na premiação. Ele que narrou em
várias ocasiões a sua luta contra o alcoolismo, a depressão e os ataques de
ira. E o remorso por ter abandonado uma filha recém-nascida. Ainda disse de
seu ódio a Shakespeare e a tudo que é britânico. Que tentou apaziguar seu
caráter mediante a sobriedade, mas seus demônios continuavam por trás dele.
Ainda que, por vezes, chegou a entrar no seu carro e dirigir durante semanas;
outras vezes a passar dias sem dirigir a palavra a ninguém.
Mais que em 1981, quando já
tinha ganhado dois Emmys seu pai morreu. E que nas últimas horas dele,
Anthony aproveitou para lhe dizer que o amava (era a primeira vez que dizia
isso a alguém na vida), mas só se atreveu a beijá-lo depois de morto.
E que sobre suas primeiras lembranças em Port Talbot, a localidade
siderúrgica do sul de Gales onde cresceu, os professores, colegas e mesmo seus
pais lhe “repetiam que era tonto demais para qualquer trabalho”. E que
nunca teve nenhum amigo e passava as tardes desenhando ou tocando piano.
Ainda, por vezes, não ia nem à
própria festa de aniversário, declarou:
“Eu me
sentia o mais idiota da classe, talvez tivesse problemas de aprendizagem, mas o
fato é que eu não conseguia entender nada. Minha infância foi inútil e
inteiramente confusa. Todo mundo me ridicularizava”.
E que, portanto, em determinado
momento entendeu que precisava sair de lá - onde nascera, Inglaterra - e
deixar de ser quem era. Ser rico e famoso! “Só então comecei a sonhar em morar
nos Estados Unidos”, referiu.
Em 1968, deixou a primeira
mulher, com quem tinha um bebê de quatro meses, porque percebeu que era “egoísta
demais” para criar uma família. Profissionalmente, sofria ataques de ira
durante as filmagens, chegava a sair no braço com os diretores, ou sumia sem
dar explicações. Anos depois, ele mesmo admitiria que, como não queria
beber durante a jornada de trabalho, sua agressividade aflorava porque sempre
estava de ressaca.
Em dezembro de 1975, lembrou, confessando à The New Yorkerno curso do mês passado que:
“... amanheceu
num motel de Phoenix sem ter a menor ideia de como tinha chegado lá. Nunca mais
voltou a beber. Admiti que tinha medo, o que me deu uma liberdade maravilhosa.
Eu me sentia inseguro, paranoico, aterrorizado. Temia não servir para nada, e que
não me encaixava em nenhum lugar”.
Esteve ausente numa premiação que
envolve, antes de tudo, o desempenho, a competência e performance
profissional... E que sua ausência na premiação envolveu algumas ponderações. O
que ocorreu e aconteceu é que o ator teve seu pedido negado para estar presente
na premiação virtual, já que a organização preferiu realizar o evento de
maneira presencial, com normas adequadas e o astro, de 83 anos, preferiu
não viajar por conta da pandemia do coronavírus. E mais que, essa regra
também se aplicou a Anthony Hopkins, o vencedor do Oscar mais velho de todos
os tempos, tido em repouso, estava dormindo em sua casa no País de Gales
na oportunidade. Isso porque, segundo seus representantes, ele não
demonstrou desejo de viajar para centros que estariam próximos como em Dublin
ou Londres.
Seus agentes ainda afirmaram
que imploraram para que ele tivesse permissão para usar o zoom, sem sucesso.
Não se rende e não é afeito à tais conveniências e oportunidades. Hoje, tem
consciência do que faz, vez que, consagrado um grande e significativo ator,
inclusive nas superações constantes e pessoais!
Ainda esta semana, quinta-feira à
tarde, com Isabel e transitando em frente à Escola Estadual Ibrahim Nobre -
R. Prof. Djalma Bento, 155 - Jardim Luanda, São Paulo - SP, 04678-020 - ela
chamou-me atenção para que observasse a inclinação do grande Pinheiro que, decorridos
7 anos, cresceu entre as árvores, parecendo ao longe perder sua sustentação,
por tal sua atual situação de inclinação.
Comentei-lhe que tempos atrás
fotografei um instante daquele. Na oportunidade da foto, até rimando - Março de
2014 - o objetivo era fotografar um pequeno gavião que, estando situado na
altura do Pinheiro, mergulhou célere destinando, possivelmente, alcançar sua
presa vista. O mergulho resultou tão rápido que, sequer consegui capturá-lo no
instante da foto. Acho que os tempos estão lhe alcançando... Mas, certamente,
ainda está vivo, pois que, vive entre 25 até 35 anos!
Pois bem, decorrido tal tempo,
hoje - sábado, sete anos após - qual não foi minha surpresa momento que
o Facebook reapresentou tal evento resultante das minhas memórias. Será
coincidência? Ou, alternativamente, “sincronicidade” cuja
experiência vivida de ocorrerem dois (ou mais) eventos coincidiram de uma
maneira que resultou significativa para mim e que, vivenciando essa "coincidência
significativa", sugere- se uma sincronia?
É muito provável que tal ave não
capturada na foto naquele tempo, apresentar-se Gavião-carijó, hoje melhor
lembrando, pois que, tinha o bico amarelado e calda branca de três faixas, uma
branca, ave que habita integralmente nas zonas urbanas, inclusive nidificando
em estruturas altas de tais arborizações, como da foto, para viver e lá
construir seu ninho com gravetos e folhas. A postura é de até 2 ovos...
Devia estar na juventude,
motivado pelo seu “autônomo mergulho que, a pino, passou no rasante que nem
um tiro”, sendo certo que nidificar, na periferia das cidades e áreas
abertas, não é incomum. Um belo exemplar... Um e outro, “os dois”!
“Para quem
passa noites em claro, use os recursos de seu próprio corpo e verá uma melhora
na qualidade do sono".
Este tem sido o anúncio de alguns
sites, blogues e "determinados ditos especialistas” que, e segundo os
quais, “a falta de sono destrói a libido”. Reconheço que a nossa qualidade de
descanso tem um impacto sobre nossos hormônios que, por sua vez, tem um efeito
direto em nossa vida sexual. Por isso é fundamental procurar adequar-se para
boas noites de sono e sonhos, bem sonhados!
Quem diria que a insônia poderia
ser solucionada com prazer... E pode! Embora existam muitos culpados pela falta
do sono de qualidade - desde o tempo gasto nas telas de celular, tv e
computador, do estresse, até ao consumo de cafeína em hora inadequada - de modo
contrário também existem algumas maneiras naturais e fáceis de estimular nosso
corpo e mente a descansar.
E tal momento é primordial!
Assim, procedamos aos recursos e, naturalmente, sabidamente, como em Reich -
WILHELM REICH e o livro “A função do Orgasmo". Antes
considerando que, desde a morte de Reich, tem havido uma procura insistente dos
seus escritos, o que indica fortemente que a chaga não alcançou o seu objetivo -
o encobrimento da verdade - as calúnias à sua pessoa, com vistas a
desacreditá-lo e assim desviar das suas significativas descobertas a atenção
geral, perderam algo - infelizmente não a totalidade - do seu impacto; e agora
se pode finalmente voltar a um desapaixonado exame de sua obra.
A FUNÇÃO DO ORGASMO foi o
primeiro dos escritos de Reich a ser traduzido em inglês. Não é um manual. É
mais uma biografia cientifica.
"Uma
apresentação sistemática não poderia dar ao leitor uma ideia de como (...) um
problema e à sua solução levam a outro; nem mostraria que este trabalho não é
pura invenção; e que cada uma das suas partes deve a sua existência ao
desenvolvimento próprio da lógica científica.”
Wilhelm Reich, que foi o
instrumento dessa lógica, que devesse morrer em uma penitenciária federal é
chocante! Que aqueles que se importavam com o fato não pudessem prestar nenhuma
ajuda, e que houvesse muitos que o compreendessem, mas não se importassem, é
trágico! Já não é possível ficar de lado e dizer: " – Perdoai-os porque
não sabem o que fazem”.
É tempo de todos sabermos o
que fazemos - e como o fazemos. É tempo de encontrarmos um caminho para acabar
com essa destruição da vida, e do conhecimento da vida. Esse conhecimento
existe e, devemos procurá-lo, conhecê-lo e praticá-lo... Devemos aprender a
tolerar a verdade!
E aqui volto ao tema, segundo o
qual devemos aprender a entender e a respeitar "a função bioenergética
da convulsão orgástica"; e devemos estudar para saber no que nos
tornamos, e o que fazemos, quando essa função é contrariada e negada. No
livro antes por mim referido encontram se algumas incursões neste saber,
conhecimentos e,nesses conhecimentos residem esperanças!
Senão vejamos: Um dos mais
eficazes? Pense e considere proporcionar um orgasmo a si mesma ou ter uma
relação com seu parceiro antes de dormir...Por que não? A primeira
perspectiva, cientificamente comprovadas – pelas quais os orgasmos são uma boa
ideia para o sono:
- Quando
nossas mentes estão ociosas, elas começam a divagar. É o ensaio...
- É parte da
composição química de nossos cérebros e muitas pessoas recorrem à meditação
para domar os pensamentos e dormir. Embora considere que encontrar seu zen
interior nunca seja uma má ideia, ato seguinte,
- a "masturbação"
também pode diminuir seus níveis de estresse, permitindo que sua mente relaxe. Considere!
Ademais, entre seus outros
benefícios, o orgasmo "reduz a produção do hormônio" natural
do estresse pelo nosso corpo, o "cortisol”. E a baixa produção
desse hormônio, assim como sua superprodução, também traz malefícios para o
nosso corpo. Ou seja, ambos os excessos dessa substância no organismo trazem
malefícios, porém de jeitos diferentes.
O sono, portanto, é peça
fundamental quando o assunto é estresse. Então, devemos enxergar que quando
dormimos, nosso cérebro funciona como um processador que exclui, elimina
informações que não iremos necessitar adiante, permitindo permanecer apenas o
necessário. Portanto, quando "dormimos mal ou não dormimos o tempo
suficiente” (8 horas por noite, minimamente e segundo pesquisas), o cérebro não
consegue efetuar a sua função, e as informações desnecessárias aquelas
inúteis, permanecem acumuladas promovendo cansaço e estresse para os tempos
posteriores, como o dia seguinte. De tal sorte que, conclui-se:
"pessoas
que sofrem de insônia possuem o estresse não só como causa, mas também como
consequência".
Ainda que, a providência do
orgasmo pode atenuar, "reduzir a dor”,até mesmo nas
oportunidades de menstruação, momento que, por vezes não se quer que
ninguém te toque. Considere que significativo número de mulheres que “sofrem
de cólicas menstruais”difíceis ou desconfortáveis não conseguem
imaginar qualquer outra posição para dormir que não a fetal para combater os
sintomas. Sofrível!
No entretanto, há estudos que
apontam para o recurso do orgasmo como "uma função de analgesia”. E
aqui, o termo analgesia preemptiva conceitua uma forma de analgesia
empregada antes do estímulo doloroso ser gerado, prevenindo ou presentemente,
diminuindo a dor subsequente, e potencialmente, resultando em menor
dor pré, durante e pós-menstruação. Exato. Nesta dimensão, pois, qualquer
procedimento, prática e tratamento ocorre em três fases. E é preciso saber como
considerar e colaborar com o próximo, o paciente, mesmo o parceiro, a se sentir
confiante e confortável em cada uma delas.
Seja por meio da masturbação,
mútuas brincadeiras ou relações sexuais, um orgasmo vaginal
pode liberar a pressão, permitindo que seu corpo relaxe e durma. Após o
sexo ou a prática tranquila e intensa da masturbação, químicos cerebrais e
hormônios podem trabalhar juntos promovendo facilitar o sono. Considere
ainda que, no momento quando você tem o orgasmo, após o ato sexual com seu
parceiro, desejas cair nos braços do mesmo? Também aconchegar-se bem perto e
recuperar o fôlego? Durante este período, seu corpo está liberando
naturalmenteocitocina, também chamada de oxitocina, que é um
hormônio produzido pelo hipotálamo e liberado a partir da neuro-hipófise na
corrente sanguínea. Encontram-se receptores de ocitocina em células de
todo o corpo. E tal hormônio exerce importantes funções no organismo e nas
sensações de prazer e afeto. Por esse motivo, também é conhecido como o hormônio
do abraço, o "hormônio do amor"!
Tais recurso nos ajudam e nos
permitem sentirmo-nos conectados ao nosso parceiro, a nós mesmos, proximamente,
intimamente, e até intensamente... Também promove regular
vários processos do cérebro, incluindo “o sono". Portanto, o ator
hormonal oxitocina elevada, nestes atos, promove o início do sono! Bom
assim? Boa noite!
O crescimento das internações por
covid-19 segundo dados do Censo Covid-19 com informações sobre a ocupação de
leitos específicos ocupados por unidade hospitalar pública no Estado de São
Paulo e, ainda a Plataforma que é usada para coordenar a intensidade de
providências relativas às questões e ao quadro da pandemia onde números
representam aumento na ocupação de
leitos em alguns hospitais públicos no Estado de São Paulo e agravados
pelo que restou recentemente apurado nos hospitais privados de São Paulo reacendeu
a luz do descontrole notável e respectivas “escolhas” de dados que,
possivelmente, influenciam a análise do aumento de casos, ligando o sinal de
alerta sobre uma possível aceleração na incursão da terceira onda da pandemia.
De acordo com epidemiologistas,
matemáticos, infectologistas, físicos e cientistas, é praticamente impossível
impedir que esse rebote ocorra, como mostram experiências com pandemias do
passado e a atual situação europeia. A dificuldade maior está em prever quando
ela exatamente vai localizar-se e se acentuar.
"Isso
depende de uma série de fatores, como a mobilidade de pessoas e a atividade
econômica das cidades, sobre os quais não temos controle nenhum", admite
um parecer científico de físico especializado em sistemas complexos e modelagem
epidêmica, de competência professoral da Universidade Federal de Viçosa (MG).
Covid-19: as lições que Brasil
pode aprender com esta segunda para terceira onda de casos.
A árvore 'indígena' que pode
ajudar no combate à covid-19. Alguns cálculos indicam que a situação da
pandemia, já possível sindemia, em certos lugares do Brasil já está se
agravando acentuadamente, quase como se estivéssemos emendando a segunda e a
terceira onda.
Os gráficos sobre a incidência de
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que são um indicativo sobre o
estágio mais sério das doenças infecciosas que afetam nariz, garganta e pulmões
(caso de gripe e covid-19), voltaram a subir substancialmente nesses últimos
tempos, colocando o sistema hospitalar em crise. Os números de casos
confirmados de covid-19 estão em acentuada alta em outros inúmeros locais, como
na cidade, na Grande São Paulo, no Estado de São Paulo e nos demais Estados do
Brasil. Assim, oriente acerca de ingredientes para a piora do cenário:
·Algumas projeções indicam que esse avanço, a
intensificação da onda, resultou agravada consequência do final do ano passado,
quando muitas pessoas viajaram e se reuniram com familiares e amigos para
celebrar as festas, mesmo o Carnaval, ou aproveitar os dias de calor frequentando
praias.
·Outro fator que pode pesar no futuro próximo é a
chegada de temperaturas mais frias a partir de abril de 2021. Durante o outono
e o inverno, as aglomerações em locais fechados se tornam mais frequentes, o
que favorece a disseminação do vírus.
Não dá pra ignorar também a
pressão social exercida para o relaxamento das regras tendo em vista o
funcionamento de estabelecimentos comerciais e, principalmente, o cansaço das
pessoas em se manterem e continuarem em isolamento, por mais que ele se configure
necessário. Diante de tantas possibilidades, a única certeza que os
especialistas possuem é que o Brasil tem uma chance de se organizar bem pelas
próximas semanas para criar ações e políticas capazes de diminuir infecções,
internações e óbitos.
"Precisamos
usar a ciência e os modelos preditivos, bem como correto emprego da
administração do Risco nos cenários requeridos para entender o que pode
acontecer num futuro próximo. A partir daí, podemos lançar mãos de medidas que
mitigam o impacto da covid-19 em nossa realidade".
Esta é uma consideração
matemática/atuarial, muito possível e provável. Outros especialistas e
cientistas podem e devem conjuminar esforços científicos nesse sentido, num
corpo organizado de conhecimento. É o que considero no acesso ao Blog, em
preliminar estudo.
Nos anos 1930, há pouco mais de
90 anos, milhares de flagelados da seca foram confinados e explorados em
instalações do governo. Mais de oito décadas depois, as únicas ruínas
remanescentes são tombadas! A solenidade de tombamento do sítio arquitetônico
do "Campo de Concentração" do Patu, num sábado (20/07),
localizado em Senador Pompeu, a 270 quilômetros de Fortaleza, representou o
reconhecimento de um capítulo trágico da história do Ceará e do Brasil.
Nesse campo, milhares de pessoas
sofreram e morreram, no início da década de 1930, de doenças, de maus-tratos e
de inanição. A construção tinha como objetivo evitar que retirantes
chegassem às cidades, principalmente à capital do Ceará - Fortaleza. Além
de isolados e confinados, os retirantes eram explorados como mão de obra
escrava em obras públicas.
Além do Patu, outros seis
campos foram instalados no Ceará durante a grande estiagem de 1932. Dois
ficavam em Fortaleza. Esses sete campos, no entanto, também não foram
pioneiros. Seu surgimento remonta aos “abarracamentos” (acampamentos
improvisados) instalados pelo Estado para abrigar os retirantes nas secas
de 1877 a 1880, quando Fortaleza foi ocupada por cerca de 100 mil
flagelados, mais do triplo de sua população na época.
Após novas estiagens, a ideia de
"concentrar" os retirantes foi se consolidando, como também o projeto
de modernização e embelezamento das cidades, como Fortaleza e tantas outras do
Norte e Nordeste do Brasil, acompanhado ainda da popularização da ideia do
darwinismo social, que à época ajudava a justificar ideologicamente o domínio
de uma "raça" sobre outra.
No Ceará, isso fez com que os
flagelados que procuravam abrigo na capital do Estado passassem a ser
aglomerados no "Campo de Concentração" do Alagadiço, em 1915.
Assim, era mais fácil escondê-los da população urbana! A designação "campo
de concentração" acabou oficialmente por substituir os antigos
“abarracamentos” na mesma época, sendo usada tanto pela imprensa da época
quanto pelo próprio governo, até fortemente local.
Na década de 1930, seria a vez de
o governo local criar sete novos campos desse tipo, entre eles o do Patu. Dessa
forma, o governo local trilhava um caminho já percorrido por outros países. Décadas
antes, na América do Norte, os EUA criaram campos desse tipo para internar indígenas
Cherokee. Também, considerando que cidade americana de Miami e a capital
cubana - Havana - ficam a cerca de 150 km de distância, o antigo governo
colonial de Cuba chegou a decretar que moradores que não quisessem ser tratados
como rebeldes fossem internados em "campos de reconcentración"
durante as guerras de independência da ilha (1868-1898).
Ressalte-se que o mesmo
ocorreu na África do Sul e nas Filipinas no final do século 19. Mas, apesar
desses usos locais, incluindo no Ceará, o termo "campo de
concentração" ganhou notoriedade com a chegada dos nazistas ao poder na
Alemanha, em 1933. Observemos ainda que entre os “campos cearenses” e
os “Konzentrationlager” nazistas há algumas semelhanças, mas também
diferenças fundamentais, como apontam ativistas, historiadores e membros do
Ministério Público envolvidos no processo de tombamento do Patu, à época.
É certo que o Estado brasileiro
não teve interesse em preservar a memória do campo que está localizado
dentro de uma área de uma autarquia federal chamada Departamento Nacional de
Obras contra as Secas (Dnocs) na oportunidade. Então, o MP estadual
partiu para uma proteção local, “um tombamento", no 'Campo de
Concentração' do Patu, tendo lá uma população de aproximadamente 20 mil
pessoas. Afinal, o que são 20 mil pessoas em 1932? É algo gigantesco,
parece-me! E desses 20 mil, embora não haja registros oficiais, pois não se
lavravam certidões de óbitos, a estimativa é que entre 8 mil e 12 mil pessoas
morreram e foram enterradas em valas coletivas. Uma monstruosidade!
Na época da construção do Patu, a
população de Fortaleza tinha cerca de 120 mil habitantes. Além de Senador
Pompeu e da capital, em 1932, outros "campos de concentração"
foram instalados nos municípios de Ipu, Quixeramobim, Crato e Cariús, é
o que se sabe, não precisamente. No entanto, pelo que me consta, a maioria
desses campos não resistiu à ação do tempo. O Patu, único "campo de
concentração" que restou dos dez instalados no Ceará entre 1915 e 1932
englobam 12 construções de estilo neocolonial, a chamada Vila dos Ingleses.
"Essas
instalações são anteriores aos campos de concentração nazistas e não tinham
obviamente a mesma finalidade dos campos da Segunda Guerra, mas tinham também
algumas semelhanças sórdidas",
salvo as “inspirações”, explicitou
determinado promotor público, num de seus vários relatos:
"A estrutura dos prédios; a
população distribuída em barracões; grande parte dessa população sendo atraída
ao local com falsas promessas de que teria acesso a trabalho, à comida, a
medicamentos e atendimento médico, o que não era realidade",
apontou Laprovitera, então
promotor, ainda mais considerando, possivelmente “salário e renda”,
usualmente hoje servido, recentemente, em “prato quente”:
"Mas,
enquanto nos campos de concentração nazistas a mortandade se deu por uma ação
estatal, nos 'campos de concentração' cearenses a mortandade se deu por causa
de uma omissão. Não havia comida, não havia água e as condições de higiene eram
muito precárias."
Frederico de Castro Neves,
determinado professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), ressalta
as diferenças entre os campos cearenses e os nazistas:
"Senador
Pompeu não é igual a Auschwitz. Aqui, a pessoa recebia uma
assistência, que era precária, discutível, mas era uma assistência médica. As
pessoas não eram carregadas para o campo, debaixo de violência, embora houvesse
uma tentativa de manter aquelas pessoas ali no isolamento".
Como se observa o darwinismo
social, a ideia da superioridade de uma raça sobre a outra, também
marcou o Brasil no início do século 20. Na Constituição de 1937, há um
artigo - Art. 138 - que diz que o Estado teria que 'estimular a educação
eugênica'."
"Então
tem esse aspecto do darwinismo social que justifica moralmente a implantação
dos campos. Há também a mão de obra, que foi usada como escrava, porque os
grandes açudes e as estradas foram feitas por eles, tudo em troca de
comida"!
Do campo cercado por arame farpado, os flagelados só podiam
sair para trabalhar. E o que se tem em parcos registros é que a segurança era
feita por guardas cujo pagamento era realizado em espécie, não havendo
documentos comprobatórios. Ainda mais a se considerar que:
"Todos os
'campos de concentração' e os ‘abarracamentos’, quando terminavam, eles tocavam
fogo em tudo. Para não deixar pista, não havia atestado de óbitos, não tinha
nada."
A historiadora Kênia Sousa
Rios, da UFC, relata em determinado momento, que somente no campo de Ipu, a
oeste do Estado, houve registros de mais de mil mortos entre 1932 e 1933. De
acordo com informações da época, o campo chegou a abrigar 6.507 flagelados.
Estima que o número total de flagelados nos campos tenha sido muito maior.
"No
período mais agudo da estiagem, em Dezembro do ano findo -1932 - elevou-se a
260 mil o número de operários diretamente empregados nas obras contra as secas,
sendo 236 mil, na Inspetoria, e 24 mil, na Rede de Viação Cearense [...]”.
Organizaram-se, dizendo mais que:
“Além disso, neste Estado, 'campos de concentração', por onde transitou mais de
um milhão de pessoas, atendidas com serviços de higiene e assistência”. Endossando
o dito anterior, e segundo o historiador Frederico Castro Neves:
“Foi o
horror provocado pelos campos de concentração alemães, construídos a partir de
1933 e cuja existência foi divulgada após o fim da guerra, que desencorajou
a construção de novas instalações desse tipo no Ceará após a Segunda Guerra
mundial”.
Afortunadamente, graças a Deus!
Pois que, quando teremos outros tantos "reconhecimento devidos" de
capítulos trágicos da nossa história, vividos no Brasil?
Nos anos 1930, há pouco mais de 90 anos, milhares de flagelados
da seca foram confinados e explorados em instalações do governo. Mais de oito
décadas depois, as únicas ruínas remanescentes são tombadas!
A solenidade de tombamento do sítio arquitetônico do "Campo
de Concentração" do Patu, num sábado (20/07), localizado em Senador
Pompeu, a 270 quilômetros de Fortaleza, representou o reconhecimento de um
capítulo trágico da história do Ceará e do Brasil.
Nesse campo, milhares de pessoas sofreram e morreram, no início
da década de 1930, de doenças, de maus-tratos e de inanição. A construção tinha
como objetivo evitar que retirantes chegassem às cidades, principalmente à
capital do Ceará - Fortaleza. Além de isolados e confinados, os retirantes eram
explorados como mão de obra escrava em obras públicas.
Além do Patu, outros seis campos foram instalados no Ceará
durante a grande estiagem de 1932. Dois ficavam em Fortaleza. Esses sete campos,
no entanto, também não foram pioneiros. Seu surgimento remonta aos
“abarracamentos” (acampamentos improvisados) instalados pelo Estado para
abrigar os retirantes nas secas de 1877 a 1880, quando Fortaleza foi ocupada
por cerca de 100 mil flagelados, mais do triplo de sua população na época.
Após novas estiagens, a ideia de "concentrar" os
retirantes foi se consolidando, como também o projeto de modernização e
embelezamento das cidades, como Fortaleza e tantas outras do Norte e Nordeste
do Brasil, acompanhado ainda da popularização da ideia do darwinismo social,
que à época ajudava a justificar ideologicamente o domínio de uma
"raça" sobre outra.
No Ceará, isso fez com que os flagelados que procuravam abrigo
na capital do Estado passassem a ser aglomerados no "Campo de
Concentração" do Alagadiço, em 1915. Assim, era mais fácil escondê-los da
população urbana!
A designação "campo de concentração" acabou
oficialmente por substituir os antigos “abarracamentos” na mesma época, sendo
usada tanto pela imprensa da época quanto pelo próprio governo, até fortemente
local.
Na década de 1930, seria a vez de o governo local criar sete
novos campos desse tipo, entre eles o do Patu. Dessa forma, o governo local
trilhava um caminho já percorrido por outros países. Décadas antes, na América
do Norte, os EUA criaram campos desse tipo para internar indígenas Cherokee.
Também, considerando que cidade americana de Miami e a capital cubana - Havana
- ficam a cerca de 150 km de distância, o antigo governo colonial de Cuba chegou
a decretar que moradores que não quisessem ser tratados como rebeldes fossem
internados em "campos de reconcentración" durante as guerras de
independência da ilha (1868-1898).
Ressalte-se que o mesmo ocorreu na África do Sul e nas Filipinas
no final do século 19. Mas, apesar desses usos locais, incluindo no Ceará, o
termo "campo de concentração" ganhou notoriedade com a chegada dos
nazistas ao poder na Alemanha, em 1933. Observemos ainda que entre os “campos
cearenses” e os “Konzentrationlager” nazistas há algumas semelhanças, mas
também diferenças fundamentais, como apontam ativistas, historiadores e membros
do Ministério Público envolvidos no processo de tombamento do Patu, à época.
É certo que o Estado brasileiro não teve interesse em preservar
a memória do campo que está localizado dentro de uma área de uma autarquia
federal chamada Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) na
oportunidade. Então, o MP estadual partiu para uma proteção local, “um
tombamento", no 'Campo de Concentração' do Patu, tendo lá uma população de
aproximadamente 20 mil pessoas.
Afinal, o que são 20 mil pessoas em 1932? É algo gigantesco,
parece-me! E desses 20 mil, embora não haja registros oficiais, pois não se
lavravam certidões de óbitos, a estimativa é que entre 8 mil e 12 mil pessoas
morreram e foram enterradas em valas coletivas. Uma monstruosidade!
Na época da construção do Patu, a população de Fortaleza tinha
cerca de 120 mil habitantes. Além de Senador Pompeu e da capital, em 1932,
outros "campos de concentração" foram instalados nos municípios de
Ipu, Quixeramobim, Crato e Cariús, é o que se sabe, não precisamente. No
entanto, pelo que me consta, a maioria desses campos não resistiu à ação do
tempo.
O Patu, único "campo de concentração" que restou dos
dez instalados no Ceará entre 1915 e 1932 englobam 12 construções de estilo
neocolonial, a chamada Vila dos Ingleses.
"Essas instalações são anteriores aos campos de
concentração nazistas e não tinham obviamente a mesma finalidade dos campos da
Segunda Guerra, mas tinham também algumas semelhanças sórdidas", salvo as
“inspirações”, explicitou determinado promotor público, num de seus relatos:
"A estrutura dos prédios; a população distribuída em
barracões; grande parte dessa população sendo atraída ao local com falsas
promessas de que teria acesso a trabalho, à comida, a medicamentos e
atendimento médico, o que não era realidade", apontou Laprovitera, então
promotor, ainda mais considerando, possivelmente “salário e renda”, usualmente
hoje servido, recentemente, em “prato quente”:
"Mas, enquanto nos campos de concentração nazistas a
mortandade se deu por uma ação estatal, nos 'campos de concentração' cearenses
a mortandade se deu por causa de uma omissão. Não havia comida, não havia água
e as condições de higiene eram muito precárias."
Frederico de Castro Neves, determinado professor da Universidade
Federal do Ceará (UFC), ressalta as diferenças entre os campos cearenses e os
nazistas:
"Senador Pompeu não é igual a Auschwitz. Aqui, a pessoa
recebia uma assistência, que era precária, discutível, mas era uma assistência
médica. As pessoas não eram carregadas para o campo, debaixo de violência,
embora houvesse uma tentativa de manter aquelas pessoas ali no
isolamento".
Como se observa o darwinismo social, a ideia da superioridade de
uma raça sobre a outra, também marcou o Brasil no início do século 20. Na
Constituição de 1937, há um artigo - Art. 138 - que diz que o Estado teria que 'estimular a
educação eugênica'."
"Então tem esse aspecto do darwinismo social que justifica
moralmente a implantação dos campos. Há também a mão de obra, que foi usada
como escrava, porque os grandes açudes e as estradas foram feitas por eles,
tudo em troca de comida"!
Do campo cercado por arame farpado, os flagelados só podiam sair
para trabalhar. E o que se tem em parcos registros é que a segurança era feita
por guardas cujo pagamento era realizado em espécie, não havendo documentos
comprobatórios. Ainda mais que:
"Todos os 'campos de concentração' e os ‘abarracamentos’,
quando terminavam, eles tocavam fogo em tudo. Para não deixar pista, não havia
atestado de óbitos, não tinha nada."
A historiadora Kênia Sousa Rios, da UFC, relata em determinado
momento, que somente no campo de Ipu, a oeste do Estado, houve registros de
mais de mil mortos entre 1932 e 1933. De acordo com informações da época, o
campo chegou a abrigar 6.507 flagelados. Estima que o número total de
flagelados nos campos tenha sido muito maior.
"No período mais agudo da estiagem, em Dezembro do ano
findo -1932 - elevou-se a 260 mil o número de operários diretamente empregados
nas obras contra as secas, sendo 236 mil, na Inspetoria, e 24 mil, na Rede de
Viação Cearense [...]”.
Organizaram-se, dizendo mais que: “Além disso, neste Estado,
'campos de concentração', por onde transitou mais de um milhão de pessoas,
atendidas com serviços de higiene e assistência”. Endossando o dito anterior, e
segundo o historiador Frederico Castro Neves:
“Foi o horror provocado pelos campos de concentração alemães,
construídos a partir de 1933 e cuja existência foi divulgada após o fim da
guerra, que desencorajou a construção de novas instalações desse tipo no Ceará
após a Segunda Guerra mundial”.
Afortunadamente, graças a Deus! Pois que, quando teremos outros
tantos "reconhecimento devidos" de capítulos trágicos da nossa
história, vividos no Brasil?